quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

NOSTALGIA OU RENOVAÇÃO

Mês de dezembro, alguns de nós estão se sentindo mais sobrecarregados, ativos, com inúmeros eventos e compromissos de encerramento do ano e festividades, ou seja, a mil por hora. 

Aqueles que já vinham estressados podem, inclusive, sentirem-se mais cansados, debilitados fisicamente, pois estudos mostram que o estresse nas épocas de Natal e festividades como o final de ano, pode aumentar, conforme dados da Associação Internacional para o Gerenciamento do Estresse. Tal associação, a partir de uma pesquisa com mais de 500 pessoas, entre 25 e 55 anos, mostrou que os brasileiros vivenciam um aumento de até 75% em seu nível de estresse no período que antecede o Natal e Ano Novo. 

Por outro lado, outros podem estar começando a refletir, pensar sobre o que se passou, as promessas feitas e não cumpridas, começam a fazer um balanço dos eventos e pessoas que passaram pelo ano de 2015. Uma parcela dessas pessoas pode experimentar sentimentos de introspecção e vivenciar um período de nostalgia. 

A nostalgia é particularmente proeminente por volta do período das Festas e podem ter um efeito psicológico nas pessoas, tanto bom quanto ruim. 

As pessoas sentem-se mais nostálgicas porque muitas memórias são relembradas e as relações renovadas. Durante as festas de final de ano, famílias e amigos ficam juntos para celebrar e se conectar. Mesmo de longe, amigos e parentes podem reaver o contato através de ligações, emails, cartões e postagens em sites. As festas lembram-nos de tempos especiais e para alguns trazem de volta memórias da infância ou dos sentimentos livres da juventude, com menos preocupações e estresse que vem com a responsabilidade. Mais frequentemente, lembram-nos das pessoas que tiveram importantes papéis em nossas vidas e as atividades que compartilhamos com elas. Essas são algumas das razões de porquê as pessoas que estão longe de casa são especialmente propensas a sentirem-se nostálgicas e porque tantas pessoas viajam para estar com a família e amigos durante este período do ano. 

Entretanto, não está claro, ainda, porque alguns indivíduos são mais propensos a nostalgia do que outros. As pesquisas sugerem, porém, que indivíduos mais nostálgicos tendem a sentir mais fortemente as emoções. Geralmente, pessoas nostálgicas não são mais alegres ou tristes do que as pessoas menos nostálgicas, elas apenas sentem as emoções mais intensamente. 

Qual é o impacto das experiências da infância em relação à propensão a nostalgia? Algumas pesquisas mostram que indivíduos nostálgicos tem mais pensamentos positivos sobre o passado e lembranças mais positivas de quando eram crianças. Porém, eventos da infância por si só parecem ser menos relacionados à nostalgia do que como a criança se sentiu em relação aos mesmos, ou seja, não é o número de festas, presentes, prêmios, que importam, mas até que ponto a criança se sentiu feliz, orgulhosa ou amada. Assim, as Festas podem lembrar a algumas pessoas de experiências felizes da infância, mas podem também relembrar situações desagradáveis. Se as festas estão associadas com grande estresse, discórdias familiares ou infelicidades, o indivíduo pode evitar memórias doloridas, criando novas formas de tradição ou ritos de passagem. 

As pesquisas contemporâneas mostram que a nostalgia pode estar associada com benefícios psicológicos. Ajuda a pessoa a manter um senso de continuidade apesar do fluxo das constantes mudanças. Durante tempos difíceis, a atenção ao passado pode nos fortalecer ao lembrarmos de como sobrevivemos a desafios, perdas, brigas, falhas ou imprevistos negativos no passado. Nosso senso de quem somos está fortemente relacionado a como nos vemos em relação aos outros. Pesquisas apontam que a nostalgia pode fortalecer um senso de ligação social ajudando-nos a apreciar o que nós significamos para os outros assim como o que os outros significam para nós. As memórias nostálgicas, por exemplo, podem ajudar alguém que está longe de casa ou alguém que está em luto por um membro da família através das recordações, evidenciando que o vínculo que nós compartilhamos com aqueles que amamos sobrevive à separação física. 

Espero que você e seus familiares, de alguma forma, possam estar juntos para celebrar ou simplesmente acompanhar da forma mais saudável possível a passagem e a finalização de mais um ano! Tenha um ótimo período Festas.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

BONS PROPÓSITOS DE ANO NOVO

Em determinadas datas, começamos nossa lista de “bons propósitos”. O final e o início de um ciclo nos impulsiona a refletir sobre nossas virtudes e defeitos, até o ponto de tomar uma resolução firme e realizar mudanças.

Quão efêmeros costumam ser nossos propósitos! Às vezes, em menos de 15 dias, já os esquecemos. E isso pode acontecer em nossas vidas em muitos aspectos.

A perseverança é irmã da fortaleza. Com frequência e em muitos aspectos da vida, existe uma verdadeira luta: na escola, no trabalho, no relacionamento a dois… Ter um chefe cheio de defeitos, um cônjuge que faz coisas que nos desagradam etc., são exemplos comuns.

De pequenas crises a verdadeiros furacões, na vida nos deparamos com um fato inegável: a vida é bela, mas não necessariamente simples. Se formos como um barquinho de papel, afundaremos na primeira chuva. É por isso que precisamos da fortaleza.

A perseverança é um esforço contínuo. É um valor fundamental na vida para obter um resultado concreto. Existem muitos matizes, ao viver a perseverança; há pessoas que são irremediavelmente teimosas, e outras que parecem cata-ventos, mudando de rumo constantemente. Estas últimas têm grandes problemas.

É sempre emocionante começar algo; existe entusiasmo, sonhos e esperanças. Esse “algo” pode ser um emprego, uma nova cidade, conhecer uma pessoa que tem potencial para ser nosso cônjuge, um novo projeto ou trabalho.

No entanto, facilmente começarão a existir resistências e problemas. No emprego novo, começaremos a conhecer pessoas que não nos agradam, as exigências podem ser estressantes; ao morar em uma nova cidade, talvez as pessoas não nos aceitem facilmente, devido ao nosso sotaque ou aos nossos costumes.

Após a “paixão inicial”, começamos a descobrir que essa pessoa ideal não o é tanto, e que, em sua personalidade, há aspectos que podem chegar a ser insuportáveis.

Se uma pessoa abandona um emprego porque se chefe não a agrada; se volta para a sua antiga casa porque não se sentiu aceita na nova cidade; ou se larga do(a) namorado(a) porque “não é perfeito(a)”, então estamos diante da falta de perseverança e, no fundo, sempre existe um sentimento no coração: o de ter sido derrotado, vencido, não ter lutado por algo que valia a pena.

Os combustíveis para que a perseverança possa reinar são: a visão a longo prazo e a profundidade.

Os seres humanos são hedonistas, ou seja: nós preferimos o bem imediato. Uma pessoa pode usar uma droga porque, no momento de consumi-la, seu corpo percebe sensações que o agradam, mas não se importa com os danos a longo prazo.

Essa miopia nos leva a fazer grandes burrices na vida como fim de obter satisfação instantânea. A questão é que, com a perseverança, devemos ter a fortaleza de não nos deixar levar pelo que é fácil e cômodo, em troca de algo maior e melhor no futuro. Se vemos a vida com superficialidade, então nos deixaremos levar pelas coisas imediatas.

Quando falamos de perseverança, vale a pena pegar um papel e analisar nossos propósitos para o ano novo. O problema dos propósitos geralmente é que sempre dizemos o “quê”, mas nunca o “como”.

Por outro lado, às vezes não conhecemos profundamente nossas capacidades (ou falta delas) para poder estabelecer objetivos que realmente possamos alcançar.

Qualquer propósito que fizermos (uma relação afetiva, um emprego, uma mudança na rotina etc.) precisará estar acompanhado de uma lista dos meios pelos quais vamos alcançá-lo.

Se queremos consertar um cano quebrado, precisaremos de ferramentas, e seria muito bobo desanimar-nos por não conseguir perfurar a parede com as unhas… Logicamente, precisamos de ferramentas! Estas ferramentas, quando fazemos um propósito, são nossas habilidades, circunstâncias, possibilidades e conhecimentos.

Como posso aplicar minhas habilidades, circunstâncias, possibilidades e conhecimentos para que meu relacionamento amoroso seja estável? Como minhas possibilidades intervêm neste novo emprego? O que sei fazer bem?

