quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Arrependimento e Não culpa...

''O amor de Deus supera tudo!''
Outro dia recebi um e-mail de uma pessoa que partilhava a sua vida depois de ter lido uma matéria na internet. Fiquei pensando o quanto é desafiador para nós receber o perdão de Deus, trava-se uma luta interior e espiritual quando reconhecemos o nosso pecado e queremos voltar para o Pai. Como é difícil para nós acreditarmos que Deus não pára nas nossas misérias.
Sim, é uma luta espiritual, pois o inimigo de Deus e dos homens é o grande interessado para que não reconheçamos o amor de Deus e permaneçamos no pecado, pois a culpa nos trava, não é mesmo? Quantos de nós não saímos do pecado por nos sentirmos culpados, e ficamos nos condenando, achando que não há mais jeito para nós.
Ao contrário disso, peça a Graça da contrição perfeita, pois nos culpamos quando deixamos sufocar pelo sofrimento de ter cometido um pecado. Mas o arrependimento não é isso, o arrependimento é saber que o amor de Deus supera o pecado e ainda que soframos por ter pecado contra Ele, existe a alegria de poder começar tudo de novo, enquanto a culpa nos paralisa.
Ao invés de se culpar, se responsabilize pelo mal cometido, se abra ao perdão de Deus. Reconhecer a sua miséria não é se prostrar diante dela mais sim, perceber que sua humanidade é passiva de erros e que na medida que você vai se entregando ao amor de Deus e acreditando na misericórdia Dele, o pecado vai perdendo a força em você.
É importante estar atento a esses sentimentos que nos impedem de crer no amor de Deus, o inimigo é bastante sutil. Na nossa infância aprendemos que atos bons são recompensados e que atos maus são punidos. E é certo que transferimos isso para a paternidade de Deus. Quem alguma vez não teria pensado, "Deus não pode me amar, pois já errei tanto", ou ainda, "não consigo conquistar a salvação, pois ainda faço muitas coisas erradas?"
Mas Deus ama até o mais pecador. A única coisa que ele quer é que reconheçamos as nossas fraquezas para que Ele possa nos curar, mas você precisa assumir com responsabilidade e não com culpa. Se você pecou diga, "Senhor eu pequei contra o céu e contra Ti, mas venho aqui na sua presença, pois sei que me ama e me arrependo de todos os meus pecados".
O mais lindo é que Deus não depende de nada para te amar, Ele ama somente, mas quando nos abrimos através do arrependimento, esse amor se torna ativo em nós. Não pense que se pode comprar a salvação, ela nos foi dada por graça, a nossa docilidade à vontade de Deus é uma resposta generosa a essa graça.
Veja, não imponha sobre si um peso de que você tem que ser bom em troca do amor de Deus. A verdade é que o amor de Deus independe da sua conduta. Por outro lado, não é justo que sejamos bons em gratidão por Ele ser tão bom e maravilho para nós? Por iniciativa própria Deus apaga as nossas culpas, por amor não lembra mais desses pecados, uma vez que nos arrependemos e confessamos.
"Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro". (Isaías 43,25)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O AMOR EM FAMÍLIA

Para concretizar sempre mais a vivência do amor, falemos agora de um espaço privilegiado para tal: a família. Nesse verdadeiro “Santuário do Amor”, ele sempre encontrará formas bem variadas e específicas de concretização, como bem sabemos.


O amor conjugal

Ao falarmos de amor para os casais, lembremos a eles, primeiramente, que a pessoa amada não é uma propriedade privada. O amor conjugal não deve sufocar e impedir o ser amado de viver.


O amor materno e o paterno

O amor paterno e o materno são formas complementares de amor pelos filhos. O amor materno se caracteriza por ser incondicional, isto é, capaz de acolher, afagar, alimentar e proteger sem maiores cobranças. Ninguém precisa fazer nada para merecer o amor de sua mãe; Essa incondicionalidade do amor materno tem seu lado “negativo”, digamos assim... se o amor de mãe não precisa ser merecido; não pode, igualmente, ser adquirido, ser produzido, con-trolado. Se existe, é como uma benção; se não existe, nada posso fazer para criá-lo. 

O amor paterno, por sua vez, é mais exigente: O pai representa o outro pólo da existência humana: o mundo do pensamento, das coisas feitas pelo homem, da lei e da ordem, da disciplina, das viagens e da aventura. Por isso o pai desafia o filho, ensina-o a enfrentar o mundo, cobra e até mesmo o pune.


O amor filial

O amor filial deve vir marcado pela gratidão aos pais, e, chegada a hora, pela retribuição de tudo aquilo que os filhos receberam deles. Filhos amorosamente educados jamais poderão abandonar os pais na velhice... Isso seria covardia, ingratidão e grave injustiça! Outra marca do amor filial é o respeito que se deve aos genitores, de forma que os filhos jamais devem erguer a voz – e muito menos as mãos – contra seus pais. Eles podem sim discordar dos pais, desde que com serenidade.


O amor fraterno

O amor fraterno é o amor que se vive entre irmãos, de sangue ou não. É amor aos semelhantes! É ele, pois, que constrói a fraternidade e a paz entre os humanos, seja no lar ou no convívio social. É precisamente desse amor que Jesus nos falava quando disse que era preciso amar o próximo como a si mesmo. E aqui somos obrigados a destacar o “como a si mesmo”, pois quem não se ama será incapaz de amar o outro.

Deus lhes dê sempre mais a convicção de que está sempre à escuta do bater do coração de cada um de nós. Ele sim possui a capacidade de corresponder a todas as nossas expectativas e a muito mais.

