sexta-feira, 29 de março de 2019

O FILHO PRÓDIGO

A grande lição da parábola do filho pródigo é que Deus está mais empenhado em nos salvar do que em nos castigar. 

O pai que todo dia olhava o caminho esperando ver o seu filho voltar, representa Deus que todo dia nos oferece uma nova chance de nos arrepender e deixar o pecado que nos humilha. 

O amor de Deus é imenso. Ele está sempre disposto a nos perdoar, e esperando para nos abraçar, como aquele pai da parábola. 

Quando nos afastamos da presença de Deus somos invadidos por uma sensação de VAZIO e TRISTEZA, que os prazeres da vida não podem preencher. 

A herança que o Pai do Céu nos deu, é a nossa vida. Uma herança de valor inestimável. Quem oferecesse uma grande fortuna em troca da nossa vida seria tratado com desprezo. Desperdiçar a herança e viver longe de Deus, gastando a nossa vida com egoísmos e vaidades, que não constroem nada, nem amizades, muito menos uma família. Até que um dia a pessoa descobre que é tão pobre que não tem mais nada na vida só dinheiro. E dinheiro não o consolará nas aflições. 

Há quem se sinta como o irmão injustiçado pela reação do pai de fazer uma festa para o vagabundo do filho que voltou para casa depois de gastar toda a sua parte na herança, em vez de bater-lhe a porta na cara. 

Tem gente que fica revoltado com Deus por Ele não castigar os malvados, enquanto nós que damos uma dura, trabalhando honestamente, continuamos passando às vezes por dificuldades e necessidades... São pessoas mais a favor da justiça do que da misericórdia. São pessoas que só enxergam o tempo presente. Porém, não é assim. Quem acredita na eternidade, sabe que tempo presente deve ser vivido como preparação para o céu, sem apegos exagerados, sem magoas, sem ressentimento. O tempo presente deve ser vivido como tempo de perdão e misericórdia. Pois ajustiça de Deus é muito superior mais perfeita que a humana. 

Esta parábola nos mostra que a justiça de Deus é a misericórdia! Misericórdia que nós não podemos quere somente para nós. 

Nós queremos sempre o perdão dos nossos pecados e erros, como poderemos querer somente o castigo para os demais. Todos que erram devem ser condenados, não podemos esquecer que estamos no mesmo barco. 

Vejamos, como Jesus retratou o Pai do Céu nesta parábola! Um Deus que nos ama, um Pai que espera todo dia que voltemos para Ele. 

O Evangelho nos chama a reconhecer os nossos pecados, e buscar o perdão de Deus através de uma confissão. 

A alegria na recuperação do filho morto que voltou a viver, a alegria de ter de volta o que se perdeu. Também nós experimentamos pela absolvição dos pecados. 

Porém, para experimentar essa alegria não podemos nos esquecer do propósito de uma mudança radical da nossa vida, como o fez aquele filho errante: 

“Tendo-me levantado, irei a meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti. E de modo algum sou digno de ser chamado teu filho, aceita-me como um de teus empregados.” 

Arrependimento é o sincero desejo de mudança, comprometimento de esforçar-se de fato em mudar de comportamento. Acho estranho quando alguém toda a semana vem confessar o mesmo pecado. Não seria mais verdadeiro, fazer um esforço real de evitar o pecado ao menos por 30 dias, para provar para sí mesmo seu real arrependimento, para depois buscar a graça da reconciliação sacramental. Confessar repetidamente os mesmo pecado pode ser uma até uma acomodação, tipo: “tanto faz, depois eu vou lá e me confesso.” 

Devemos mudar a nossa visão de Deus, e consequente devemos mudar também a nossa relação com o Pai. A parábola do Filho Pródigo nos lembra que Deus não é um Juiz impiedoso, e que nossa convivência com Ele e com o irmão deve pode ser melhorada diariamente.

sexta-feira, 22 de março de 2019

TRAGÉDIAS - CONVITES A CONVERSÃO

Nesse período de preparação para a Páscoa a Igreja nos propõe um tempo de penitência que nos ajude em nossa conversão pessoal. Quanto à essas penitências precisamos entender que se está sendo fácil é porque não estamos fazendo direito. Pois se não exige esforço, renúncia, mudança de hábitos, não é penitência. 

