segunda-feira, 31 de maio de 2010

LOUVOR A DEUS

Dizem que quando Deus criou o mundo e achou que “tudo era bom”, um anjo partilhou seu entusiasmo, mas à sua maneira, pois enquanto contemplava maravilha após maravilha, ia exclamando?

“-Como é bom! Vamos organizá-lo!”

E Deus respondeu: “E tirar todo o prazer dele!”

Já tentou organizar algo como a paz? No momento em que o faz há conflitos de poder e guerras de grupos dentro da organização. O único caminho para se obter a paz é deixá-la crescer ao acaso.

O sol, a lua, as estrelas, o leão, a baleia, as árvores e as flores põem-nos continuamente diante dos olhos das infinitas perfeições de Deus, principalmente seu poder, sua bondade e sua sabedoria. A ordem do mundo revela-nos a sabedoria divina; o oceano exalta a imensidade de Deus; os campos repletos de flores e as árvores carregadas de frutos falam-nos de sua bondade e sua generosidade infinita.

As criaturas não podem ter o mesmo principio que os homens têm. São para o homem, para ajudá-lo a conseguir sua finalidade.

As criaturas privadas de razão não podem, por si mesmas, glorificar a Deus; são criaturas para servir o homem. Depois que Deus levantou os montes, nivelou os vale, formou os céus, prodigalizou a vida , depois que acabou o palácio para o homem morar, disse: “Façamos o homem à nossa imagem, Segundo a nossa semelhança, e que ele submeta os peixes do mar, os pássaros do céu, os animais grandes, toda a terra e todos os animais que rastejam sobre a terra”(Gn 1,26). Nós somos para Deus, e as criaturas para nós, para nos ajudarem a servir à Deus.

As criaturas foram criadas por Deus para ajudar o homem a conseguir o seu fim, que é louva-Lo, reverencia-Lo e servi-Lo.

Ajudam-nos a louvar a Deus, segundo o que se lê na Escritura: “Os céus narram a Gloria de Deus, e o firmamento proclama a obra de suas mãos” (Sl 19 [18], 2).

Ajudam-nos a reverenciar a Deus, que está presente em todas elas nas racionais, por sua imagem e sua sanidade; nas irracionais, por sua atividade em conservá-las no ser. Umas nos fazem tremer diante de sua presença, como as tempestades do ar, da terra e dos mares, e outras nos fazem ajoelhar perante sua infinita majestade, que se nos revela nessas manifestações de poder.

Havia, certa vez, uma mulher que era religiosa, devota e cheia de amor a Deus. Toda manhã ela ia à igreja. E no caminho crianças a chamavam, mendigos a abordavam, mas ela estava tão imersa em suas devoções que nem ao menos os notava.

Ora, um dia, foi pela rua do modo costumeiro e chegou à igreja em cima da hora do culto. Empurrou a porta, mas não conseguiu abrí-la. Empurrou com mais força e percebeu que a porta estava trancada. E lá, bem à sua frente, achou um bilhete pregado à porta que dizia: “-Estou lá fora!”

terça-feira, 25 de maio de 2010

A TERRA É MINHA

Para sobreviver, uma igreja precisa levantar dinheiro. Certa vez havia um templo onde não passavam a bandeja como fazem nas igrejas cristãs. A forma de arrecadar dinheiro era vender ingressos para assentos reservados, nos dias santos solenes, pois era quando a congregação era maior e as pessoas mais generosas.

Em um desses dias santos, um garoto veio ao templo à procura do pai, mas os porteiros não queriam deixá-lo entrar porque ele não tinha ingresso.

“-Olhem” disse o jovem. “Este é um assunto muito importante.”

“-É isso o que todos dizem” disse o porteiro, impassível.

O garoto ficou desesperado e começou a implorar: “-Por favor, senhor, deixe-me entrar. É uma questão de vida ou morte, só me demorarei um minuto.”

O porteiro cedeu: “- Está bem, se é tão importante... - disse. - “Mas que eu não o apanhe rezando.”

Que pena que a religião organizada tenha suas limitações.

O homem vem de Deus e vai para Deus. O homem, porém, não vive sozinho na terra; rodeiam-no muitas outras criaturas sem as quais não pode viver. Depois de entender nosso próprio destino e origem, cabe-nos perguntar “Qual é a origem, qual é o fim das outras criaturas?”. Santo Inácio escreve: As outras coisas sobre a face da terra são criadas para o homem, para que o ajudem a alcançar a sua felicidade e salvação para que é criado. Donde se segue que há de usar delas tanto quanto o ajudem a atingir o seu fim, e há de privar-se delas tanto quanto dele o afastem.

Todas as criaturas foram criadas por Deus; assim o provam a razão e a fé! “No principio, criou Deus o céu e terra”, lê-se no Gênesis. As criaturas são, pois, de Deus; não há poder humano que possa dar o ser a menor delas. Consulte o mais eminente botânico do mundo, e peca-lhe que faca, uma arvore gigantesca, ou uma florzinha rasteira e singela, que cresce no campo. Nem o zoólogo pode criar um leão ou uma baleia, ou um inseto. Todos os astrônomos não podem produzir uma estrela de pequena grandeza, ou mesmo um meteoro ou um átomo perdido no mundo das nebulosas.