O AMOR, UM MODO DE SER

O amor que deve ser praticado no cotidiano de modo simples, natural e concreto, uma vez que nos é tão essencial quanto o pão de cada dia. Um amor, portanto, que dê substância e sabor aos relacionamentos, pois deles depende a qualidade de nosso viver.
“Todos nós nascemos para amar. Este é o princípio da existência e a sua única finalidade”.
CARACTERÍSTICAS DO AMOR
Em seu extraordinário livro, A Arte de Amar, o grande psicanalista e filósofo Erich Fromm discorre sobre as características do amor. A principal delas é a doação, essa capacidade de nos darmos generosa e alegremente, sem sentimentos de perda. Isso faz eco com o que disse Jesus: “Há mais alegria em dar do que em receber” (At 20,36).
 Mas para se chegar a isso, ensina Fromm, “... a pessoa superou a dependência, a onipotência, o narcisismo, o desejo de explorar os outros, e adquiriu coragem de confiar em suas forças para atingir seus alvos. No mesmo grau em que faltarem essas qualidades é ela temerosa de dar-se – e portanto de amar.
A seguir, Fromm passa a apresentar outros “elementos básicos”, comuns a todas as formas de amor. São eles: cuidado, responsabilidade, respeito e conhecimento. Esses elementos também nos ajudam na resposta à pergunta sobre se amamos e se somos amados, bastando perceber se estão presentes ou não em nosso cotidiano.
1. Cuidado: “quem ama, cuida”, diz o povo em prosa, verso e canções. A essencialidade dessa dimensão do cuidado fica evidente no amor da mãe pelo filho. Se ela diz que o ama mas dele não cuida, nós logo desconfiamos da veracidade desse amor. Sem ele ninguém seria capaz de cuidar efetivamente de qualquer coisa ou pessoa por muito tempo. “Amor é preocupação ATIVA pela vida e crescimento daquilo que amamos. Onde falta essa preocupação ativa não há amor”. Magnífico!
2. Responsabilidade: somente pessoas responsáveis são capazes de preocupação e cuidado. Quem ama um filho, um cão ou um vaso de flores que seja não deixará de cuidar de nenhum deles. Mas notemos que a responsabilidade não é mero cumprimento de um dever, como se pensa, mas ato inteiramente consciente e voluntário. Ser responsável significa ter de responder, estar pronto para isso. Exemplificando, um médico, um professor ou um gari responsáveis estarão sempre prontos e aptos para o exercício de suas atividades profissionais. Prepararam-se para elas. Note-se que a responsabilidade de uma mãe para com sua criança faz com que ela cuide principalmente das necessidades físicas desta. No caso do amor entre adultos, cada um se sente responsável também pelas necessidades psíquicas do outro. Aliás, quanto ao amor infantil e o amor maduro, diz ele que... O amor infantil segue o princípio: “Amo porque sou amado”. O amor amadurecido segue o princípio: “Sou amado porque amo”.
3. Respeito: sem esse elemento, a responsabilidade poderia facilmente tornar-se fonte de dominação e possessividade. Infelizmente vemos muito disso por toda parte. Respeito não é medo ou temor [...]. Respeito significa a preocupação de que a outra pessoa cresça e se de-senvolva como é. Sim, e desse modo não haverá, portanto, exploração ou uso do outro nem desejo de transformá-lo em imagem e semelhança nossa. Sua personalidade única será respeitada o mais possível, de acordo com nossa própria força. Os fracos é que não costumam respeitar.
4. Conhecimento: Respeitar uma pessoa não é possível sem conhecê-la; cuidado e responsabilidade seriam cegos se não fos-sem guiados pelo conhecimento. O conhecimento se-ria vazio se não fosse motivado pela preocupação. Há muitas camadas de conhecimento; o conhecimento que é um aspecto do amor é aquele que não fica na periferia, mas penetra até o âmago.
Exemplificando esse importante ensinamento, podemos dizer que mesmo conhecendo pouco a uma pessoa é possível perceber quando ela está encolerizada. Se a conhecermos bem saberemos que, mais que encolerizada, ela está ansiosa e preocupada, mes-mo que não queira demonstrá-lo. Então teremos a percepção de que ela não está simplesmente enraivecida – mas sofrendo. É isso que nos fará capazes de sermos solidários com ela. Esse é o amor maduro, que vai além da superfície.

CINCO ATITUDES QUE IRÃO FAZÊ-LO MAIS FELIZ

Você é feliz? Por quê? Alguns cientistas acham que a felicidade tem a ver com genética, saúde e outros fatores que nem sempre podemos controlar. No entanto pesquisas mais atuais sugerem que, sim, temos um grande papel relacionado à nossa própria felicidade – mas será que é possível, através de certas práticas, nos tornarmos mais felizes?
Um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia realizou uma série de estudos no ano passado e concluiu que há, sim, algumas atitudes que podem fazer de você uma pessoa mais feliz. Confira algumas:
1. Seja grato
Alguns participantes do estudo da Califórnia tinham como “missão” escrever cartas agradecendo pessoas que haviam feito algo de bom para eles. Os cientistas descobriram que os participantes que escreviam as cartas possuíam uma sensação de bem-estar maior e mais prolongada do que aqueles que não agradeciam formalmente seus benfeitores.
2. Seja otimista
Outra prática é o famoso pensamento positivo. Participantes no estudo deveriam imaginar um futuro ideal por algumas semanas, alguns minutos por dia – um casamento perfeito, sucesso profissional, coisas assim. Depois do período os cientistas notaram que o bem estar dessas pessoas havia aumentado.
3. Lembre-se do que aconteceu de bom
Pessoas que anotavam as coisas boas que haviam acontecido com elas também eram mais felizes. Parece que as pessoas precisam relembrar dos motivos pelas quais deveriam ser felizes.
4. Use suas forças
Conheça seus pontos positivos e use-os ao seu favor. Pessoas bem-humoradas, por exemplo, podem conseguir aliviar o clima chato do escritório.
5. Seja gentil
De acordo com os estudos ajudar os outros a serem felizes nos torna mais felizes por consequência. Gostamos de ver amigos alegres e nos sentimos bem os ajudando. Ser altruísta é ser feliz. Portanto aproveite e ajude alguém a também ser mais feliz.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

LIÇÕES DE DEZEMBRO

Por: Juliano Rigatti, 
Twitter @uzina e @toquecristao. 
e-mail jfrigatti@gmail.com.

Você conhece o programa Amor-Exigente? Se não, saiba que está perdendo um bocado por não ter dedicado parte de algum dia para descobri-lo. O Amor-Exigente é um programa que auxilia as pessoas – qualquer pessoa, em qualquer idade, com qualquer credo ­e qualquer sofrimento – na mudança de comportamento para uma vida mais feliz. E você estranhará o que vou dizer: é de graça. Trazido para o Brasil há coisa de vinte anos, foi adotado pela problemática da dependência química e hoje auxilia os familiares dos doentes a se recuperarem e, em consequência, ajudarem no tratamento de seus entes queridos.

