segunda-feira, 30 de abril de 2012

CAFÉ


OBSTÁCULOS

Em tempos bem antigos, um rei colocou uma pedra enorme no meio de uma estrada. Então, ele se escondeu e ficou observando para ver se alguém tiraria a imensa rocha do caminho. Alguns mercadores e homens muito ricos do reino passaram por ali e simplesmente deram a volta pela pedra.

Alguns até esbravejaram contra o rei dizendo que ele não mantinha as estradas limpas, mas nenhum deles tentou sequer mover a pedra dali. 

De repente, passa um camponês com uma boa carga de vegetais. Ao se aproximar da imensa rocha, ele pôs de lado a sua carga e tentou remover a rocha dali. 

Após muita força e suor, ele finalmente conseguiu mover a pedra para o lado da estrada. Ele, então, voltou a pegar a sua carga de vegetais, mas notou que havia uma bolsa no local onde estava a pedra. 

A bolsa continha muitas moedas de ouro e uma nota escrita pelo rei que dizia que o ouro era para a pessoa que tivesse removido a pedra do caminho. 

O camponês aprendeu o que muitos de nós nunca entendeu: "Todo obstáculo contém uma oportunidade".

QUAL É O NOME DA FAXINEIRA?

Durante meu segundo mês na escola de enfermagem, nosso professor nos deu um questionário. Eu era bom aluno e respondi rápido todas as questões até chegar a última que era: 

"Qual o primeiro nome da mulher que faz a limpeza da escola? 

"Sinceramente, isso parecia uma piada. Eu já tinha visto a tal mulher várias vezes. Ela era alta, cabelo escuro, lá pelos seus 50 anos, mas como eu ia saber o primeiro nome Dela? 

Eu entreguei meu teste deixando essa questão em branco e um pouco antes da aula terminar, um aluno perguntou se a última pergunta do teste ia contar na nota. 

"É claro!", respondeu o professor. "Na sua carreira, você encontrará muitas pessoas. Todas têm seu grau de importância. Elas merecem sua atenção mesmo que seja com um simples sorriso ou um simples "alô". 

Eu nunca mais esqueci essa lição e também acabei aprendendo que o primeiro nome dela era Dorothy.

sábado, 28 de abril de 2012

O MENINO DO SORVETE


Sempre se lembre daqueles que te serviram. Numa época em que um sorvete custava muito menos do que hoje, um menino de 10 anos entrou na lanchonete de um hotel e sentou-se a uma mesa. 

Uma garçonete colocou um copo de água na frente dele. - "Quanto custa um sundae?" ele perguntou. 

- "50 centavos" - respondeu a garçonete. 

O menino puxou as moedas do bolso e começou a contá-las. 

- "Bem, quanto custa o sorvete simples?" ele perguntou. 

A essa altura, mais pessoas estavam esperando por uma mesa e a garçonete perdendo a paciência. 

- "35 centavos" - respondeu ela, de maneira brusca. 

O menino, mais uma vez, contou as moedas e disse: 

- "Eu vou querer, então, o sorvete simples". 

A garçonete trouxe o sorvete simples, a conta, colocou na mesa e saiu. 

O menino acabou o sorvete, pagou a conta no caixa e saiu. 

Quando a garçonete voltou, ela começou a chorar à medida que ia limpando a mesa, pois ali, do lado do prato, tinham 15 centavos em moedas - ou seja, o menino não pediu o sundae porque ele queria que sobrasse a gorjeta da garçonete.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O SINAL DA CRUZ

Um excelente nadador tinha o costume de correr até a água e molhar somente o dedão do pé antes de qualquer mergulho. Alguém intrigado com aquele comportamento lhe perguntou qual a razão daquele hábito. 

O nadador sorriu e respondeu: há alguns anos eu era um professor de natação de um grupo de homens. Eu os ensinava a nadar e a saltar do trampolim. 

