quinta-feira, 29 de julho de 2010

A ESTÁTUA QUEIMADA


Numa fria noite de inverno um homem pediu abrigo em uma igreja. O pobre estava tremendo de frio na neve, por isso o sacerdote, embora relutasse em deixá-lo entrar, disse: -“Muito bem, pode ficar, mas só por esta noite. Isto é um templo, não um asilo. Na calada da noite, o sacerdote ouviu um estranho barulho crepitante. Correu à igreja e viu algo inacreditável. Lá estava o estranho se aquecendo em uma fogueira que acendera na igreja. Estava faltando um Santo de madeira. O sacerdote perguntou: -“Onde está a estátua?” O andarilho apontou para a fogueira e disse: -“Pensei que este frio fosse me matar.” O sacerdote gritou: -“Sabe o que fez? Essa era uma estátua de um Santo. Você queimou o Santo!” O fogo estava se extinguindo aos poucos. O homem começou a mexer nas cinzas com seu cajado. -“O que está fazendo agora?” – vociferou o sacerdote. -“Estou procurando os ossos do Santo que você diz que matei.” Mais tarde o padre relatou o incidente a outro sacerdote, que disse: - “Você valorizou mais um Santo morto do que um homem vivo.”

Ao contemplar a grandeza da glória, desejaríamos já mergulhar nesse mar de felicidade; os grandes prêmios, porém, não se alcança sem grandes trabalhos, como nos disse São Paulo: “o atleta só recebe a coroa se lutou conforme as regras” (2Tm 2,5).

Tendo sido criados para gozar de Deus por toda a eternidade, devemo-nos encher de um santo entusiasmo, e não ocupar somente nossos afetos em objetos terrenos com desejos de prazeres mundanos. Conta-se que Cleópatra foi, certa vez, ao mar pescar com Marco Antônio. A rainha, logo que lançou o anzol, apanhou muitos peixes, que ia recolhendo com grande festa. O imperador, pelo contrário, estava todo confuso, porque não lhe acontecia o mesmo. A rainha, para consolá-lo, disse-lhe com graça: Nasceste para pescar reis e reinos. Também o homem nasceu para pescar reis e reinos, isto é, para possuir o Rei dos reis, e conquistar, com seus esforços, o Reino da glória.

Em todas as obras, devemos procurar agradar a Deus à maneira do girassol, que segue o Sol desde que nasce até o momento em que se põe, ou como a agulha da bússola que aponta sempre para o pólo norte. Isso não quer dizer que descuidemos dos outros negócios humanos. Assim como o timoneiro, não perde o rumo de seu caminho, também nós, em todas as ações, mesmo as menores, devemos ter sempre o objetivo de agradar a Deus segundo o conselho do Apóstolo: “Portanto, quer comais, quer bebais,o que quer que façais, fazei tudo para a glória de Deus” (1Cor 10,31).

Não nos deixemos enganar completamente com os bens desta terra, semelhantes ao corvo que Noé soltou da Arca, o qual não voltou como a pomba, mas ocupou-se em devorar os cadáveres que boiavam a tona da água.

terça-feira, 27 de julho de 2010

A MARCA DO AMOR


Um menino tinha uma cicatriz no rosto, as pessoas de seu colégio não falavam com ele e nem sentavam ao seu lado, na realidade quando os colegas de seu colégio o viam franziam a testa devido à cicatriz ser muito feia.

Então a turma se reuniu com o professor e foi sugerido que aquele menino da cicatriz não freqüentasse mais o colégio, o professor levou o caso à diretoria do colégio.

A diretoria ouviu e chegou à seguinte conclusão: que não poderia tirar o menino do colégio, e que conversaria com o menino e ele seria o ultimo a entrar em sala de aula, e o primeiro a sair, desta forma nenhum aluno via o rosto do menino, a não ser que olhassem para trás.

O professor achou magnífica a idéia da diretoria, sabia que os alunos não olhariam mais para trás.

Levado ao conhecimento do menino da decisão ele prontamente aceitou a imposição do colégio, com uma condição: que ele compareceria na frente dos alunos em sala de aula, para dizer o por quê daquela CICATRIZ.

A turma concordou, e no dia o menino entrou em sala dirigiu-se a frente da sala de aula e começou a relatar:

- Sabe turma eu entendo vocês, na realidade esta cicatriz é muito feia, mas foi assim que eu a adquiri:

- Minha mãe era muito pobre e para ajudar na alimentação de casa minha mãe passava roupa para fora, eu tinha por volta de 7 a 8 anos de idade...

A turma estava em silencio atenta a tudo .

O menino continuou: além de mim, haviam mais 3 irmãozinhos, um de 4 anos, outro de 2 anos e uma irmãzinha com apenas alguns dias de vida.

Silêncio total em sala.

-... Foi aí que não sei como, a nossa casa que era muito simples, feita de madeira começou a pegar fogo, minha mãe correu até o quarto em que estávamos pegou meu irmãozinho de 2 anos no colo, eu e meu outro irmão pelas mãos e nos levou para fora, havia muita fumaça, as paredes que eram de madeira, pegavam fogo e estava muito quente...

Minha mãe colocou-me sentado no chão do lado de fora e disse-me para ficar com eles até ela voltar, pois minha mãe tinha que voltar para pegar minha irmãzinha que continuava lá dentro da casa em chama.
Só que quando minha mãe tentou entrar na casa em chamas as pessoas que estavam ali, não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha, eu via minha mãe gritar:

- " Minha filhinha está lá dentro!"
Vi no rosto de minha mãe o desespero, o horror e ela gritava, mas aquelas pessoas não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha...

Foi aí que decidi. Peguei meu irmão de 2 anos que estava em meu colo e o coloquei no colo do meu irmãozinho de 4 anos e disse-lhe que não saísse dali até eu voltar.