No último dia cinco deste mês, na Rádio Aliança, em Porto Alegre, enquanto apresentávamos o programa Escolhe, Pois, a Vida, sobre dependência química, a questão surgiu: por que o “amor”, esta palavra tão popular, esta atitude tão elementar, que dá nome ao programa, aparece só no final, no último princípio, e é refletido nos grupos de apoio só quando o ano está prestes a terminar e as pessoas têm menos tempo, estão mais cansadas, gastando suas últimas energias? Por que, ora bolas?
Por que você não sabe o que é o amor. Você não sabe amar. Não (pausa) sa-be. Simples assim. Por isso, propositalmente, o Amor-Exigente exige que os seus aprendizes passem 11 meses do ano desconstruindo suas vidas, questionando suas certezas, para, ao final, reunirem mais condições de — fiat lux! — descobrirem o sentido e a aplicação do verdadeiro amor.
Dezembro. E por que o Natal é em dezembro? Estranho: uma data tão legal bem chega justo quando temos menos tempo, menos disposição, menos fôlego e menos dinheiro. Sim, temos o 13º, quem tem emprego com carteira assinada tem o 13º salário, mas o apelo consumista é tamanho, que passamos a ter menos dinheiro que, digamos, em novembro.
Pois bem, afirmo-lhes: o Natal só poderia ser em dezembro. Assim como o “amor” só poderia estar no décimo segundo princípio do Amor-Exigente. Se o Natal fosse em agosto e o “amor” fosse o segundo princípio do programa, as pessoas não entenderiam o que é o Natal, não entenderiam para que serve o “amor”. Porque o Natal, em sua essência, quer fazer renascer dentro de nós a luz da vida, a luz da esperança, de dias melhores, de um ano melhor, de relações mais amorosas. Tudo muito bonito. Mas você não faria nada disso, não estaria disposto a nada disso, não reuniria os amigos para um Amigo Secreto, não faria um happy-hour com os colegas do trabalho, não ligaria para o tio que mora longe, não rezaria mais – atenção! – SE VOCÊ NÃO PECISASSE. Têm coisas que só fazemos direito quando realmente precisamos fazer, não é? Tem gente que só faz regime depois do infarto e organiza as finanças depois de sujar o nome. Portanto, você só reuniria as últimas forças que lhe restam para celebrar a vida se você, quase por uma questão de sobrevivência, precisasse muito fazê-lo.
Em dezembro, você precisa. Eu sempre preciso, ao menos. É em dezembro, no último mês, quando você exibe todas as cicatrizes do ano, quando a camiseta está molhada de suor, que você está pronto para celebrar o Natal. Só agora você sabe quão difícil é um ano inteiro. Sabe quanta força e quanta fé – seja lá no que for – é necessário para cair e levantar, seguir em frente durante mais de 300 dias. Desse modo, este é o tempo oportuno.
Mas não é fácil viver o Natal. Como não é fácil amar alguém.
Você nem precisa ter uma religião, nem precisa acreditar na veracidade dos evangelhos que narram a passagem de Jesus Cristo, o filho de Deus, na Terra,para perceber a importância de, pelo menos, estes três trechos a seguir, copiados dos livros escritos por São Marcos e São Lucas, há mais de dois milênios, e recordados nestes tempos pela Igreja Católica. Ei-los:
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando. Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!” (Marcos 13, 33-37)
“Naquele momento Jesus exultou no Espírito Santo e disse: ‘Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar’.” (Lucas 10, 21-22)
“Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Está escrito no Livro do profeta Isaías: ‘Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho. Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!’’ Foi assim que João Batista apareceu no deserto, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados. Toda a região da Judeia e todos os moradores de Jerusalém iam ao seu encontro. Confessavam seus pecados e João os batizava no rio Jordão. João se vestia com uma pele de camelo e comia gafanhotos e mel do campo. E pregava, dizendo: ‘Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo’.” (Marcos 1, 1-8)
Vigia teu comportamento para poder olhar o mundo com olhos de criança, mas te prepara para conseguir fazer isso. Esta é a lição dos três trechos acima. Nada mais oportuno que esses três conselhos. Porque se eu não vigiar meu comportamento, se eu não ME vigiar, como o guarda daquela guarita da rua ao lado da sua, ou como o segurança e a sua arma comprida, que guarda o carro-forte ao lado do supermercado, ou como aquele pitbull do vizinho,passarei o mês de dezembro fazendo contas, comendo panetones e comprando fogos de artifício. E o ano seguinte iniciará sem que eu tenha feito o que até as empresas fazem neste tempo: um balanço do que passou e um planejamento dos despendiosos meses que virão.
E se eu não deixar de lado um pouco da lógica com a qual te ensinaram a ver a vida, a passar a enxergá-la com olhos de criança, com inocência, como quem vê tudo pela primeira vez, não acreditarei que ano que vem as coisas darão certo.Um adulto com todas as suas malícias e preocupações não é capaz de admirar as andorinhas voando em “vê” no céu. Não é capaz de perceber que nenhuma onda produz o mesmo som quando se derrama na areia da praia. É preciso infantilizar-se para ver o mundo como ele é de verdade, sem os nossos filtros e as nossas interfaces carregadas de preconceito e de paradigmas.
E, por fim, a última lição é: prepara-te. Aplaina os caminhos, varre pro lado – ou pra longe! – o que te atrapalha. Ninguém alcança um resultado diferente fazendo sempre a mesma coisa. Logo, crie novas rotinas de oração, de descanso, de lazer, de convívio. Discipline-se para mantê-las durante este mês – ou durante 2012 inteiro. Só assim, negando seus atraentes instintos é que você conseguirá chegar na noite do dia 24 preparado para vivê-la de verdade.
Pense nisso e tenha um Natal feliz e abençoado.

O AMOR E A FELICIDADE EM TEILHARD DE CHARDIN

Voltemos nossa atenção para o grande cientista e místico moderno, o sacerdote francês Pierre Teilhard de Chardin. Pensador dos mais influentes, ele ensinou que a busca da felicidade não é algo inteiramente subjetivo, isto é, ao gosto de cada um, mas que existem sim vias preferências e objetivas na conquista desse bem. E nos apresentou aquelas que seriam as três principais: a felicidade de crescer, a felicidade de amar e a felicidade de adorar (cf. Mundo, Homem e Deus – Reflexões sobre a Felicidade. São Paulo: Editora Cultrix, 1986, pp.74-92). 


1. A felicidade de crescer: Porque somos filhos desse Universo em contínua ex-pansão, argumenta Teilhard, também precisamos neces-sariamente nos expandir e crescer continuamente. O ser humano não foi feito para ficar parado, mas para enfrentar o desafio na ação e assim crescer. 

Para ser feliz, primeiramente, é preciso reagir contra a tendência para o menor esforço, que nos leva, ou a ficar no mesmo lugar, ou então a procurar, sobretudo na agitação exterior, a renovação de nossas vidas. [...] É no trabalho de nosso aperfeiçoamento interior, – intelectual, artístico e moral – que, enfim, a felicidade nos aguarda. Deduzo que quando nos esforçamos e percebemos o nosso crescimento, isso faz com que nossa autoestima se eleve, e, com ela, também o nosso sentimento de felicidade. 

2. A felicidade de amar: Dessa via ninguém duvida. Fomos feito pelo Amor e para o amor, e não é possível nenhuma realização humana fora desse caminho, senão encontraríamos como alternativas somente a solidão e o desespero. “Feliz quem pode amar muito!”. Que grandiosas verdades! 

Para ser feliz, em segundo lugar, é preciso reagir contra o egoísmo que nos leva, ou a nos fecharmos em nós mesmos, ou então a por os outros sobre nossa dominação. [...] O único amor verdadeiramente beatificante é aquele que se exprime por um progresso espiritual realizado em comum. 

5.3. Felicidade de adorar: É a Deus somente que devemos a adoração. Claro que falamos aqui do Deus vivo e verdadeiro, entendido como Ser Absoluto, Infinito e Inefável, muito acima das criaturas relativas e finitas que somos nós ─ todavia amadas por Ele, que não hesitou em encarnar-se como Homem entre os homens, fazendo-se nosso servidor em Jesus Cristo. 

