segunda-feira, 28 de março de 2011

Se você...

Se você já parou para admirar o incrível e interminável
trabalho de uma simples formiga...

Se você já parou espantado e tentou compreender a beleza
admirável de uma casa de abelhas...

Se você já parou e procurou acompanhar a extraordinária
velocidade e a maravilha espantosa do vôo de um beija-flor...

Se você já parou sentado no chão, e ofereceu
suas mãos para seu cão lambê-las...

Se você já parou e procurou sentir o perfume mágico
do cheiro humilde das flores...

Se você já parou e se dispôs mansamente a escutar
o barulho eterno das ondas do mar...

Se você já parou e sentiu em seus lábios o mesmo sorriso
que você viu naquela criança...

Se você já parou e sentiu derramar em seu rosto as mesmas
lágrimas que você viu descerem tristes pela face enrugada
daquele pobre velho...

Se você sentiu tudo isto, se você conseguiu compreender e
observar isto tudo, na verdade você não parou um segundo
sequer, você viveu da maneira mais intensa cada instante da
sua vida, você encheu de beleza a sua alma e de amor o seu
coração, porque saiba que você chegou bem perto de Deus...

(Autor: Flávio Ernani Barbizan)

Co-dependência é um distúrbio mais freqüente do que se imagina


Autora: Ana Paula de Oliveira
Fonte: Folha de S.Paulo, de dois de agosto de 2004.


O marido que cerceia o crescimento profissional da mulher. A mãe que faz o impossível para o filho não sair de casa. O chefe que não permite ao empregado crescer dentro da empresa. A namorada que exige do parceiro 24 horas de dedicação incontestável e absoluta. A esposa que prefere deixar o marido alcoólatra beber em casa a ir ao bar. O avô que paga ao traficante as dívidas do neto.

São exemplos genéricos, mas clássicos, de como a co-dependência --depender da dependência do outro em relação a si mesmo-- está tão profundamente enraizada no convívio social e familiar.

É uma via de mão dupla, em que, no final das contas, as partes dependem umas das outras. A mulher "podada" pelo marido controlador necessita dessa figura para se sentir protegida: ela é sua dependente, e o marido também precisa dela e alimenta essa dependência.

Embora não seja catalogada oficialmente como transtorno mental, hoje a co-dependência é tida como um distúrbio da mente.

Originalmente, o termo co-alcoólatra foi designado para caracterizar as mulheres de alcoólatras, que, na década de 70, passaram a fazer reuniões paralelas às que seus maridos freqüentavam no AA (Alcoólicos Anônimos). Nesses grupos, elas perceberam possuir um denominador comum: toda a sua vida familiar girava em torno do dependente.

Divulgada no Encontro do Colégio Internacional de Neuropsicofarmacologia, no Rio de Janeiro, em agosto de 2004, uma pesquisa que constatou que 97% das mulheres de alcoólatras preenchem o diagnóstico de co-dependência e possuem algum distúrbio de ansiedade (síndrome do pânico, fobia social). Os estudos -- feitos com 485 famílias -- foram coordenados pelo psiquiatra Jorge Jaber, fundador da Associação dos Familiares dos Dependentes Químicos, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

De acordo com Sergio Nicastri, coordenador do Programa Álcool e Drogas do hospital Albert Einstein, temendo perder o controle do sujeito subordinado, o co-dependente chega até a comprar ou pagar o vício do dependente. "Por isso existe a necessidade de tratar tanto o alcoólatra como a sua família", explica.

São dependências paralelas. Da mesma maneira que um dependente desenvolve uma ligação com a droga que não consegue controlar, o co-dependente estabelece uma relação de sujeição com o outro que não consegue controlar, como explica Jaber, que também é diretor da Abrad (Associação Brasileira de Álcool e Droga).

Auto-ajuda

Apesar de não ter participado do estudo acima, a escritora e jornalista Rita Ruschel, 54, enquadra-se perfeitamente no perfil da pesquisa. Filha de pai alcoólatra, toda sua vida foi cercada de relações de co-dependência, em maior ou menor grau. "Tentava controlar o ambiente para o meu pai não beber e minha mãe não chorar. Não tinha vida própria." Já adulta, Rita Ruschel passou, inconscientemente, a absorver o único modelo de relacionamento que conhecia: envolveu-se com alcoólatras e com homens emocionalmente indisponíveis. "Hoje sei que, como sempre tive de correr atrás do meu pai para ele gostar de mim, passei a fazer o mesmo com meus parceiros", diz Ruschel, autora de "Rita, Ritinha, Aprendendo a Amar" (ed. Ágora).

Há dez anos, Rita Ruschel começou a participar de grupos de auto-ajuda a familiares de dependentes e descobriu que fazia apenas a vontade do outro. "O co-dependente é assim. Vive em prol do outro. Hoje já começo a saber do que eu gosto. Se estou curada? Se bobear, eu me pego ainda fazendo o trabalho dos outros e colocando os amigos em primeiro lugar. Sou perigosa para mim."