A perseverança requer senso comum. Em troca da perseverança, obteremos a alegria de lutar pelo que queremos. Talvez não consigamos tudo de imediato, inclusive podemos chegar a conseguir as coisas só no final, mas é importante curtir o caminho. A perseverança oferece estabilidade, confiança e é sinal de maturidade.

Às vezes, podemos esquecer da sabedoria popular, mas não seria má ideia refletir por um instante no velho ditado: “Quem persevera alcança”.

domingo, 27 de dezembro de 2015

ANO NOVO & DISCIPLINA

Qualquer propósito ou objetivo, por menor que seja, coloca nossa força de vontade à prova

O começo de um ano é o momento mais comum para estabelecer novas metas na vida.

Para algumas pessoas, os propósitos não vão além de começar uma dieta ou deixar de fumar. Outras pessoas, no entanto, estabelecem ideais de superação pessoal, uma melhor vida familiar e conjugal ou o cultivo de valores cristãos. Na verdade, qualquer propósito ou objetivo, por menor que seja, coloca nossa força de vontade à prova.

É comum ver nesta época o entusiasmo com que todos estes novos propósitos são colocados em prática. Mas o que é verdadeiramente meritório – e não tão frequente – é ver aquelas pessoas que vão até o final. São muitas as desculpas para abandonar um projeto começado. Daí a importância de não se deixar vencer por excessos comuns, tais como:

– Não ver rapidamente os resultados esperados. Esquecemos que, para chegar a uma meta, é preciso superar pequenas provas, a fim de obter o prêmio maior.

– Não se sentir capaz de assumir o risco de ferir o próprio ego empreendendo algo que talvez não tenha êxito. Antes de colocar umpropósito em prática, é preciso preparar-se mentalmente para lutar contra os obstáculos que virão até o alcance da meta.

– Começar a desanimar, achando que não somos capazes de concentrar-nos nos resultados. Os obstáculos absorvem a nossa atenção; eles já não são vistos como muros a serem superados, mas como perigos a serem evitados ou avisos que indicam a suposta necessidade de abandonar o projeto. Isso é como querer o fogo antes de buscar a lenha.

– Se houve uma desilusão no passado (quem nunca?), podemos usar isso como desculpa, na tentativa de fugir do compromisso.

Para exercitar a força de vontade, é importante manter-se focado no resultado que queremos alcançar, mas sem esquecer dos pequenos triunfos ao longo do caminho. É verdade que surgirão obstáculos, mas, ao invés de deixar-nos vencer por eles, precisamos usá-los para fortalecer nossa determinação.

Podemos admirar as pessoas ao nosso redor, pela sua tenacidade e fortaleza: “Como conseguem sair da cama tão cedo e correr todas as manhãs?”. Então, começamos a nos perguntar se nos falta disciplina ou se é algo inato.

Mas a disciplina não é algo com que se nasce, é uma habilidade que se cultiva.

É preciso muito mais que um capricho ou desejo passageiro para poder ser disciplinados. A disciplina é um tema de treino diário.

sábado, 26 de dezembro de 2015

A FAMÍLIA É TUDO

A solidão absoluta é chegar em casa e não ter ninguém a quem dizer um simples: “estou casado, meu dia foi puxado hoje...”. Não precisamos de muito para viver bem – para ser feliz basta uma família e pouco mais. 

É a família que faz da casa um lar. O refúgio onde uma vontade de chorar não é motivo de julgamento, apenas e só uma necessidade súbita de... família. De um equilíbrio para o qual o outro é essencial... assim também se passa com a vontade de sorrir que, em família, se contagia apenas pelo olhar. 

Nos dias de hoje vai sendo cada vez mais difícil encontrar gente capaz de ser família. Os egoísmos abundam e cultiva-se, sozinho, o individual. Como se não houvesse espaço para o amor. 

Todos temos sentimentos mais profundos. Cada um de nós é uma unidade, mas o que somos passa por sermos mais do que um. Parte de unidades maiores. Estamos com quem amamos e quem amamos também está, de alguma forma, connosco. O amor é o que existe entre nós e nos enlaça. Onde uma vontade de chorar é um sinal de que há algo em mim que é maior do que eu... por vezes, nem preciso de chorar.... apenas a vontade me indica o caminho da humildade e do amor. Sozinho não consigo chegar a ser eu... 

Uma verdadeira família é simples. É o lugar onde todos amam e protegem a intimidade de cada um. Ninguém é de uma família à qual não se entrega. Mas não é fácil. É preciso ser forte o suficiente para dizer não a um conjunto enorme de coisas que parecem muito valiosas, mas que não passam de ocas aparências de valor. 

Há muita gente que gosta de complicar para fugir ao que é simples. Para que me serve um palácio se nele a minha solidão se faz ainda maior?

A família é algo simples – puro – mas muitíssimo difícil de alcançar. Implica a renúncia constante aos artifícios do fácil e do imediato. Exige que nos concentremos num caminho longo que acreditamos (sem grandes provas) que é o único que nos pode elevar e levar ao céu. 

Numa família há afeto e exemplo, há limites e respeito, há quem nos aceite como somos sem deixar de nos animar a sermos melhores, sem excessos mas com a paciência de quem ama. 

A paz resulta de um equilíbrio de elementos diferentes. Não através de um esforço de anulação do que é único de cada um, mas precisamente pela riqueza de o orientar rumo a um fim conjunto e harmonioso. Uma espécie de enriquecimento recíproco dos contrários. Promover o bem do outro não é fazer com que se torne semelhante a mim. 

A família é tudo que temos nesse mundo. Podemos ser apenas dois... mas é aí, e só aí, que podemos ser felizes. Longe de casa estamos sempre a caminho. O nosso coração não descansa senão nos braços de quem tem vontade de sorrir e de chorar conosco.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

NATAL

Um Menino nos nasceu, pobre e frágil de uma Virgem Mãe. Quantos viram foram inundados pela paz desse Menino, descido do céu no meio da noite. Agora, passada a noite, vencida a aurora, com o sol já alto, poderemos ver melhor: Quem é Aquele que repousa nos braços da Virgem Maria. 

Esse Menino é a fonte da vida é o único que pode preencher o vazio que o pecado deixou em nosso coração. Ele veio para assumir a nossa vida humana e assim oferecer sua vida divina; ele tomou o que é nosso – fraqueza, mortalidade, fragilidade – para dar-nos o que é seu – força, imortalidade, vigor! Ele veio para encher a nossa vida de graça e de verdade. Ele é o Emanuel o Deus Conosco. 

No Natal, nós damos presentes. É para nos lembrarmos do grande presente que Deus Pai nos deu, o seu Filho. Receber esse presente é acolher bem a Jesus em nossa casa e em nosso coração. Desembrulhá-lo é procurar conhecer melhor a Jesus. Dizer muito obrigado é celebrar a Missa do Natal, rezando e cantando com alegria. 

Neste Deus hoje nascido da Virgem, a nossa humanidade foi unida ao próprio Deus. Hoje a força do pecado começou a ser quebrada, hoje a doença da nossa natureza humana, tão propensa ao pecado, ganhou seu verdadeiro remédio, hoje, fazendo-se homem mortal, o Salvador nosso veio trazer a medicina que cura a nossa morte! 

Por tudo isso, nunca percamos de vista a graça que recebemos pelo dom da fé! Vivemos num mundo confuso, de mentiras e idolatrias. O homem pensa poder fazer sozinho a sua vida, encontrar ao seu modo a felicidade. A Solenidade de hoje nos recorda que a humanidade precisa de um Salvador – e esse Salvador é Jesus! 

Neste dia de tanta luz e paz, a mesma Palavra de Deus que nos enche de doçura traz uma nota de treva, traz já uma ponta de cruz: “A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram!” 

O mundo o perseguiu por Herodes, o exilou na fuga para o Egito, o mundo o contestou nos escribas e fariseus, o mundo o julgou e condenou como blasfemo em Caifás, como louco em Herodes, o mundo lavou as mãos ante ele e o crucificou em Pilatos! O mundo ainda hoje nele cospe com o aborto e o desprezo pela vida humana, o mundo o flagela com o consumismo e a impiedade, o mundo o crucifica com a imoralidade e a destruição da família... 

Vivemos num tempo difícil, quando o cristianismo e a Igreja de Cristo são caluniados e perseguidos, denegridos pelos meios de comunicação. 

Muitos ainda não estão dispostos a acolher Aquele que nasceu para nós; o mundo continua envolto em trevas; Porto Alegre continua envolta em trevas! Basta que saiamos daqui e veremos como a nossa paz será desmentida pela futilidade, pela decadência moral, pela soberba de um mundo cheio de si e satisfeito com sua própria treva! 