O homem – única criatura consciente de sua mortalidade e finitude – jamais encontraria o caminho da felicidade e da paz sem antes repousar junto daquele que o supera e transcende: Deus! “Se estás em paz, estás em Deus! Se não estás em paz é porque não está em Deus!”, já ensinava também o Mestre Eckhart, desde a Idade Média. Vê-se, então, a importância da fé na busca humana pela felicidade, o que levou Agostinho de Hipona, uma das maiores inteligências cristãs, à seguinte afirmação: “Apaixonar-se por Deus é o maior dos romances; procurá-lo, a maior aventura; encontra-lo, a maior de todas as realizações.” 

E para ser feliz – feliz mesmo –, em terceiro lugar é preciso, de um modo ou de outro, [...] conduzir o inte-resse final de nossas existências para a marcha e para o sucesso do Mundo ao nosso redor [...] A mística cris-tã não cessa, há mais de dois mil anos, de fazer avan-çar sempre mais adiante suas perspectivas de um Deus pessoal, não somente criador, mas totalizador de um Universo que Ele reporta a si pelo jogo de todas as forças que agrupamos sobre o nome de Evolução. 

Na verdade, a solução completa do problema da felicidade, vejo-a na direção de um Humanismo cristão ou, se preferirem, na de um Cristianismo superhumano, no seio do qual cada homem compreenderá um dia que lhe é possível, a todo o momento e em toda situação, não apenas servir (o que não é suficiente), mas amar ternamente em todas as coisas (tanto as mais doces e as mais belas quanto as mais austeras e as mais banais) um Universo carregado de amor em sua Evolução. Que maravilhosa possibilidade para todos! 

Agora sintetizemos: crescer (aperfeiçoando-se), amar (unindo-se ternamente aos semelhantes) e adorar (ao Criador e Totalizador do Universo ainda em Evolução); eis as três vias preferenciais para a felicidade. Outras certamente existem, mas serão sempre vias secundárias e dependentes das três primeiras, que não podemos olvidar.    

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A COROA DO ADVENTO

A coroa está formada por uma grande quantidade de símbolos:

A forma circular

O círculo não tem princípio, nem fim. É sinal do amor de Deus que é eterno, sem princípio e nem fim, e também do nosso amor a Deus e ao próximo que nunca deve terminar. Além disso, o círculo dá uma idéia de “elo”, de união entre Deus e as pessoas, como uma grande “Aliança”.

As ramas verdes

Verde é a cor da esperança e da vida. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final de nossa vida. Bênçãos que nos foram derramadas pelo Senhor Jesus, em sua primeira vinda entre nós, e que agora, com esperança renovada, aguardamos a sua consumação, na sua segunda e definitiva volta. O ramos dos pinheiros permanecem verdes apesar dos rigorosos invernos, assim como os cristãos devem manter fé e a esperança apesar das tribulações da vida.

A fita vermelha

A fita e o laço vermelho que envolvem a grinalda simbolizam o Amor de Deus ou o próprio Espírito Santo a embalar toda criação que é remida com a chegada de Jesus.

As bolas

As bolas simbolizam os frutos do Espírito Santo que brotam no coração de cada cristão.

As quatro velas

As quatro velas da coroa simbolizam, cada uma delas, uma das quatro semanas do Advento. No início, vemos nossa coroa sem luz e sem brilho. Nos recorda a experiência de escuridão do pecado. A medida em que se vai aproximando o Natal, vamos ao passo das semanas do Advento, acendendo uma a uma as quatro velas representando assim a chegada, em meio de nós, do Senhor Jesus, luz do mundo, quem dissipa toda escuridão, trazendo aos nossos corações a reconciliação tão esperada. A primeira vela lembra o perdão concedido a Adão e Eva. A segunda simboliza a fé de Abraão e dos outros Patriarcas, a quem foi anunciada a Terra Prometida. A terceira lembra a alegria do rei Davi que recebeu de Deus a promessa de uma aliança eterna. A quarta recorda os Profetas que anunciaram a chegada do Salvador.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO

O pecado contra o Espírito Santo consiste na rejeição da graça de Deus; é a recusa da salvação. Implica numa rejeição completa à ação, ao convite e à advertência do Espírito Santo.

1º - Desesperar da salvação: quando a pessoa perde as esperanças na salvação, achando que sua vida já está perdida e que ela se encontra condenada antes mesmo do Juízo. Julga que a misericórdia divina é pequena. Não crê no poder e na justiça de Deus.

2º - Presunção de salvação, ou seja, a pessoa cultiva em sua alma uma idéia de perfeição que implica num sentimento de orgulho. Ela se considera salva, pelo que já fez. Somente Deus sabe se aquilo que fizemos merece o prêmio da salvação ou não. A nossa salvação pode ser perdida, até o último momento da nossa vida, e Deus é o nosso Juiz Eterno. Devemos crer na misericórdia divina, mas não podemos usurpar o atributo divino inalienável do Juízo.

O simples fato de já se considerar eleito é uma atitude que indica a debilidade da virtude da humildade diante de Deus. Devemos ter a convicção moral de que estamos certos em nossas ações, mas não podemos dizer que aos olhos de Deus já estamos definitivamente salvos.

Os calvinistas, por exemplo, afirmam a eleição definitiva do fiel, por decreto eterno e imutável de Deus.

A Igreja Católica ensina que, normalmente, os homens nada sabem sobre o seu destino, exceto se houver uma revelação privada, aceita pelo sagrado magistério. Por essa razão, os homens não podem se considerar salvos antes do Juízo.

3º - Negar a verdade conhecida como tal pelo magistério da Santa Igreja, ou seja , quando a pessoa não aceita as verdades de fé, mesmo após exaustiva explicação doutrinária. É o caso dos hereges.

Considera o seu entendimento pessoal superior ao da Igreja e ao ensinamento do Espírito Santo que auxilia o sagrado magistério.

4º - Inveja da graça que Deus dá aos outros. A inveja é um sentimento que consiste em irritar-se porque o outro conseguiu algo de bom. Mesmo que você possua aquilo ou possa ganhar um dia. É o ato de não querer o bem do semelhante. Se eu invejo a graça que Deus dá a alguém, estou dizendo que aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o juiz do mundo. Estou me voltando contra a vontade divina imposta no governo do mundo. Estou me voltando contra a Lei do Amor ao próximo. Não devemos invejar um bem conquistado por alguém. Se este bem é fruto de trabalho honrado e perseverante, é vontade de Deus que a pessoa desfrute daquela graça.

5º - A obstinação no pecado é a vontade firme de permanecer no erro mesmo após a ação de convencimento do Espírito Santo. É não aceitar a ética cristã. Você cria o seu critério de julgamento ético. Ou simplesmente não adota ética nenhuma e assim se aparta da vontade de Deus e rejeita a Salvação.

6º - A Impenitência final é o resultado de toda uma vida de rejeição a Deus: o indivíduo persiste no erro até o final, recusando arrepender-se e penitenciar-se, recusa a salvação até o fim. Consagra-se ao Adversário de Cristo. Nem mesmo na hora da morte tenta se aproximar do Pai, manifestando humildade e compaixão. Não se abre ao convite do Espírito Santo definitivamente.

