sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

EDUCAÇÃO COM AMOR

Bullying: quando a escola não é um paraíso


Geane de Jesus Silva,
psicopedagoga, professora de Psicologia da Educação e
coordenadora pedagógica, Jitaúna, BA.
Endereço eletrônico: enaeg@hotmail.com

Brigas, ofensas, disseminação de comentários maldosos, agressões físicas e psicológicas, repressão. A escola pode ser palco de todos esses comportamentos, transformando a vida escolar de muitos alunos em um verdadeiro inferno.

Gislaine, aluna da 2ª série, de oito anos, estava faltando frequentemente à escola. Quando comparecia, chorava muito e não participava das aulas, alegando dores de cabeça e medo. Certo dia, alguns alunos procuraram a professora da turma dizendo que a garota estava sofrendo ameaças. Teria que dar suas roupas, sapatos e dinheiro para outra aluna, caso contrário apanharia e seria cortada com estilete.

Carlos, da 5ª série, foi vítima de alguns colegas por muito tempo, porque não gostava de futebol. Era ridicularizado constantemente, sendo chamado de gay nas aulas de educação física. Isso o ofendia sobremaneira, levando-o a abrigar pensamentos suicidas, mas antes queria encontrar uma arma e matar muitos dentro da escola.

Os casos descritos acima são reais e revelam a agressão sofrida por crianças dentro da escola, colhidos e narrados por Cleo Fante como parte de uma pesquisa sobre a violência nas escolas, publicados em seu livro “Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz”. Esses e muitos outros casos de agressões e violências entre os alunos desde as séries iniciais até o ensino médio, demonstram uma realidade assustadora que muitos desconhecem, ou não percebem, trazendo à tona a discussão sobre o fenômeno bullying, o grande vilão de toda essa história. Mas o que é? Quais as causas? Como prevenir?

Significado do termo

A palavra bullying é derivada do verbo inglês bully que significa usar a superioridade física para intimidar alguém. Também adota aspecto de adjetivo, referindo-se a “valentão”, “tirano”. Como verbo ou como adjetivo, a terminologia bullying tem sido adotada em vários países como designação para explicar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, intencional e repetitivo inerente às relações interpessoais. As vítimas são os indivíduos considerados mais fracos e frágeis dessa relação, transformados em objeto de diversão e prazer por meio de “brincadeiras” maldosas e intimidadoras.

Desconhecimento e indiferença

Estudos indicam que as simples “brincadeirinhas de mau-gosto” de antigamente, hoje denominadas bullying, podem revelar-se em uma ação muito séria. Causam desde simples problemas de aprendizagem até sérios transtornos de comportamento responsáveis por índices de suicídios e homicídios entre estudantes.
Mesmo sendo um fenômeno antigo, mantém ainda hoje um caráter oculto, pelo fato de as vítimas não terem coragem suficiente para uma possível denúncia. Isso contribui com o desconhecimento e a indiferença sobre o assunto por parte dos profissionais ligados à educação. Pode ser manifestado em qualquer lugar onde existam relações interpessoais.

Conseqüências marcantes

As conseqüências afetam a todos, mas a vítima, principalmente a típica (ver quadro), é a mais prejudicada, pois poderá sofrer os efeitos do seu sofrimento silencioso por boa parte de sua vida. Desenvolve ou reforça atitude de insegurança e dificuldade relacional, tornando-se uma pessoa apática, retraída, indefesa aos ataques externos.
Muitas vezes, mesmo na vida adulta, é centro de gozações entre colegas de trabalho ou familiares. Apresenta um autoconceito de menos-valia e considera-se inútil, descartável. Pode desencadear um quadro de neuroses, como a fobia social e, em casos mais graves, psicoses que, a depender da intensidade dos maus-tratos sofridos, tendem à depressão, ao suicídio e ao homicídio seguido ou não de suicídio.
Em relação ao agressor, reproduz em suas futuras relações, o modelo que sempre lhe trouxe “resultados”: o do mando-obediência pela força e agressão. É fechado à afetividade e tende à delinqüência e à criminalidade.
Isso, de certa maneira, afeta toda a sociedade. Seja como agressor, como vítima, ou até espectador, tais ações marcam, deixam cicatrizes imperceptíveis em curto prazo. Dependendo do nível e intensidade da experiência, causam frustrações e comportamentos desajustados gerando, até mesmo, atitudes sociopatas.