Viver de fato a Quaresma nunca é fácil porque exige mudar tudo aquilo que precisa ser mudado em nós.

Mudanças de comportamento sempre é difícil, pois, o modo de agir, é parte de quem somos de nossa personalidade, e tem gente que diz “eu sou assim mesmo, quem quiser gostar de mim tem que me aceitar como eu sou”. Mas na verdade nós não somos assim, nós estamos assim, sempre podemos mudar para ficar mais de acordo com o que Deus nos pede. 

O Evangelho nos fala de tragédias que aconteceram com alguns galileus. Nós brasileiros também passamos por tragédias terríveis esse ano: Brumadinho, os meninos do flamengo, os 14 que se afogaram com as enxurradas em São Paulo, as vítimas na escola de Suzano... 

Vemos muita gente querendo achar os culpados. Mas se pararmos para pensar achar o culpado vai reparar as perdas? Aliviar o sofrimento? Prevenir que isso não se repita? Será? Será que é possível fazer justiça nesses casos?

Concordo que temos que responsabilizar os verdadeiros culpados, mas o importante é enxergar a realidade como sinal, como aviso. Assim além de procurar culpados, deveríamos nos ocupar mais com a nossa conversão, estar preparados como nos aconselha Jesus. Pois quem está livre de uma tragédia como essa? Quem pode dizer que está seguro? Quem pode dizer que comigo não vai acontecer?

Foi nesse contexto que Jesus contou a parábola da figueira, para ensiná-los a se preocuparem mais em fazer o bem, produzir bons frutos.

A parábola da figueira quer mostrar como Deus é solidário e paciente. A figueira é uma árvore comum na Palestina, que produz quase o ano todo, naquele clima.

Nessa parábola a figueira representa o povo, todos nós. Quem Plantou a figueira, no caso o patrão é Deus Pai. O agricultor é Jesus. Os três anos é o período da pregação de Jesus, da qual se esperava frutos em abundância. O patrão é rigoroso na sua decisão, se não produzir frutos, vai arrancar a figueira, arvore ociosa que não produz frutos, não merece viver.

O mesmo vale para quem ouve a palavra de Jesus, mas não muda seus comportamentos, continua egoísta, impaciente, agressivo, intolerante, imoral, ou seja não produz frutos de conversão de vida nova, não merece a vida eterna no céu, como a figueira estéril será arrancado e lançado no fogo. 

No entanto o agricultor intervém, ele pede mais um tempo, vai adubar, vai cuidar, afofar a terra. Jesus é o agricultor, aposta nas pessoas, dando-lhe mais uma oportunidade de mudança. Deus é solidário e misericordioso, quer a salvação para todos. 

Estamos vivendo a quaresma, tempo de conversão, todos somos convidados mudanças para melhor. Infelizmente a maioria das pessoas passam pela quaresma sem mudar em nada. Ir à Igreja e não praticar a fé, e não produzindo frutos bons, conforme a vontade de Deus é ser igual à figueira que não dava frutos.

Vamos aproveitar esse tempo da quaresma, que é o tempo certo para mudanças. É o agricultor Jesus que com sua palavra e com seu corpo e sangue na Eucaristia aduba nossa vidas na fé, na esperança e no amor, para que possamos nos alimentar dele e ser também mais amorosos, mais fraternos, mais justos, mais solidários e misericordiosos.

Ainda é tempo vamos aproveitar esse tempo favorável.

quinta-feira, 14 de março de 2019

TRANSFIGURAÇÃO

Logo antes da transfiguração, Jesus havia dito aos discípulos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me” (Lc 9,23). 

Palavras terríveis, imagina eles viam os mestre curando os enfermos, limpado leprosos, fazendo cego enxergar, paralitico andar, multiplicando o pão para matar a fome de multidões, mandado no ventos e nas tempestade, andando sobre as águas, transformando água em vinho sem falar das pescas milagrosas e tentas outras coisas. Aí do nada Jesus, vem falar da cruz, da renúncia das coisas que eu gosto. Ninguém gosta da cruz, na verdade eles esperavam que o mestre os aliava-se da cruz, e não o contrário. 