Certa noite, eu não conseguia dormir e fui à piscina para nadar um pouco. 

Não acendi a luz, pois a lua brilhava através do teto de vidro do clube. 

Quando eu estava no trampolim, vi minha sombra na parede da frente. Com os braços abertos, minha imagem formava uma magnífica cruz. Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando minha imagem. Nesse momento pensei na cruz de Jesus Cristo e em seu significado. Eu não era um cristão, mas quando criança aprendi que Jesus tinha morrido para nos salvar pelo seu precioso
sangue. Naquele momento as palavras daquele ensinamento me vieram à mente e me fizeram recordar do que eu havia aprendido sobre a morte de Jesus. 

Não sei quanto tempo fiquei ali parado com os braços estendidos. 

Finalmente, desci do trampolim e fui até a escada para mergulhar na água. 

Desci a escada e sem sentir a água, desci mais e meus pés tocaram o piso duro e liso do fundo da piscina. Haviam esvaziado a piscina e eu não tinha percebido! Tremi todo e senti um calafrio na espinha. Se eu tivesse saltado seria meu último salto. Naquela noite a imagem da cruz na parede salvou a minha vida. Fiquei tão agradecido a Deus, que ajoelhei na beira da piscina, confessei os meus pecados e me entreguei a Ele, consciente de que foi exatamente em uma cruz que Jesus morreu para me salvar. 

Naquela noite fui salvo duas vezes e, para nunca mais me esquecer, sempre que vou à piscina molho o dedão do pé antes de saltar na água. Deus tem um plano na vida de cada um de nós e não adianta querermos apressar ou retardar as coisas, pois tudo acontecerá no seu devido tempo. 

As oportunidades virão, é só sabermos esperar...

quinta-feira, 26 de abril de 2012

TELEVISÃO BRASILEIRA

Dom Henrique Soares 
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Aracajú - SE 

A situação é extremamente preocupante: no Brasil, há uma televisão de altíssimo nível técnico e baixíssimo nível de programação. Sem nenhum controle ético por parte da sociedade, os chamados canais abertos (aqueles que se podem assistir gratuitamente) fazem a cabeça dos brasileiros e, com precisão satânica, vão destruindo tudo que encontram pela frente: a sacralidade da família, a fidelidade conjugal, o respeito e veneração dos filhos para com os pais, o sentido de tradição (isto é, saber valorizar e acolher os valores e as experiências das gerações passadas), as virtudes, a castidade, a indissolubilidade do matrimônio, o respeito pela religião, o temor amoroso para com Deus. 

Na telinha, tudo é permitido, tudo é bonitinho, tudo é novidade, tudo é relativo! Na telinha, a vida é pra gente bonita, sarada, corpo legal… A vida é sucesso, é romance com final feliz, é amor livre, aberto desimpedido, é vida que cada um faz e constrói como bem quer e entende! Na telinha tem a Xuxa, a Xuxinha, inocente, com rostinho de anjo, que ensina às jovens o amor liberado e o sexo sem amor, somente para fabricar um filho… Na telinha tem o Gugu, que aprendeu com a Xuxa e também fabricou um bebê… Na telinha tem os debates frívolos do Fantástico, show da vida ilusória… Na telinha tem ainda as novelas que ensinam a trair, a mentir, a explorar e a desvalorizar a família… Na telinha tem o show de baixaria do Ratinho e do programa vespertino da Bandeirantes, o cinismo cafona da Hebe, a ilusão da Fama… Enquanto na realidade que ela, a satânica telinha ajuda a criar, temos adolescentes grávidas deixando os pais loucos e a o futuro comprometido, jovens com uma visão fútil e superficial da vida, a violência urbana, em grande parte fruto da demolição das famílias e da ausência de Deus na vida das pessoas, os entorpecentes, um culto ridículo do corpo, a pobreza e a injustiça social… E a telinha destruindo valores e criando ilusão… 