Saí de entre as pessoas, sem ser notado e quando perceberam eu já tinha entrado na casa.
Havia muita fumaça, estava muito quente, mas eu tinha que pegar minha irmãzinha. Eu sabia o quarto em que ela estava. Quando cheguei lá ela estava enrolada em um lençol e chorava muito...
Neste momento vi caindo alguma coisa, então me joguei em cima dela para protegê-la, e aquela coisa quente encostou-se em meu rosto...

A turma estava quieta atenta ao menino e envergonhada então o menino continuou: vocês podem achar esta CICATRIZ feia, mas tem alguém lá em casa que acha linda e todo dia quando chego em casa, ela, a minha irmãzinha me beija porque sabe que é marca de AMOR.

Vários alunos choravam, sem saberem o que dizerem ou fazerem, mas o menino foi para o fundo da classe e imovelmente sentou-se.

Para você que leu esta história, queria dizer que o mundo está cheio de CICATRIZ.

Não falo da CICATRIZ visível mas das cicatrizes que não se vêem, estamos sempre prontos a abrir cicatrizes nas pessoas, seja com palavras ou nossas ações.

Há aproximadamente 2000 anos JESUS CRISTO, adquiriu algumas CICATRIZES em suas mãos, seus pés e sua cabeça.

Essas cicatrizes eram nossas, mas Ele, pulou em cima da gente, protegeu-nos e ficou com todas as nossas CICATRIZES..

Essas também são marcas de AMOR.

Jesus te ama, não por quem você é, mas sim pelo que você é, e para Jesus você é a pessoa mais importante deste mundo.

Nunca se esqueça disso!

A BARRIGA DOS HOMENS E A NOSSA FÉ

Na média, todos os homens que conheço perseguem, ao longo de suas vidas, uma solução existencial para ao menos duas coisas, além da morte: para a fé e para suas barrigas. Dentre meus colegas de gênero, não há um de quem nunca tenha escapado um comentário insatisfeito sobre sua a fé – ou sobre seu ceticismo – ou sobre sua barriga – e gorduras abdominais e afins. Não há um.

E o que mais põe à prova nossa hombridade, nossa virilidade, ao lidar com a barriga e com a fé, é a nossa submissão a elas duas. Contra a barriga e contra a fé, somos seres impotentes. E pior: as duas têm a ver com a morte. A primeira pode nos levar mais rápido a ela e a outra, define o que será de nós depois do dia D. E não há nada que se possa fazer de imediato. Funciona como se tivessem vida própria. Alimentam-se por conta própria e seguem ali, desafiando o que nos resta de orgulho.

E, digo-vos, só há uma solução para apascentar tal sofrimento masculino. Só há um caminho para confortar no coração do homem a angústia causada pela fé e pela barriga. Só um. Um só.

***

Era uma tarde de meia temperatura na sala da minha casa, em Canoas. Não lembro bem qual era minha idade. Mas posso dizer que me regozijava na mais prazerosa das idades: a idade sem compromissos. Estudava pela manhã, assistia ao Chaves e aguardava o entardecer para jogar uma bola com os amigos que tinha aula à tarde. Essa era, em linhas gerais, minha rotina estafante da época. Mas tinha algo que já me incomodava: a minha barriga. No que um dia, num belo dia, eu resolvi que poria fim a ninguém mais, ninguém menos, que a eles, meus pneuzinhos brancos. Eles que me acompanharam desde sempre. Companheiros de todas as horas e de todos os banhos. Desde a descoberta dos pelos até o fim da puberdade. Poria fim a eles. Minha barriguinha e seus pneuzinhos companheiros seriam eliminados.

E tratei de buscar alternativas.

O Nescau. Tiraria o Nescau da minha vida. E exercícios? Pensei em correr, em caminhar, em jogar mais bola. De algum lugar surgiu a convicção pelo abdominal.

Acontece que eu tinha um aparelho específico para o movimento e almofadinhas e tals. Mas na tal tarde, não usei nada disso. Preferi ir no seco mesmo, ali, no assoalho da sala de casa. Cinquenta abdominais no primeiro dia. Acho que foi esse o número. Cinquenta. Parei porque nem minha coluna, nem minha barriga aguentavam mais. E fui pro espelho. Tive a impressão de ter visto rastros de gordura esvaindo-se pelo suor do meu abdômen. E fiquei satisfeito. Lembro que fiquei bem satisfeito. Nascia ali um novo Juliano.

Mas no dia seguinte, havia algo que não me deixava esquecer de meu propósito um minuto sequer. A dor que tomou meu corpo quase me imobilizava. E a cada passo que dava, a dor repuxava meus músculos na tentativa de me convencer da bobagem que eu tinha cometido ao me propor a perder a barriga. Ela não valia aquela dor. Ninguém dá bola pra ela, oras. Ela nem é tão visível assim, afinal. Pode ficar aí mesmo onde está. Não seria eliminada. Barriga? Que barriga? A dor muscular me levou a desfazer os entusiasmados planos do dia anterior.

Assim é com a minha .

Há três semanas, participei do 140º Cenáculo de Maria da Arquidiocese de Porto Alegre. O Cenáculo é um movimento de jovens e adultos da Igreja Católica que prega a espiritualidade de Maria, a mãe de Jesus Cristo, como forma de vivência da fé. Posso dizer que, em 14 anos de caminhada na Igreja, talvez este retiro tenha sido o mais importante de todos. Talvez não o mais bonito, nem o mais marcante. Mas o mais relevante para minha fé.