Deus veio a nós, nasceu para nós! Mas o mundo o rejeitou, o mundo o desprezou, transformou o seu Natal numa festa de consumo. 

O mundo nos propõe uma liberdade torpe, fundada nos caprichos, na loucura de fazer aquilo que se quer; o mundo nos tenta convencer que cada um é a sua própria medida; o mundo nos ensina a viver como escravos dos próprios desejos. Aí estão: famílias destruídas, filhos sem pais, um rio de abortos e infelicidade, jovens sem esperança, drogadicção, uma sociedade sem valores. 

Bem outro é o caminho que o Salvador hoje nascido nos aponta. Deixemos que sua santa lei de amor e graça inunde nosso coração, penetre nas nossas famílias. Então, seremos realmente humanos, seremos realmente felizes! 

Mas, nós, cristãos temos a graça de acolhê-lo, de contemplá-lo, de crer nele, de ouvir sua Palavra e comungar com imensa alegria e gratidão seu Corpo e Sangue nascido, morto e ressuscitado por nós! 

É verdade que o mundo não o acolheu, mas: “A todos que o receberam, deu-lhes a capacidade de se tornarem filhos de Deus. Somos nada menos do que isso. Verdadeiros filhos de Deus e herdeiros do céu. Seja bem-vindo, Santo Menino!

Estou pensando em Deus / Estou pensando no amor 
Tudo seria bem melhor / Se o Natal não fosse um dia 
E se as mães fossem Maria / E se os pais fossem José 
E se os filhos parecessem / Com Jesus de Nazaré
Estou pensando em Deus / Estou pensando no amor

NATAL

Hoje nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor! Razão de nossa alegria. Vamos abrir nosso coração para acolher amor de Deus que vem a nós nesta Noite Santa. Por Ele os anjos cantam jubilosos: Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na Terra aos homens por eles amados. Por ele os santos exultam de alegria! 

Alegremos-nos com todas as pessoas de fé, pois nasceu o Deus-menino! Não existe mais distancia em Deus e a humanidade. Ele é o Emanuel o Deus Conosco. 

Esta noite nos chama à vida nova. Cristo quer ser luz em sua vida, esperança em suas dores e salvação em sua cruz. 

Irmãos nessa noite santa, ao contemplamos o menino Deus, o Emanuel, deitados na manjedoura lembremos ao menos uma vez que: o mais simples é o mais importante. 

São as coisas simples que dão sentido a vida, que ficam para sempre em nossa memória e em nosso coração. O cheiro da comida mãe, as brincadeiras de nossa infância, o vento fresco na sobra de uma árvore, andar com pés descalços no gramado, um banho de rio, uma fruta colhida no pé, a família reunida em torno da mesa, um telefonema inesperado. Simples é o colo da mãe, o sorriso da criança, simples é gratuito é o amor de Deus. 

Infelizmente muitos, encastelados em sua arrogância julgam poder fazer sozinho a sua vida, encontrar ao seu modo a felicidade. A Solenidade de hoje nos recorda que a humanidade precisa de um Salvador – e esse Salvador é Jesus! 

Jesus nasceu. Nada mais pode nos derrubar, nem a doença, nem mentira, nem a calunia nem a traição, nem a ingratidão, nem a morte. Não temos motivo para tristeza. 

Como nos ensina o Papa Francisco:

Natal somos nós quando decidimos nascer de novo, a cada dia, nos transformando, em possas mais gentis, pacientes, tolerantes amáveis. 

Somos o pinheiro de natal quando resistimos vigorosamente aos tropeços da caminhada. 

Somos os enfeites de natal quando nossas vidas são adornadas de virtudes, e nossos atos de generosidade. 

Somos os sinos do natal quando chamamos, congregamos e procuramos unir as pessoas e as famílias. 

Somos luzes do natal quando simplificamos e damos soluções. 

Somos presépios do natal quando nos tomamos pobres para enriquecer a todos. 

Somos os anjos do natal quando cantamos ao mundo o amor e a alegria. 

Somos os pastores de natal quando enchemos nossos corações com o amor de Deus. 

Somos estrelas do natal quando conduzimos alguém ao Senhor.

Somos os Reis Magos quando damos o que temos de melhor, não importando a quem. 

Somos as velas do natal quando distribuímos harmonia por onde passamos. 

Somos Papai Noel quando criamos lindos sonhos nas mentes infantis.

Somos os presentes de natal quando somos verdadeiros amigos para todos. 

Somos cartões de natal quando a bondade está escrita em nossas mãos. 

Somos as missas do natal quando nos tomamos louvor, oferenda e comunhão. 

Somos as ceias do natal quando saciamos de pão e de esperança, o próximo que passa por necessidades. 

Somos as festas de natal quando apesar das dificuldades da vida paramos de reclamar e começamos a ver as coisas boas em cada e louvamos ao Criador de todas as coisas.

Somos sim, a Noite Feliz, quando somar capazes de sorrir com confiança e ternura em todos os momentos e circunstâncias. 

Saíamos daqui felizes e cheios de esperança porque nasceu hoje para nós um menino que veio trazer a salvação!

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

NATAL - RENOVAM-SE AS ESPERANÇAS

Em todas as casas há luzes e pinheirinhos enfeitados. É  Natal, tempo de amor, paz e solidariedade. Nossa paróquia fez uma grande festa para as crianças, distribuímos alimentos e brinquedos para os moradores da Vila Conquista. Todos estão felizes. Este deve ser o verdadeiro espírito de Natal: paz, amor, fraternidade, amizade, verdade. 

Resumindo, este sempre foi o objetivo do Natal: fazer com que o coração das pessoas de todos os cantos do planeta, seja tocado por sentimentos de paz, amor e solidariedade. No fundo, a cada ano que passa, é a esperança renovada por um mundo melhor, livre da energia do ódio e do egoísmo que contamina corações e mentes.

No Natal, o nosso lado puro, criança, ressurge, pois neste dia em que Cristo nasceu, temos a chance de renascer para novos sentimentos em relação ao outro e em relação a nós mesmos. A sensação de experienciarmos uma energia diferenciada parece invadir a nossa alma: confraternizamos paz, perdão e amor na ceia de Natal como não fizemos nos demais dias do ano.

E esse tempo natalino é um momento de êxtase, de sublimação da realidade contrária ao sentimento que une mentes e corações humanos em apenas uma noite e um dia, experiência que repetidamente desafia a capacidade do homem de olhar para dentro de si mesmo na perspectiva de “algum dia” no calendário, assumir o amor como instrumento transformador de realidades. Por outro lado, o Natal supera interesses mesquinhos, à medida que a energia do amor ofusca o que insiste em permanecer nas sombras.

A felicidade natalina, não pode ser resumir a uma situação momentânea projetada para uma realidade de mundo idealizado pela humanidade. Nesta noite-dia somos crianças com o brilho nos olhos, o coração que acelera de alegria e felicidade, e a esperança no coração da fantasia tornar-se permanente realidade. E esse dia tão esperado depende de todos, mas ao mesmo tempo, de cada um de nós, ou seja, de fazermos de cada dia um dia onde os sentimentos do Natal estejam presentes nas relações humanas. Nesse simbólico sentido, a edificação de uma árvore de natal que dure para sempre é o nosso maior desafio. Um árvore que em sua base, como orienta-nos a tarefa escolar, a mentira seja substituída pela verdade. Depois, no sentido ascendente, a injustiça substituída pela justiça; a inimizade pela amizade e o perdão; o egoísmo pela solidariedade; e no topo da árvore, o ódio substituído pela paz e pelo amor.

Portanto, aproveitemos o espírito natalino para fundarmos os alicerces da árvore de Natal do futuro. Mas para isso, no nascimento de Cristo, precisamos renascer em busca de um novo homem que acredite ser a felicidade natalina, um nível consciencial plenamente alcançável por aquele que percebe ser a energia do amor um instrumento transformador de realidades.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

QUERIDOS CATEQUISTAS...

"Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça". Jo 15,16

Parabéns pelo seu SIM ao chamado de Deus para trabalhar na sua vinha, em que os frutos são a geração de novos filhos para o Senhor. O que dizer mais? Como não homenageá-los? Afinal, quanta dedicação, esforço e doação para que a semente do REINO, O Evangelho, seja lançada no coração das crianças e jovens, seus catequizados. 

Não posso deixar de louvas ao Bom Deus pela vossa generosidade em servir a Jesus na sua Igreja como trabalhadores da primeira hora que preparam o terreno a fim de que a VIDA, o AMOR e a ESPERANÇA possam desabrochar.