E quando se questiona a qualidade da programação e se pede alguma forma de controle sobre os Meios de Comunicação, as respostas são prontinhas: 

(1) assiste quem quer e quem gosta; 

(2) a programação é espelho da vida real; 

(3) controlar e informação é antidemocrático e ditatorial… 

Assim, com tais desculpas esfarrapadas, a bênção covarde e omissa de nossos dirigentes dos três poderes e a omissão medrosa das várias organizações da sociedade civil – incluindo a Igreja, infelizmente – vai a televisão envenenando, destruindo, invertendo valores, fazendo da futilidade e do paganismo a marca registrada da comunicação brasileira… 

Um triste e último exemplo de tudo isso é o atual programa da Globo, o Big Brother (e também aquela outra porcaria, do SBT, chamada Casa dos Artistas…). Observe-se como o Pedro Bial, apresentador global, chama os personagens do programa: “Meus heróis! Meus guerreiros!” – Pobre Brasil! Que tipo de heróis, que guerreiros! E, no entanto, são essas pessoas absolutamente medíocres e vulgares que são indicadas como modelos para os nossos jovens! 

Como o programa é feito por pessoas reais, como são na vida, é ainda mais triste e preocupante, porque se pode ver o nível humano tão baixo a que chegamos! Uma semana de convivência e a orgia corria solta… Os palavrões são abundantes, o prato nosso de cada dia… A grande preocupação de todos – assunto de debates, colóquios e até crises – é a forma física e, pra completar a chanchada, esse pessoal, tranquilamente dá-se as mãos para invocar Jesus… Um jesusinho bem tolinho, invertebrado e inofensivo, que não exige nada, não tem nenhuma influência no comportamento público e privado das pessoas… Um jesusinho de encomenda, a gosto do freguês… que não tem nada a ver com o Jesus vivo e verdadeiro do Evangelho, que é todo carinho, misericórdia e compaixão, mas odeia o fingimento, a hipocrisia, a vulgaridade e a falta de compromisso com ele na vida e exige de nós conversão contínua! Um jesusinho tão bonzinho quanto falsificado… Quanta gente deve ter ficado emocionada com os “heróis” do Pedro Bial cantando “Jesus Cristo, eu estou aqui!” 

Até quando a televisão vai assim? Até quando os brasileiros ficarão calados? Pior ainda: até quando os pais deixarão correr solta a programação televisiva em suas casas sem conversarem sobre o problema com seus filhos e sem exercerem uma sábia e equilibrada censura? Isso mesmo: censura! Os pais devem ter a responsabilidade de saber a que programas de TV seus filhos assistem, que sites da internet seus filhos visitam e, assim, orientar, conversar, analisar com eles o conteúdo de toda essa parafernália de comunicação e, se preciso, censurar este ou aquele programa. Censura com amor, censura com explicação dos motivos, não é mal; é bem! Ninguém é feliz na vida fazendo tudo que quer, ninguém amadurece se não conhece limites; ninguém é verdadeiramente humano se não edifica a vida sobre valores sólidos… E ninguém terá valores sólidos se não aprende desde cedo a escolher, selecionar, buscar o que é belo e bom, evitando o que polui o coração, mancha a consciência e deturpa a razão! 

Aqui não se trata de ser moralista, mas de chamar atenção para uma realidade muito grave que tem provocado danos seríssimos na sociedade. Quem dera que de um modo ou de outro, estas linha de editorial servissem para fazer pensar e discutir e modificar o comportamento e as atitudes de algumas pessoas diante dos meios de comunicação.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