O papel da educação

A educação do jovem no século XXI tem se tornado algo muito difícil, devido à ausência de modelos e de referenciais educacionais. Os pais de ontem, mostram-se perdidos na educação das crianças de hoje. Estão cada vez mais ocupados com o trabalho e pouco tempo dispõem para dedicarem-se à educação dos filhos. Esta, por sua vez, é delegada a outros, ou em caso de famílias de menor poder aquisitivo, os filhos são entregues à própria sorte.
Os pais não conseguem educar seus filhos emocionalmente e, tampouco, sentem-se habilitados a resolverem conflitos por meio do diálogo e da negociação de regras. Optam muitas vezes pela arbitrariedade do não ou pela permissividade do sim, não oferecendo nenhum referencial de convivência pautado no diálogo, na compreensão, na tolerância, no limite e no afeto.
A escola também tem se mostrado inabilitada a trabalhar com a afetividade. Os alunos mostram-se agressivos, reproduzindo muitas vezes a educação doméstica, seja por meio dos maus-tratos, do conformismo, da exclusão ou da falta de limites revelados em suas relações interpessoais.
Os professores não conseguem detectar os problemas, e muitas vezes, também demonstram desgaste emocional com o resultado das várias situações próprias do seu dia sobrecarregado de trabalhos e dos conflitos em seu ambiente profissional. Muitas vezes, devido a isso, alguns professores contribuem com o agravamento do quadro, rotulando com apelidos pejorativos ou reagindo de forma agressiva ao comportamento indisciplinado de alguns alunos.

O que a família pode fazer?

Não há receita eficaz de como educar filhos, pois cada família é um mundo particular com características peculiares. Mas, apesar dessa constatação, não se pode cruzar os braços e deixar que as coisas aconteçam, sem que os educadores (primeiros responsáveis pela educação e orientação dos filhos e alunos) façam algo a respeito.
A educação pela e para a afetividade já é um bom começo. O exercício do afeto entre os membros de uma família é prática primeira de toda educação estruturada, que tem no diálogo o sustentáculo da relação interpessoal. Além disso, a verdade e a confiabilidade são os demais elementos necessários nessa relação entre pais e filhos. Os pais precisam evitar atitudes de autoproteção em demasia, ou de descaso referente aos filhos. A atenção em dose certa é elementar no processo evolutivo e formativo do ser humano.

O que a escola pode fazer?

Em relação à escola, em primeiro lugar, deve conscientizar-se de que esse conflito relacional já é considerado um problema de saúde pública. Por isso, é preciso desenvolver um olhar mais observador tanto dos professores quanto dos demais profissionais ligados ao espaço escolar. Sendo assim, deve atentar-se para sinais de violência, procurando neutralizar os agressores, bem como assessorar as vítimas e transformar os espectadores em principais aliados.
Além disso, tomar algumas iniciativas preventivas do tipo: aumentar a supervisão na hora do recreio e intervalo; evitar em sala de aula menosprezo, apelidos, ou rejeição de alunos por qualquer que seja o motivo. Também pode-se promover debates sobre as várias formas de violência, respeito mútuo e a afetividade tendo como foco as relações humanas.
Mas tais assuntos precisam fazer parte da rotina da escola como ações atitudinais e não apenas conceituais. De nada valerá falar sobre a não-violência, se os próprios profissionais em educação usam de atos agressivos, verbais ou não, contra seus alunos. Ou seja, procurar evitar a velha política do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”.