Realmente, SER CATEQUISTA é ser APÓSTOLO da GRATUIDADE! Portanto, minha eterna gratidão por tudo o que já fizeram, fazem e ainda hão de fazer no serviço da catequese. Somente Deus será capaz de recompensá-los! 

Recebam hoje a nossa pequena e singela homenagem:

Ainda que o(a) catequista tivesse toda retórica e oratória e falasse todas as línguas, sem o amor, nada seria. Ainda que conhecesse toda a Bíblia e toda a teologia, sem fé, nada seria. Ainda que doasse todo o seu tempo às crianças, aos jovens e adultos, e doasse sua vida à Igreja, sem gratuidade, nada seria. 

O(a) catequista é: dedicado(a), criativo(a), amigo(a) das pessoas e testemunha da fé. 

Não é simplesmente um(a) professor(a), um(a) palestrante; procura crescer, porém, com seu(sua) catequizando(a), na dinâmica da fé. 

E ao vê-lo(a) crescer na fé, tudo aposta, tudo faz por ele(a). 

As teorias desaparecerão, as dinâmicas também... Muita coisa passará. Na vida, porém, ninguém se esquecerá do(a) seu(sua) catequista. 

PARABÉNS CATEQUISTAS PELO VOSSO DIA!

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Qual a verdadeira identidade masculina?

Sandro Arquejada
(Missionário da Canção Nova)

Na sociedade atual, qual é a verdadeira identidade masculina?

Nunca se falou tanto em direitos humanos e dignidade da pessoa quanto nos tempos atuais. Porém, contrário a esses discursos, o cotidiano mostra, cada vez mais, o aumento do número de casos de crimes e violência de cunho sexual. É uma falsa ideia de liberdade que prega o uso do corpo para alcançar o prazer, pois, na prática, os resultados têm se mostrado de libertinagem e prejuízo próprio. As consequências de tudo isso são, em sua grande maioria, sentidas pelos mais fracos e indefesos, mulheres e crianças. Assim, fica óbvio atribuir ao ser masculino não só a autoria dos crimes, mas um desvio no comportamento dos homens desta geração.

Então, podemos nos perguntar: “O que está acontecendo com o homem – ser masculino? Por que tantos episódios do uso da força e autoridade para estupros e pedofilia? E ainda, por que vemos tantas esposas frustradas com o maridos, e filhos com os pais?”.

Para responder a tudo isso é preciso recorrer à essência do homem. O Beato João Paulo II disse, num de seus discursos, que “o mistério da masculinidade se revela em toda a profundidade no significado gerador e paterno”. Ou seja, a primeira e mais profunda vocação do homem é ser pai. Seguindo nesta descoberta, encontraremos o sentido completo e a forma ideal de desenvolver a paternidade. Frei Raniero Cantalamessa, pregador oficial do Vaticano, comparou o amor de Deus ao amor humano de pai e mãe distintamente. Dizia ele: “O amor paterno é feito de estímulo e solicitude; o pai quer o filho crescido e levado à plena maturidade”.

A paternidade é feita pela solicitude e pelo estímulo. O homem é aquele que ensina a realizar, trabalhar e, enquanto não vê seu aprendiz chegar à maturidade, ele se faz seu provedor. A realização pessoal masculina está em transformar os elementos do cosmos para si, para a família e para a sociedade. No início, Deus manda que o homem extraia sustento da natureza (Gn 3, 17).

Desde a época das cavernas foi assim. Então, o cérebro dos homens tem sido condicionado a desenvolver diferentes percepções ao da mulher. O homem saía para caçar, o que lhe trouxe maiores aptidões em áreas específicas para cumprir esse seu ofício, como um maior senso de direção (localização, orientação e posicionamento), também de foco em um alvo (a presa), o que o tornou mais sensitivo aos apelos visuais, e ainda agilidade e força física.

Também o homem é mais inclinado ao ato sexual por uma razão biologicamente fácil de entender. Ele possui a semente (sêmen), então, a excitação nele diz respeito ao tempo para distribuir as sementes, diferente do organismo feminino que gera e amamenta. Buscando desde a troca de olhares, indícios de segurança e companheirismo para o tempo suficiente de criar os filhos, isso fez a mulher levar mais tempo para se convencer do sexo.

Essa erotização e insistente incidência de estímulos sexuais, quase em todos os ambientes em que estamos, podem acabar tirando todo ser humano do domínio de si, de suas forças vitais e, consequentemente, alterando o comportamento social, pois o dom da sexualidade não diz somente respeito aos órgãos genitais, mas de todos os aspectos da pessoa humana, inclusive em sua capacidade de criar vínculos afetivos, até mesmo de amizades (Catecismo da Igreja Católica, 2332).

Por isso, com a revolução sexual e a massificação do sexo, o alvo mais suscetível foi o ser mais visual e propenso ao ato em si: o homem. “Quando um homem olha, repetidamente, para uma pornografia, ele encontra dificuldade em se relacionar com mulheres na vida real, pois se acostuma a ver as mulheres como ‘objetos a serem usados’. O prazer acintoso toma o lugar do amor e a fantasia substitui a realidade” (O brilho da castidade, Prof. Felipe Aquino, Ed. Cleofas, pág 77).

Sendo tão subjugado por suas paixões, o ser masculino tende a esvaziar de suas capacidades o sentido e a forma plena de canalizar sua essência. Sua força agora será usada para satisfazê-lo, sua autoridade para impor. O vigor próprio do homem, sem estar direcionado para sua finalidade paterna, esvai-se, tornando o homem um indivíduo de mentalidade fraca, sem firmeza e decisão, com medo da vida e suas exigências.

Aprender e assumir ser “chefe de família” corresponde, antes de tudo, a uma responsabilidade e um serviço perante a mulher e os menores na sociedade. Mas, não raro, percebemos muitas famílias que carecem de presença e bom exemplo por parte do pai, tornando esposas acuadas e filhos revoltados. Ou, então, em casos cada vez mais crescentes, estupros e abusos de menores. Quem deveria proteger está sendo treinado a agredir pela indiferença verbal ou física. É a animalização do ser masculino. O feminismo também ajuda neste processo, quando, declaradamente, toma o lugar do homem na sociedade ou, quando velado, inverte, sorrateiramente, os papéis de homens e mulheres, até fabricando o homem de hoje como um sujeito vaidoso em excesso.

É certo também que as mulheres, quando apelam para a sensualidade, ajudam que todo o nosso sentido visual desperte instintos primitivos. Mas não precisamos permanecer olhando. Homem, fuja do que lhe é tentador. Não estou buscando culpados, apenas alertando-os dos perigos. Algumas mulheres podem estar contribuindo, mas não são as culpadas. Enquanto não mudarmos o nosso foco e nos inspirarmos na castidade e na pureza da Sagrada Família, nada disso vai mudar. Para todos nós, seres humanos – falando principalmente aos homens –, começando por aquilo que é visual e com o conteúdo que estamos absorvendo, devemos nos preencher de sentido existencial por meio dos exemplos dos santos e de Cristo Jesus.

Partindo da consciência do que precisamos ser – pais, estimuladores, provedores, presenças, companheiros e castos –, é que conseguiremos introduzir algo bom no lugar daquilo que é ruim, trocar a violência pelo amor mudando, toda uma mentalidade e a sociedade para melhor. Acredito que o olhar puro de um homem é objeto de cura e restauração a muitas mulheres que nunca tiveram isso e é o que nossas crianças esperam de nós.

São José, valei-nos e rogai por nós!

sábado, 30 de maio de 2015

UM NOVO JEITO DE CAMINHAR

Quando soube que viria para a paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, fiquei feliz e apreensivo. Feliz por depois de 20 anos voltar para minha terra, voltar para junto das pessoas que me viram crescer, apreensivo, pois como diz a Sagrada Escritura: “Nenhum profeta é bem recebido em sua própria terra”. Lc 4-24. 

No dia da posse, 07 de fevereiro, trouxe no meu coração o de desejo: colocar-me a serviço com simplicidade, e na alegria, estar próximo das pessoas. Vim para ajudar e ser ajudado na busca de um lugarzinho no céu. Vim como sacerdote, para celebrar o sacrifício de Cristo e para proclamar a Sua Palavra. Vim movido por um grande amor a Cristo e à Sua Igreja.

O que não imaginava é que, em pela época, de férias seria acolhido com tão grande amor. Todos os detalhes haviam sido cuidados com carinho, da Celebração da Missa à confraternização, sem falar do cuidado e a atenção com os amigos que me acompanhavam. Esse clima de amizade e respeito deixou o meu coração cheio de esperança e muito mais confiante no Bom Deus, que com sua Graça nos ajudará a superar todas as dificuldades que possam surgir, indicando-nos os caminhos a seguir. 