DEMÔNIO HI-TEC

Certa vez, um pastor estava no campo cuidando de um enorme rebanho de ovelhas. E estava ao lado de uma estrada. De repente um carro parou. Saiu do volante um rapaz, com jeito de distinto, e disse ao pastor: “Se eu lhe disser quantas ovelhas o senhor tem neste rebanho, o senhor me dá uma?” O pastor respondeu: “Tranqüilo!”. O rapaz pegou no carro o seu not-boock, conectou-o na internet via satélite, acessou um programa especial de contagem de animais pelo satélite e, em poucos segundos, apareceu na tela o número: Havia ali 1586 ovelhas. “É exatamente este número”, confirmou o pastor. Então o jovem pegou uma ovelha, pôs no carro, e já estava indo embora, quando o pastor o chamou e disse: “Moço, se eu lhe disser algo da sua vida particular, você me devolve a ovelha?” “Sim”, respondeu ele. O pastor falou: “Você leva uma vida bastante isolada, tanto das pessoas como dos animais”. “Acertou de cheio” – disse o jovem – “mas me diga uma coisa: Como que o senhor sabe disso?” O pastor respondeu: “Porque você teve um comportamento estranho: parou aqui sem necessidade, contou minhas ovelhas sem eu pedir, e me cobrou uma ovelha para dizer o que eu já sabia. E não entende nada de ovelha, porque o que você pegou não é ovelha, mas o meu cachorro!” 

Rapaz tão inteligente em umas coisas, mas tão burro em outras. Quantos jovens de hoje estão na mesma situação! Há muitas maneiras de ser possuído pelo demônio; apegar-se demasiadamente à técnica e à ciência e se esquecer da caridade e do respeito ao próximo é uma delas.

terça-feira, 24 de abril de 2012

EXISTE TRATAMENTO EFICAZ PARA A DEPENDÊNCIA QUÍMICA?

Além de deter o abuso de drogas, a meta do tratamento é que a pessoa volte a funcionar positivamente na família, no trabalho e na sociedade. De acordo com os estudos de acompanhamento de pacientes que estiveram em tratamento durante períodos prolongados, a maioria dos que entram e permanecem no tratamento deixam de usar drogas, reduzem suas atitudes ligadas a delitos e melhoram seu desempenho ocupacional, social e psicológico. Por exemplo, ficou comprovado que os pacientes que recebem tratamento com metadona, demonstram uma maior participação na terapia da conduta e uma redução tanto no consumo de drogas como no comportamento delituoso. Sem dúvida, os resultados dos tratamentos individuais dependem do alcance e da natureza dos problemas que o paciente apresente, da qualidade do tratamento e dos serviços relacionados utilizados para tratar estes problemas, além da capacidade de interação entre a pessoa e os provedores do tratamento.

Os índices de recaída para a adicção se assemelham aos índices de outras doenças crônicas, como o diabetes, a hipertensão e a asma.

Da mesma forma que outras doenças crônicas, a adicção pode ser manejada com êxito. O tratamento permite contrapor os efeitos sumamente destrutivos que a adicção exerce sobre o cérebro e sobre o comportamento, e que o paciente recupere o controle de sua vida. A natureza crônica da enfermidade significa que a reincidência no abuso de drogas não só é possível, como também provável, com índices de recaída similares aos de outras enfermidades crônicas bem caracterizadas, tais como o diabetes, a hipertensão e a asma (ver o diagrama "Comparação dos índices de recaída entre a drogadição e outras enfermidades crônicas"), que possuem componentes tanto fisiológicos quanto de conduta.

Lamentavelmente, quando ocorre uma recaída, muitos consideram que o tratamento foi um fracasso. Porém, não é assim. O tratamento da adicção, para ter êxito, requer uma avaliação contínua e modificações apropriadas, semelhante aos procedimentos adotados noutras doenças crônicas. Por exemplo, quando uma pessoa recebe tratamento ativo para a hipertensão e os sintomas diminuem, se considera que o tratamento está alcançando bons resultados, mesmo quando alguns sintomas possam aparecer no seu andamento. Para a pessoa com adicção, as recaídas no abuso de drogas não indicam fracasso; podem significar que o tratamento precisa ser restabelecido ou ajustado, ou que seja necessário um tratamento alternativo.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

QUER EMAGRECER?