Ações exemplares

Há diversos exemplos claros de ação eficiente contra o bullying no espaço escolar. Uma delas é o programa “Educar para a paz”, criado e desenvolvido por Cleo Fante e equipe, que trabalha com estratégias de intervenção e prevenção contra a violência na escola. Além disso, também existem sites sobre o assunto como que visam a alertar e informar profissionais e pais no combate ao bullying. Destaca-se o trabalho da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Criança e ao Adolescente, com os sites: www.abrapia.org.br e www.bullying.com.br

PASTORAL DA SOBRIEDADE

Srs. (Arce) Bispos

Por solicitação de Dom Irineu Sílvio Wilges OFM, bispo referencial da Pastoral da Sobriedade no Regional Sul 3 da CNBB, tomo a iniciativa de escrever um texto que pretende ser apenas informativo e orientativo junto ao Secretariado e às Dioceses do Regional. Não será exaustivo na matéria, mas pretende reunir, de forma didática, as informações disponíveis, úteis e necessárias para o momento, no campo da dependência química.

Este texto está amparado na prática pastoral no âmbito de dependência química (DQ) na Diocese de Novo Hamburgo e no Regional, após termos percorrido praticamente todo o território do Estado do Rio Grande do Sul e manter contato permanente com praticamente todas as instituições que atuam nesta área.

Quando se falar aqui em DQ, não se estará tratando das drogas chamadas de “lícitas” (álcool e tabaco) por se tratar de um universo de tal forma amplo e pouco pesquisado que, a rigor, é difícil de ser medido. Também não se tratará da assim chamada “farmaco dependência” (uso indevido de medicamentos) igualmente por se tratar de um mundo novo e desconhecido, sabendo-se apenas que, ao que tudo indica, as mulheres são mais vulneráveis a esta dependência, por se automedicarem compulsivamente para o tratamento de beleza e ajustes no corpo, além do uso de antidepressivos e terapias relacionadas à hiper-atividade e bipolaridade.

Tentaremos sim, dar uma visão de como se apresenta o quadro do uso abusivo de substâncias psico-ativas (SPA), tais como a maconha, a cocaína e a pedra do crack, entre outras. Não existem estatísticas confiáveis sobre o assunto. O que se sabe, é que se está tratando de uma epidemia (ou pandemia, como preferem alguns). Certas pessoas dizem que 5% da população geral do Estado é usuária desse tipo de droga, o que poderia chegar a 550 mil usuários. Outros já falam em 10% da população acima dos 12 anos – hum milhão de usuários (hoje é comprovado que o uso indevido de SPA inicia aos 9 anos de idade). Em 2001, por ocasião da Campanha da Fraternidade Vida Sim, Drogas Não, a Secretaria Estadual da Educação divulgou uma pesquisa onde afirmava que, na rede estadual de educação, dos alunos homens de 12 a 18 anos, 80% já fizeram uso, em algum grau, de SPA. Recentemente o Secretário Estadual da Saúde, Sr. Osmar Terra, afirmou que o número de usuários da pedra do Crack no RS, é de 50.000. Não sei como ele chegou a esse número, pois normalmente os usuários se escondem ao invés de admitirem sua drogadição. Em todo o caso, se isso é verdade, façamos as contas: cada usuário consome ao menos duas pedras por dia. Isso significa que, no mínimo 100 mil pedras da droga entram no mercado gaúcho diariamente. Ao preço médio de $10,00, chega-se a hum milhão de reais, todos os dias, a irrigar o mercado clandestino, corrompendo pessoas particulares, instituições e mesmo órgãos de Estado, apenas com o uso da pedra, que é a 6ª droga mais consumida no RS.

Estamos falando de uma DOENÇA hereditária, transmissível, crônica, progressiva e fatal.

Para os que trabalham nesta área, o assunto é organizado da seguinte maneira:

A) Prevenção ao uso de drogas. Não há consenso no assunto assim como também não há um conjunto de medidas apropriadas e eficazes. Esse é o grande dilema das pessoas e instituições que atuam na área. Campanhas tipo crack nem pensar fazem mais mal do que bem e não devemos nos engajar nisso pois já está comprovado que tais campanhas, além de serem economicamente interesseiras, provocam o efeito contrário. O que realmente se sabe é que a droga entra na vida quando a vida se torna uma droga, e que, para inverter esta lógica, precisamos montar esquemas de prevenção fundados nos seguintes alicerces:

