sábado, 23 de março de 2013

AMBIÇÃO ALÉM DOS LIMITES

Uma Águia, saindo do seu ninho no alto de um penhasco, capturou uma ovelha e a levou presa às suas fortes garras. Uma Gralha, que testemunhara a tudo, tomada de inveja, decidiu que poderia fazer a mesma coisa.

Ela então voou para alto e tomou impulso, e com grande velocidade, atirou-se sobre uma ovelha, com a intenção de também carregá-la presa às suas garras.

Ocorre que estas acabaram por ficar embaraçadas no espesso manto de lã da Ovelha, e isso a impediu inclusive de soltar-se, embora o tentasse com todas as suas forças.

O Pastor das ovelhas, vendo o que estava acontecendo, capturou-a. Feito isso, cortou suas penas, de modo que não pudesse mais voar. À noite a levou para casa, e entregou como brinquedo para seus filhos.

“Que pássaro engraçado é esse?”, perguntou um deles.

“Ele é uma Gralha meus filhos. Mas se você lhe perguntar, ele dirá que é uma Águia.”                                                         Autor: Esopo

Moral da História: Não devemos permitir que a ambição nos conduza para além dos nossos limites.

sexta-feira, 22 de março de 2013

LIMITE - REMÉDIO AMARGO

A falta de limites tem conseqüências negativas para a criança e seu desenvolvimento. A criança que não aceita regras, seja para jogar um jogo, para andar no ônibus, para se comportar na escola, terá dificuldades para conviver com os outros. Os limites ajudam a criança a tolerar frustrações e adiar sua satisfação. 

A criança tem que apreender a esperar sua vez, a compreender que existem outros e que precisa compartilhar. A insuficiência de limites pode conduzir a uma desorientação, a uma falta de noção dos outros, de respeito, à criminalidade em alguns casos extremos. 

Colocar limites não significa ser autoritário, mas sim ter autoridade. Através da colocação de limites os pais ensinam a criança a respeitar-se e a respeitar os outros. Dizer "não" para uma criança, e ensinar-lhe que ela também pode dizer não, quando alguém quiser lhe impor atitudes ou comportamentos. Na medida em que os pais percebem as necessidades da criança, as identificam e as apontam, ela poderá também identificar quais suas próprias necessidades e como respeitar seu próprio corpo. 

Por exemplo, se uma mãe percebe que seu filho não está com sono, mas precisa dormir, e ela é firme e lhe disse que é hora de dormir, mesmo que ele resista aos poucos ele poderá identificar seu próprio cansaço e a necessidade do corpo de descansar. Existem muitos adultos que não ouvem as mensagens do próprio corpo, dor, cansaço, fadiga, e passam por cima dos limites do corpo, o que freqüentemente provoca stress e adoecimento. Por outro lado, é comum ouvir as jovens hoje em dia dizerem não saber como dizer "não", a um namorado que deseja ter uma relação sexual. 

Colocar limites não significa privar de liberdade. Quanto mais cedo, os pais colocarem os limites de forma afetiva e com segurança de propósitos menos problemas terão na puberdade e na adolescência, fase na qual as crianças se revoltam contra as imposições desmedidas e transgridem aquilo que é insuportável. 

É importante que os pais dialoguem com os filhos e expliquem quais os propósitos dos limites. Se mesmo assim as crianças não obedecerem, às vezes é necessário colocar sanções, com o intuito das crianças se responsabilizarem pelos atos e pelas suas decisões. Se um pai superprotege seu filho, evita colocar limites e dizer não a todas suas vontades, o prejudica, pois seu filho demorará para se tornar um adulto capaz de aceitar as regras da sociedade. 

A tarefa de dizer não, por outro lado, inicia-se desde o nascimento. A importância do "não" e do estabelecimento de limites é fator organizador na formação da personalidade de todo ser humano. Desde ao redor de um ano de idade aproximadamente a criança precisa aprender a ouvir a palavra "não" e os pais ao pronunciá-la. 

As crianças passam pela "fase do negativismo", na qual a criança fala quase compulsivamente a palavra "não", testando sua força diante da autoridade do adulto, pai ou mãe. Com esse comportamento as crianças estão experimentando até onde podem chegar e até onde as pais deixam ir. 

As crianças precisam de regras claras, objetivas e coerentes colocadas com segurança e na hora certa. O estabelecimento de limites não é tarefa fácil, mas muito mais complicado é mantê-los. Ter de enfrentar o choro, resmungos, esperneio e a sensação provocada pela criança de que somos pais "maus" e injustos é difícil de tolerar. É fundamental conhecer quais os recursos mentais da criança em cada faixa etária. Por exemplo, antes dos 4 ou 5 anos é quase impossível esperar que uma criança compreenda e aceite as regras de um jogo. Ela vai querer jogar e ganhar toda vez. Obrigá-la a aceitar regras antes do tempo seria um limite absurdo. Porém, a partir da 6 anos a criança já terá adquirido a capacidade para aceitar as regras e a vez dos amiguinhos.

sábado, 16 de março de 2013

QUEM NÃO É CONTRA NÓS É A NOSSO FAVOR

“Quem não é contra nós é a nosso favor”. Jesus Caminho, Verdade e Vida da humanidade, fundou a sua Igreja una, santa, católica e apostólica. Igreja que permanece de modo pleno na Igreja católica, que conserva com fidelidade aos mesmos elementos desde o início: 

- a Palavra de Deus; 

- a Eucaristia; 

- os sete sacramentos; 

- o ministério de Pedro, presente no seu legitimo sucessor, o Papa; 

- o ministério episcopal, no qual se concretiza a sucessão apostólica; 

- a caridade fraterna; 

- nos dons e carismas; 

- na missão de anunciar Jesus ao mundo como Senhor e Salvador; 

- nos mártires testemunhas máximas de Cristo; 

- na presença materna da Virgem Maria; 

- nos Santos, amigos de Cristo. 