PORQUE ACENDER VELAS?

O costume de acender velas tem origem nas prescrições do Antigo Testamento: «O Senhor disse a Moisés: 'Ordena aos israelitas que te tragam óleo puro de olivas esmagadas para manter, continuamente acesas as lâmpadas do candelabro. Disporás as lâmpadas no candelabro de ouro puro para que queimem continuamente diante do Senhor'». Lev 24, 1-4.

A vela acesa, enquanto rezamos, tem um significado muito especial. A idéia básica da Luz como oposição às trevas está nas suas raízes: Por exemplo, o profeta Simeão falou da vinda de Cristo como «Luz para revelação dos gentios». Simeão refletia consigo mesmo a profecia do profeta Isaías sobre a vinda do Messias: «O povo que andava nas trevas viu uma Grande Luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma Luz». Is 9,1

Esta profecia cumpriu-se no Novo Testamento, quando a Virgem Maria apresentou seu filho Jesus no templo de Jerusalém. (Lc. 2, 22-32:). Este acontecimento comemora-se com a Festa da Apresentação do Senhor no templo, no dia 15 de fevereiro, ou, pelo antigo calendário, no dia 02 deste mesmo mês. Após a Liturgia nesta festa, faz-se benção das velas que são usadas nas orações particulares durante todo ano. Na festa de Apresentação do Senhor no templo, os paroquianos, antes de começar o jejum da Quaresma, acendem as velas abençoadas e, visitando seus vizinhos, pedindo-lhes perdão pelas ofensas feitas durante o ano.

Também Jesus identificou-se a si mesmo com estas palavras: «Eu Sou a LUZ do mundo, aquele que me segue não andará nas trevas, mas terá a Luz da Vida». Jo 8,12

Um dos mais antigos hinos da Igreja, que cantamos nas Vetchirnhas(Vésperas), inicia-se fazendo referência Cristo: «Ó Luz Serena da Glória de Pai Celestial Imortal».

Acender velas nas igrejas é, portanto, uma tradição muito antiga. Claramente, a prática individual de acender a vela quando entramos na igreja, é um meio poderoso de unir a nossa oração individual com a oração da Igreja e com Cristo, a Luz do mundo. Mas atenção: as velas não devem substituir nossas orações nem devemos esperar efeitos mágicos de seu uso. Mas, como expressão de nossa presença diante do Altíssimo, a suplicar a luz que ilumina as trevas de nossos pecados fazendo-nos deles tomar consciência para uma contínua conversão a que somos todos chamados.

Durante a perseguição do comunismo na Ucrânia, introduziu-se, pouco a pouco, o costume de pedir às pessoas que iam à igreja, que acendessem velas por si, impedidos por alguma razão de fazê-lo, de modo a significar sua presença espiritual na igreja.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Com o tempo você aprende

Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos, se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto... Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... Que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida. Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar!"

O LEÃO

Os filhotes não havia ainda aberto os olhos.

Estava a três dias juntinhos da mãe leoa, movendo-se apenas para tatear em busca de leite, sem nada ver nem ouvir.
Um pouco afastado, o leão observava-os orgulhosamente.
Subitamente pôs-se em pé e, sacudindo a linda juba, soltou um rugido que parecia um trovão.
Imediatamente os filhotes abriram os olhos, enquanto que todos os animais selvagens da floresta fugiram atemorizados.

Assim como o leão acorda seus filhos com um grito alto, também o elogio desperta a virtude adormecida de nossos filhos.

Encoraja-os a estudar e a lutar pela honra, e afasta tudo o que é indigno.

As mudinhas

Eu era pequena ainda quando um novo bebê chegou à nossa casa. Certamente devia alegrar-me com o irmãozinho, porém os cuidados e atenções com que nossos pais o cercavam encheu-me de ciúmes e muita vez chorava ao pensar que tinha perdido o carinho antigo.

Vovô cultivava uma horta nos fundos de nossa casa. Em certo dia em que eu estava mais envenenado de ciúmes do que nunca, ele me chamou. Fui ver o que queria. Estava de cócoras junto a um canteiro onde semeara alface. As mudinhas, de um verde muito tenro, brilhavam à luz daquela manhã límpida e tranqüila. Vovô, mergulhado no trabalho de separar, delicadamente, as mudinhas, não parecia ter percebido a minha emoção. Ele me disse:

- Preste atenção! Estou separando as mudinhas e, depois, irei plantá-las no lugar certo. Sabe, filha, carinho é como alface: precisa ser dividido para crescer melhor. Quando eu era da sua idade gostava muito de minha mãe. Fiquei rapaz e, um dia, conheci uma jovem, casei-me com ela e tivemos um filhinho. Depois veio outro e outro. Mas, cada um que chegava não tirava nem um pouquinho do outro. O amor é uma coisa muito curiosa, quanto mais é dividido mais cresce e mais forte se torna. Seu pai e sua mãe estão ocupadíssimos com o bebê porque ele é pequenino, frágil e desamparado. Mas pode crer que o amor que tinham por você ainda se tornou maior...

À medida que eu via os pés de alface crescendo, belos e exuberantes, uma nova alegria nasceu em meu coraçãozinho ciumento. O carinho de papai e mamãe, dividido, crescia também, a cada dia, como aquela planta que tivera de ser dividida para que uma muda não sufocasse a outra.

Muitas vezes, depois disso, quando me perturbava o desejo de posse exclusiva, o canteiro de vovô parecia se retratar em minha mente, dando-me uma nova perspectiva de paz e serenidade.

Quanto mais dividido, mais forte e mais profundo se torna o amor.

Nunca pude me esquecer disso...

É PRECISO MANTER O DIÁLOGO

A esposa do Rabino Mario (Iaakov) era considerada por todos os seus amigos como uma mulher muito difícil; por qualquer pretexto iniciava uma discussão.

Mario (Iaakov), porém, nunca respondia às provocações.

Até que, no casamento de seu filho Ismael (Ishmael), quando centenas de convidados comemoravam alegremente, o rabino começou a ofender sua mulher - mas de tal maneira, que todos na festa puderam perceber.

- O que aconteceu? - perguntou um amigo de Mario (Iaakov), quando os ânimos serenaram.

- Por que abandonou seu costume de jamais responder às provocações?

- Veja como ela está contente - sussurrou o rabino.

-De fato, a mulher agora parecia se divertir.

- Vocês brigaram em público! Não entendo nem sua reação, nem a dela! - insistiu o amigo.

- Faz alguns dias, entendi que o que mais perturbava minha mulher era o fato de eu ficar assim, eu parecia ignorá-la, distanciar-me com sentimentos virtuosos e fazê-la sentir-se mesquinha e inferior.

"Já que a amo tanto, resolvi fingir perder a cabeça na frente de todos.

Ela viu que eu compreendia suas emoções, que era igual a ela, e que quero manter o diálogo. "

A MÃE GIRAFA FAZ O FILHO SOFRER

O parto da girafa é feito com ela em pé, de modo que a primeira coisa que acontece com o recém-nascido é uma queda de aproximadamente dois metros.