  • A prevenção começa na família, na medida em que se consiga desenvolver um modelo de vida familiar com limites - vida sem limites é uma droga;
  • A prevenção continua na escola na medida em que se consiga educar para os valores - vida sem conteúdo é uma droga;
  • A prevenção se consolida na Igreja na medida em que se consiga estabelecer metas e sentido para um projeto de vida aberto para o outro e para o transcendente - longe de Deus não há qualidade de vida;
  • A prevenção se expressa numa moral de atitudes no contexto da sociedade organizada e na participação em seus conselhos paritários e grupos de voluntariado. Sem isso, teremos que chamar o policial, o delegado e o promotor e confiar-lhes a tarefa de reprimir, como se essa doença fosse um caso de polícia, assim como pensam alguns órgão de comunicação.

B) Intervenção. Por intervenção se entende as ações que visem identificar usuários de droga e famílias feridas pela drogadição e dar-lhes o apoio devido na busca de superação. Isso deveria ser feito pelo setor de saúde dos municípios (Postos de Saúde, Saúde Mental, CAPs AD, etc...) e pelos grupos de apoio nas perdas. Destes grupos de apoio nas perdas, os mais conhecidos e credenciados em suas redes, no RS, são os seguintes:

    • Grupos de Amor Exigente - AE 127 grupos
    • Grupos de Alcoólicos Anônimos - AA 471 grupos
    • Grupos de Narcóticos Anônimos - NA 032 grupos
    • Grupos da Pastoral da Sobriedade 007 grupos
    • Outros grupos 023 grupos

    TOTAL 660 grupos

A Pastoral da Sobriedade da CNBB pretende criar ao menos um grupo em cada Paróquia Católica no Brasil, como ferramenta de apoio nas perdas e possível instrumento de prevenção.

C) Recuperação em DQ. A recuperação dos usuários de SPA é entendida de três formas:

  • O Ministério da Saúde adota o princípio da redução de danos, aplicado pela saúde mental e CAPs AD dos municípios, sem internação e com atendimento ambulatorial. Os resultados são desastrosos.
  • Alguns outros setores da sociedade defendem a recuperação pelo método de internação hospitalar e tratamento medicamentoso. Nossa opinião é que somente nos casos de surto psicótico é que se deve lançar mão desse método, como terapia de choque nos passos iniciais da recuperação.
  • A residência voluntária em Fazenda de Recuperação, também chamadas de Comunidades Terapêuticas (CTs) é o mais produtivo e eficaz. Entendemos por CTs, os centros de recuperação em dependência química que adotam métodos não clínicos, medicamentosos ou psiquiátricos, com PROGRAMA em tempo determinado de residência e trabalho simultâneo com as famílias.

Tendo consultado os bancos de dados abaixo relacionados, chegamos ao número de 189 CTs no Rio Grande do Sul. A relação a seguir apresenta o número de CTs em cada uma das 18 Dioceses católicas no RS. (a relação nominal das CTs pode ser pedida ao autor deste texto, via E-Mail)

Bancos de dados consultados:

  • SENAD – Secretaria Nacional Anti Drogas
  • FEBRACT – Federação Brasileira das Comunidades Terapêuticas
  • CONEN/RS – Conselho Estadual de Entorpecentes
  • PACTO/POA – Programa de Auxílio Comunitário ao Toxicômano
  • CNBBS3 – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – Regional Sul 3
  • 800 telefonemas a todas as paróquias católicas do RS

RELAÇÃO DAS CTs NAS DIOCESES - 5 MIL LEITOS

NOVO HAMBURGO 35

PORTO ALEGRE 56

BAGÉ 02

MONTENEGRO 09

CRUZ ALTA 05

SANTA CRUZ DO SUL 07

RIO GRANDE 06

PELOTAS 03

SANTA MARIA 09

CAXIAS DO SUL 14

    URUGUAIANA 03

    OSÓRIO 09

    SANTO ÂNGELO 11

    EREXIM 06

    PASSO FUNDO 06

    VACARIA 01

    FREDERICO WESTPHALEN 03

    CACHOEIRA DO SUL 04

    TOTAL 189

Tendo já passado pela maioria dessas CTs, podemos nucleá-las da seguinte forma:

  • 40% são de inspiração e orientação católica, sendo várias delas entidades membro das Dioceses e/ou Paróquias;
  • 30% são de inspiração e orientação das Igrejas Evangélicas, históricas e/ou pentecostais, todavia sempre orientadas pela espiritualidade cristã e bíblica;
  • 20% são ONGs, geralmente fundadas por grupos de pessoas feridas pela doença;
  • 10% são entidades privadas e, mormente, com fins lucrativos.