Entendo que a minha missão seja: ajudar a encontrar o caminho da verdadeira felicidade, mesmo quando os sofrimentos não possam ser superados, transmitindo a fé, a esperança, e a confiança na ação de Deus, que é pai de todos e que ama a cada um com um amor eterno. 

Trago comigo a luta contra a dependência química causa que me dedico faz 14 anos. Sou Presidente de uma obra de caridade que mantem uma casa de acolhida em Canoas, uma Comunidade terapêutica em Gravataí, e uma casa para Moradores de Rua em Viamão, além de ser o Referencial Arquidiocesano da Pastoral da Sobriedade, acompanhando diversos Grupos na Região Metropolitana de Porto Alegre. 

Peço que me ajudem a ser pai, irmão e amigo de todos: anciãos, adultos, jovens e crianças. Ajudem-me a ser proclamador do Evangelho, sempre e em todos os lugares. Juntos como irmãos, vamos trabalhar para que o Bom Deus seja mais amado. 

Vejo um povo é bom e receptivo, creiam que tenho um coração para amar a cada um, e uma confiança inabalável na ajuda da Providência Divina. 

Espero realmente ser uma presença boa, amiga e fraterna, uma presença de pai! 

terça-feira, 28 de abril de 2015

POR UM MUNDO SÓBRIO

Cada vez mais drogas para cada vez menos prazer.


A ironia perversa das drogas: é claro que droga dá prazer, se não ninguém usaria pela segunda vez. Logo de cara sofrem efeitos colaterais, ruins e suficiente para evitar qualquer desejo.

Quem fuma o primeiro cigarro de maconha pode ter efeito violento. Outra pessoa com uso prolongado começa a ter crises de paranoia suficiente para cortar o barato de qualquer um. Na outra face da moeda, maconha para alguns dá o prazer como dá o sexo e uma boa comida. Depende como o cérebro reage.

Cocaína, álcool, nicotina e maconha agem diretamente sobre o “sistema de recompensa” do cérebro aumentando a quantidade de dopamina. Dopamina circulando nos neurônios podem chegar dez vezes mais do que em estado normal e muito maior do que a encontrada durante o prazer cotidiano.

Se alguém berrar em seus ouvidos ou ir em uma balada com música super alta o tímpano se enrijece e reduz a transmissão dos sons. Resultado: é preciso aumentar o som. Tolerância em drogas surtem cada vez menos efeito das drogas, e precisa de drogas mais e mais fortes. Nunca vai ter o primeiro prazer outra vez como na primeira vez. Esse problema causa uma busca obsessiva de uma nova dose.

Cocaína por exemplo, produz uma sensação de euforia. Quando o nível de dopamina volta ao normal, o drogado quer mais e mais cocaína para tentar obter o bem estar anterior. Só obtém este bem estar com mais cocaína até aprender a dizer NÃO. Se não dizer “não” com a graça de Deus, drogas vem e vão com mais e mais intensidade. Vários exemplos colaterais: música não tem mais a mesma satisfação, sexo não é tão prazeroso. Só cocaína re-dá um prazer, e sempre menor. O prazer habitual diminui cada vez mais e precisa de drogas cada vez mais fortes como o crack.

O desejo é persistente. Podemos ficar “limpos” por meses ou anos e a memória de nosso hipotálamo sempre procurará drogas. Nunca chegamos ao “ponto zero” no sistema de recompensa. É como tentar alcançar o horizonte, nunca chegaremos lá. Drogas são um time que está sempre ganhando. Não mexa com esse time.

Sábias as palavras dos Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos, que muito antes de qualquer pesquisa científica já espalhavam entre si a mensagem de que o vício não se cura. Um alcoólatra nunca será capaz de voltar a beber “normalmente”. O vício no máximo se interrompe, ficando-se longe da droga um dia de cada vez.

GUADALUPE

Para avaliar o profundo significado de Guadalupe, é importante conhecermos o contexto histórico da época da aparição. Em 1325 os aztecas fundam a capital Fenochtitlán em uma ilha do lago Texcoco. A lenda conta que haviam visto uma águia devorar uma serpente, ainda hoje emblema nacional. Cumpriu uma profecia asteca e este emblema está a paz da imagem da Virgem.

A moralidade dos índios era defendida com rigor. Os ladrões eram punidos com a escravidão, os adúlteros com a lapidação, a pena de morte era infligida aos assassinos e aos jovens embriagados. Um Maguey, da família do cáctus, fornecia o pulque, sagrado néctar, bebida popular ainda muito usada no México; com as fibres retiradas das folhas podiam-se tecer poncho, tilma e manto que a santíssima Virgem deixou a sua imagem que era um sentimento religioso dos índios como a dança, a música, o teatro e as flores.

Primeira aparição – Era a manhã do sábado 9/12/1531, João Diego (1474-1548) indígena de Cuautitlán, há pouco convertido e batizado, se dirigia para a igreja de Santa Cruz de Tlatelolco para assistir às aulas de catecismo. Ao passar perto da colina de Tepeyac ouviu um suave gorgeio, um chilrear melodioso de passarinhos belíssimos e coloridos, cujo eco repercutia como música celestial.

João viu a bela Virgem e ela falou: “Fique bem entendido por ti, que és o menor dos meus filhos, que eu sou a sempre virgem santa Maria mãe do verdadeiro Deus, fonte da vida, do Criador que tudo compreende, o Senhor do céu e da terra. Desejo ardentemente que aqui seja construído para mim um templo, onde eu possa mostrar e oferecer todo o meu amor, a minha compaixão, o meu auxílio e a minha proteção – porque eu sou a vossa mãe misericordiosa – a ti, a todos os habitantes desta terra e aos outros devotos que me invocam com confiança. E para realizar o que minha clemência quer, irás ao palácio do Bispo Frei João de Zomararraga, do México, para dizer-lhe que fui eu que mandei.”

O prelado não acreditou nele. João Diego retomou o caminho de volta, desanimado e triste porque a sua missão não havia obtido êxito. João falou: “Te peço veementemente, minha Senhora e minha menina, que confies a tarefa a uma pessoa importante, eu sou um homem simples e um índio pobre.” A Virgem mandou João outra vez.

O bispo, com o objetivo de verificar a coisa, fez muitas perguntas, a que João Diego respondeu com grande exatidão. Então, pediu-lhe um sinal. Terceira aparição – João explicou o que aconteceu. A Senhora o viu e disse-lhe: “Tudo isso está muito bem, meu filhinho, voltarás aqui amanhã para o “sinal” que ele pediu. Então ele acreditará em mim. Agora vai-te embora, porque amanhã estou aqui esperando por ti.” No dia seguinte, uma segunda-feira, João Diego não se apresentou ao encontro marcado, porque na noite anterior, ao chegar em casa, havia achado o tio João Bernardino gravemente enfermo. O próprio tio pediu um sacerdote que viesse depressa confessá-lo eprepará-lo para uma boa morte.

Quarta e quinta aparição – Terça-feira, 12 de dezembro, antes do amanhecer, João Diego já estava a caminho do Tlatelolco à procura de um sacerdote... Seguiu outro percurso, em torno da colina, na direção do oriente, para assim poder chegar ao México mais depressa, sem entreter com a Senhora do céu. Apesar disso, ele a viu descer da colina. “Que houve, meu pequeno? Para onde está indo?” “Minha menina, minha filha pequeníssima, Senhora, espero que estejas contente. Sei que vou entristecer-te, mas quero que saibas que um tio meu está gravemente doente, contagiado pela peste. Estou indo buscar um sacerdote. Amanhã virei aqui sem falta.” Maria lhe disse: “Não estou aqui, eu que sou a sua mãe? Fica certo que neste momento o seu tio será curado. Sobe a árida colina para colher rosas magníficas e frescas, rosas de Castilha, desabrochadas fora da estação, muito perfumadas e cheias de orvalho.

Colocou-as no seu manto rústico (tilma/poncho) e, em seguida, como mensageiro digno de confiança, retomou o caminho ao longo das montanhas que levava diretamente ao México. Chegando ao palácio, ajoelhou-se diante do bispo e, depois de haver repetido a mensagem, abriu o manto branco que até então mantivera apertado contra o peito. Assim que as rosas de Castilha caíram no chão, apareceu sobre o manto a belíssima imagem da sempre Virgem mãe de Deus, que ainda hoje pode ser vista no santuário de Tepeyac, que traz o nome de “Guadalupe”.