Não adianta nada se você não se decidir pelo primeiro passo, se você não sair desse quarto, nem os anjos e nem Jesus poderão ajudá-lo, se você não se ajudar!

Quer emagrecer? Caminhe todos os dias, pare de dizer que não tem dinheiro para a academia. A rua é livre, de graça e está esperando você, seja noite, seja dia.

Quer um novo emprego? Estude algo novo, aprenda um pouco mais do seu ofício, faça a diferença e as empresas vão correr atrás de você!

Quer um novo amor? Saia para lugares diferentes assista a um bom filme, leia um bom livro, abra a cabeça, mude os pensamentos, e o amor vai encontra-lo no metrô, no ônibus, na calçada, e em qualquer lugar, pois você será de se admirar. Pessoa que encanta só de olhar...

Quer esquecer alguém que o magoou? Enterre as lembranças e o infeliz! Valorize-se criatura! Se você se valoriza, sabe quanto vale,
sabendo quanto vale não se troca por qualquer coisa. Se alguém o deixou é porque não sabe o seu valor. Logo, enterre suas mágoas no lago dos esquecidos. E rumo ao novo...



Quer deixar de dever? Pare de comprar. Não faça dívida para pagar dívidas! Nunca! Jamais! Faça poupança e peça para o povo esperar. “Devo, não nego, pago quando puder.” Assim, a cabeça fica livre e você vai trabalhar. Em breve, não terá mais nada para pagar...

Quer esquecer uma mágoa? Limpe o seu coração, esvazie-se... Quem tem equilíbrio não guarda mágoas. Só as pessoas com problemas emocionais é que se ressentem. Ficam guardando uma dor, alimentando como se fosse de estimação.

Busque o equilíbrio emocional. Doe-se, ame mais e tudo passa.
Quer viver bem? Ame-se!

Felicidade é gratuita, não custa nada. É fazer tudo com alegria, nos mínimos detalhes. 



Pergunte-se e se achar resposta que o satisfaça, comece tudo de novo:
- Pra que 2 celulares (1 pra cada orelha?)?
- Pra que 3 computadores, se não tem uma empresa?
- 4 carros?
- 6 quartos se é você e mais 1 ou 2?
- 40 pares de sapato, se tem apenas 2 pés?

A vida pede muito pouco e nós precisamos de menos ainda.

Acorde enquanto é tempo e comece a mudança, antes que o tempo venha e apite o final do seu jogo!

Espero que você pelo menos tenha vencido a partida.

A DROGADIÇÃO É UMA ENFERMIDADE COMPLEXA


Nora D. Volkow, M.D.
Diretora do Instituto Nacional sobre o Abuso de Drogas

 A drogadição é uma enfermidade complexa, caracterizada pelo desejo exagerado, a busca e o consumo compulsivo de drogas, em ocasiões incontroláveis e que persistem, apesar das conseqüências extremamente negativas. Muitas pessoas não se dão conta que a adicção é uma enfermidade do cérebro. O caminho da drogadição começa com o ato de consumir a droga. Com o tempo, a habilidade da pessoa de tomar a decisão de não mais consumi-la fica comprometida e a busca e o consumo da droga se tornam compulsivos. Esta conduta é, em grande parte, resultado dos efeitos que tem a prolongada exposição da droga no funcionamento do cérebro.

A adicção afeta diversos circuitos do cérebro, entre eles, os relacionados com a gratificação e a motivação, a aprendizagem, a memória e o controle sobre as inibições que afetam o comportamento. Algumas pessoas são mais vulneráveis que outras para se tornarem adictas, conforme sua estrutura genética, idade, exposição inicial às drogas, outras influências ambientais e a interação de todos estes fatores.