D) Ressocialização. É um dos campos de maior fragilidade. São poucos os projetos voltados para a reintegração social dos usuários de droga que buscam a recuperação. Algumas instituições apresentam algumas tentativas incipientes. São elas:

  • PACTO - Pastoral de Auxílio Comunitário ao toxicômano
  • FAE - Federação do Amor Exigente
  • UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas
  • FEBRACT - Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas
  • FNCTC - Federação Nacional das Comunidades Terapêuticas Católicas
  • FETEB - Federação de Comunidades Terapêuticas Evangélicas do Brasil
  • Pastoral da Sobriedade - CNBB
  • PATNA - Pastoral de Auxílio ao Toxicômano Nova Aurora, da Diocese de Caxias do Sul
  • CAEX - Casa do Amor Exigente da Diocese de Pelotas
  • AFRUCTO - Associação Fraternal de Recuperação Universal, na Arquidiocese de Porto Alegre
  • Rede de Fazendas do Senhor Jesus, fundada pelo Pe. Aroldo Hann SJ
  • Rede de Fazendas Esperança, fundada pelo Frei Hans OFM

E) Políticas Públicas. Neste jargão se enquadram aquelas iniciativas dos poderes públicos (sobretudo executivo e judiciário) que pretendem agir de forma integrada no combate à drogadição. Nos municípios se criam os COMENs – Conselho Municipal de Entorpecentes, também chamados de COMAD – Conselho Municipal Anti Droga. No Estado existe o correlato CONEN – Conselho Estadual de Entorpecentes; e em Brasília, a SENAD – Secretaria Nacional Anti Drogas. São organismos muito frágeis, pois, geralmente não dispõe de recursos financeiros e os recursos humanos não são suficientemente preparados. No RS existem apenas 50 COMENs, dos quais 25 funcionam. Quem mais tem ajudado, de fato, é o Ministério Público, através da instituição da JUSTIÇA TERAPÊUTICA e dos conselhos paritários: COMDICA – Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e Conselho Tutelar.

Desde 2001, a CNBB Sul 3 tem procurado consolidar uma PASTORAL DA SOBRIEDADE no Regional. Várias foram as iniciativas, algumas delas com maior sucesso, outras mais minguadas. No momento, um pequeno grupo procura manter a chama acesa, sobretudo com as seguintes iniciativas:

  • Realização de um encontro regional de articulação por ano (média de 50 participantes)
  • Realização de um encontro regional de formação por ano (média de 40 participantes)
  • Visitas à instituições de recuperação (quando solicitados)
  • Participação em congressos e eventos de caráter nacional, promovidos pelas federações
  • Outros

Cabe ainda uma pergunta final: como dinamizar a Pastoral da Sobriedade nas no Regional Sul 3 e nas Dioceses?

  • Trabalhar em íntima união com o ECODIPA
  • Continuar promovendo atividades formativas e de articulação
  • Intensificar as visitas às instituições, uma diocese de cada vez, em ações coordenadas pela coordenação diocesana de pastoral
  • Manter o espírito de unidade na diversidade.
  • Buscar a criação de grupos de apoio na perdas em todas as Paróquias do Regional Sul 3.

Estes são alguns apontamentos iniciais para uma discussão mais ampla do fenômeno da drogadição, suas implicações para a Igreja e as possibilidades de engajamento para a superação progressiva desta chaga social e também eclesial.