Estão clamando que são de Deus os peixes dos mares, os animais da terra e as aves do céu. Estão clamando que são de Deus os montes coroados de eternas neves, os rios com suas cataratas, as fontes rebentando ao sopé das serras. É imperdoável o lavrador que depende dos céus da terra, das chuvas e das neves, e não reconhece o seu Criador.

E o astrônomo que estuda o curso dos planetas; o naturalista que investiga os segredos da vida; e o teólogo que penetra os mistérios do Espírito Divino Trino e Uno; todos os sábios, todos os povos e todas as raças, todos os homens, enfim, são imperdoáveis se não reconhece na natureza o nosso Deus.

Os efeitos do crack no organismo

Forma menos pura da cocaína, o crack tem um poder infinitamente maior de gerar dependência, pois a fumaça chega ao cérebro com velocidade e potência extremas. Ao prazer intenso e efêmero, segue-se a urgência da repetição. Além de se tornarem alvo de doenças pulmonares e circulatórias que podem levar à morte, os usuários se expõem à violência e a situações de perigo que também podem matá-lo.

O usuário aquece a lata de refrigerante para inalar o crack. Além do vapor da droga, ele aspira o alumínio, que se desprende com facilidade da lata aquecida. O metal se espalha pela corrente sanguínea e provoca danos ao cérebro, aos pulmões, rins e ossos.

Fome e sono
O organismo passa a funcionar em função da droga. O dependente quase não come ou dorme. Ocorre um processo rápido de emagrecimento. Os casos de desnutrição são comuns. A dependência também se reflete em ausência de hábitos básicos de higiene e cuidados com a aparência.
Pulmões
A fumaça do crack gera lesão nos pulmões, levando a disfunções. Como já há um processo de emagrecimento, os dependentes ficam vulneráveis a doenças como pneumonia e tuberculose. Também há evidências de que o crack causa problemas respiratórios agudos, incluindo tosse, falta de ar e dores fortes no peito
Coração
A liberação de dopamina faz o usuário de crack ficar mais agitado, o que leva a aumento da presença de adrenalina no organismo. A consequência é o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Problemas cardiovasculares, como infarto, podem ocorrer
Ossos e músculos
O uso crônico da droga pode levar à degeneração irreversível dos músculos esqueléticos, chamada rabdomiólise.
Sistema neurológico
Oscilações de humor: o crack provoca lesões no cérebro, causando perda de função de neurônios. Isso resulta em deficiências de memória e de concentração, oscilações de humor, baixo limite para frustração e dificuldade de ter relacionamentos afetivos. O tratamento permite reverter parte dos danos, mas às vezes o quadro é irreversível
Prejuízo cognitivo: pode ser grave e rápido. Há casos de pacientes com seis meses de dependência que apresentavam QI equivalente a 100, dentro da média. Num teste refeito um ano depois, o QI havia baixado para 80
Doenças psiquiátricas: em razão da ação no cérebro, quadros psiquiátricos mais graves também podem ocorrer, com psicoses, paranoia, alucinações e delírios
Sexo
O desejo sexual diminui. Os homens têm dificuldade para conseguir ereção.
Há pesquisas que associam o uso do crack à maior suscetibilidade a doenças sexualmente transmissíveis, em razão do comportamento promíscuo que os usuários adotam
Morte
Pacientes podem morrer de doenças cardiovasculares (derrame e infarto) e relacionadas ao enfraquecimento do organismo (tuberculose).
A causa mais comum de óbito é a exposição à violência e a situações de perigo, por causa do envolvimento com traficantes, por exemplo.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Boa ideia, mãe

Ele era muito distraído. Um cabeça-no-ar. Péssimo para fazer recados. Mas, mesmo assim, a mãe dele insistia:
– Ó Pedro, vai ali, se fazes favor, à mercearia do senhor Cosme e traz-me dois quilos de batatas.
O Pedro ia e voltava a correr com uma batata na mão.
– Então as outras? – perguntava a mãe.
– Já vou buscar, mãe – dizia o Pedro.
Nova corrida e nova batata. Trazia-as uma a uma...
– Ó filho, que trabalheira! Metia-las todas num saco e trazias, de uma só vez.
– Boa ideia, mãe. Para a próxima já sei.
O recado seguinte tinha a ver com o porco, que tinha ficado em observação no veterinário, por causa de umas vacinas, e que a mãe não tivera ainda tempo de ir buscar. Mandou o filho.
Quando o rapaz regressou sem o bicho, a mãe admirou-se.
– Fui metê-lo num saco e ele não quis – explicou o Pedro.
– Ó filho, trazia-lo para casa com um cordelinho amarrado pelo pé e tocáva-lo para diante com uma varinha.
– Boa ideia, mãe. Para a próxima já sei.
Pouco depois, a mãe mandou-o à feira para comprar um cântaro. Quando o Pedro chegou a casa trazia só a asa do cântaro, presa a um cordel. E ele, muito contente:
– Fiz como a mãe disse.
O que valia ao Pedro cabeça-no-ar é que a mãe tinha muita paciência. Ai dele se não tivesse!

