segunda-feira, 23 de março de 2020

COVID-19


Sabemos que “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8,28). Se amamos a Deus, se estamos envolvidos em Seu amor, tudo concorre para o nosso bem... 

Com também acontece o contrário: tudo nos estraga, nos faz mal, nos prejudica, se não estamos vivendo no amor de Deus. 

O Senhor quer ressuscitar-nos para o amor. Deus quer nos curar por amor. Jesus quer nos dar uma vida nova, maravilhosa e eterna por amor. 

Repito e peço que você tome posse dessa proclamação. “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8,28). E quando a Palavra de Deus diz tudo é tudo mesmo, não duvide. Mas Pe. Eduardo, está dizendo que essa pandemia, a quarentena e tudo mais serve para o nosso bem? Sim, claro que sim, e mais não sou eu quem está afirmando isso, mas a Palavra poderosa do Senhor. Você crê e será salvo. 

Vamos olhar os acontecimentos presente com os olhos da fé, a luz da Palavra de Deus e iluminados pelo Espirito Santo. 

Primeiro, você já se deu conta que estamos de quarentena em plena quaresma. Justamente quando a Igreja nos convida ao recolhimento, a penitencia, nos convida a reforçarmos a oração e a caridade. Nada mais oportuno vamos louvar a Deus por nos ter oferecido esse tempo favorável de recolhimento onde podemos fazer uma profunda revisão de vida, de valores de comportamentos, nos aproximando mais de Deus, progredindo como nunca no caminho da santidade. 

Queridos irmãos, a essa quarentena a nós importa por força de lei e do bom senso, nada mais é do que o Jejum recomendado pela Igreja nesse tempo de quaresma, tempo favorável a conversão. 

Eu pessoalmente não consigo pensar em uma maneira melhor de viver a quaresmo do que: não indo à festas, não indo à shoppings, não indo à praias... Enfim, ficar em casa com a família e rezar, meditar, buscando unicamente o conhecimento da vontade de Deus e a coragem para cumpri-la em todos os aspectos de nossa vida. 

Mas lembre-se a verdadeira oração não é egoísta, reze pela sua família sim, mas ofereça jejuns e orações também pelo mundo inteiro. 

Sempre temos mais de uma maneira de ver as coisas de nossa vida. Podemos nos revoltar, esbravejar, murmurar, o que não nos ajudará em nada, ou podemos ver essa situação de crise como uma oportunidade, para rezar e meditar mais, uma oportunidade para passar mais tempo com nossa família, para ler mais a Bíblia, e acima de tudo uma oportunidade para perceber o valor da vida lembrar que ela passa rápido, e que é muito frágil, por isso deve ser cuidada; cuidando da nossa saúde física, mental e espiritual, e principalmente que a vida é muito valiosa para desperdiçar ela com mágoas rancores, ressentimento, vaidade e egoísmo. 

Você poderá dizer, mas Pe. Eduardo, nem tudo são flores, passaremos por dificuldade, por provações, pro recessão pro desemprego, pela perda de amigos e pessoas amadas. Sim passaremos por dificuldade, mas também estamos vendo coisas boas acontecer tipo: a redução do peço dos combustíveis, menos poluição na água e no ar, estamos com mais tempo para nós, para a família e para Deus, tanto tempo, que nem sabemos o que fazer com ele. 

Além muitas outras coisas: os pais estão com os filhos; a família ficou em casa no final de semana e passou tempo junto; o trabalho deixou de ser prioritário, as viagens e o lazer também. 

Sem falar que nunca na vida tivemos oportunidade como agora para repensar nossa vida, nossos valores nossos comportamento. 

Agora mais do que nunca vale a solidariedade. Não podemos dar vazão ao egoísmo, não podemos deixar as prateleiras do mercado vazias, pois estocar alimento além de ser desnecessário é crueldade para que não tem recursos para isso, e nós cristãos não podemos ser cruéis. 