Depois, João Diego ficou perto da igrejinha de Tepeyac, da qual foi guardião e cicerone durante 17 anos, simples e humilde, testemunha e apóstolo, totalmente consagrado ao serviço da Virgem morena. Depois da aparição de Guadalupe, as conversões ao cristianismo aconteceram em massa: 15 mil batismos por dia!

O sacerdote padre Miguel Hidalgo y Costilla, a 15/9/1810, com uma bandeira de Guadalupe iniciava a luta pela independência do México.

domingo, 5 de abril de 2015

FÉ NA RESSURREIÇÃO


"Ele viu, e acreditou." João 20,8

"É preciso a graça de Deus para acreditar na Ressurreição."  Carlos de Foucault

Quando os apóstolos de encontraram com o Ressuscitado a primeira reação foi medo, pensavam que estavam diante de um fantasma. O Senhor disse: - Vejam minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo. Um espírito não tem carne nem ossos como vocês podem ver que eu tenho. Dizendo isso, Jesus mostrou as mãos e os pés. E o medo se transformou em uma imensa alegria.

Acreditar é muito importante, pois toda a nossa felicidade depende da É a fé na Ressurreição. 

Jesus está vivo e ressuscitado! Acredita nisso meu irmão, minha irmã, pois disse depende a tua vida.

É a fé na Ressurreição nos dá a capacidade de passarmos pelos problemas, porque eles são passageiros. E a ultima palavra será sempre daquele que venceu. Se nós não acreditamos na Sua Ressurreição, cada tribulação se torna um desespero e, em vez de caminharmos sobre os problemas, nós afundamos com eles.

É a fé na Ressurreição livra você de todo medo, angústia e sofrimento. Jesus, no Horto das Oliveiras, viveu um momento de muita tristeza, mas Ele não sucumbiu. A Sua É a fé na Ressurreição O fez vencer.

É a fé na Ressurreição que nos da à força necessária para vencermos. É a fé na Ressurreição que nos faz saber que se Jesus venceu a morte, nós também venceremos os nossos problemas.

É a fé na Ressurreição que nos faz acredita que outra vida nos espera.

É a fé na Ressurreição que nos faz receber a cura.

É a fé na Ressurreição nos faz acreditar que a vida vale à pena.

É a fé na Ressurreição que nos faz lutar pelas pessoas que amamos.

É a fé na Ressurreição que nos colocando acima de qualquer obstáculo que a vida possa nos apresentar. 

É a fé na Ressurreição que traz a pessoa que estava pedida no pecado de volta à vida. 

É a fé na Ressurreição a única força capaz de fazer alguém se livrar do álcool e das drogas.

É a fé na Ressurreição que nos das à serenidade de saber que não importa como foi o dia de hoje, no fim tudo acabara bem.

É a fé na Ressurreição que nos faz acreditar que podemos sempre dar a volta por cima. 

É a fé na Ressurreição que nos dá força para perdoar uma traição, uma ingratidão, uma agressão, nos devolve a paz interior e me faz passar mais leve pela vida.

É a fé na Ressurreição que nos faz levantar da cama todas as manhãs para enfrentar a luta diária carregando a cruz de cada dia.

É a fé na Ressurreição que não nos deixa desanimar quando caímos e nos ajuda a levantar mais uma vez.

É a fé na Ressurreição que nos faz continuar acreditando mesmo quando todos nos dizem desiste não tem mais jeito.

É a fé na Ressurreição que mantém a família unida quando perde os pais.

É a fé na Ressurreição que não deixa uma mãe enlouquecer quando perde um filho.

Irmãos amados, a lista ainda poderia ser muito maior, mas enfim, não existe força de mal tão grande que pela É a fé na Ressurreição não possa ser vencida.

A força que a Palavra da Palavra de Deus vem dessa verdade: Cristo Ressuscitou, Ele morreu, mas está vivo. 

Não sei explicar meus irmãos, mas se pararmos para pensar existe algo dentro de nós nos dá testemunho disso, faz-nos sentir que é verdade.

Deixe seu coração acreditar, se permita ter fé na ressurreição, e Receba do Ressuscitado a força que cura te faz vencer.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

PODER DO SANGUE DE JESUS

Queres conhecer o poder do Sangue de Cristo? Voltemos às figuras que o profetizaram. Recordemos a narrativa do Antigo Testamento. Disse Moisés: “Imolai um cordeiro de um ano e marcai as portas com o seu sangue” (Ex 12,6-7).

Que dizes Moisés? O sangue de um cordeiro tem poder de libertar uma pessoa dotada de razão?

“Claro que não! Liberta não porque é sangue, mas por ser figura do sangue do Senhor. Se, agora, o inimigo, em vez do sangue simbólico marcando as portas, vir brilhar, nos lábios dos fiéis, portas do templo dedicado a Cristo, o Sangue verdadeiro, fugirá para ainda mais longe!”.

Queres compreender mais profundamente o poder deste Sangue? Repara de onde ele começou a correr e de que fonte brotou. Começou a brotar da própria Cruz, e a sua origem foi o lado do Senhor. Estando Jesus já morto, e ainda pregado na Cruz – diz o Evangelista – um soldado aproximou-se, feriu-lhe o lado com a lança, e, imediatamente, saiu água e sangue: água, símbolo do Batismo; sangue, símbolo da Eucaristia.

O soldado, transpassando o lado de Cristo, abriu uma brecha na parede do Templo Santo! Eu, encontrando um grande tesouro, alegro-me com estas riquezas extraordinárias! Assim aconteceu com este Cordeiro (de Deus, Jesus): eles mataram um cordeiro e eu recebi o fruto do sacrifício!

“De seu lado saiu Sangue é Água” (Jo 19,34) – não quero (fiel cristão) que trates com superficialidade o segredo de tão grande Mistério. Falta-me explicar-te outro significado místico e profundo! Eu disse que esta Água e este Sangue são símbolos do Batismo e da Eucaristia. Destes Sacramentos nasceu a Santa Igreja, pelo banho de regeneração e renovação no Espírito Santo, isto é, pelo Batismo e pela Eucaristia, que brotaram do lado de Cristo. Pois Cristo formou a Igreja do seu lado transpassado, assim como do lado de Adão foi formada Eva, sua esposa.

Por esta razão, a Sagrada Escritura, falando do primeiro homem, usa a expressão “ossos dos meus ossos e carne de minha carne” (Gn 2,23), que São Paulo menciona, aludindo ao lado de Cristo. Pois assim como Deus formou a mulher do lado do homem, Cristo, do seu lado, nos deu a Água e o Sangue, para que surgisse a Igreja. E assim como Deus abriu o lado de Adão, enquanto ele dormia, também Cristo nos deus a Água e o Sangue, durante o sono de sua morte.

Vê como Cristo se uniu à sua Esposa (a Igreja)! Vê com que alimento nos sacia! Do mesmo alimento nos faz nascer e nos nutre. Assim como a mulher, impulsionada pelo amor natural, alimenta com o próprio leite e o próprio sangue o filho, que deu à luz, também Cristo alimenta sempre com seu Sangue aqueles a quem deu o novo nascimento.

(São João Crisóstomo, 2ª leitura da Sexta-Feira Santa)

QUINTA FEIRA SANTA

O que você faria se soubesse que morreria amanhã? O que você falaria para as pessoas que te cercam se soubesse que aquelas seriam suas últimas palavras? Quais seriam seus atos se soubesse que seriam seus últimos gestos? Se você fosse um pregador, qual seria o seu último sermão?

Essa era exatamente a condição de Jesus. Diz a Bíblia que “sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai...” (v.1). Jesus sabia exatamente o que o aguardava ainda aquela noite. Ele sabia que horas depois seria traído, entregue aos principais sacerdotes e abandonado pelos seus discípulos. Por isso, aquelas eram horas preciosas. Com certeza muito havia a ser dito. Muitas palavras a serem proferidas. Muitos conselhos a serem dados. Inúmeras recomendações a serem feitas. Entretanto, naquela noite memorável, Jesus abre mão do discurso e lança mão do exemplo. Ele não fala, ele age. Ele não prega um sermão, ele vive a pregação.

O ministério terreno de Jesus durou três. E, neste tempo, os discípulos tiveram a grande oportunidade de conviver diariamente com o Mestre. Três anos ouvindo suas pregações, preleções e estudos bíblicos. Os discípulos testemunharam diversos milagres: curas, libertações e até ressurreições. Durante esse período, os apóstolos participaram da intimidade de Jesus.