SERVIR A DEUS

Um sapateiro veio ao Padre João e disse: “- Diga-me o que devo fazer na minha oração matinal. Meus fregueses são homens pobres que só têm um par de sapatos. Apanho seus sapatos no fim da tarde e trabalho neles a maior parte da noite; de madrugada ainda há trabalho a ser feito, para os homens terem os sapatos consertados antes de irem trabalhar. Agora minha pergunta é: o que devo fazer na minha oração da manhã?”
“-O que tem feito até agora?” Perguntou o Padre. “-Às vezes, faço a oração rapidamente e volto ao trabalho, mas aí me sinto mal por causa da pressa. Outras vezes, deixo passar a hora da oração. Então, também tenho uma sensação de perda e, de vez em quando, ao levantar a sola dos sapatos, quase posso ouvir meu coração suspirar: “-Que azarado sou, pois não consigo fazer minha oração da manhã”. Respondeu o Padre: “-Se eu fosse Deus, valorizaria mais esse suspiro do que a oração.”
Deus, infinitamente sábio, não podia deixar de me propor um fim ao criar-me. Esse fim está definido nas seguintes palavras de Santo Inácio: “Para louvar, reverenciar e servir a Deus Nosso Senhor”.
Louvar é reconhecer as prerrogativas do semelhante. O reconhecimento de Deus se faz pela adoração, confirmando que Ele é o ser supremo, a bondade infinita, a origem primária de todos os bens.
Reverenciar a Deus é por em prática o reconhecimento dele ser nosso supremo Senhor. Essa reverência nos obriga a andar sempre em Sua presença, a dar-Lhe as devidas graças por sua paternal providência e a entregar-nos incondicionalmente à sua vontade.
Servir a Deus é submeter praticamente nossa vontade à vontade divina e executar fielmente o que nos for mandado. A vontade divina é-nos manifestada pela lei natural, pela lei positiva do Decálogo, pelos deveres de nosso estado, pelas disposições da divina Providência nas várias circunstâncias da vida.
Sobre estes três modos de servir a Deus, devemos observar que o primeiro – louvar – é facílimo; o segundo – reverenciar – também não oferece grande dificuldade. O servir é o mais difícil. Servir a Deus seja gloriosíssimo e o entendimento sabe o que Deus quer e procuramos sempre fazer a vontade Divina.
Ao perguntarem a Machado de Assis: “-Como posso ser um grande escritor?” ele respondeu: “-Escreva, escreva, escreva.”
Faça a vontade de Deus, servindo, servindo, servindo.

FUMO E ÁLCOOL - DROGAS LÍCITAS

Leio no noticiário do jornal a notícia: “Álcool em uma tragédia em Canguçu”. Notícia triste, mas que não me espanta, pois a presença do álcool no sangue de causadores de acidentes fatais é quase uma rotina, de tão constante. São mais de 1.000 brasileiros que morrem, por ano, vítimas de acidentes causados por consumo abusivo de álcool. E tem mais: cerca de 10% de todos os acidentes com vítimas não fatais também resultam de dirigir com excesso de álcool no sangue. Isso porque a bebida alcoólica dá uma falsa sensação de segurança, causa euforia, diminui o controle muscular e a coordenação, prejudica a habilidade de avaliar velocidades e distâncias, reduz a acuidade visual e a capacidade de lidar com o inesperado. Mas não é só nas ruas e estradas que isso acontece. Quarenta por cento dos acidentes nas empresas estão ligados ao uso de drogas, com predominância do álcool, que é a terceira causa de absenteísmo (falta ao trabalho) e compromete quase 5% do PIB. Olha só: no Brasil, 16 milhões de pessoas são dependentes do álcool, que é porta de entrada para o consumo de outras drogas. Não podemos ficar quietos diante desse quadro trágico. Vou entrar de peito aberto nessa luta. Do mesmo modo como fiz para aprovar a Lei Complementar nº 555, de 13 de julho de 2006, que proíbe o uso de fumo em ambientes fechados de uso coletivo e ficou conhecida como Lei Anti-Fumo. Batalhei muito para que essa Lei fosse aprovada, resistindo a todo tipo de pressão contrária, possível e imaginável. Ocorre que ela nasceu como fruto da minha convicção dos males que o fumo comprovadamente causa, como atestam os dados da Organização Mundial da Saúde. E o assunto não comporta mais discussão. Por isso, inicio uma nova cruzada, desta vez contra o consumo imoderado do álcool. A coisa é bem mais complicada do que com o fumo, cuja defesa é feita apenas por usuários dependentes e por fabricantes de cigarros. No caso do álcool, a defesa do consumo vem de outras frentes, além dos dependentes e dos fabricantes. Ela vem inclusive de profissionais da saúde, que atestam que o consumo moderado pode ser benéfico à saúde. A diferença é marcante: enquanto o cigarro SEMPRE faz mal, o álcool ÀS VEZES é saudável. E isso dificulta bastante o combate à imoderação. Afinal, no mundo inteiro são enaltecidas as qualidades de um bom vinho, champanha, conhaque, cerveja ou uísque, para citar apenas as bebidas mais consagradas. E a propaganda desses produtos rola solta pela mídia, inclusive atribuindo-lhes virtudes imaginárias, capazes de atrair e convencer mentes despreparadas, desejosas de uma euforia que suas rotinas de vida não lhes permite alcançar. O resultado: jovens, mulheres e crianças, inclusive, bebendo cada vez mais, embriagando-se até níveis críticos e tornando-se dependentes do álcool. Aceito sugestões de como levar avante uma campanha contrária ao consumo abusivo do álcool.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

COLO DE MÃE

Meu filho é compositor. E ele fez no ano passado uma canção chamada “Ama Mâe”, que foi gravada por Paullo Costa, cantor e compositor de música gaúcha que fez uma coletânea de músicas que falam sobre a família.