Nesse momento, histórico o mais importante é não deixar o medo tomar conta, mas permanecer firmes na fé, pois “em tudo isso somos muito mais que vencedores” (Rm 8, 37), na Cruz redentora de Cristo. E Lembre “o sofrimento do Tempo presente nem podem ser comparado com o que o Senhor preparou para aqueles que O amam” (Rm 8,18). “Permanecei firmes na fé, pois que perseverar até o fim será salvo” (Mt 24,13).

UM PADRE NA QUARENTENA DO CORONAVÍRUS

O que a quarentena do coronavírus está nos ensinando? 

Novos valores, novos modelos de trabalhos, novos hábitos... 

O aparecimento de um vírus que rapidamente se alastrou por nosso planeta, vem causando grandes impactos no sistema de saúde mundial, com graves repercussões e em níveis sociais, econômicos, políticos… 

Vejo todo dia, pessoas imaturas, tratando do assunto como se fosse uma situação apocalíptica, e usando erroneamente situações Bíblicas, fora de contesto, para justificar a suas teses de fim dos tempos. 

Enquanto os maiores laboratórios do mundo se esforção em achar um medicamento, e produzir uma vacina, os economistas e analistas de mercado fazem previsões assustadoras. Ouvi hoje que perto do “tsunami” da recessão que teremos, falências e desempregos os males diretos do COVD-19 vai parecer uma “marolinha”. 

Enquanto tentamos nos adaptar à nova realidade em meio aos crescentes casos de coronavírus, penso que o meu papel como padre nesse momento histórico é, a luz da fé, partilhar algumas lições importantes, que tirei nessa quarentena: 

Devemos nos preocupar mais uns com os outros 
A pandemia nos ensinou que precisamos nos cuidar, é claro. Mas também que é importante pensar nos demais. Ficar em casa, em isolamento, significa proteger nossa família, os vizinhos, os idosos, que são os mais vulneráveis. É atitude para evitar a propagação da doença. 

Daí, diante da dificuldade, aprendemos a ser mais solidários e gentis, oferecer ajuda para compras da semana para nossos pais, para amigos. Se sabemos cantar, cantamos para alegrar os outros. Cada um doa um pouco de si, mesmo que à distância, mesmo que virtualmente. A criatividade se sobressai nessas horas. Quem tem condições, continua pagando a diária da faxineira que foi dispensada por motivos de segurança. 

Também descobrimos que podemos cuidar do outro simplesmente tapando a boca ao espirrar ou ao tossir, porque, assim, evitamos transmitir possíveis doenças às pessoas ao redor. 

E principalmente aprendi que quando vou à farmácia ou supermercado, que não preciso, não posso, não devo estocar comida e álcool, mas comprar o suficiente, pois o vírus afeta a todos, e o consumo consciente é a minha contribuição para que não falte o necessário para ninguém. Pensar nos outros é uma forma de amar! 

Devemos valorizar mais momentos especiais 
O isolamento forçado pode parecer ruim (é um pouco sim, é verdade), mas ele traz coisas boas. Na correria do dia a dia, muita gente tem deixado de lado momentos valiosos, como estar ao lado da família, à toa. 

Brincar com as crianças sem pressa, dançar com elas, cozinhar uma comidinha saudável escutando música, arrumar cantinhos esquecidos da casa, rever fotos antigas… 

Rezar o terço em família. 

E quando isso tudo passar (porque vai passar!), reviver aquilo que é realmente prazeroso, ir a Santa Missa com a sua comunidade, os encontros e retiros na Igreja, ir ao parque com amigos, bater papo com a galera, um futebol, um cineminha... tudo isso terá muito mais sabor. 

Devemos cuidar da saúde física, mental e espiritual sempre 
Agora as atenções para a saúde estão redobradas. Tem gente reforçando a alimentação, bebendo mais água e se cobrando por que não foi ao médico antes para cuidar daquele probleminha chato na coluna ou por que não fiz exercícios para melhorar a minha imunidade. 