O texto relata os últimos momentos de Jesus com os seus discípulos. E é exatamente para essa noite que Jesus havia reservado as últimas lições do discipulado. 

1ª Lição é o Amor -O texto diz que “tendo Jesus amado os seus, amou-os até o fim”. É um amor sem limites, um amor levado às últimas consequências. Até o dom da própria vida. 

Jesus transmite aos seus que é absolutamente impossível segui-lo sem amar. O amor é uma condição imprescindível para ser feliz aqui e participar da eternidade. 

Outro ponto que merece destaque diz respeito ao amor incondicional de Jesus. Somos amados não pelo que fazemos ou deixamos de fazer. Não é um amor baseado numa relação de troca ou barganha. Não há nada que eu possa fazer para Deus me amar mais; não há nada que eu possa fazer para Deus me amar menos. Não há nada nesse mundo que abale o amor de Jesus. Jesus amou todos, inclusive Judas.

O texto diz que Jesus lavou os pés de todos os discípulos, inclusive os pés de Judas. Jesus está lavando os pés daquele que, naquela mesma noite, iria traí-lo. Até o ultimo momento, até na hora do nojento beijo da traição, Jesus no seu amor ainda esperava Judas se arrepender e se salvar.

2ª Lição de Humildade (v. 4-5). Lucas, no seu Evangelho, narra que durante a ceia os discípulos começaram a debater entre si qual deles seria o maior (Lc 22,24). Foi exatamente no meio dessa discussão que Jesus se levanta e se despoja de sua túnica, ensinando aos seus discípulos o verdadeiro sentido de grandeza no Reino de Deus. É um crescimento que nos leva ao despojamento, desapego e serviço. 

O texto afirma que Jesus tomou uma toalha, deitou água na bacia e passou a lavar os pés dos discípulos. Quando alguém oferecia um banquete ao receber convidados, colocava um escravo na porta da entrada para lavar os pés daqueles que chegassem para a refeição. Como pode se observar, Jesus assume uma postura de um escravo.

Lembremo-nos ainda que Jesus é Deus, e, como tal, encontra-se despido de sua glória, envolto em uma toalha, de joelhos, lavando os pés de pecadores. A palavra humildade é tapeinós (grego), de onde se origina a palavra tapete. Ou seja, a raiz da palavra humildade sugere alguém que está disposto a ser pisado e humilhado. É bom recordar que, anos antes desse evento, o profeta João Batista havia dito que ele não era digno nem mesmo de desatar as sandálias de Jesus (Mc 1:7). No entanto, Jesus, o Deus encarnado, ajoelha-se diante de seus discípulos e, não apenas desata as correias de suas sandálias, mas, ainda, lava os seus pés.

3ª Lição de Serviço (v. 14-16). Jesus mostra aos seus que ser seu discípulo é, antes de tudo, ser um servo. Conta-se que, certa vez, um jovem viu o árduo trabalho feito pela Madre Tereza de Calcutá junto aos leprosos. Um trabalho árduo, difícil e sem nenhum prestígio nem reconhecimento. Ao presenciar o trabalho da devota freira, ele exclamou: “Eu não faria esse trabalho nem por um milhão de dólares!”. A freira respondeu: “Eu também não!”. Ele perguntou: “Então, por que a senhora o faz?” Madre Tereza, prontamente, lhe respondeu: “Por amor!”.

Note-se a palavra – ‘para que, como eu vos fiz, façais vós também’.

Ensinar através do exemplo não é a melhor maneira de influenciar as pessoas e inculcar fortemente os princípios ensinados. É a única. Jesus utilizou diversas formas de ensino para treinar seus discípulos: pregação, parábolas, estudos, atos. Entretanto, aqui ele se utiliza do melhor e mais eficaz método de ensino: o exemplo. Jesus não nos pediu nada daquilo que ele mesmo não tenha feito. Assim, naquela noite de quinta-feira, antes de se despedir dos discípulos, Jesus traz a eles lições preciosas. “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (v. 15).

SEXTA FEIRA SANTA

No Evangelho da paixão, nós vemos que as suas últimas palavras foram: “Tudo está consumado”. Isto é, cumpri minha missão. Fiz tudo o que o Pai me havia pedido. Nós estamos mergulhados em um mundo pecador, mas nele temos a missão de ser luz, e de cada um de nós cumprir bem a sua vocação, perseverando até o fim. 

Jesus não procurou sofrimentos, o que ele queria era fazer a vontade do Pai. Nós também não procuramos sofrimento, mas estamos firmes no desejo fazer a vontade do Pai, mesmo que isto nos custe.

Jesus não ficou em cima do muro diante dos pecadores, mas tomou posição em favor da verdade, da justiça e do respeito aos mandamentos de Deus. Nós, igualmente precisamos ser fieis a verdade e a justiça.

As palavras de Jesus nos orientam: “A verdade vos libertará.”

3 pontos vemos em Jesus, no momento da sua paixão: 

1) No meio da crise, ele rezou, buscando a ajuda de Deus Pai. 

2) Perdoou a todos os que o maltratavam e morreu sem mágoa de ninguém. 

3) Caiu muitas vezes, mas se levantou, e a morte o encontrou em pé. “Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus”.

A oposição a Jesus foi gradativa. Começou no seu primeiro discurso em Nazaré, quando quiseram jogá-lo morro abaixo.

As autoridades tentaram ignorá-lo, não deu certo; tentaram jogar o povo contra ele, não deu certo; tentaram cooptá-lo, convidando para refeições nas casas dos chefes, não deu certo, pois Jesus criava constrangimento durante a própria refeição, como o caso da pecadora que veio chorar aos seus pés; tentaram discutir com ele em público, mas Jesus sempre vencia, como caso da mulher de sete maridos, a questão do imposto a César, o caso da mulher adúltera...

A morte de Jesus foi bolada de tal modo que ninguém assumiu o crime: as autoridades judaicas passaram para a autoridade romana; esta pediu para o povo decidir, e lavou as mãos. Como o povo é anônimo, quem condenou ficou também anônimo. Na verdade ele carregou os nossos crimes e morreu em nosso lugar.

Jesus até ridicularizou a sua condenação: “Eu vos mostrei muitas obras boas; por qual delas me quereis matar?”

Jesus não mudou o seu discurso diante das ameaças de morte; pelo contrário, mostrou o próprio pecado de condená-lo.

Jesus é como o fogo do fundidor que purifica a prata e o ouro. É como o sabão das lavadeiras. Vai purificar os filhos, como a prata, para que possam apresentar a Deus uma oferenda que seja de acordo com a justiça. Os sofrimentos servem para nos purificar, a fim de que sejamos uma prata pura diante de Deus.

É interessante um detalhe do fundidor de prata. Ele fica olhando, para que a prata não passe do ponto. E o ponto é quando ele vê o seu próprio rosto refletido na prata. Este é o sinal e que ela está pura. O sofrimento produz em nós o mesmo efeito do fogo purificando a prata. Ele vai queimando tudo o que é impuro em nós. Quando Deus, ao nos olhar, vê o seu rosto refletido em nós, aí sim, estamos purificados. Jesus também passou por essa purificação, para nos dar o exemplo.

Certa vez, uma paróquia estava celebrando cinquenta anos de existência, e os jovens resolveram apresentar uma dramatização. Foi a seguinte:

O palco estava vazio, entrou uma moça e começou a falar do profeta Samuel. Enquanto ela falava, veio um rapaz do meio do povo, que tinha na camisa a palavra Samuel. “Acontece que Samuel morreu” disse a apresentadora. Nesta hora o rapaz deitou-se no chão.

Ela começou a falar de Judite e dos grandes feitos dela. Veio a Judite, que também morreu, deitando-se no chão.

Ela citou o rei Davi e suas qualidades. Apareceu Davi, que também morreu. E assim ela foi citando: A rainha Ester, S. Pedro...

Em seguida, a apresentadora citou vários cristãos da paróquia, que foram grandes catequistas e evangelizadores, mas que também já morreram. E ela perguntou: “E agora, a evangelização na nossa paróquia morreu com eles?”

Neste momento, veio do meio do povo uma jovem, subiu no palco e disse: “Nós aqui somos os continuadores desses que nos precederam. E mais: Nós não vamos deixar apagar a memória deles”. E os dois foram levantando, um por um, todos os que estavam deitados.

“Como o Pai me enviou, eu vos envio”, disse Jesus. 

Campanha da fraternidade. Em meio ao mundo violento, o cristão deve ser como o bom samaritano da parábola, isto é, dar a mão às vítimas, fazendo o que está ao seu alcance. Assim, os “feridos” terão pelo menos uma certeza: tenho irmão, uma irmã ao meu lado.