Uma das razões que me fazem classificar desta forma o 140º Cenáculo foi a participação de meia dúzia de pessoas especiais entre os mais de 70 jovens e adultos que faziam o retiro pela primeira vez. Refiro-me a cidadãos dependentes químicos em recuperação. Tive a sorte de sentar perto de um durante os três dias e poder ouvir as suas histórias. São uns heróis esses homens e mulheres que vencem a droga! “Vou dormir todos os dias agradecendo pelo dia e acordo todos os dias sabendo que terei que matar alguns leões”, ouvi de um deles no sábado seguinte, quando nos reunimos para conversar a respeito do retiro. Um deles nos contou que tinha emprego em uma multinacional, esposa e filhos. Por causa da bebida, perdeu tudo, a ponto de não ter para onde ir. Perdeu tudo. Ficou sem nada. E reergueu-se. E estava lá, do meu lado naquele retiro, sem nenhuma pinta de herói, mas disposto a servir de exemplo de esperança.

Saem do retiro em vantagens esses cinco ou seis homens, cujas vidas foram atropeladas pelas drogas. Porque com a fé e com aqueles que querem perder suas barrigas, o desafio é o mesmo: alguns leões precisam ser mortos a cada dia.

Costumo dizer que retiros são para a fé assim como feriadões do verão são para o trânsito. Infelizmente, não voltaremos a ver alguns daqueles que pegaram a estrada conosco. É inevitável. Embora tomados pela emoção todos confessem o desejo de mudar de vida e passar a valorizá-la de outra forma, muitos serão vencidos pelos leões da semana seguinte na vida real.

E não são poucos os leões. Eu diria que quase todo dia há um novo leão para enfrentarmos. Não preciso elencar aqui tudo o que nos tira do caminho do bem, como a indiferença, a competição e a vaidade, né?

O que esquecemos é que atrás de nossos leões aguardam por nós pessoas como nós. Pessoas que sofrem porque nunca ninguém chegou até elas e apontou para o lado onde a vida é mais colorida, as possibilidades são variadas e a dignidade é possível. Voltei pra casa depois da missa que encerrou nosso encontro de três dias com uma frase de uma canção na cabeça: “tu, pescador de outros lagos, ânsia eterna de homens que esperam”. São eles, os homens que sofrem atrás dos leões que estão nos aguardando! Numa ânsia eterna, numa angústia interminável.

Por que o 140º Cenáculo de Maria foi tão importante? Porque descobri que, como a morte, há outra coisa certa nessa vida: os leões e a angústia dos homens sempre existirão. E estarão sempre à espera de alguém disposto a transmitir a paz.

Retiro de três dias podem nos levar para o céu, mesmo estando na terra. Mas acabam. As lágrimas evaporam. E se não soubermos lidar com essa avalanche de sensações novas dentro do peito, se não soubermos lidar com as dores musculares de quem quis acabar com a barriga no primeiro dia, se não soubermos lidar com tudo isso, se não formos perseverantes, ficaremos pelo caminho.

***

Só há um caminho para a realização da fé e só há um caminho para o fim da barriguinha indesejável: a perseverança. Para o homem que deseja alcançar uma barriga de tanquinho e para o homem que almeja desfrutar de uma fé robusta, que não dorme satisfeita enquanto não alegra alguém, a receita é uma só: perseverar. Matar alguns leões a cada dia. Sem fraquejar, sem deixar-se levar pela rotina da acomodação, do satisfazer-se com o ter, poder e prazer passageiros das coisas fúteis. Como perder a barriga, por exemplo.

É claro que me incluo no meio de vocês, como mais um que precisa aprender a matar seus leões. Três semanas depois do 140º Cenáculo de Maria e alguns anos depois daquela tarde de abdominais, no meu peito ainda mora a angústia pela barriga que não perdi e pela fé cuja chama preciso aprender a manter acesa todos os dias.

Juliano Rigatti, Twitter @uzina e @toquecristao, e-mail jfrigatti@gmail.com.

FÉ E AÇÃO


Talvez o Cenáculo de Maria do Vicariato de Canoas esteja inaugurando uma nova fase dos movimentos de jovens e adultos da Igreja Católica. Tudo começou no 140º Cenáculo de Maria do Vicariato de Canoas. Já falei dele aqui. A presença de uma dezena de jovens dependentes químicos em recuperação entre nós foi a primeira das bênçãos. A segunda, foi poder perceber como o Cenáculo atuou na ressocialização dessas pessoas. Porque quando saem dos Centros de Recuperação não é de emprego que precisam, não é de comida que precisam, não é de sexo que precisam.

Eles precisam de Deus.

E o Cenáculo de Maria, o grupo de jovens iluminados que se reúne aos sábados à tarde na paróquia Imaculada Conceição, em Canoas, este grupo está fazendo o papel de manter viva a chama da fé em nossos amigos.

Os movimentos de jovens e adultos que conheço são todos muito parecidos. Basicamente, repetem a fórmula de conversão de seu público em retiros de um final de semana. O Cenáculo também é assim. Igualmente, cumprem sua função social e cristã de forma transformadora. Já falei aqui no blog de como o CLJ mudou minha vida.

O Cenáculo parece estar indicando o amadurecimento disso tudo. É preciso avançar para águas mais profundas. Aliar a fé com obras, como esse pessoal do Cenáculo está fazendo, pra mim está sendo uma feliz e renovadora novidade.

Juliano Rigatti, Twitter @uzina e @toquecristao, e-mail jfrigatti@gmail.com.

SÓ POR HOJE


Há uma camiseta de tecido claro estendida no chão da entrada do salão do Centro de Recuperação Imaculada Conceição, em Gravataí, no Rio Grande do Sul. Ela é pisada por todos os que entram no local, rapazes dependentes químicos, seus monitores e visitantes. Molhada e completamente tomada por uma fina areia marrom, poucos se dão conta da sua presença. Embora ela tivesse sua função, com a umidade e a chuva do último sábado, seria inútil qualquer tentativa de manter o salão seco e limpo. Mas ela permaneceu ali, imunda, durante todo o dia, enquanto rezávamos, partilhávamos experiências de vida e plantávamos esperança no coração de 38 adictos em recuperação.