Não adianta pensar em ganhar imunidade assim, num estalar de dedos. Saúde é algo que se conquista com o tempo, a partir de um conjunto de bons hábitos, que incluem sono regular, atividade física e alimentação equilibrada. 

Aprendi também que não é por qualquer sintoma que se procura um posto de saúde. 

O confinamento tem feito muita gente descobrir-se ansioso, deprimido. Mais um motivo para colocar a saúde mental em dia. E de vez. Não esperar outra crise como essa para tratar algo tão sério. 

Vejo as pessoas rezando como nunca, postando orações nas redes sociais e padres postando missas, correntes de oração, com hora marcada, divulgadas pelo whatsapp, que pena que isso só aconteceu nesse tempo de crise, desejo de coração que todo esse empenho e criatividade em evangelizar, continue depois que esse mau tempo passar. 

Devemos cuidar mais da nossa higiene pessoal 
Tem gente agora lavando as mãos a cada 20 minutos e andando com o álcool em gel a tiracolo. Outra lição importante aprendida com o coronavírus: medidas simples de higiene podem salvar sua vida e evitar que os demais ao seu redor adoeçam. Quem sabe não é hora de adotar novos hábitos em casa e levar para sempre? 

Podemos trabalhar em home office 
As empresas tiveram que se adaptar rapidamente ao home office, enviando seus funcionários para casa. Pode haver uma dificuldade de comunicação aqui, outra ali, mas já estão descobrindo que muitas funções poderão, perfeitamente, permanecer assim para sempre. 

É na crise que se aprende e se cresce. Muitos modelos de negócio podem ser repensados, gerando economia, trazendo mais produtividade. 

Quem está só, não tem porque sentir solidão 
Se você mora sozinho como eu, e como eu não precisar ri no mercado ou na farmácia poderá ficar dias dentro de casa, não se preocupe, se ocupe. Matar tempo é frustrante, depressivo e nos adoece, faça coisas uteis, estude, adiante serviços, tem tanta coisa que deixamos para depois para quando der tempo, "well", esse é o tempo. Seja criativo e produtivo. 

E o mais importante, não fique só, 
FIQUE COM DEUS QUE É SEMPRE UMA BOA COMPANHIA.

sexta-feira, 13 de março de 2020

VOCÊ TEM SEDE DE QUE?

Os judeus desprezavam os samaritanos por ser um povo formado por várias raças. Os judeus se julgavam puros por ser um povo sem mistura racial. Infelizmente ainda hoje vemos hoje vemos a discriminação e o racismo, seja pela cor da pele, pela região Brasil que nasceu, seja pela classe social, seja pelo trabalho que realiza, e até pelo passado que teve. 

Jesus se aproxima da Samaritana, sem preconceito de raça, e mesmo sabendo o passado daquela mulher, que foi buscar água no calor do meio dia, pois não podia ir de manhã cedo como as outras mulheres, pois era mal quiista por ter tido 5 maridos e ainda pelo que tinha não ser dela. 

Jesus, diz a ela, "Dá-me de beber", tinha sede de água pois estava canso da jornada, porém, a maior sede de Jesus não era de água, mas de nós, de estar conosco e que estejamos com ele. E foi exatamente por isso que Ele se encarnou, no ventre de Maria Santíssima, para nos conquistar, e nos levar a beber na fonte da água viva, e assim alcançar a verdadeira felicidade. 

Essa mulher tinha muita sede, pelo que nos conta o Evangelho, e mesmo 5 maridos não foi o suficiente para matar a sua sede, só ao encontrar Jesus pode preencher o vazio deixado pelo pecado. 

A samaritana, depois de ser acolhida por Jesus, muda completamente a sua vida. Deixa de ser aquela que evita o encontro com as pessoas, indo buscar água ao meio dia, para ser a anunciadora da Boa Nova. 

Movidos por seu testemunho muitos vão ao poço, fazendo a experiência do Jesus, também começam a acreditar. 

O mundo está sedento de Deus, muito embora não queira ouvir falar de Deus. Muitas pessoas tentam saciar sua sede de felicidade nos bens materiais, no prazer, na diversão, e quanto mais segue esses caminhos mais sede vão sentindo. 