Ainda tonto, o animal tenta firmar-se nas quatro patas, mas a mãe tem um compromisso estranho; ela dá um leve chute, e a girafinha cai de novo ao solo. Tenta levantar-se, e é de novo derrubada.

O processo se repete várias vezes, até que o recém-nascido, exausto, já não consegue mais ficar de pé. Neste momento, a mãe novamente o instiga com a pata a levantar-se. E já não o derruba mais.

A explicação é simples: para sobreviver aos animais, levantar-se rápido. A aparente crueldade da mãe encontra total apoio em um provérbio árabe: “Às vezes, para ensinar algo bom, é preciso ser um pouco rude”.

A Lei do Caminhão de Lixo

Um dia peguei um táxi para o aeroporto.

Estávamos rodando na faixa certa quando um carro preto saiu de repente do estacionamento direto na nossa frente.

O taxista pisou no freio bruscamente, deslizou e escapou de bater em outro carro, foi mesmo por um triz!

O motorista desse outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós nervosamente.

Mas o taxista apenas sorriu e acenou para o cara, fazendo um sinal de positivo. E ele o fez de maneira bastante amigável.

Indignado lhe perguntei: 'Porque você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro, a nós e quase nos manda para o hospital?!?!'

Foi quando o motorista do taxi me ensinou o que eu agora chamo de "A Lei do Caminhão de Lixo.”

Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo.

Andam por aí carregadas de lixo, cheias de frustrações, de raiva, traumas e desapontamento.

À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar e às vezes descarregam sobre a gente.

Nunca tome isso como pessoal. Isto não é problema seu! É dele!

Apenas sorria, acene, deseje-lhes sempre o bem, e vá em frente.Não pegue o lixo de tais pessoas e nem o espalhe sobre outras pessoas no trabalho, EM CASA, ou nas ruas.

Fique tranquilo... respire E DEIXE O LIXEIRO PASSAR.

O princípio disso é que pessoas felizes não deixam os caminhões de lixo estragar o seu dia.

A vida é muito curta, não leve lixo com você!

Limpe os sentimentos ruins, aborrecimentos do trabalho, picuinhas pessoais, ódio e frustrações.

Ame as pessoas que te tratam bem. E trate bem as que não o fazem.

A vida é 10% do que você faz dela e 90% da maneira como você a recebe!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

8º Passo

Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.

"E assim como quereis que os homens façam a vós, fazei do mesmo modo a eles." (Lucas 6, 31)

- Mamãe! Sara me bateu! - R. J. berrou como uma sirene.

- Mas ele me chutou primeiro - Sara se defendeu.

- Sim, mas ela pegou meu jogo.

- Ele não devia ser tão melindroso...

E por aí a fora...

Isso lhe parece familiar? As crianças adoram culpar os outros por seus problemas e detestam aceitar responsabilidades. De vez em quando, nós adultos as obrigamos a aceitar a responsabilidade e as constrangemos a um pedido de desculpas forçado. Mas elas nunca dizem espontaneamente: " Sinto muito. Me comportei mal".

No 8º Passo, começamos a crescer; a fazer o que pessoas amadurecidas espiritualmente fazem - aceitar a responsabilidade de nossos atos, sem levar em conta o mal que os outros nos fizeram. Em todos esses passos estivemos lidando com material nosso. O 4º Passo era nosso inventário moral - de ninguém mais. Nossas admissões do 5º Passo eram de nossas falhas. Estamos aqui para examinar e corrigir apenas as nossas próprias imperfeições. No 8º Passo continuamos a examinar. Mas desta vez estamos levando em conta os que foram prejudicados por nossos defeitos de caráter.

Pomos em prática o 8º Passo por meio de séria reflexão. Com a ajuda de Deus, recordamos os nomes e as fisionomias das pessoas que prejudicamos. Nossa tarefa é anotar seus nomes e apreciar cada pessoa com atenção. Precisamos examinar nosso relacionamento com as pessoas e refletir na maneira como as prejudicamos. Ajudaremos a nós mesmos sendo o mais minunciosos possível em nossas notas e considerações.

7º Passo

Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.

"Se confessarmos nossos pecados, fiel e justo como é, ele nos perdoará nossos pecados e nos purificará de toda iniquidade. " (1ª Epíst. de João 1,9)

Quem já esteve gravemente doente ou machucado sabe o que é precisar dos outros. É, na verdade, humilhante quando estamos no leito de doente, incapazes de nos mover e de cuidar de nós mesmos. Até a necessidade mais simples precisa ser satisfeita por outra pessoa. Quando chegamos ao 7º Passo, percebemos estamos em um leito de doente e só Deus pode satisfazer nossas necessidades. Até agora, todos os passos reforçaram o mesmo tema: Somos incapazes, mas Deus é capaz! Assim, enquanto estamos desamparados e humildes no leito de nossa doença, rogamos: "Elimina minhas imperfeições".

O 7º Passo requer oração. É de joelhos que o pomos em prática. Nossa condição, nossa sinceridade e nossa dor nos fizeram humildes por isso, agora precisamos abrir a boca e rezar. Aqui a tentação é rezar uma oração geral. Somos tentados a rogar a Deus para eliminar tudo como se fosse um negócio. Mas não é assim que o programa funciona. Se formos meticulosos, nosso inventário do 4º Passo relacionou cada defeito de caráter separadamente. Nossa confissão do 5º Passo também foi feita item por item, e, mais tarde, nossas reparações serão feitas individualmente, assim, agora nossa tarefa do 7º Passo é a oração humilde pela eliminação de nossas imperfeições - uma falha de cada vez.

VIVER UM DIA DE CADA VEZ

Para aqueles que estão em Recuperação, quer seja de substancias psico activas ou comportamentos, devem procurar lidar com os seus sentimentos de uma forma construtiva. Viver as dificuldades do dia-a-dia, viver no presente, pode ainda ser extremamente frustrante e penoso se pensarmos que Recuperação significa mudança e, em alguns casos, recomeçar do zero. Esta realidade acarreta desafios e adversidade, reconquistar a confiança e a honestidade, adaptação ao sistema familiar, superar o estigma, quebrar as barreiras da negação e enfrentar a vergonha tóxica. Recuperação não significa cura e não é um acontecimento isolado, mas um processo de transformação de avanços e recuos.

Ninguém se torna adicto de um dia para o outro, por isso, a recuperação é também gradual e progressiva sendo importante o tempo. Este tempo, não é controlável, mas extremamente importante, muitas vezes sustentado em fracassos, na rejeição, na perda de controlo, nos erros mas também em pequenas "grandes" vitorias e desafios de crescimento emocional e espiritual.

Viver um dia de cada vez implica ter um plano e um compromisso para com a recuperação. Significa viver no momento presente, aqui e agora, um minuto, uma hora, uma manhã, uma tarde de cada vez. Viver no momento como se mais nada fosse realmente importante. Não alimentar a preocupação e ou ansiedade em ter resultados imediatos e milagrosos, do tipo "Eu quero ter uma relação... Quero ser aumentado no emprego... Quero ser aceite pela minha família…" Por vezes este "Quero" significa uma crença irreal de tudo ou nada, capaz de boicotar a recuperação.