Para a psicanalista Lygia Vampré Humberg, a co-dependência deve ser encarada como uma doença crônica --assim como diabetes e hipertensão. "Portanto exige contínua vigilância", orienta Humberg, que escreveu uma dissertação de mestrado sobre o tema na faculdade de medicina da USP.

De vítimas a heróis

"Eu quis viver a vida do outro, esquecendo da minha própria. Sempre fui co-dependente em todos os meus relacionamentos. Essa doença não permite que sejamos nós mesmas", conta Maria (nome fictício), em uma reunião do Mada (Mulheres que Amam Demais Anônimas).

Inconscientemente, o co-dependente se transforma em vítima, dizendo "sou coitado, mas veja como sou forte e o que eu tenho de suportar", explica a psicóloga Maria Aparecida Junqueira Zampieri. "É um heroísmo e uma necessidade dolorida de ajudar os outros", continua Zampieri, que acaba de lançar o livro "Co-dependência, o Transtorno e a Intervenção em Rede" (ed. Ágora).

São nos grupos de auto-ajuda, como o Coda (Co-dependentes Anônimos) e o Mada, que os freqüentadores se descobrem controladores compulsivos e percebem que o que procuram são relacionamentos sofridos.

Sob o lema "Aprender a desenvolver relacionamentos saudáveis", os Co-dependentes Anônimos seguem a mesma cartilha do AA: viver um dia de cada vez sob alguns "mandamentos", como --e principalmente-- colocar-se em primeiro plano. Sempre.

segunda-feira, 21 de março de 2011

3º Princípio de AE e a Quaresma

Não foi vão que o 3º Princípio do Amor Exigente caiu em plena Quaresma. Não foi em vão. Há uma relação estreita entre este importante período do calendário litúrgico e a compreensão dos limites na prevenção e recuperação da dependência química.
 
“Os recursos são limitados”. As comunidades terapêuticas refletem a importância do entendimento dos limites para os jovens em tratamento, para cada um de nós. Desde a infância. Desde o primeiro “não”. Até a fase adulta. Até o primeiro número negativo na conta corrente. Lidamos com os nossos limites o tempo todo. Limites físicos, limites emocionais, limites financeiros. E saber quais são os nossos limites, desde criança, nos ensina quais são as nossas potencialidades. Aquele que sabe que tem 100 reais, gastará melhor cada 10 reais que possui. De pequeno, o limite é educativo. Quando grande, é autoconhecimento.

A falta de limites leva à dependência química. Mas para quem nunca passou perto de uma pedra de crack, a falta de limites também traz sofrimento.

E a Quaresma nos ensina isso. Mas o que a Quaresma tem a ver com limites? O que tem a Quaresma a ver com o 3º Princípio do Amor Exigente?

A Quaresma é um convite à conversão. É um convite à mudança de concepções. É um convite para conhecermos os limites de uma vida em Cristo. Por onde devo andar para seguir em paz? Ao que devo renunciar para compreender o que realmente tem valor nessa vida? Deus é o criador e, nós, suas criaturas. Ele quer nos dizer “não”, apontar nossos limites.
 
Neste período que antecede a Páscoa, o “não” de Deus para nós, o “não” de Deus que aponta nossos limites, esse “não” pra mim tem um nome: jejum. Ao jejuar, eu aceito o limite que Deus está me apontando. Eu renuncio às coisas do mundo, em favor de uma vida mais santa. Eu faço jejum da discórdia e pratico a integração. Eu faço jejum da inveja e pratico a reflexão. Eu faço jejum do barulho e pratico o silêncio. Eu faço jejum de uma simples barra de chocolate e percebo o tamanho da minha dependência aos pequenos prazeres deste mundo.
 
Ao jejuar, eu pratico o que aquele homem disse na matéria do Fantástico do último domingo: “então eu provoquei a dor para continuar vivo.” O jejum nos causa pequenos sofrimentos, nos causa dor. Uma dor que deve nos fazer lembrar das dores de Cristo, que renunciou à sua natureza humana, sofreu, para provar que também venceríamos. A dor do jejum nos mantém vivos para uma vida com Deus. Desconfie dos caminhos mais fáceis, dos atalhos. Desconfie de uma vida cheia de prazeres. Quem deseja fazer o bem e ser honesto neste mundo, jejua de muita coisa, sofre como ele sofreu.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Sobre o amor

"Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar." (Dalai Lama)

domingo, 13 de março de 2011

O blog voltou!

Olá, amigos em Cristo!

Depois de um período de férias, a partir desta segunda-feira, reiniciaremos a atualização deste blog. Podem voltar a nos acompanhar!

Aliás, quem costuma nos acompanhar por aqui, poderia nos mandar um e-mail para nos conhecermos? Aproveitem para nos ajudar nesta luta pela prevenção e recuperação da dependência química. Nos mandem para o e-mail escolheravida@gmail.com mensagens, perguntas, comentários, dicas, artigos, textos, etc. Tudo será de grande valia.

Abraço grande,

Juliano Rigatti e Samanta Lançanova
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