A Igreja católica é a Igreja de Cristo, pertence a Cristo e, por sua graça conserva tudo o que recebeu do seu fundador. 

Mas, Cristo é maior que a sua Igreja, a força do Espírito Santo, pode se manifestar também fora da Igreja católica. Pensemos naqueles guardam a Palavra de Deus, e creem em Jesus como Senhor e Salvador, nutrindo um amor sincero a Jesus, vivendo na caridade fraterna, às vezes manifestando maior ardor missionário que nós. Tudo isso deve ser, para nós, católicos, causa de alegria. Ainda que não estejam em comunhão com a Igreja de Cristo e faltem-lhes elementos essenciais da Igreja de Cristo, Jesus nos convida à tolerância e ao amor para com eles. 

Isto não significa que tanto faz ser católico como não ser, que o importante é a fé em Jesus e pronto. Não! É absolutamente falso afirmar que as questões de doutrina não são importantes. O Novo Testamento está repleto de advertências contra os que ensinam doutrinas erradas e contrárias à fé dos apóstolos. Todo o Cristão é convidado a buscar a unidade da Igreja em torno de Cristo, sem abrir mão da fidelidade ao que recebemos de nosso fundador. Mas, é necessário deixar claro o dever que todos temos da tolerância respeitosa e amorosa para com os separados. 

Nos entristece, ouvi-los falar calunias e mentiras da Igreja que amamos, mas deve nos alegrar ouvi-los falar bem de Cristo e pregar o Evangelho. É deles que o Senhor fala no evangelho de hoje: “Quem vos der a beber um copo da água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa”. 

Embora nossa primeira tendência é rejeitar o diferente, procurar logo os defeitos e condenar, o Senhor nos pede respeito àqueles que, sem ser dos nossos, adoram conosco Cristo Jesus como Deus e Salvador. 

Mas, a Palavra de Deus também fala de radicalidade. Tolerância para com os outros; radicalidade para conosco. 

Radicalidade no respeito pelos fracos na fé: “Se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço”. Não basta ser tolerante com os de fora; é necessário mais ainda ser cuidadoso com os irmãos de nossa paróquia, de nossas pastorais. 

Quantas vezes uma palavra dura, um mau exemplo, uma atitude pode fazer esfriar a fé do irmão que esta iniciando sua caminhada. Deus nos livre, de servir a Deus passando por cima dos outros! Deus nos guarde de um cristianismo sem amor! Com os de fora, tolerância e respeito; com os de dentro, amor e cuidado. É impressionante o quanto Jesus nos faz responsáveis uns pelos outros. 

Radicalidade para cortar o que em nós leva ao pecado e ao afastamento de Cristo: “Se tua mão (faz) te leva a pecar, corta-a... Se teu pé (vai) te leva a pecar, corta-o... Se teu olho (deseja) te leva a pecar, arranca-o!” Jesus é claro: não entrará na vida quem sinceramente não combater aquilo que o faz tropeçar no caminho cristão. 

A radicalidade de apoiar-se somente no Senhor e não nas nossas posses materiais: nossas riquezas apodrecem e nosso ouro enferruja, triste de quem é rico para si, desprezando os outros, mas não é rico para Deus! 

Devemos ter a coragem de arrancar de nossa vida tudo que nos atrapalhar na vida cristã, tudo quanto nos fizer tropeçar. Se combatermos nossas fraquezas humanas, o Senhor não nos abandonará, ao contrário, se nos acomodamos ao mal, então nosso coração irá se endurecendo e afastando do Senhor, nos iremos enchendo de nós mesmos e nos esvaziando de Deus, seremos ricos de pecados, ricos de uma vida soberba, ricos para si mesmos e não para Deus. 

Que o Senhor, pela sua graça, nos dê toda tolerância e toda intolerância. Toda tolerância com os irmãos e toda intolerância com o nosso pecado.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Habemus Papam - Primeiras palavras do Papa Francisco

Irmãos e irmãs, boa-noite! 

Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos Cardeais tenham ido buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado! E, antes de mais nada, quero fazer uma oração pelo nosso Bispo emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde. 

[Recitação do Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai] 

E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo... este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Espero que este caminho de Igreja, que hoje começamos e no qual me ajudará o meu Cardeal Vigário, aqui presente, seja frutuoso para a evangelização desta cidade tão bela! 

E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a oração do povo, pedindo a Bênção para o seu Bispo. Façamos em silêncio esta oração vossa por mim. 

Agora dar-vos-ei a Bênção, a vós e a todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade. 

Irmãos e irmãs, tenho de vos deixar. Muito obrigado pelo acolhimento! Rezai por mim e até breve! Ver-nos-emos em breve: amanhã quero ir rezar aos pés de Nossa Senhora, para que guarde Roma inteira. Boa noite e bom descanso!
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