Na minha opinião, desperdiçado muito tempo de nossas vidas, em preocupação, antecipando cenários catastroficos gerados pela nossa mente. Preocupados com o passado e com o futuro. Preocupados para que os outros gostem de nós e preocupados com as perdas. Sem ter a consciência, podemos transformar o nosso presente, numa mão cheia de problemas insolúveis e preocupantes. Todavia, quando chega o fim-de-semana ou o mau tempo, ficamos ansiosos por não ter nada para fazer. Viver no momento, “um dia de cada vez” pode significar:

- Flexibilidade; mudança nas crenças e valores morais e espirituais, confiar, entrega, fé e esperança, ouvir os outros e seguir sugestões.

- Planear; ser objectivo, concreto e realista. Avaliar os prós e contras.

- Rendição; reconhecer a impotência, a incapacidade de controlar as outras pessoas, ser honesto e pedir ajuda.

- Passado; não podemos modificar o passado. Reconhecer a doença. Lidar com o ressentimento, por vezes irracional, de uma forma construtiva.

- Futuro; não podemos antecipar e controlar as pessoas e o tempo, fonte de ansiedade e atitudes negativas. Evitar as projecções negativas. Podemos sonhar/ambição com objectivos (propósito) e desafios (sentido da vida), visualizar as metas; “Não viver nos castelos, mas podemos sonhar com eles.”

- Gratidão; elabore uma lista de coisas pelas quais se sente grato (humildade).

É possível interromper o processo destrutivo da adicção activa; é possível recuperar...um dia de cada vez.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

SE EU MORRER

Se eu morrer antes de você, faça-me um favor. Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado. Se não quiser chorar, não chore. Se não conseguir chorar, não se preocupe. Se tiver vontade de rir, ria. Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão. Se me elogiarem demais, corrija o exagero. Se me criticarem demais, defenda-me. Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam. Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo. Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles. Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver. E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase : ' Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus !' Aí, então derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxuga-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar. E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu. Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele. E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele. Você acredita nessas coisas ? Sim??? Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito. Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo. Eu não vou estranhar o céu . . . Sabe porque ? Porque... Ser seu amigo já é um pedaço dele !Vinícius de Moraes

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A VIRTUDE DA ESPERANÇA

A Esperança contribui para a nossa santificação de três maneiras principais: primeiro une-nos a Deus; segundo, dá eficácia às nossas orações e terceiro e torna-se princípio de atividade fecunda. Une-nos a Deus desapegando-nos dos bens terrenos. A todo momento somos solicitados pelos prazeres sensíveis, pelo orgulho, pela sensualidade... enfim, pelas alegrias, legítimas e ilegítimas, da esfera natural. No entanto, a esperança quando apoiada numa fé viva e ardente, mostra-nos que a todas as felicidades terrenas faltam dois elementos essenciais: a duração e a perfeição.

Nenhum bem terreno é suficiente de si para satisfazer o ser humano uma vez que este foi criado por Deus com sede do infinito. Após o deleite, sempre há o enfado e saciedade. A nossa inteligência jamais se dá por satisfeita sem o conhecimento da causa perfeita, e o nosso coração não se contenta a não ser em Deus. Só Ele é a plenitude da bondade, da verdade e da justiça. E bastando-Se a Si mesmo, evidentemente, basta-nos a nós.

A esperança, unida à virtude da humildade, dá eficácia às nossas orações e nos obtêm dos céus os favores de que necessitamos. Ensina-nos o Eclesiástico: «E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol. Então passei a contemplar a sabedoria, e a loucura e a estultícia. Pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram. Eclesiastes 2:11-12» Em seus milagres, Cristo nosso Senhor, jamais desprezou quem a Ele recorreu com confiança. Não atendeu Ele o centurião, o paralítico descido pelo telhado, os cegos de Jericó, a Cananéia, a pecadora pega em adultério e o leproso? Ademais não prometeu ele que "Amen, amen, dico vobis, si quis petieritis Patrem in nomime meo, dabit vobis" (Jo 16, 23)?

Afinal, nada honra tanto a Deus como a confiança n'Ele que não se deixa vencer em generosidade, concedendo superabundantes graças. Por fim, a esperança é um princípio de atividade fecunda. Primeiro, porque produz santos desejos, em particular, o anelo do Céu e de Deus. Ora, esse anseio dá à alma o impulso e o ardor necessários para alcançar o bem suspirado e ampara os esforços empregados para a obtenção do fim desejado. Segundo, aumenta-nos as energias por meio da expectativa duma recompensa que superará em muito os nossos empreendimentos. Se no mundo se trabalha com tanto afan para adquirir bens perecíveis, que as traças corroem e os ladrões roubam, com quanto mais razão não devemos nós esperar, quando buscamos uma coroa incorruptível! Dá-nos, ainda aquela coragem, certeza e constância que a certeza do triunfo produz. Então, é isto que nos dá a esperança, pois apesar de fracos por nós mesmos, somos fortes pela própria força de Deus.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

DA ILUSÃO À ESPERANÇA

Leitura bíblica: Heb 10,19-25

O autor da epístola exorta aqui os cristãos à perseverança, à firmeza na fé. Vivemos hoje em dias de ilusão (consumismo, felicidade sem sofrimento, do prazer sem dor), mas a Igreja é agente de Esperança.

Definição de Ilusão: um “engano dos sentidos ou pensamento”; “o que se nos afigura ser o que não é”; “ uma quimera”.

Definição de Esperança: uma “expectativa”; uma “coisa que se espera”; “confiança”.

Se estivéssemos no deserto poderíamos dizer que a ilusão é uma miragem (aquilo que parece mas não é); mas a Esperança é um oásis verdadeiro (aquilo que não se vê, mas está lá)”Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? (Rm 8:24).

Diz-se quer a mulher grávida está “de esperanças”, não iludida.

Diferenças entre ilusão e Esperança:

1. A ilusão é construída sobre fundamento fraco, ao contrário da Esperança.

2. A ilusão baseia-se no engano (“engano dos sentidos ou pensamento”), mas a Esperança não engana (oásis).

3. A ilusão pode morrer (e destrói a pessoa), mas a Esperança nunca morre.

4. A ilusão é uma distorção da verdade (realidade), mas a Esperança é a antecipação da verdade (realidade).

5. A ilusão faz da vida um jogo, a Esperança faz da vida uma oração.

6. A ilusão pode motivar uma pessoa, mas é a Esperança que dá à pessoa uma razão para viver (André Malraux: “A esperança dos homens é a sua razão de viver e de morrer”).

7. A ilusão faz-nos lamentar e chorar, a Esperança leva-nos a louvar e agradecer a Deus.

Abraão: exemplo de fé e Esperança (Hb 11, 10).