No início da canção, ele fala que “o melhor lugar do mundo é o colo de mãe”. Quando fala “de mãe”, é bem diferente da expressão “da mãe”. O colo da minha mãe é único, pois como filha dela, pode até dar colo para todo o mundo, mas o meu, está garantido. Só que o colo “de mãe”, é aquele colo que muitas vezes já ouvimos alguém falando ou pedindo: hoje eu preciso de um colo... E a gente olha para a pessoa, e fisicamente seria impossível, pelo peso da criatura, mas a fragilidade do carinho simbolicamente pedido pela pessoa carente é que faz com que se peça um colo. Não precisa ser mãe.

No ano passado, pela passagem do Dia das Mães, eu escrevi sobre as mães centenárias, homenageando meu time do coração, o Inter. E hoje comecei falando do meu filho, do colo, e vi uma foto linda em que uma menina gigante dá um colo para sua mãe, minúscula, agarrada no seu pescoço. A mãe no colo da filha. Essa troca de colo continua por toda a vida.

Uma cena intrigante que assisti nos últimos dias foi a troca dos meninos, em Goiânia. Os meninos presos aos colos de suas mães, que não eram mais suas mães. Trocados primeiro no hospital e depois pelo resultado de um exame de DNA e uma decisão judicial. A mãe pediu o exame, por ter sido questionada quanto à paternidade, pelo então ex-marido. Consegue então, de volta o filho biológico, que naquele primeira noite não dormiu. Outra família. Faltou o colo da mãe que até então era sua, e não do outro. Não vou discutir o erro, a troca, a decisão judicial. Mas um colo perdido sempre fará falta, mesmo substituído. Quantos colos pedimos na nossa vida, depois que não somos mais bebês, quando o choro, a tristeza, o desespero tomam conta?

Queremos colo, sim. Sempre. No aconchego, no carinho, no afago, não importa nosso tamanho. É exemplo de amor e acolhimento. O colo de quem dá é a prova inquestionável que há um lugarzinho na alma para consolar, dizer coisas de forma serena, o que às vezes nos dizem aos gritos. O “usuário” do colo ouve, até chora, se acalma, e ás vezes até dorme. Felizes dos que tiveram e tem amparo, calor, amor. Depois que nascemos o primeiro lugar que conhecemos é um colo. É a primeira inclusão no novo mundo

Benditos sejam os colos “de mãe”. Bendito seja o colo da minha mãe, Ao segurar-me junto ao seu peito, me ensinou como acalentaria os meus filhos entre os meus braços. Ela também me mostrou como usar esses mesmos braços para segurar as barras, as pessoas. Um pedaço da alma da minha mãe deixou pistas no meu peito. No meu colo!

Angela Isabel Beroth Dillenburg
Professora e jornalista

segunda-feira, 10 de maio de 2010

NOSSO FIM

Devemos sempre desejar que o nosso último fim seja louvar, reverenciar e servir a Deus e ao nosso irmão. Nunca vamos desviar nosso fim por nenhum prazer humano, como o rio que vai sempre caminhando para o mar, que é o seu fim. Passando por margens amenas e campinas floridas, o rio não se detém com essa amenidade; sempre dizendo com o seu murmúrio: Para o mar! Para o mar! Se passar no meio de suntuosas cidades, não somente se põe a admirar-lhes as belezas, mas vai sempre dizendo: Para o mar! Para o mar! Da mesma maneira, o homem deve caminhar para seu fim último. Se o mundo o quiser deter com suas honras, deverá dizer: Não são estas honras o meu fim! Para Deus! Para Deus! Se a natureza corrompida reclamar os gozos ilícitos dos sentidos: não é este o meu fim! Para Deus! Para Deus!

Há cem anos, e talvez há muito menos tempo, não existíamos. Agora, existimos e estamos no mundo. Daqui a algum tempo e, talvez muito em breve, deixaremos de existir.

Deus pensou em mim e me predestinou para a vida, dispondo as condições e circunstâncias em que devia aparecer neste mundo, e as graças que pensava dar-me para me levar à bem-aventurança, à alegria e à felicidade.

Deus formou, pois, o homem com o barro da terra, e inspirou-lhe na face o espírito de vida. “Ele insuflou nas suas narinas o hálito da vida” (Gn 2,7). E o que fez Deus no princípio, criando o homem, o faz constantemente, e o fez também comigo. Formou o meu corpo no ventre materno e insuflou-lhe o espírito da vida, que é a minha pessoa imortal.

Era menos que o pó, que o vento dissipa; menos que um átomo perdido nos espaços; menos que um grão de areia nas praias oceânicas. Foi preciso todo o poder de Deus para me fazer sair de minha absoluta impotência e para vencer o abismo que se interpunha entre meu nada e meu ser.

Tudo o que sou, eu o sou em Deus. Mesmo desenvolvendo minhas faculdades, elevando-me de perfeição em perfeição, alargando a esfera de minha atividade e de meu poder, nem por isso deixo de ser criatura e de pertencer, totalmente, a Deus. “Pois é Nele que nós temos a vida, o movimento e o ser” (AT 17,28).