Freqüentemente a adicção não implica somente na necessidade compulsiva de consumir droga, mas também conseqüências que agregam grandes repercussões. Por exemplo, o abuso de drogas e a adicção aumentam os riscos de desenvolver outras enfermidades mentais e físicas, associadas a esta maneira de viver, marcada pelo uso de drogas ou aos seus efeitos tóxicos. Mesmo assim, existem comportamentos disfuncionais muito diferentes, que podem derivar-se do uso de drogas e interferir no desempenho normal do adicto na família, no trabalho e na sociedade em geral.

Como o abuso de drogas tem tantas dimensões e altera tantos aspectos da vida da pessoa, o tratamento não é simples. Os programas de tratamento eficazes necessitam incorporar muitos componentes, cada um dirigido a um aspecto particular da enfermidade e suas conseqüências. O tratamento para a adicção deve ajudar ao toxicômano a deixar de usar drogas, a manter um estilo de vida livre delas e conseguir um funcionamento produtivo na família, no trabalho e na sociedade. Sabendo que a adicção é uma doença, os usuários não podem simplesmente deixar de consumir drogas por uns dias a achar que estão curados. A maioria dos usuários requerem cuidados a longo prazo ou ciclos repetidos de tratamento para conseguir a meta final da abstinência sustentável e da recuperação da vida.

A investigação científica e a prática clínica tem demonstrado o valor de continuar com os cuidados no tratamento da adicção, com uma variedade de enfoques que foram experimentados e integrados nos programas residenciais e comunitários. Ao olhar para o futuro, aproveitaremos os resultados das novas investigações sobre a influência da genética e do meio ambiente no funcionamento e na expressão dos genes (a epigênese), os quais indicam o caminho dos tratamentos personalizados.

domingo, 22 de abril de 2012

ALGUNS ELEMENTOS SOBRE O CRESCIMENTO HUMANO PARA A NOSSA CONSIDERAÇÃO


Pe. Vitor Hugo

Nos meus contatos dentro das comunidades terapêuticas, tenho me defrontado sempre com as questões sobre o crescimento humano, suas dificuldades e seus parâmetros, sobretudo em vista do 4º passo. Não é fácil a gente recuperar a memória do que foi cada uma das etapas da vida, as vitórias e fracassos, conquistas e perdas.
Por isso, tomo a liberdade de apresentar aqui um esquema muito simples, sem qualquer rigor científico, mas que talvez ajude a entender o que se passou em cada fase da vida, dividindo-a a cada cinco (5) anos, desde o nascimento. Me parece que a cada cinco anos a gente supera uma etapa e passa para outra diferente. Na minha visão, isso tem a ver mais com antropologia cultural do que propriamente com psicologia ou patologia.
O tempo da gestação é de uma importância extraordinária para a vida de cada um de nós. Os registros hereditários, os registros emocionais, os componentes químicos, alimentares, ambientais, as experiências religiosas, enfim, tudo o que ocorre desde a concepção até o momento do nascimento, serão fatores importantes para o resto da vida. Inclusive o parto, espontâneo ou induzido, deixará sua marca na tela da vida.
Quem quiser fazer um 4º passo bem feito deve começar perguntando para a mãe e para o pai como foi este período da vida intra uterina. Como foi a vida deles, suas alegrias e tristezas, angústias e esperanças, a dependência de substâncias químicas (o uso do tabaco e do álcool...). Se houve experiências fortes de perdas, de dores emocionais... Esta será a primeira matéria prima do 4º passo, plataforma de lançamento das metas e sonhos.