Já era escuro, meus olhos inchados e embaçados de emoção, quando reparei a primeira vez na tal camiseta, enrolada no piso frio e escorregadio por onde passávamos. Alguns se despediam, prometendo voltar, outros, agradeciam pelo dia e, sem dizer, nos revelavam, pelo brilho do olhar, que aquele era, mais uma vez, o primeiro dia de suas vidas.

A camiseta suja serviu de metáfora do que vivemos no 1º Retiro do Movimento Cenáculo de Maria na CRIC, casa que acolhe cidadãos que desejam limpar seu organismo e libertar sua alma das drogas. Chegam ali como aquela camiseta, tomados pela sujeira da falta de dignidade, desprezados por uma sociedade avessa aos valores cristãos e com quase nenhuma esperança. Muitos deles, conhecendo a pobreza e a dificuldade, fizeram da droga uma tentativa de fuga da realidade. Outros, como o rapaz que nos deu seu depoimento e com quem conversei, ascenderam financeiramente e despencaram ao fundo do poço. Restaram alguns reais para pagar a triagem e cobrir os custos mensais com o Centro. “Tinha uma esposa, um filho, abri um negócio próprio, cheguei a ter 15 funcionários, e perdi tudo”, contou-me. A decisão pela recuperação veio dentro de um motel, enquanto consumia, sozinho, a última quantidade de cocaína que levava nos bolsos. “Olhava para os espelhos e não me via. Tive tudo, mas faltava-me Deus”, concluiu.

A CRIC é apadrinhada pela paróquia Imaculada Conceição, da Igreja Católica, localizada no bairro Rio Branco, em Canoas. O movimento Cenáculo de Maria, da mesma paróquia, do qual participo, foi quem idealizou o retiro. A ligação do Cenáculo com as drogas já contei aqui. Graças a isso, tínhamos também entre nós, no sábado, cenantes que livraram-se da dependência química e hoje visitam a CRIC pra testemunhar que há, sim, dias iluminados fora do túnel do vício. “Eu nunca vi eles tão felizes, cara, nunca. E pra mim, que já estive aqui, então, isso está sendo maravilhoso”, ouvi de um deles.

Durante os nove meses de tratamento na CRIC, os jovens e adultos em recuperação estudam a Bíblia, trabalham na horta, na ordenha dos animais, na manutenção da estrutura e na preparação das refeições. De todas, a tarefa mais exigente, certamente, é olhar pra si próprio. “Acordo todos os dias e tenho que me encarar, admitir que fiz tudo errado e recomeçar”, disse um dos residentes, que já está no Centro pela segunda vez, depois de ter ido embora e recaído na primeira tentativa.

Sempre que tive oportunidade, parabenizei uma daquelas pessoas pela coragem. Não é fácil tomar a decisão de ir até a fazenda. Menos fácil é dizer para si, a cada manhã, só por hoje não vou mais pecar. Porque lá, eles vivem um dia de cada vez. Como nós vivemos, sem nos dar conta. Para emagrecer, para passar no concurso, para construir uma carreira bem-sucedida. Cada uma dessas conquistas, como para largar o vício, requer coragem de viver um dia de cada vez. Mas mais vital do que qualquer objetivo que tenhamos aqui fora, lá na CRIC só o que eles querem é merecer suas vidas de volta. E como querem.

Bem no início do dia que passamos juntos, sentei-me num dos primeiros bancos do salão, depois de uma das primeiras palestras, e ouvi-os cantar junto conosco. Mas não cantei. Porque não pude. Era forte e bonito demais ouvir a voz de cada um deles transformada em uma só, preenchendo o ar daquele salão. “Lágrimas são suor de almas que lutam só. Só Deus pode entender o que lhe causa dor. (…) Pare de se maltratar, não queira os outros culpar e diga: ‘por hoje não. Por hoje eu não vou mais pecar’”, cantavam eles.

Rezarei para que daqui nove meses nenhum deles esteja mais na CRIC. Que estejam reescrevendo a história. Que nasçam de novo nessa segunda gestação. E pelo trabalho que é realizado na CRIC, não serão só cidadãos limpos nossos amigos de sábado. Serão multiplicadores da receita da felicidade revelada por Deus a nós desde os 10 Mandamentos. Felizmente, daqui nove meses, teremos mais gente por aí dizendo que, embora o mundo nos faça chorar, Deus nos quer sorrindo.

Juliano Rigatti, Twitter @uzina e @toquecristao, e-mail jfrigatti@gmail.com.

FRUTOS DO RETIRO DA CRIC


Queridos irmãos em Cristo,

Não quero parecer pretensioso/egocêntrico por escrever tanto de mim, mas quero muito partilhar minha alegria com vocês.

Há alguns minutos o Lucas me ligou contando de alguns frutos do nosso retiro de sábado entre os residentes...

Pois bem, desde as pregações do Andrei e do Tio Hélio eu já estava recebendo frutos...
Antes de ir, eu já estava feliz por poder ajudar com uma pregação...o que eu não imaginava era que Deus iria me agraciar tanto em um só dia.

O retiro da CRIC para mim, foi uma experiência transcendental: a pregação do Pe. Eduardo fez eu repensar minha vida de Cristão. Estou agora buscando descobrir qual é a minha reserva, a minha "guitarra", pois assim como aquele radialista de Caxias - não me lembro o nome dele, acho que é Marcelo - também tenho que deixar minhas "seguranças" no altar do Senhor para poder entregar toda minha vida a Ele.