E qual o motivo dessa preferência? – O amor. É Deus mesmo que o diz: Eu te amo com um amor de eternidade (Jr 31,3).

Um homem sentado ficava imóvel, durante horas a fio na igreja. Um dia, um padre lhe perguntou sobre o que Deus lhe falava. “–Deus não fala. Apenas ouve”, foi a resposta. “–Bem, então sobre que você fala com ele?” “–Eu também não falo. Apenas ouço.”

Na meditação compreenderemos estas idéias!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A LÍNGUA

Um prisioneiro vivia há anos na solitária. Não via e nem falava com ninguém e suas refeições eram servidas por uma abertura na parede. Um dia, uma formiga entrou em sua cela. O homem a contemplava fascinado, enquanto ela rastejava pelo cômodo. Segurava-a na palma da sua mão para melhor observá-la, dava-lhe um ou dois grãos e, à noite, guardava-a sob sua caneca.

Um dia, de repente, veio-lhe à mente que levara dez longos anos de prisão solitária para abrir os olhos à beleza de uma formiga. Quanto tempo vai nos custar para apreciar a grandeza de nossa língua?

Nossa língua é o sentido do paladar e, também, o órgão da fala. Em nossa vida muita estressada, nossa língua sempre está trabalhando. Por isso a língua sempre fica muito grata quando nós relaxamos e ela pode descansar em nossa boca. Ganha alguns minutos de férias quando não estamos comendo e estamos em paz e silêncio.

A boca é o portão de entrada para os alimentos sólidos e líquidos, direcionando-os para o interior do sistema digestivo. Neste local, a língua, com seu apurado sentido do paladar, imediatamente entram em ação. Cada um dos centenas de sabores que experimentamos está baseado na combinação de quatro sabores fundamentais. São eles: doce, salgado, azedo e amargo. Quando nos alimentamos, essas estruturas enviam mensagens ao cérebro, que identifica o gosto. Nascemos com cerca de 10 mil botões gustativos, mas ao envelhecermos, metade deles morre. É por isso que o gosto de alguns alimentos é mais forte para as crianças do que para os adultos.

A boca é o portão de nosso corpo, é o salão onde recebemos o mundo, é o trono de grandes negociações. É o órgão mais rico em sensações, mobilidade e versatilidade. Pelo fato de ter tantos nervos e tantas células diferentes, tanta mobilidade e tantas funções a língua é de importância excepcional e pode aliviar nossos estresses e trazer paz e tranqüilidade.

Há quem diga que quando a língua está relaxada nosso corpo fica calmo e as tensões nervosas desaparecem. Devemos tomar consciência de nossa língua e, assim, vivemos bem.

Quando um amigo visitou o pintor espanhol El Greco em sua casa, em uma adorável tarde de primavera, encontrou-o sentado na sala, com as cortinas completamente cerradas. --- “Venha para o sol”, disse o amigo. --- “Agora não”, retrucou El Greco. “Perturbaria a luz que está brilhando dentro de mim”.

Esquecemos da luz vital de nossa língua?

A PARCERIA CONTRA DROGAS

A Associação Parceria Contra Drogas é uma ONG sem fins lucrativos, em operação desde abril de 1996, constituída por vários integrantes da iniciativa privada – empresários e publicitários, cuja missão é a criação e divulgação de campanhas educativas de caráter preventivo contra o uso e abuso de drogas ilícitas, e também estruturamos e implementamos programas de prevenção, capacitação de educadores e professores.

Realizamos estes programas em Escolas , Empresas e Comunidades em todo Brasil.

São Fundadores da Associação os empresários: Luiz Roberto Valente Filho (atual Presidente), Mauro de Salles Aguiar, Luiz Fernando Furlan, Abram Szajman, Hiran Castello Branco, Horácio Lafer Piva, Raul Cruz Lima, Luiz Fernando Furquim, Gilberto Dimenstein, Lincoln da Cunha Pereira, Ives Gandra Martins, Maria Christina de Andrade Vieira, Celso Giacometti, Maria Christina Carvalho Pinto, Francisco Socorro, Octavio Florisbal, Olavo Setúbal, entre outros.

São Diretores Colaboradores da Associação Parceria Contra Drogas: Antonio Beltran Martinez, Antonio Jacinto Matias , Adilson Primo, Agnaldo Calbucci, Alcides Tápias, Alex Periscinoto, Carlos Alberto Silveira, César Pretti, Carlos Jacomine, Fabio Barbosa, Fernando Monteiro Alves, Fernando Terni, Hugo Miguel Etchinique, Isaac Jardanovski, José Roberto Marcellino dos Santos, Lázaro Brandão, Leandro Burti, Lineu Ricardo Kern, Luis Carlos dos Anjos, Marcio Arthur Laurelli Cypriano, Miguel Jorge, Moíse Y. Safra, Paulo Periquito, Pedro Luis Dias, Pedro Mauro Salles, Peter Dam, Rafael Antonio Nogueira de Freitas, Renato Gasparetto, Roberto Setúbal, Roberto Lima, Roger Agnelli, Roger Pratt, Sergio Mindlin, Walter Sigollo, Walter Fontana.

Os veículos de comunicação veiculam gratuitamente os filmes, criados voluntariamente pelos mais brilhantes profissionais da propaganda brasileira.