Cachoeira do Sul, 11 de fevereiro de 2010.

na festa de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira dos enfermos

Pe. Vitor Hugo Gerhard

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

AGRADEÇA

Olhe a sua volta. Sorria para seus amigos e para aqueles que você
pode conquistar. Dê uma boa risada!
Leia mais, viaje na sua imaginação. Cante uma canção. Lembre o
aniversário de seus amigos.
Mude de penteado. Seja disponível para escutar. Retribua um favor.
Admire o colorido e a beleza da natureza. Permita-se errar. Retribua
uma gentileza.
Demonstre que está feliz. Toque a ponta dos pés. Só por hoje, evite
dizer: "?Não posso".
Cante e assobie. Viva intensamente cada minuto. Dê palmadinhas nas
suas próprias costas.
Escute um amigo. Feche os olhos e imagine as ondas do mar. Sinta a
brisa bater no rosto.
Tenha bons pensamentos. Não se isole. Seja otimista.
Ajude a natureza. Seja tolerante. Espreguice-se.
Desperte!
Ande descalço. Diga "Bem-vindo" a quem chegou.
Permita que alguém o ajude. A-gra-deça!
Saiba que não está sozinho. Viva com "paixão". Sem ela, nada de
grande se consegue!

TERAPIA DO ELOGIO

Renomados terapeutas que trabalham com famílias, divulgaram uma recente pesquisa onde nota-se que os membros das famílias brasileiras estão cada vez mais frios: não existe mais carinho, não valorizam mais as qualidades, só se ouvem críticas.

As pessoas estão cada vez mais intolerantes e se desgastam valorizando os defeitos dos outros.

Por isso, os relacionamentos de hoje não duram.

A ausência de elogio está cada vez mais presente nas famílias de média e alta renda. Não vemos mais homens elogiando suas mulheres ou vice-versa, não vemos chefes elogiando o trabalho de seus subordinados, não vemos mais pais e filhos se elogiando; amigos, etc.

Só vemos pessoas fúteis valorizando artistas, cantores, pessoas que usam a imagem para ganhar dinheiro e que, por conseqüência são pessoas que tem a obrigação de cuidar do corpo, do rosto.

Essa ausência de elogio tem afetado muito as famílias.

A falta de diálogo em seus lares, o excesso de orgulho impede que as pessoas digam o que sentem e levam essa carência para dentro dos consultórios.

Acabam com seus casamentos, acabam procurando em outras pessoas o que não conseguem dentro de casa.

Vamos começar a valorizar nossas famílias, amigos, alunos, subordinados. Vamos elogiar o bom profissional, a boa atitude, a ética, a beleza de nossos parceiros ou nossas parceiras, o comportamento de nossos filhos.

Vamos observar o que as pessoas gostam. O bom profissional gosta de ser reconhecido, o bom filho gosta de ser reconhecido, o bom pai ou a boa mãe gostam de ser reconhecidos, o bom amigo quer se sentir querido, a boa dona de casa valorizada, a mulher que
se cuida, o homem que se cuida, enfim vivemos numa sociedade em que um precisa do outro; é impossível um homem viver sozinho, e os elogios são a motivação na vida de qualquer pessoa.

Quantas pessoas você poderá fazer feliz hoje elogiando de alguma forma?

Comece agora!

VALE A PENA DIZER QUE GOSTO DE VOCÊ

Todos nós temos necessidade de afeto. Muitas vezes temos dificuldade
em expressar o que sentimos pelas pessoas, achamos que elas sabem e
que isso é suficiente.

Mas quem não gosta de um abraço, um carinho, uma palavra amiga, uma
palavra de amor? Quem não precisa disso? Há pessoas morrendo de fome
no mundo, todos falam, mas quantas pessoas há que estão morrendo de
solidão?

Recebemos com muita freqüência mensagens dizendo que devemos dizer às
pessoas o quanto as amamos porque nunca sabemos se é a última vez que
as estamos vendo. Isso é para aliviar nossa consciência no caso das
pessoas desaparecerem repentinamente.

Mas eu digo que devemos dizer às pessoas que as amamos como se
fôssemos encontrá-las na manhã seguinte, como se fôssemos encontrar um
sorriso de volta, ou ver um brilho todo especial provocado por nós.
Acredite em mim, isso é importante.