Imagina o drama, eles estavam caminhando para Jerusalém, onde o próprio Jesus havia dito que seria preso e condenado à morte. Na verdade a vontade deles é fugir de Jerusalém, ir noutra direção, escapar da cruz. 

Tudo isso causou uma enorme decepção e desânimo nos discípulos. 

Todos nós já pensamos ao menos uma vez de lar tudo, lavar a mãos, não largamos, não abandonamos, mas que já pensamos, isso sim. 

Jesus, sentiu o ânimo abatido deles, o andar temeroso e titubeante, e quis dar a eles motivos de esperança. 

Calma lá, depois da cruz vem a vitória. Venham subamos o monte vejam a quem vocês estão seguindo, confiem em mim, não desanime que a vitória e certa. 

A transfiguração veio dar-lhes ânimo e esperança. 

Primeiro Jesus se manifesta revestido de glória, e depois apoiado pelo dois principais líderes do antigo testamento, Moises e Elias, e avalizado pelo próprio Deus Pais: “Este é o meu Filho, o escolhido. Escutai o que ele diz.” 

Com essa frase, Deus Pai disse aos discípulos, e a nós, que tudo o que Jesus falou e fez, ele assina em baixo. 

É Pouca coisa? Não mesmo, o apoio que Jesus recebeu foi pesado. 

Pedro gostou tanto sugeriu fazer três tendas para ficar por lá mesmo. Claro que quem tem a felicidade de experimentar o céu, quer ficar lá. Quantos de nós quando estamos fazendo um retiro desejamos que nunca termine. 

Mas para chegar lá, primeiro, precisamos passar por essa vida, carregar a nossa cruz e seguir o bom Senhor sendo fiel até o fim. 

Jesus desceu do monte com os discípulos para ensiná-los a caminhar na vida. Jesus também está conosco para nos ajudar a vencer o medo e a indecisão, e principalmente o pecado que nos desfigura. 

Existem tantas coisas que nos desfigura, o cansaço, o desanimo, a frustação, a gula, a ira, as mágoas, a preguiça, a vaidade o orgulho pai de todos os pecados, e a tristeza filha predileta de satanás. 

Por isso precisamos estar com Jesus na oração, estar com Jesus na Eucaristia, estar com Jesus na penitência. A nossa busca por Jesus, nos transfigura; nos liberta dos efeitos do pecado e devolve a nossa beleza diante de Deus, fazendo resplandecer em nós a luz da bondade, da paciência, da temperança e de todas as virtudes. 

São Carlos de Foucauld, antes de ser padre era cartografo, e viajou pelo Norte da África fazendo mapas, convivendo com anos com radicais muçulmanos, voltou a Paris cheio de duvidas de fé. Procurou o padre, querendo resolver umas dúvidas de fé. O padre levou-o para a sala de atendimento, os dois se sentaram e o padre foi logo perguntando: “Quanto tempo faz que você não se confessa?” O rapaz respondeu: “Não é isso, padre, o meu problema são dúvidas de fé!” “Sim, respondeu o padre, mas eu gostaria que você antes se confessasse. Depois a gente conversa sobre a fé”. 

Ele se confessou, e imediatamente o levou para o sacrário e lhe deu a comunhão. Depois o padre lhe disse: “Agora vamos pode apresentar as suas dúvidas”. Carlos respondeu: “Não tenho mais dúvidas”. “Diante de um Deus de amor não encontro outro sentido na minha vida do que dedicar a minha vida a ele.” 

Queridos irmãos e irmãs, vamos nos transformar neste tempo de quaresma pela oração, pela caridade e penitência. Quaresma é tempo de graça e conversão, no qual a Igreja nos convida a refletirmos sobre nós mesmos, e insiste que é preciso haver transformação. 

Voltemos o nosso olhar para, Maria Santíssima ela nunca foi desfigurada pelo pecado. E ela é, depois de Jesus, a maior agente de transfiguração do mundo. Santa Maria, rogai por nós!
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