Além disso, as peças de divulgação são avaliadas previamente por um grupo de psiquiatras, psicólogos, professores e terapeutas, conhecedores dos anseios e problemas dos jovens diante das drogas. Assim, todas as mensagens veiculadas pela APCD vão ao ar com o aval desses profissionais, da Comissão Técnica da APCD.


Já foram ao ar mais de 77 filmes para televisão, partes de diversas campanhas voltadas para alertar para os riscos das drogas, abrangendo todos os públicos alcançados pela comunicação, e no ano de 2006 começamos a passar os filmes nos Cinemas antes das sessões.

O objetivo dessas campanhas é exatamente o de persuadirem jovens e alertar pais, de forma eficaz, para a prevenção e efeitos das Drogas.

Desde junho 2001, a APCD é uma entidade de Utilidade Pública Federal e Estadual, e em 2009 também Utilidade Publica Municipal.

“O CRACK DESTROI O Homo sapiens”

O psiquiatra Eduardo Kalina, médico argentino é uma das maiores autoridades em dependência química e Diretor médico do Brain Center, em Buenos Aires, desde 1994.


“Não existe cura total definitiva porque o cérebro se modifica a partir da experiência com a droga, aprende uma nova linguagem que não esquece nunca.”


ZH – O Sr. Disse que o cérebro nunca esquece a sensação provocada pela droga, lembrando que a “cura” da dependência química exige uma abdicação total das drogas, incluindo o cigarro e o álcool. Não há uma cura para a dependência química?

Kalina - A palavra cura é uma palavra que tem muitos significados. Por Exemplo: uma pessoa tem um surto de apendicite. Você opera, retira o apêndice doente e aquilo curou para sempre, nunca mais vai ter apendicite porque não tem mais apêndice. Esse é um conceito de cura total, definitiva. Porem, no campo das drogas, o conceito de cura é diferente.


T.E. - Justifica o porquê nós chamamos de RECUPERAÇÃO.


ZH – Como seria esse conceito?

K – Não existe cura total definitiva porque o cérebro se modifica a partir de experiência com a droga, aprende uma nova linguagem, que não esquece nunca. Uma pessoa fuma 20 cigarros por dia, começa com 15 anos , quando tem 25 anos, para. Cinqüenta anos depois, a pessoa tem 75 anos, passou 50 anos sem fumar, acende um cigarro e, oito, 10 segundos depois, aquela coisa que se modificou no cérebro acorda e a pessoa começa a ter necessidade de fumar. Não esqueceu nunca essa nova linguagem aprendida com a nicotina. Num futuro próximo, com a medicina genética, quando poderemos fazer modificações genéticas, provavelmente vai haver cura definitiva. Agora o que nós chamamos de cura é quando a pessoa aprende a dizer não. Para controlar a droga, compensamos com remédios, fazendo com que o cérebro acomode à normalidade, mas não tem garantia nenhuma. É preciso desdrogar-se. Tirar todas as drogas, porque muitas pessoas querem parar o álcool, mas seguem consumindo o tabaco. E o risco de voltar é grande.


T.E. - Evite o primeiro gole. Pare também de fumar; caso contrário a recaída será muito provável.


ZH – Acredita que é preciso abdicação total?

Kalina – Toda pessoa que compreende que para sair das drogas é preciso abdicar de tudo, uma parada total, incluindo álcool e tabaco, está praticamente curada. Para quem deseja seguir fumando e bebendo de quando em quando, o numero de recaídas será muito grande.

TE – Veja a justificação dos princípios de uma CT, abstinência total e mudança de vida através do auxilio da espiritualidade. Eu sempre digo: “Sem conversão não há recuperação”

ZH – A recuperação do crack é mais difícil?

Kalina – Não existem duas pessoas iguais, não é possível fazer generalizações. A recuperação é difícil porque o crack provoca muitos danos, e algumas lesões são irreversíveis. Alem disso, muitos usuários têm uma vida pobre, sem uma boa nutrição, não usavam muito o cérebro, então, ele estraga mais rápido. Temos um caso agora na Argentina de uma advogada, que começou a consumir já sendo uma profissional com boa posição. Ela passou mais de um ano consumindo, depois pediu ajuda e foi tratada. Eu a conheci em um programa de TV em que ela esta contando os danos que tinha sofrido. Ela conseguiu um bom nível de recuperação e agora esta bem melhor porque era uma pessoa bem alimentada, com um cérebro que trabalhava, mais ativo, tinha todas as condições para sair. Muitos que começam na adolescência ou na infância não conseguem. Uma pessoa culta que tem Alzheimer demora muito mais para decair quando comparada a pessoas que não usaram muito o cérebro.


ZH – A partir de um estudo mais detalhado do cérebro é possível redimensionar a recuperação?

Kalina – Claro. Dependendo de como esta lesionado o cérebro, podemos recuperar mais ou menos. Há pessoas em que estamos testando a técnica de reabilitação cognitiva. Algumas delas tiveram uma boa formação, então conseguimos muitas coisas mais rápido do que com aquele menino de rua que usa crack e fica afetado de uma forma horrível em pouco tempo.


ZH – Existe algum momento do tratamento de recuperação que é mais difícil?