Um dos maiores prazeres da vida é ver a felicidade das pessoas que
amamos. Há alguns anos escrevi uma frase para uma das minhas amigas
num momento em que ela não estava bem. Essa frase dizia assim: "Não
fique triste. Se você fica triste, fico triste. E eu não gosto de me
ver triste..." Ela sorriu. E nessa frase aparentemente egoísta eu
acabei dizendo uma grande verdade. Sim, porque no fundo se não fazemos
as pessoas felizes por elas mesmas, que as façamos então por nós
mesmos.

Podemos saber que alguém nos ama e isso nos deixa felizes, mas como
expressar o tamanho da felicidade que sentimos quando alguém coloca
isso em palavras, em gestos? Isso faz com que nos sintamos amados em
dobro, em triplo até.

Assim, é importante que as pessoas saibam o quanto importantes são nas
nossas vidas, o quanto nosso dia pode ficar iluminado com um sorriso
ou um gesto inesperado. E luz é algo que quando carregamos nas mãos,
além de iluminar aqueles que nos cruzam, iluminam a nós também.

Todo o amor que damos às pessoas, recebemos de volta como uma
recompensa natural. Saber que alguém pensa na gente, que nos gosta
apesar da distância, do mal-humor, dos nossos defeitos, enche a alma
de paz, de serenidade... É como um pouco de ar fresco numa janela
quando precisamos respirar. Renova o espírito! E de espírito renovado
como o dia pode ficar diferente, como o mundo pode parecer
diferente!...

UM DEUS CHAMADO RELÓGIO

As tribos de índios logo vão ficar perdidas para sempre. Vão desaparecer todas as idéias dos velhos curandeiros, parteiras, agricultores, pescadores e caçadores, nas 1.500 culturas tribais que ainda estão conosco. Por vários milhares de anos, as tribos indígenas têm desenvolvido tecnologias e artes inumeráveis. Elas sabem fazer aparecer vegetação nos desertos secos. Viajaram muitas distâncias nos oceanos com a sua sabedoria sobre correntezas. Entendem como obter remédios das plantas. Devagar, todos esses valores estão indo embora. Por exemplo: a tribo de Borneo diminuiu de 10.000 índios para 500, em dez anos. Desde 1900, 90 tribos do Brasil desapareceram. Outro problema é que os jovens das tribos, quando notam a riqueza e o poder do 1ª mundo, abandonam de suas tribos, esquecendo suas tradições. Esta riqueza está sendo perdida para o mundo moderno.

A sabedoria de uma vida passada pode melhorar nossa maneira de viver no presente. Os tesouros das tribos podem ajudar-nos a viver em humildade e alegria. Aprendendo as lições que as tribos nos ensinam, saímos das crises da velocidade, do dinheiro, da violência e da depressão mental, que ameaçam nossa maneira de viver bem e a nossa existência na sociedade moderna.

Teologia nos propõe que, não somente devemos amar e servir os menos privilegiados, mas, permitir que eles nos evangelizassem, pelos sábios tradicionais. Estes têm muito para nos ensinar na sua espontaneidade, inocência, apreciação da natureza, na compreensão das suas culturas e na cultivação dos seus seres e seus sentidos.

Uma criança da floresta, voltando à sua casa, disse: “Mamãe, um homem me deu isto dizendo que é um relógio. O que devo fazer?”. A mãe respondeu: “Use-o para quebrar nozes”. A criança protestou: “Mamãe, na cidade eles não quebram nozes com ele, mas o leva nos seus braços e, continuamente, o olham”. “Filho, o seu avô falou que os brancos têm um Deus que eles chamam de tempo, que está ligado com o seu relógio, o qual fala e manda nos brancos”. “Mamãe, se eu falo com o relógio ele falará comigo?” “Não meu filho, o relógio não fala conosco porque nós não acreditamos num Deus chamado tempo”. “Mamãe, parece que os brancos ganham as suas férias pelo relógio”. “Meu filho, nós não precisamos de férias, pois sabemos descansar quando estamos trabalhando”.

Se nós brancos pudéssemos viver sem o relógio por algum tempo e se pudéssemos ser nós mesmos, a vida seria muito diferente e, apesar de usarmos relógios, poderíamos aprender que ainda há tempo para viver.