Maria Santíssima não morreu, mas também foi para o céu. No seu momento mais difícil, que foi a morte do seu Filho, certamente ela pensava: “Meu Filho, o que você poderia ter feito por este povo e não fez? Você lhes deu a vida e eles lhe deram a morte; você os salvou, eles o mataram! Mas sei que você se sente realizado, porque fez o que mais queria: a vontade de Deus Pai. Por isso eu também assumo esta minha dor, Filho. E mais: atendendo ao seu pedido, quero ser a Mãe de todos os seus discípulos.”

quarta-feira, 1 de abril de 2015

DONA MARICOTA

Hoje foi a missa de sétimo dai de Dona Maricota uma senhora por muitos conhecida e querida por todos. 

Contaram-me que, a algum tempo atrás chegando do hospital, ela disse aos familiares: 

- Pedi franqueza aos médicos, pedi que não me poupassem de saber a verdade sobre meu estado de saúde. 

Diante dos olhares ansiosos, ela continuou: - Eles me revelaram que sou portadora de uma moléstia incurável e que minha previsão de vida é de aproximadamente 4 meses. 

- E a senhora nos conta isso com essa naturalidade? Perguntou uma das filhas, em prantos. 

Continuou a senhora, com muita serenidade: - Ora, eu tenho um bom tempo para fazer tudo que já devia ter feito há muito. 

Arrumarei todos os meus armários, guardarei o que realmente uso e o resto jogarei fora ou doarei a quem precisa. Colocarei belas cortinas em todas as janelas e elas me impedirão de ficar olhando a vida alheia. Todos os dias tirarei o pó da casa e, durante esse trabalho, pensarei: Estou livrando-me das sujeiras que guardei do passado. Evitarei ouvir e assistir más notícias e alimentarei o meu espírito com leituras saudáveis, conversas amigáveis, dispensarei fofocas e não criticarei a mais ninguém. Pensarei naqueles que já me magoaram e, com sinceridade, os perdoarei. Todas as noites agradecerei a Deus por tudo que estarei conseguindo fazer nestes últimos 4 meses que me restam. Todas as manhãs, ao acordar, perguntarei a mim mesma: O que posso fazer para tornar o dia de hoje um dia melhor? E farei de tudo para transmitir felicidade àqueles que de mim se aproximarem. E a cada dia que passar farei pelo menos uma boa ação. 

Quatro meses são mais de 120 dias, portanto, quando eu fechar os olhos para nunca mais abri-los, eu terei feito no mínimo 120 boas ações. 

Todos que a ouviam, pouco a pouco se retiraram dali, indo cada um para um canto, para chorar sozinho. A mulher ali ficou e nos seus olhos havia um brilho de alegria. 

Pensava consigo mesma: não posso curar meu corpo, mas posso mudar a vida que me resta. Ela tinha uma grande tarefa: transformar seu mundo interior, tornar-se uma pessoa totalmente diferente do que já fora em apenas 4 meses ela conseguiu cumpri-la plenamente. 

O mais curioso dessa história é que, após a notícia dada aos familiares, ela viveu mais 23 anos. Ela curou a sua própria alma e sua moléstia desapareceu; ela morreu de velhice. 

"Se você não quer ser esquecido quando morrer, escreva coisas que vale a pena ler ou faça coisas que vale a pena escrever." (Benjamin Franklin) 

Os homens que tentam fazer algo e falham são infinitamente melhores do que aqueles que tentam fazer nada e conseguem." (Martyn Lloyd Jones)

sexta-feira, 27 de março de 2015

DOMINGO DE RAMOS

Esta Celebração que abre a Grande Semana da nossa fé, a Semana santíssima, que culminará com a Solenidade da Páscoa, Domingo próximo.

Já fizemos memória da Entrada do Senhor Jesus em Jerusalém. Ele é o Filho de Davi, o Messias esperado por Israel, que vem tomar posse de sua Cidade Santa. Mas, que surpresa! É um Messias humilde, que entra não a cavalo, mas num humilde burrico, sinal de serviço e pequenez! 

Seu serviço será dar a vida pela multidão. Ele é Rei, mas rei coroado de espinhos e não de humana vanglória. Seguir o Senhor nessa procissão com ramos é tê-lo reconhecido como nosso rei, rei pobre e humilde. Tê-lo seguido é nos dispor a segui-lo nas pobrezas e humildade da vida, dispondo-nos a participar de sua paixão e cruz para ter parte na glória de sua ressurreição.

Nesta manhã em minha meditação, alguns pensamentos me surgiram:

Primeiro: O meio que Deus escolheu para nos salvar não foi o que é grandiosidade, mas pela humilde obediência. 

O Filho buscou humildemente, na obediência de um discípulo, a vontade do Pai – e aí encontrou força e consolo, encontrou a certeza de sua vida. São Paulo, na segunda leitura de hoje, confirma isso com palavras não menos impressionantes: “Jesus Cristo, existindo na condição divina, esvaziou-se de si mesmo, humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz”. 

Vivemos num mundo que nos tenta a sermos os donos da verdade, desprezando os preceitos do Senhor Deus e seus planos para nós, aprendamos a humilde obediência de Cristo Jesus, entremos em comunhão com o Cristo obediente ao Pai até a morte. Só então seremos livres realmente, somente então viveremos de verdade!

Um segundo pensamento: Existem ao menos três modos de nos colocar diante do Cristo nosso Senhor. Dois modos inadequados, que deveremos evitar, e um modo correto ao que somos chamados a viver. Primeiramente, o modo dos discípulos, tão vergonhoso: “Então todos o abandonaram e figuram”. Quantos, nos apertos da vida, o abandonam: no vício, no comodismo, na busca de crendices e seitas, no fascínio por ideologias, idéias e filosofias opostas à nossa fé! Sempre o mais fácil é fugir. Depois, o modo de é “seguiu Jesus de longe”. Quem pensa poder ser discípulo pela metade; quem se ilude, pensando seguir o Senhor sem combater seus vícios e pecados; quem imagina poder servir a Deus e ao dinheiro, e a luxuria, seguir ao Senhor e aos costumes e modos e pensamentos do mundo, acabarão como Pedro: negando conhecer Jesus! 

Finalmente, uma atitude bela e digna de um verdadeiro discípulo do Senhor: que o sigam de perto até a cruz, como o Discípulo Amado, ao lado de tua Santíssima Mãe! Fiquemos com estes santos pensamentos, preparando-nos durante toda esta Semana para o Tríduo Pascal, que terá seu cume na Santa Vigília da Ressurreição! Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos, porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

quarta-feira, 25 de março de 2015

DESCONFIANÇA

"Parece que o discurso da família vai se tornando vazio, sabe? É como se fosse uma coisa que bate, mas não entra mais. Então se fecha, e nós começamos a desconfiar cada vez mais." (Maria - irmã) 

O codependente vive uma intensa desconfiança de várias coisas, dentre elas a de que está sendo roubado e enganado. Pode haver chantagens emocionais para o dependente químico conseguir dinheiro e bens materiais para serem trocados por drogas. O codependente desconfia de que seu componente familiar possa estar mentindo, começando, assim, as inúmeras interrogações, surgindo um grande sentimento de vazio e impotência de que tudo que ele está fazendo não está tendo o resultado esperado. 

O grupo de apoio/suporte revelou, por meio de suas produções e verbalizações, que essa desconfiança não é somente do codependente para com o dependente químico, mas do codependente para com ele próprio. Esse clima de desconfiança ocasiona incertezas no familiar até mesmo em relação aos próprios sentimentos ou ao conhecimento de si mesmo, e ele passa a não confiar nas suas decisões e se sente inseguro quando tem de tomar alguma atitude. 

Essa constante desconfiança produz um sentimento de vazio interior que pode resultar na perda, dentre outras, da fé e da confiança em um ser superior, tão presente nos membros desse grupo. Essa forma de expressão da codependência resultou, inúmeras vezes, na utilização de fatores curativos, como instilação de esperança e altruísmo pelos participantes durante o processo grupal. 

E quando o familiar descobre que algo de que ele desconfiava, em relação ao usuário, se concretizou, ele passa a cobrar mais ainda, fazendo inúmeras pressões emocionais e ameaças. Começam, então, a surgir, da parte do dependente químico, promessas de mudança, quase sempre não cumpridas. Não podemos nos esquecer de citar que, com isso, a família, passa a viver todo esse clima de desconfiança gerado, principalmente, pela relação de ambos: familiar com atitude de codependência e dependente químico.
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