Kalina – Desde a primeira etapa, quando nós temos que limpá-los, porque não conhecemos o que usaram. Não é uma substancia sempre igual, preparam com um monte de porcarias. Imagine um menino de 10 anos, mal alimentado, sem escolaridade, e que começa a fumar compulsivamente. Ataca sistema respiratório, coração, artérias. Alguns deles parecem velhos. É muito difícil, é preciso medicar muito bem, ter recursos, e geralmente o governo nunca tem recursos para essas coisas.


ZH – No RS, há muitas comunidades terapêuticas independentes que colocam os usuários em atividades ligadas à agricultura, algumas delas ligadas a rituais religiosos. Elas tem algum sucesso. Como o senhor avalia esse tipo de comunidade?

Kalina – Para mim, essa é uma segunda etapa (CT). A primeira é medica, psiquiátrica e clinica. Por exemplo, essa mulher mencionada antes (advogada) estava com anemia, produzida pelos tóxicos. Tivemos que tratar a anemia, a hipertensão, tratamos uma serie de problemas físicos e do cérebro. E, agora que ela esta bem, os tratamentos sociais de recuperação, como fazendas ou comunidades, são muito importantes. Porem, é preciso primeiro um grande tratamento biológico ou ficam danos irreversíveis.


ZH – Essa segunda etapa também incluiria um atendimento psicológico, por exemplo?


Kalina – Claro. Conviver em grupo, trabalhar, tudo isso auxilia a pessoa a se ressocializar. Ao mesmo tempo, quando o paciente está muito doente, na primeira fase do tratamento muitas vezes usamos a terapia individual para ajudar. Chamamos de “limpeza” esse período de desintoxicação. Para isso, os remédios ajudam muito. Acho um erro muito grande não tratar toda a parte biológica, que com o crack fica muito comprometida, especialmente o cérebro frontal, que é a região que permite sermos pessoas civilizadas.

ZH – Explique melhor essa função do cérebro frontal?

Kalina – Quando esses meninos têm danos importantes no cérebro frontal, eles deixam de funcionar como pessoas, são como macacos. Nós tratamos com medicamentos e fazemos trabalhos cognitivos para fazer a região voltar a funcionar. Quando ela é atrofiada, a pessoa vira um gorila. Você precisa da parte frontal para pensar em Deus, ter espiritualidade crenças, filosofia, ver o sentido da vida. Os meninos que ficam com dano nessa zona, a maioria dos que entram em crack e cocaína, viram animais. Eles matam porque gostam de um tênis que a pessoa usava. Pegam o tênis e vão embora,não importa se mataram uma pessoa que tem família, não importa nada.


ZH – O senhor esta dizendo que o crack tira o sentido de civilização do homem. Ela é a droga mais devastadora nesse sentido até agora?

Kalina – Claro. O crack faz voltar o Homem de Neandertal, destrói o homo sapiens. Por isso digo: o governo que não luta contra isso esta permitindo o suicídio.


ZH – Que conselho daria a uma família de um jovem que convive, por exemplo, em um ambiente onde circula o crack?

Kalina - Primeiro, dar um bom exemplo. Um pai que toma um copo de vinho no jantar não esta criando um filho toxicômano. Porem, um pai que esta todo dia fumando e que bebe muito não pode dizer ao filho que não consuma, porque ele esta consumindo. Muitas pessoas não se dão conta de que estão constantemente dando exemplos. Segundo, é importante, desde criança, ensinar o perigo que isso significa. Nos EUA, em um colégio com crianças entre sete e 12 anos, fizeram um jogo que teria como premio uma viagem à Disney de graça. Todos queriam participar e perguntaram: “Como é a prova?” Disseram a eles que teriam de atravessar uma fossa com jacarés. Então ninguém quis brincar, todos responderam não, porque o jacaré devora, bate com o rabo e pode quebrar a cabeça. Então o doutor que organizou esse jogo falou: “Toda criança sabe o perigo dos jacarés. Temos que fazer o mesmo com nossos filhos, para que eles aprendam o perigo da droga”. Quando se explica à criança pequena o perigo do cigarro, ela luta para que os pais parem de fumar. Temos que fazer o mesmo com a droga, um trabalho de educação, informação e prevenção. E, alem disso controlar a presença da droga, não facilitar, não legalizar, cuidar muito, proibir a apologia à droga.


ZH – Existem algumas características recorrentes entre as pessoas que são usuárias de droga ou não se pode identificar isso?


Kalina – Sim, pode-se dizer. Quem conhece esse tema, consegue identificar aqueles que podem ir às drogas. Jovens que tem conflitos, são impulsivos ou tem uma família onde há patologia, tem muito mais facilidade de chegar às drogas. Um grupo de estudiosos americanos avaliou que se estudássemos, entre crianças adolescentes aquelas que tem componentes depressivos ou bipolares, seria possível prevenir muito o uso de drogas. Por isso é preciso cuidar por fora para que a droga não chegue até a pessoa . Detectar e diagnosticar aqueles que podem usar drogas e trabalhar com eles. Infelizmente hoje no Brasil, tem muitos músicos, pintores políticos, jornalistas, opinando sobre drogas e muito pouco se trabalha com profissionais da saúde. Esse tema tem que ser tratado como uma emergência nacional.

domingo, 2 de maio de 2010

Fernanda e Pedro

Queridos noivos, Fernanda e Pedro, amados pais, irmãos, padrinhos, familiares, amigos, aqui nos encontramos, cheios de alegria, em oração para celebrar o matrimonio de Fernanda e Pedro. Um dia de grande alegria.

