sexta-feira, 4 de maio de 2012

MAMÃE

Uma mulher existe que, pela imensidão do seu amor, tem um pouco de Deus, e muito de anjo pela incansável solicitude dos cuidados seus; 

Uma mulher que, ainda jovem, tem a tranquila sabedoria de uma anciã e, na velhice, o admirável vigor da juventude; se de pouca instrução, desvenda com intuição inexplicável os segredos da vida e, se muito instruída, age com a simplicidade de menina; 

Uma mulher que sendo pobre tem como recompensa a felicidade dos que ama, e quando rica todos os seus tesouros daria para não sofrer no coração a dor da ingratidão; 

Uma mulher que, sendo forte, estremece com o gemido de uma criança e, sendo frágil, consegue reagir com a bravura de um leão; 

Uma mulher que, enquanto viva, não lhe damos o devido valor, porque ao seu lado todas as dores são esquecidas; entretanto, quando morta, daríamos tudo o que somos e tudo que temos para vê-la de novo ao menos por um só momento, receber dela um só abraço e ouvir de seus lábios uma só palavra. 

Dessa mulher não me exijas o nome, se não quiseres que turve de lágrimas esta lembrança, porque já a vi passar em meu caminho. 

Quando teus filhos já estiverem crescidos, lê para eles estas palavras. 

E, enquanto eles cobrem a tua face de beijos, conta-lhes que um humilde peregrino, em paga da hospedagem recebida, deixou aqui para todos o esboço do retrato de sua própria mãe.

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