1.    A etapa do zero aos cinco anos (0 - 5): nos primeiros cinco anos nós estabelecemos contato com o mundo que nos envolve. Aprendemos a distinguir as coisas, a chamá-las pelo nome, aprendemos a caminhar, a subir nas coisas. Aprendemos o que significa o sim e o não. Aprendemos também a estabelecer as primeiras relações afetivas, beijando, abraçando, correndo ao encontro, sentindo saudade. Aprendemos a medir distâncias, a repartir os brinquedos, a jogar, ganhar e perder, cair e levantar. É a etapa da socialização. Aprendemos a correr riscos, a distinguir sabores. Aprendemos, com sacrifício, que a vida pode nos dizer um solene não mesmo quando batemos o pé com insistência. Aprendemos na escola da vida a mentir e a pegar o que não nos pertence tendo os adultos como professores. Se o cadarço for muito curto, seremos retraídos por toda a vida. Se o cadarço for adequado, aprenderemos a ter aceitação. Se não houver cadarço, poderemos nos tornar delinqüentes. Nesta etapa, para fazer bem o 4º passo, ainda é preciso perguntar aos pais como foram as coisas e que tipo de criança nós fomos...

2.    A etapa dos seis aos dez anos (6 - 10): neste período iniciamos nossa busca de identidade. Os meninos se ligarão à figura do pai. Nesta idade, o pai sabe tudo, é fortão, brinca comigo, é legal. Meu pai arruma a bicicleta, me dá uma palmada e eu durmo com ele, tomo banho com ele. Meu pai é meu herói. E a menina veste as roupas da mãe, os calçados da mãe, usa o baton da mãe, brinca de mamãe com a boneca. Minha mãe sabe tudo e me ama. É a etapa do desenvolvimento humano afetivo, que dará segurança e auto estima de qualidade para o resto da vida. Um menino que tem a mão firme do pai segurando a sua, saberá tomar decisões e viverá uma estabilidade emocional de melhor qualidade. Da mesma forma a menina, com a introjeção da figura materna, irá firmar sua condição feminina sem ser pegajosa, fria ou delirante. Aqui já não será mais preciso perguntar como foram as coisas pois, normalmente, retemos na memória os dados desta etapa. Os registros de figura paterna e figura materna são preponderantes nesta fase da vida e poderão eliminar ou diminuir em muito os rancores que se leva nos porões do “baú da existência”...

3.    A etapa dos onze aos quinze anos (11 - 15): se na primeira etapa olhamos para fora e na segunda olhamos para dentro, agora é a hora de olhar para os lados, pois é quando descobrimos o nosso oposto complementar, é quando se coloca a questão do gênero. O menino descobre a menina e vice-versa. Para ambos é um período complicado. O corpo do menino se modifica rapidamente e ele não sabe o que fazer com as pernas e braços alongados e menos ainda com as secreções glandulares. Por mais que lhe expliquem, a descoberta terá que ser absolutamente individual. E para a menina é a mesma coisa. Ela terá que admitir a transformação do corpo e aprender a conviver com o fenômeno da fertilidade. Para ambos, a irrupção do vulcão das emoções será uma vivência única e inexplicável, oscilando entre o isolamento e a euforia, entre a exultação e a fossa. A descoberta da sexualidade será também uma viagem ao espaço sideral, podendo fazer de ambos no futuro, homens e mulheres centrados, desajustados ou potencialmente cafajestes, sobretudo numa cultura que aceita duas meninas de mãos dadas na rua mas não aceita dois meninos andando assim. Para o 4º passo, aqui se inicia a culpa.

4.    A etapa dos dezesseis aos vinte anos (16 - 20): esta é a etapa onde emergem os defeitos de caráter e as qualidades humanas. É a etapa onde se confunde liberdade com independência. É a etapa das grandes perguntas: para que eu sirvo?; o que eu vim fazer neste mundo?; qual será minha profissão? É a etapa da finalização do ensino médio e escolha de algum curso técnico ou científico (profissionalização ou formação acadêmica). É também a etapa do consumismo: consumismo de coisas, de idéias, de imagens, de emoções, de pessoas, de querer tudo para ontem como se o mundo fosse acabar amanhã e como se a vida fosse demasiadamente curta para esperar e ter paciência. É quando, para alguns, a droga de fato entra na vida porque a vida está se tornando uma droga e é preciso buscar outra forma de prazer fora do convencional. É o tempo da ansiedade e da angústia, pois o número de perguntas ultrapassa em muito a capacidade de encontrar respostas. Talvez seja esta a fase em que mais se precisa de um pai e de uma mãe sentados com freqüência na beira da cama para recolocar os corações e mentes no seu devido lugar. Geralmente é quando menos se tem. Para o 4º passo, é o tempo dos erros quase irremediáveis, de um filho não desejado, de uma doença inoportuna, das perdas mais doloridas e das escolhas mal feitas...