Aproveitei muito todas as pregações dos meus irmãos cenantes e ao mesmo tempo, por ter falado do 5º mandamento, da valorização da vida, estou mudando meu jeito de ser...pois para ser coerente com minhas palavras, tenho que, cada vez mais, ver a obra da Criação no meu irmão que me fecha a frente no trânsito, no meu irmão que me é rude e assim por diante. Acho que mais do que qualquer pessoa, o maior beneficiado da minha pregação fui eu mesmo.

Domingo durante o Workshop (que também foi uma bênção), conversando com a Tatá me foi dada a Graça de perceber que por mais que eu tente pagar um pouquinho que seja da minha "dívida" com Deus, por todas as maravilhas que Ele fez na minha vida, tudo aquilo que eu dou, Ele me devolve o dobro, o triplo, o cêntuplo...

Ainda no retiro, durante a adoração eu só conseguia dizer "obrigado e Aleluia" porque a bondade de Deus é tão grande, tão infinita que é só o que eu consigo dizer...logo eu que não mereço nada, recebi tantas graças do Pai em tantos aspectos da minha vida - sobretudo no espiritual. Sinto uma paz e uma alegria de fazer parte da construção do Reino Dele que não consigo expressar em palavras...

Sempre tive um pouco de dificuldade de rezar pois pensava, como iria dizer para Deus: "Senhor, eu quero isso" ou "Senhor, obrigado por aquilo" se ele já sabe o que eu vou falar, se Ele já conhece meu íntimo (até melhor do que eu) ...
Pois bem, as palavras de Deus que sairam da boca do Pe Eduardo durante a pregação do 2º Mandamento: de que eu não preciso gostar da missa, mas que devo participar pois é um Mandamento, fizeram que ontem eu - preguiçoso e cansado - fosse à missa na IC às 19:30...E lá durante a homilia, o padre mineiro (não lembro o nome dele) disse: "Falem com o Pai, pois ainda que Deus saiba o que vocês querem e precisam, Ele quer ouvir vocês pedirem". Naquele momento pude levantar as mãos para o céu e agradecer, pois o Bom Deus me revelou que falar com Ele, mesmo Ele já sabendo o que vamos dizer é necessário e é um mistério de fé. Eu não preciso entender aquilo que na minha pequena e limitada mente é uma aparente contradição. Eu só preciso aceitar, fazer e confiar...não é uma coisa para compreender; é uma coisa da fé!

Louvo e bendigo o nome Daquele Que Faz Existir por ter me dado tanto em um só fim de semana além de tudo que Ele me deu ao longo da vida.

Agradeço a todos vocês por serem manifestações e presença Dele na minha vida.
Em especial, muito obrigado à KK e ao Lucas que me convidaram pro retiro e ao Pe Eduardo que me permitiu participar.

Acredito que para muitos de nós do Cenáculo, essa experiência na CRIC foi uma chance de como o Tio Hélio falou aquele dia: Ser um pescador de águas profundas, pois no raso tem bastante gente, mas no fundo os pescadores são poucos...

[Em tempo: temos que fazer mais pela CRIC. Muito mais!]

Que a paz de Cristo esteja com cada um de vocês. Agora juntamente com os residentes da CRIC, todos vocês moram no meu coração.

Abraços,
Dudu - Eduardo Beilner

sábado, 24 de julho de 2010

Maconha, o dom de iludir

Que nem pesquisadores nem a população se iludam de que exista indicação terapêutica para utilizar maconha que já seja aprovada pela ciência

Semanas atrás, a Folha noticiou a proposta de criar-se uma agência especial para pesquisar os supostos efeitos medicinais da maconha, patrocinada pela Secretaria Nacional Antidrogas do governo federal.
Esse debate nos dias atuais, tal qual ocorreu com o tabaco na década de 60, ilude sobretudo os adolescentes e aqueles que não seguem as evidências científicas sobre danos causados pela maconha no indivíduo e na sociedade.
Na revisão científica feita por Robim Room e colaboradores ("Cannabis Policy", Oxford University, 2010), fica claro que a maconha produz dependência, bronquite crônica, insuficiência respiratória, aumento do risco de doenças cardiovasculares, câncer no sistema respiratório, diminuição da memória, ansiedade e depressão, episódios psicóticos e, por fim, um comprometimento do rendimento acadêmico ou profissional.


Apesar disso, o senso comum é o de que a maconha é "droga leve, natural, que não f az mal".
Pesquisas de opinião no Brasil mostram que a maioria não quer legalizar a droga, mas grupos defensores da legalização fazem do eventual e ainda sem comprovação uso terapêutico de alguns dos componentes da maconha prova de que ela é uma droga segura e abusam de um discurso popular, mas ambivalente e perigoso.
O interesse recente da ciência sobre o uso da maconha para fins terapêuticos deveu-se à descoberta de que no cérebro há um sistema biológico chamado endocanabinoide, onde parte das substâncias presentes na maconha atua.
Um dos medicamentos fruto dessa linha de pesquisa, o Rimonabant, já foi retirado do mercado, devido aos efeitos colaterais. Até hoje há poucos estudos controlados, com amostras pequenas, e resultados que não superam o efeito das substâncias tradicionais, que não causam dependência.
Estados americanos aprovaram leis descriminalizando o uso pessoal de maconha, que é distribuída sem controle de dose e qual idade.
Contradição enorme, pois os médicos são os "controladores do acesso" para uma substância ainda sem comprovação científica.
De outro lado, orientam os pacientes sobre os riscos do uso de tabaco. Deve-se relembrar que os estudos versam sobre possíveis efeitos terapêuticos de uma ou outra substância encontrada na maconha, não sobre a maconha fumada.
Os pesquisadores brasileiros interessados no tema devem realizar mais estudos por meio das agências já existentes, principalmente diante do último relatório sobre o consumo de drogas ilícitas feito pelo Escritório para Drogas e Crime das Nações Unidas, que aponta o Brasil como o único país das Américas em que houve aumento de apreensões e consumo da maconha.
E se, no futuro, surgir alguma indicação para o uso medicinal da maconha, o processo de aprovação, que ainda não atingiu os padrões de excelência, deve contextualizar esse cenário, assim como o potencial da maconha de ca usar dependência.
Espera-se que a política nacional sobre drogas seja redirecionada em caráter de urgência, pois enfrenta-se também aqui o aumento das apreensões e consumo de cocaína e crack, que exige muitos esforços e recursos para sua solução.
Que nem pesquisadores nem nossa população se iludam de que exista hoje uma indicação terapêutica para utilizar maconha aprovada pela ciência.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A IMPORTÂNCIA DO ABRAÇO