O milagre de um novo dia

O Milagre de um novo dia
Hoje eu me levantei cedo pensando no que
tenho para fazer antes que o relógio marque meia noite.

Eu tenho
responsabilidades para cumprir hoje.

Eu sou importante.

É minha
função escolher que tipo de dia terei hoje.

Hoje eu posso reclamar
porque está chovendo ou posso agradecer às águas por lavarem energias pesadas.


Hoje eu posso ficar triste por não ter muito dinheiro ou posso me sentir
encorajado para administrar minhas finanças sabiamente, mantendo-me longe de
desperdícios.

Hoje eu posso reclamar sobre minha saúde ou posso dar
graças a Deus por estar vivo.

Hoje eu posso me queixar dos meus pais por
não terem me dado tudo que eu queria quando estava crescendo, ou posso ser grato
a eles por terem permitido que eu nascesse.

Hoje eu posso lamentar
decepções com amigos ou posso observar oportunidades de ter novas amizades.


Hoje eu posso reclamar por ter que trabalhar ou posso vibrar de alegria
por ter um trabalho que me põe ativo.

Hoje eu posso choramingar por ter
que ir à escola ou abrir minha mente com entusiasmo para novos conhecimentos.


Hoje eu posso sentir tédio com trabalho doméstico ou posso agradecer a
Deus por ter dado-me a bênção de um teto que abriga meus pertences, meu corpo e
minha alma.

Hoje eu posso olhar para o dia de ontem e lamentar as coisas
que não saíram como eu planejei ou posso alegrar-me por ter o dia de hoje para
recomeçar.

O dia de hoje está à minha frente esperando para ser o que eu
quiser.

E aqui estou eu, o escultor que pode dar-lhe forma.


Depende de mim como será o dia de hoje diante de tudo que encontrarei.


A escolha está em minhas mãos:

Hoje eu posso enxergar minha vida
vazia ou posso alegremente receber o Milagre de Um Novo Dia !

Não se Deixe Soterrar

Conta-se que um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades,
possuía alguns cavalos para ajudar no trabalho de sua fazenda.

Um dia, o capataz lhe trouxe a notícia que um de seus cavalos havia
caído num velho poço abandonado.

O buraco era muito fundo e seria difícil tirar o animal de lá. O
fazendeiro avaliou a situação e certificou-se de que o cavalo estava
vivo. Mas pela dificuldade e o alto custo para retirá-lo do fundo do
poço, decidiu que não valia a pena investir no resgate.

Chamou o capataz e ordenou que sacrificasse o animal soterrando-o ali
mesmo. O capataz chamou alguns empregados e orientou-os para que
jogassem terra sobre o cavalo até que o encobrissem totalmente e o
poço não oferecesse mais perigo aos outros animais.

No entanto, na medida que a terra caía sobre seu dorso, o cavalo se
sacudia e a derrubava no chão e ia pisando sobre ela.

Logo os homens perceberam que o animal não se deixava soterrar, mas,
ao contrário, estava subindo à medida que a terra caía, até que ,
finalmente, conseguiu sair...".

Muitas vezes nós nos sentimos como se estivéssemos no fundo do poço e,
de quebra, ainda temos a impressão de que estão tentando nos soterrar
para sempre. É como se o mundo jogasse sobre nós a terra da
incompreensão, da falta de oportunidade, da desvalorização, do
desprezo e da indiferença. Nesses momentos difíceis, é importante que
lembremos da lição profunda da história do cavalo e façamos a nossa
parte para sair da dificuldade.

Afinal, se permitimos chegar ao fundo do poço, só nos restam duas opções:

Ou nos servimos dele como ponto de apoio para o impulso que nos levará
ao topo; - Ou nos deixamos ficar ali até que a morte nos encontre. É
importante que, se estamos nos sentindo soterrar, sacudamos a terra e
a aproveitemos para subir.
Ademais, em todas as situações difíceis que enfrentamos na vida, temos
o apoio incondicional de Deus, do qual podemos nos aproximar através
da oração.
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