5.    A etapa dos vinte e um aos vinte e cinco anos (21 - 25): é a etapa das finalizações. Até os 25 anos se finaliza a formação profissional, se finaliza a escolha do lugar no mundo, se finalizam as escolhas amorosas e afetivas. De certa forma, aos 25 anos, é quando o homem e a mulher dizem para que vieram e se apresentam ao mundo com seu potencial. Claro que esta visão exige um processo natural de superação de cada uma das etapas anteriores, sem queimar alguma delas ou ficar tempo demais em algum lugar do passado. Nas condições da vida humana e para os padrões de hoje, estou convencido que esta é a idade da maturidade humana, equilíbrio da mente e dos sentimentos, conhecimento do corpo e dos instintos, admissão de valores e de crenças. Assim como na parábola bíblica do semeador, houve sementes que se perderam nas laterais da estrada, ou foram pisoteadas, ou comidas pelos pássaros. Entretanto, ouve sementes que foram cultivadas e cuja árvore poderá agora dar fruto de 30, 60 ou 100 por um. Há uma pálida esperança que uma ou outra semente esteja ainda adormecida e que dará sinal de vida no futuro. Para o 4º passo, é a oportunidade única de transformar esta matéria prima do inventário em plano de vida, a curto, médio e longo prazos, com metas e sonhos a serem buscados.

Resumidamente, podemos dizer que, tendo vivido este primeiro período da existência humana, os próximos vinte e cinco anos (25 - 50) serão dedicados à estruturação deste projeto de vida, com as correções de percurso necessárias e a consolidação das metas propostas. Não ter este projeto de vida é muito ruim, pois vai significar perda de tempo e de energia, além de vacilações para a direita e para a esquerda, recuos e avanços sem previsão que só irão tumultuar a caminhada e diminuir as oportunidades de bem estar e de satisfação. É realmente lamentável que tanta gente nestes tempos sem limites, estejam trocando de metas e de projetos com tamanha facilidade. E o resultado disso é a troca de parceiros, de lugares, de crenças, como se tudo fosse descartável.

Sem estas contrariedades então, os outros vinte e cinco anos (50 - 75) se converterão no tempo da colheita para os que souberam preparar a terra, escolher a semente e, plantadas elas, cultivaram e adubaram convenientemente, não permitindo que o inço prejudicasse o crescimento. Ou que, pelo exame de consciência freqüente, souberam identificá-lo e tirá-lo fora no tempo oportuno. É quando os filhos dos nossos filhos trarão novamente para o nosso colo aquelas certezas que somente as crianças tem, geralmente regadas pela alegria e pela simplicidade de vida. Chegados assim aos setenta e cinco anos (75). O que vier além disso é puro lucro a ser vivido com o brilho nos olhos, a esperança no coração e a serenidade nas palavras e atitudes.

Por isso, para aqueles que estão praticando os 12 passos, este 4º passo se torna a parada necessária e o olhar arguto para dentro do “baú da existência”, onde encontraremos coisas novas e coisas velhas, onde será necessário fazer aquela faxina criteriosa e o polimento da prataria para que, depois disso, o “baú da existência” não seja um fardo pesado, carregado de coisas inúteis e até prejudiciais, sobretudo no campo das idéias insanas, dos sentimentos ruins que podem levar a atitudes inadequadas. O 10º passo será nossa ferramenta para não deixar o baú entulhar novamente.
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