AS PESSOAS ESTÃO MORRENDO MAIS POR FALTA DE UM ABRAÇO DO QUE DE DOENÇAS!

... Corações enrolados em arames farpados... rosas murchas no jardim... janelas fechadas aos nossos olhos... ruas sem paredes... noites de susto, sonos inquietos... barcos afundando... rios secando...

Simplesmente, algumas vezes vemos a vida assim, nos sentimos assim. Não sabemos o porquê.
Sentimos... procuramos uma resposta. Não sabemos explicar...
Quem diz que nunca se sentiu assim, está mentindo...!

Existem dias em que sentimos a falta de alguém... precisamos apenas de um abraço, de uma mão segura, de um olhar amigo... Sentimos a falta do útero que nos criou e alimentou durante tanto tempo, do conforto e da simplicidade de viver... de "sermos fetos" e nada mais!

Precisamos urgentemente de uma aproximação, de um abraço que encosta coração com coração, de um simples deslizar de mãos em nosso rosto, de um encontro de corpos que desejam sobretudo fazer o outro se sentir querido, vivo. Tocar o outro é acordar as suas células, é oferecer um alento, uma esperança, uma segurança, um pouco de humanidade, tão escassa em nossas relações.

O simples apertar das mãos pode aliviar a dor. "O beijo pode proteger o coração de infartos e o cérebro de derrames." "Ao beijar é como se você desse uma parte sua ao outro." (Dr. Eduardo Lambert, clínico geral)

Toques sutis soltam os bloqueios da mente e corpo... Já está comprovado através de estudos e pesquisas que todos necessitamos de contato físico para nos sentirmos bem, mesmo que venha de um estranho; mas quando feito por uma pessoa querida, os resultados são muitos... que vão desde a redução do estresse ao efeito analgésico.

Ultimamente se fala muito sobre "A Terapia do Toque".
Você sabia que a nova onda em Nova Iorque, são pessoas acima dos 30 anos pagam até 30 dólares para participar de uma festa onde os convidados se abraçam, se tocam sem a intenção de sexo? (aliás, sexo é proibido nessa festa).

Participo de congressos, seminários, simpósios, realizado entre colegas médicos, neurologistas, psicólogos, psicanalistas, psicoterapeutas. E neles, trocamos informações importantes sobre as reações neurológicas ao toque humano.
Hoje as imagens produzidas por exames de última geração comprovam o que já sabíamos anteriormente.

Tato... o primeiro sentido que desenvolvemos... a primeira sensação do bebê, isso tem um forte impacto na vida.
Quando os bebês são privados do contato físico, do nascimento até os seis meses, eles tem grandes chances de se tornarem pessoas frustradas e resistentes ao toque, na sua fase adulta. Já os reflexos do toque afetuoso permanecem ativos para sempre.

Esse gesto de intimidade vai sempre repercutir de forma positiva em todo o metabolismo, frequência cardíaca, defesas do corpo, ondas cerebrais, estimulando para se tornarem pessoas calmas, carinhosas e compreensivas na sua fase adulta.

Quando somos tocados e abraçados, levamos vida aos nossos sentidos e aproximamos a confiança dos nossos próprios sentimentos.
Algumas vezes não encontramos as palavras adequadas para expressar o que sentimos... você já passou por isso? O abraço é a melhor maneira!

Sabe, tem gente que tem medo de dar carinho e ser rejeitado, de tocar o outro e ser chamado de “pegajoso" "piegas”.
Essa teoria precisa mudar...

Os abraços, além de nos fazerem sentir bem, aliviam a dor, a depressão e a ansiedade. Provocam alterações fisiológicas positivas em quem toca e em quem é tocado.
Aumenta a saúde e a vontade de viver dos enfermos.
Os abraços são necessários para o desenvolvimento e para crescer como pessoa.

O que sentimos quando somos abraçados? Proteção. Segurança. Confiança. Força. Saúde. Auto-Valorização.

"Um abraço diz muitíssimo; cria um elo muito forte entre duas pessoas envolvidas por um mesmo sentimento de amizade, amor, carinho, paz, vida."

"Abraço é quando dois corações se tocam... se encontram... É o sentir, o calor, a proteção do conforto de quem nos abraça. É Paz"

"por vivermos numa época que valoriza a razão e a tecnologia, perdemos a consciência dos sentimentos. quando nos tocamos e nos abraçamos valorizamos o amor e a cumplicidade, o que alivia a dor, a depressão e a ansiedade."