A Fernanda e o Pedro quiseram casar-se em ambiente de Eucaristia, junto dos seus familiares e amigos, escutando a Palavra do Bom Deus. Querem fazer do seu casamento um sacramento, querem torná-lo para o mundo um sinal e um instrumento dessa alegria de Deus, dessa comunhão própria do nosso Deus família: Pai, Filho e Espírito Santo.

Fernanda e Pedro, esta é a certeza e tesouro maior que devereis levar deste maravilhoso dia. Aquele que aqui vos trouxe é o mesmo que hoje se manifesta no vosso amor e no sacramento da Eucaristia, prova máxima do amor de Deus, que envolve graciosamente o vosso matrimonio.

Bem sabeis que não me refiro a um deus distante, justiceiro, amigo de conflitos. Refiro-me Aquele que vos fala no coração. Falo-vos d’Aquele que vos faz acreditar no sonho da família. Sim fala-vos do Deus família, Deus Amor. Aquele Deus que vos uniu já no vosso namoro, aquele Deus a quem rezaste na vossa intimidade para o vosso encontro acontecer.

Entre as pessoas que trazeis no santuário dos vossos corações alguém tenho que destacar: os vossos pais, aqueles que mais vos amam. Fernanda, a tua mãe Mirna e do teu Pai Cléo; Pedro, a tua mãe Cristina e o teu pai Pedro o qual deixou muita saudade. Fernanda e Pedro recebestes e continuareis a receber o testemunho do Amor dos vossos pais. No amor quotidiano da mãe, no silêncio de tantos gestos do pai, na doação de tantos momentos dos dois,... experimentastes e conhecestes o amor. Sei como Eles são importantes nas vossas vidas e da gratidão que lhes tendes. Ao amor que dEles recebestes, respondei-lhes com amor e felicidade do vosso lar!

A Escritura fala-nos de dois tipos de casa. Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. (Mt 7, 24.26). Ela não pode ser mais clara. O Amor é o fundamento. O nosso Deus é Amor. Ele é o fundamento. Haja o que houver nele tudo terá sustento e sentido, e nele, a vossa casa será sempre mais feliz. A casa fundada no Bom Deus está de tal modo segura de si que apesar das contrariedades, dificuldades, injustiças... É mais forte que tudo isso. Aquela que se edificada noutros alicerces sujeita às intempéries acaba por cair. Sabeis bem que sobre a areia nenhuma casa se sustém. Sabeis bem que a areia pode cegar. Nunca vos deixei levar pela desconfiança, pelo amor próprio, pela indiferença, pelo comodismo. Quando aparecerem grãos de areia transforme-os em rocha!

Pedro, o teu nome define o homem como pedra firme. Sei da grandeza do teu espírito e da coerência das tuas opções. Que a memória do teu nome te empenhe sempre a construir com a Fernanda a vossa casa fundada no Amor de Deus e sereis sempre e mais felizes.

Fernanda, o teu nome significa ousada, Deus é assim de repente, surpreendente. Sei do sentido que dás à vida e do empenho que nela colocas. Recorda-te sempre que do mesmo modo que um dia terás um filho em teu ventre, assim Deus vos tem. Constrói com o Pedro a vossa casa fundada no Amor de Deus e sereis sempre e mais felizes.

Nem tudo será simples ou fácil! Viver em família significa doação para acolher, serviço para festejar, renúncia para valorizar. Sempre em nome do amor, sempre para que haja mais amor e alegria. Certamente virão as dificuldades. Algumas já conhecem, outras vos surgirão. Nem sempre as vontades vão coincidir. Educar os filhos nem sempre será fácil. O cansaço e as tensões surgirão. Não tenhais medo! Fiel no amor, tudo isso vos servirá, no diálogo e oração, para a consolidação do vosso amor de família. Lembrai-vos sempre daquilo que hoje viveis! E o melhor modo para o fazerdes é através do diálogo a dois com Deus no meio. Rezai em família, sobretudo, nas horas de felicidade e de maior sonho. E aquilo que hoje vos anima, o amor, seja sempre o critério das vossas escolhas.

Escolhestes a Igreja São Pedro como lugar do vosso matrimonio. Pedro que significa pedra é o teu nome, Pedro é o nome do teu pai, que em 1964 junto de tua mãe Cristina se encontraram diante desde mesmo altar, para fazer a mesma promessa de amor que hoje vocês vêm fazer.

Fernanda e Pedro que o vosso Amor vivido em família seja um eterno namoro, como o do primeiro dia, sempre renovado e fortalecido, feito de encanto e alegria. De certo modo, hoje começa a fase mais importante do vosso namoro. Que os pequenos detalhes se mantenham, que as correspondências se repitam, que os passeios e cinemas continuem, que o fundamento se fortaleça.

Levem Jesus Cristo para o vosso lar! Aproximai-vos da Eucaristia! Renovai em cada dia o amor que hoje aqui celebrais. Fazei do vosso lar casa de oração, doação e felicidade. Amai sempre mais que tudo. Perdoai sempre. Como no vosso namoro dialogai sempre. Celebrai a vida de cada dia como no vosso primeiro e mais belo encontro. Fazei cada dia memória deste dia tão lindo da vossa vida no qual junto de Deus, familiares e amigos vos entregai amorosa e eternamente. Essa será sempre a vossa alegria.
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