As pessoas podem até dizer: Eu não preciso de Deus, pois tenho dinheiro. Mas não é verdade! Sem Deus, só encontramos o vazio, sem Deus a vida não faz sentido. Mesmo que viva a vida inteira acumulando riquezas, e nunca estará satisfeito. No fim será tão pobre que só terá dinheiro e mais ninguém ao seu redor. Que adiantou? 

Morrem e deixam tudo aí, e o pior, perdem até a sua alma, dignos de pena! Um dia do outro lado da vida, estarão arrependidos do que fizeram e do que deixaram de fazer nesta vida... 

Sem Deus, estamos caminhando para a morte, com Deus a vida faz sentido, pois com Deus a vida é eterna. 

Não é o ter que nos fará feliz, mas o ser. Não existe felicidade fora do calor das relações humanas, não é em ter isso ou aquilo que alguém será feliz, mas no ser: ser pai, ser mãe, ser irmão, ser filho, ser amado, ser padre... 

Só cultivando a vida interior, e os valores cristão, seremos bons, pais, bons, maridos, bons amigos, bons padres, e seremos felizes.

quinta-feira, 5 de março de 2020

SONHOS NÃO MORREM APENAS ADORMECEM


Outro dia, vi uma formiga que carregava uma enorme folha. A formiga era pequena e a folha devia ter, no mínimo, dez vezes o tamanho dela. A formiga a carregava com sacrifício. Ora a arrastava, ora a tinha sobre a cabeça. Quando o vento batia, a folha tombava, fazendo cair também a formiga. Foram muitos os tropeços, mas nem por isso a formiga desanimou de sua tarefa.

Eu a observei e acompanhei, até que chegou próximo de um buraco, que devia ser a porta de sua casa. Foi quando pensei: “Até que enfim ela terminou seu empreendimento”. Ilusão minha. Na verdade, havia apenas terminado uma etapa. A folha era muito maior do que a boca do buraco, o que fez com que a formiga a deixasse do lado de fora para, então, entrar sozinha. Foi aí que disse a mim mesmo: “Coitada, tanto sacrifício para nada.” Lembrei-me ainda do ditado popular: “Nadou, nadou e morreu na praia.”

Mas a pequena formiga me surpreendeu. Do buraco saíram outras formigas, que começaram a cortar a folha em pequenos pedaços. Elas pareciam alegres na tarefa. Em pouco tempo, a grande folha havia desaparecido, dando lugar a pequenos pedaços e eles estavam todos dentro do buraco. Imediatamente me peguei pensando em minhas experiências.

Quantas vezes desanimei diante do tamanho das tarefas ou dificuldades? Talvez, se a formiga tivesse olhado para o tamanho da folha, nem mesmo teria começado a carregá-la. Invejei a persistência, a força daquela formiguinha. Naturalmente, transformei minha reflexão em oração e pedi ao Senhor: Que me desse a tenacidade daquela formiga, para “carregar” as dificuldades do dia-a-dia. Que me desse a perseverança da formiga, para não desanimar diante das quedas. Que eu pudesse ter a inteligência, a esperteza dela, para dividir em pedaços o fardo que, às vezes, se apresenta grande demais. Que eu tivesse a humildade para partilhar com os outros o êxito da chegada, mesmo que o trajeto tivesse sido solitário.

Pedi ao Senhor a graça de, como aquela formiga, não desistir da caminhada, mesmo quando os ventos contrários me fazem virar de cabeça para baixo, mesmo quando, pelo tamanho da carga, não consigo ver com nitidez o caminho a percorrer. A alegria dos filhotes que, provavelmente, esperavam lá dentro pelo alimento, fez aquela formiga esquecer e superar todas as adversidades da estrada.

Após meu encontro com aquela formiga, saí mais fortalecido em minha caminhada. Agradeci ao Senhor por ter colocado aquela formiga em meu caminho ou por me ter feito passar pelo caminho dela.
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