sábado, 10 de julho de 2010

ESPERAR É DIFÍCIL


“Dona Isa, olha essa perna como ta inchada! Vai para casa dona Isa, já lhe disse tantas vezes, que não precisa esperar aqui, chegando à tarde recebe o rancho da mesma forma.” Ela foi baixando os olhos lentamente, e com a humildade de quem pede perdão me disse: “Padre, o nosso direito é reclamar, catar e esperar, não pode tirar isso de nós, é nosso direito.” Completamente desarmado, pude apenas dar-lhe um grande abraço, não tinha mais nada a dizer.
Na primeira terça-feira de cada mês, distribuímos 200 ranchos, numa parceria entre a Paróquia e a SMASCI. Embora a entrega só aconteça no turno da tarde, às 7h da manhã já tem quem esteja esperando. Entre estes, dona Isa, uma anciã “brasiguaia”, perna esquerda estraçalhada pela Úlcera Varicosa, 1,50 m de altura e feições guaranis. Porque chegam tão cedo?
Aquela resposta ficou ecoando em mim, um pouco pela intensidade do gesto que a acompanhou, mas sobre tudo pela força da verdade contida em cada palavra. Dona Isa, sintetiza em três palavras, muitas páginas do melhor Profetismo Bíblico. É possível que ela nunca tenha ouvido falar de Agar, Rute, Éster, Raquel, Ana, Judite..., mas bem que podia figurar entre elas. O direto do pobre é reclamar - da opressão, do preconceito, da indiferença, da corrupção; catar – as migalhas, as sobra, o lixo, as sucatas; esperar - que lhe façam justiça, que as promessas se realizem, que seja resgatado, que o Reino de Deus aconteça.
Ter fé é fácil, Deus se manifesta de muitas maneiras em nossa vida. Amar é natural sentimos muita necessidade uns dos outros. Esperar é difícil. Para cada coisa na vida existe uma esperar, por qualquer motivo e às vezes até sem motivo, acredito que ninguém goste de esperar. De fato manter-se constante em meio às tempestades da vida e a demora de Deus é difícil. Manter-se a caminho através da noite escura sem vislumbra os sinais da aurora é heroísmo. Os pobres são que mais exercitam a espera. Diante da fome, miséria e exploração vivem de esperança, pacientemente aguardando o cumprimento da justiça. Contra a cegueira dos ricos a teimosia dos pobres.
Todos têm necessidade de esperança para viver, o drama é que estamos casando de esperar. Antes os pobres não tinham casa, trabalho, alimento, hoje além de tudo isso começa a faltar à esperança. A perca da esperança gera a mais terrível das doenças o mofo da alma, também conhecida como a apatia ou morte do sonho.
Precisamos acordar a esperança. No tempo de João Batista povo estava cansando, a esperança morria a mingua, por todos os lados surgiam revoltas que rapidamente eram sufocadas pelo Império, gerando mais morte e sofrimento. Com João, irrompe de novo e com toda a força a profecia no meio do povo. O reaparecimento da profecia é a emergência do melhor do passado. É o fim de uma longa crise, em que se pensava que o “céu estava fechado” . A pregação de João é carregada de esperança. No deserto de uma província longínqua e insignificante do Império, muitos poderiam teria dito é inútil, quem poderá contra o Império. O Império é invencível. Sem os recursos do poder econômico, da política oportunista, sem conchavos, e sem derramar outro sangue que não fosse o próprio, inicia um movimento de libertação, de todos os lados acorrem multidões para o deserto para ver novamente o melhor que eles podiam ter: um homem que lhes deu significado e motivo para continuar esperando.
Nesse contexto as palavras do profeta Isaias se revestem quase de uma força sacramental: “os que esperam no Senhor renovaram as suas forças, criam asas, como águias, podem andar sem cansar, correr e não se fatigar.” Is 40, 30.
Deus usa os fracos para confundir os fortes. Dona Isa, mulher pobre, guarani, idosa e doente, carrega sobre si o pesado fardo da exclusão, no entanto, tem todo o direto de ficar esperando, e não haverá quem possa lhe negará esse direito.
Só assistiremos a aurora que virá rasgando o novo dia, se em meio à noite escura continuarmos perseguindo o horizonte.

CONSELHO DE PAI


Filho, nunca se esqueça de seus amigos! Serão mais importantes na medida em que você envelhecer. Independentemente do quanto você ame sua família, seus filhos, você sempre
precisará de amigos.

Filho lembre-se de, ocasionalmente, ir a lugares com eles; divirta-se na companhia deles; telefone de vez em quando...

Filho, à medida que os anos passavam, compreendemos que a natureza realizava suas mudanças sobre nossa vida, e os amigos sempre serão baluartes em nossa vida.

O Tempo passa.
A vida acontece.
A distância separa...
As crianças crescem.
Os empregos vão e vêem.
O amor se transforma em afeto.
As pessoas não fazem o que deveriam fazer.
O coração para sem avisar.
Os pais morrem.
Os colegas esquecem os favores.
As carreiras terminam.
Mas os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto tempo nem quantos quilômetros tenham afastado vocês.

Um AMIGO nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo por você, intervindo em seu favor e esperando você de braços abertos!

UMA HISTÓRINHA...

Dois irmãos, um solteiro e outro casado, eram agricultores. Colhiam muito trigo e repartiam-no em partes iguais.

Às vezes o casado acordava preocupado: - Tenho mulher e cinco filhos que poderão cuidar de mim quando for idoso. E quem cuidará do meu irmão? Terá portanto de economizar mais e, por isso, deveria ficar com mais de metade do trigo.

Então levantava-se da cama e deitava no celeiro do irmão um saco de trigo. Tudo isto sem o irmão saber.

Também o solteiro por vezes tinha insónias. E nesses momentos dizia para consigo: -Não é justo que o meu irmão leve unicamente metade da colheita. Tem mulher e cinco filhos e precisa muito mais que eu.

Então levantava-se da cama e levava um saco de trigo para o celeiro do seu irmão. E fazia isto muito discretamente, sem o irmão descobrir.

MINERIM

Ces são o colírio do meu ôiu.
São o chiclete garrado na minha carça dins.
São a maionese do meu pão.
São o cisco no meu ôiu (e du ôtro oiu tumem - eu ten dois).
O limão da minha caipirinha.
O rechei do meu biscoito.
A masstumate do meu macarrão.
A pincumel do meu buteco.