Conclusão: Vivemos tempos de muita ilusão e pouca Esperança (nos relacionamentos, na vida económica e financeira, no emprego, no futuro). Passemos da ilusão à Esperança. Mas encontremos um fundamento sólido para a nossa esperança. “Agora, pois, SENHOR, que espero eu? A minha esperança está em ti.” (Salmo 39, 7)
Troca as tuas ilusões pela Esperança em Deus, porque “fiel é o que prometeu” (Hb 10, 23).

11º PRINCÍPIO: EXIGÊNCIA NA DISCIPLINA

Aquilo que não se aprende em casa, a vida ensina a duras penas. Duras para nós e para nossos amados. Devemos ordenar e organizar com verdadeira disciplina o rumo que queremos dar á nossa vida e á vida dos confiados a nós, começando por pequenas coisas para chegar ás grandes mudanças.

Os filhos não pediram para nascer....mas a família também não pediu para que eles fossem como são. Fomos colocados uns na vida dos outros e temos cada qual em seu papel – direitos e deveres.

O Amor-Exigente não expulsa ninguém de casa ou da escola. A proposta não é essa. A escolha é opção da própria pessoa. Depois de ter sido tentado tudo para modificar os comportamentos inadequados, chegando ao limite suportável pela família ou escola, ao não querer adequar-se, ela mesma estará escolhendo sair e viver por sua própria conta o risco.

A proposta é exigir apenas o que é devido para o outro, e mesmo assim, a partir da autoridade moral adquirida pela mesma exigência que fizemos antes a nós próprios.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

6º PASSO

Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.

"Humilhai-vos diante do Senhor e Ele vos exaltará." (Tiago 4,10)

Quando um lavrador trabalha no campo, começa com a preparação do solo. Lavra, ara, revolve a terra, fertiliza, revolve a terra outra vez e, finalmente, planta. Durante algum tempo, o lavrador está visivelmente ativo no campo. Mas depois que planta, pára um pouco, para que as novas sementes cresçam. Não há nada a fazer, exceto esperar e confiar.

No 6º Passo, a atividade cessa durante uma temporada. As sementes de mudança que Deus plantou tem tempo para germinar e crescer. Nossas emoções tem tempo para alcançar nossas novas experiências. Aramos e preparamos e agora damos ao poder divino o tempo necessário para criar em nós uma mudança interna.

Pomos em prática o 6º Passo estando preparados para o momento em que Deus traz mudanças em nossas vidas. Estar preparados não parece atividade, mas é, atividade espiritual. Deus só pode nos mudar se quisermos que Ele o faça e até agora não lhe pedimos mudanças. Só ficamos conscientes de nossa condição e admitimos nossa necessidade. Em passos futuros, pediremos a Deus para eliminar nossos defeitos e ajudar-nos a endireitar as coisas. Neste Passo, esperamos que Ele faça algum trabalho interno e precisamos ser sensíveis às mudanças que está fazendo em nossos corações.

5º PASSO

Admitimos perante a Deus, perante a nós mesmos e perante a outro ser humano a natureza exata de nossas falhas.

"Confessai, pois, vossos pecados uns aos outros e rezai uns pelos outros, a fim de serdes curados." (Tiago 5,16)

Imagine uma casa que ficou fechada por vários anos. Um lençol de poeira cobre tudo. Sobejam sinais de decadência: teias de aranha em cordões, como decoração de festa. Odores abafados e mofados de bolor. Bugigangas irreconhecíveis no consolo da lareira empoeirado. Quadros esquecidos e desbotados em paredes manchadas. Sentimentos lúgubres que pairam como fantasmas de anos passados. Mal podemos esperar para abrir todas as portas e todas as janelas, ventilar os cantos escuros e empoeirados. Vemos a luz do dia espantar os demônios da escuridão e da sombra.

Nossas vidas são como casas fechadas. Todos os nossos segredos infames, comportamentos embaraçosos e esperanças pedidas estão escondidos. O ar de nossa vida é mofado por que temos medo de abrir portas e janelas aos outros com medo de sermos descobertos, rejeitados ou humilhados. O 5º Passo é nossa saída. Quando admitimos a natureza exata de nossas falhas a Deus, a nós mesmos e a outro ser humano, abrimos as portas e janelas de nossas vidas. Mostramos nosso verdadeiro eu.

Pomos em prática o 5º Passo sendo sinceros e honestos com nós mesmos, com Deus e partilhando nosso inventário moral com alguém que confiamos, alguém que nos compreenda, que nos incentive e não nos condene.

PERFEITA ALEGRIA

Cai à tarde de inverno impiedoso,
Francisco e Leão sob a neve caminham.
Vão tornando a Santa Maria,
Com fome e com frio
Ao final de outro dia.
Frei Leão vai à frente, ligeiro,
Frei Francisco o chama e lhe diz,
Frei Leão toma nota
Se queres saber,
O que é a Perfeita Alegria,
Se nós tivermos a graça de DEUS
De pregar o Evangelho e a Cruz
E por obras e exemplos pudermos
Levar a Jesus.
E convertermos os homens a fé.
Até mesmo os de mau coração
Frei Leão isto ainda não é
A Perfeita Alegria

Imagine Leão que DEUS nos tenha dado.
A graça de a todos curar.
De fazer ver aos cegos, e aos coxos andar,
Surdos ouvir e mudos falar.
E que até os demônios fugissem,
Ao comando de nosso olhar,
E que os mortos nós ressuscitássemos.
Isto não é a Perfeita Alegria:
E se falássemos todas as línguas
Com o dom de bem comunicar,
Transformando os reinos da terra
Em reinos de Paz.
E se soubéssemos toda ciência.
E os segredos da terra e do mar.
Frei Leão isto ainda não é
A Perfeita Alegria.

Mas então, Pai Francisco
O que é a Perfeita Alegria?

Se ao chegarmos ao nosso Convento
E batermos depressa e esperando entrar.
E o porteiro do lado de dentro,
Ao invés de abrir, põe-se assim a falar:
Quem sois vós, que assim importunos,
Nesta hora nos incomodais?
Somos nós teus irmãos
Frei Leão e Francisco
Que chegam e querem entrar.
E Frei Leão
Se o porteiro disser que é mentira
E que não abrirá
Que encontremos outro lugar
Em um canto qualquer.
E se nós diante da porta fechada,
Sob a noite e a neve que cai,
Conservarmos a paz
Isto ainda não é a Perfeita Alegria.

Mas se nós insistirmos em prantos que abra,
Que tenha piedade de nós.
Pois com fome e tão necessitados,
Na noite não temos consolo e lugar.
E se então o porteiro sair,
Empunhando um bastão e gritar.
E bater em você e em mim muito mais,
Nos deixando no chão a chorar.
E Frei Leão,
Se for DEUS quem tal faz,
Que nos deixa na noite e na cruz.
Se entendermos que este abandono
Imita a Jesus.
E se nós diante da porta fechada,
Sob a noite e a neve que cai,
Conservarmos a paz,
Isto é, a Perfeita Alegria.
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