Nossinhora!
Gosto dimais da conta docêis, uai.

Ces são tamém:
O videperfume da minha pintiadêra.
O dentifriço da minha iscovdidente.

Óiproceisvê,
Quem tem amigos assim, tem um tisôru!

Eu guárdêsse tisouro, com todo carin,
Do Lado Esquerdupeito !!!
Dentro do Meu Coração!!!

A Grandeza Do Mar

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Adoecer Jamais

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terça-feira, 6 de julho de 2010

VIVENDO DENTRO DE DEUS

A boneca de sal vagueou pela terra até chegar ao mar, onde ficou absorta a contemplar aquela massa imensa de água inquieta que ela nunca vira.

“Quem é você?” pergunta, então, ao mar. “Pois entre e veja”, diz o mar sorrindo.

Dito e feito, ela entrou dentro do mar e quanto mais entrava, mais se dissolvia até que só restasse um pouco do seu corpo. Antes de derreter-se totalmente exclamou a Boneca admirada: “Assim também nossos olhos e ouvidos, nos pomos dentro da presença de Deus.

Vamos observar como nossos olhos e ouvidos mandam mensagens à nossa mente-cérebro. Nenhum outro órgão é igual aos olhos; que são capazes de enviar ao cérebro 1,5 milhões de mensagens, simultaneamente. 80% de todo nosso conhecimento é captado pelos olhos. Nossa retina contém 147 milhões de células receptoras; 140 milhões de bastonetes para captar imagens em preto e branco e 7 milhões de cones para imagens coloridas. A luz de um vaga-lume vai ao cérebro na velocidade de 350 km/hora. Pode parecer que vemos com nossos olhos, mas a percepção visual é feita no cérebro, no lobo occipital. Os olhos se movem 100 mil vezes por dia, o que corresponde aos pés andarem 70 km .

Tendo visto o que é visão, vamos ver agora o que é ouvir!

Nenhum outro lugar em nosso corpo é tão pequeno como nosso ouvido, pois contem muitas coisas. Os circuitos elétricos do ouvido são tão definidos que podem ser igualados ao sistema telefônico de uma cidade. O tímpano do nosso ouvido é tão fino que quando uma onda de ar bate move um bilhão de partes de um centímetro; ocorrendo um processo de informações que formam uma palavra. No ouvido interno, temos a cóclea, um osso mais duro; além de estar cheio de líquido garante o balanço e o equilíbrio à nossa vida. O ouvido é apenas um instrumento, nós ouvimos com a mente-cérebro. Cigarros, álcool, café e outras drogas danificam as artérias na parte interna de nossos ouvidos, causando sérias doenças; desde um contínuo zumbido até a surdez.

Deus cria continuamente o universo em que vivemos; nós estamos sempre renovando este mundo de que somos uma parte. Usando corretamente tudo que pertence a este mundo e, trabalhando como co-criadores, servimos em felicidade e sobriedade.

Agredindo nosso organismo e nosso cérebro com álcool e outras drogas, perdemos nossa habilidade de encontrar nosso bem-estar e também o dos outros.

Nosso universo está nas mãos de um Deus misericordioso e cheio de amor. Como co-criadores devemos viver amavelmente com alegria, sobriedade e socialização. É o que traz harmonia entre os seres humanos e com a Divina Majestade.

INDIFERENÇA

Um casal voltava dos funerais de Tio Jorge, que vivera com eles durante vinte anos e fora tão inconveniente que quase conseguiu arruinar o casamento deles.

“-Há algo que tenho de lhe dizer, querida.” Disse o homem. “ –Se não fosse meu amor por você, eu não teria aguentado seu Tio Jorge um só dia.”

“-Meu Tio Jorge? Ela exclamou horrorizada. “-Eu pensava que ele era seu Tio Jorge!”

Entre as criaturas que nos cercam, há umas pelas quais sentimos afeição e que nos apartam do fim último, por exemplo quebrar os dez mandamentos. Há outras pelas quais sentimos aversão e que nos conduzem ao fim último, como aceitar com alegria a cruz. E há outras das quais não temos certeza se nos conduzem ou não ao fim último, como a glória, o dinheiro e a fama.

Indiferença, etimologicamente, significa falta de diferença no uso das criaturas que, por si mesmas, podem conduzir ou não ao fim. Chama-se também desapego. Se nos perguntassem o que mais convém à nossa salvação, saúde ou enfermidade, honra ou desonra, riqueza ou pobreza, se quiséssemos dar uma resposta sensata, diríamos:“-Não sei, Deus sabe.” Se, portanto, as criaturas são indiferentes, a disposição de nosso espírito com relação a elas tem que ser também de desapego, como o médico e o pintor, que se mostram indiferentes com respeito ao uso dos medicamentos e das cores que não tem relação direta com o fim desejado da pintura ou da saúde.

Podemos distinguir duas espécies de desapego: indiferença da vontade e indiferença da sensibilidade. A primeira é a disposição da vontade de não se inclinar ao uso das criaturas senão na medida em que conduzem a nossa alegria e salvação. A indiferença à sensibilidade é a expulsão de todo afeto sensível contrária à vontade Divina.

O desapego é a pedra angular da espiritualidade. Sem esta base, é como ter uma construção que não tem um alicerce. A indiferença e o desapego são os princípios e fundamentos de toda a espiritualidade.

Um suplicante perguntou ao Padre João se a Bíblia era um bom livro para se ler. Ele respondeu: “-É melhor perguntar a si mesmo se está em posição de beneficiar-se com a leitura dela.”

Só porque, assoprando no termômetro, fê-lo indicar uma temperatura mais alta, você não aqueceu a sala.

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