sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo

O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho.

É viver cada momento e construir a felicidade aqui e agora.

Claro que a vida prega peças: o bolo não cresce, o pneu fura, chove demais, perdemos pessoas que amamos...

Mas, pensa só: Tem graça viver sem rir de gargalhar, pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido estragar o dia por causa de uma discussão?

Eu quero viver bem... E você?

O que eu desejo pra todos nós é que saibamos transformar tudo em uma boa experiência. O nosso desejo não se realizou? Beleza... Não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa para esse momento.


Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano...

Mas, se a gente se entender e permitir olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes.

Desejo para todo mundo esse olhar especial!


2010 pode ser um ano especial, se nosso olhar for diferente.
Pode ser muito legal, se entendermos que somos fracos, mas podemos melhorar.


2010 vai ser o máximo, maravilhoso, lindo, especial!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

"Estima-se que, no Brasil, haja 380 mil usuários de crack. Essa estimativa foi feita em 2005 com base em estudos populacionais, e precisa ser revista"
José Gomes Temporão, Ministro da Saúde

Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, destacou que o poder público não pode se esquivar das responsabilidades com relação ao consumo de drogas no Brasil. Explicou por que o governo adotou uma linha de combate ao crack mais incisiva e ressaltou que a lei permite a internação do dependente químico involuntariamente “nos casos em que o paciente constitui um risco para si e para as pessoas em torno dele”. Acompenhe a entrevista.

Como as políticas públicas lidam com a questão do tratamento de usuários de drogas? O poder público está preparado para enfrentar essa “epidemia” de crack?
O poder público tem um forte protagonismo nesta área, ao esclarecer, informar, mobilizar e disponibilizar assistência. Mas a questão das drogas, no mundo, é de tamanha magnitude ou gravidade, que depende da atuação de vários atores: governos, sociedade, famílias. Esse é um problema de todos nós. Até um passado recente, a saúde pública não se ocupava do tratamento de usuários de drogas. Essa função ficava restrita à atuação de igrejas, abrigos e outros. É importante fazer essa contextualização para que se entenda o caráter ainda experimental da estrutura que o Brasil tem hoje de atendimento de viciados em drogas e álcool pelo SUS. A primeira medida de atendimento ocorreu em 2002, com a criação dos primeiros CAPSad (Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas). Antes, havia os hospitais psiquiátricos e os pacientes eram internados. Havia ambulatórios de universidades, que faziam atendimentos de casos de álcool e drogas, mas não havia uma rede especializada do Ministério.

Ao longo desse processo, o perfil do usuário também vem se alterando. Como o Ministério da Saúde acompanha esse processo?
De fato, nos últimos 10 anos, houve uma mudança no perfil do usuário de drogas. O crack, por exemplo, tem uma participação muito mais importante nesse contexto. É uma droga que forma consumidores muito rapidamente. A oferta é vasta e o preço é baixo, o que a torna muito acessível. O agravante é que gera rápida dependência e tem efeitos muito agressivos para a saúde em um curto espaço de tempo. Estima-se que, no Brasil, haja 380 mil usuários de crack. Essa estimativa foi feita em 2005 com base em estudos populacionais, e precisa ser revista. O Ministério da Saúde está financiando um novo estudo sobre o perfil dos usuários de drogas para apoiar essas ações, previsto para o primeiro trimestre de 2010.

Quais estratégias estão sendo adotadas para acompanhar esse movimento?
Lançamos nesta quarta-feira a Campanha Nacional de Alerta e Prevenção do Uso de Crack, uma iniciativa inédita para prevenir o consumo da droga no país. O tema é forte, com o slogan Nunca experimente o crack. Ele causa dependência e mata. Atualmente, estamos na linha de frente do atendimento aos usuários, mas queremos ir além. Ou seja, convocar a sociedade para frear o seu avanço no país, afinal o uso da droga não é apenas um problema da saúde, mas sobretudo, social. Além disso, o pessoal do serviço de atendimento ao cidadão do Ministério da Saúde, o 0800 61 1997, foi orientado sobre o que é a droga, seus efeitos nocivos à saúde e sobre as unidades de saúde no SUS que a pessoa pode procurar ajuda. O usuário que buscar auxílio pelo serviço será informado sobre o endereço e o telefone do CAPS ou do posto de saúde mais próximo de sua casa.

A lei permite a internação de uma pessoa viciada em drogas, mesmo que ela não queira?
A Lei nº 10.216/2001 prevê a internação involuntária de dependentes químicos. Esse procedimento tem que ser encaminhado por um médico e deve ser comunicado imediatamente ao Ministério Público Estadual. Esses casos devem ocorrer quando o paciente constitui um risco para si e para as pessoas em torno dele. Essa avaliação deve ser feita pela equipe de saúde. O Ministério da Saúde, nesse contexto, vem aprofundando esse debate, dentro de uma ótica de direitos e cidadania, na proteção do paciente e de seus familiares. O que se quer é evitar o agravamento das distorções e o modelo repressivo de atenção ao problema.

Essa lei é considerada um marco para o setor da saúde mental. Como o ministério vem trabalhando para implementá-la?

A promulgação da Lei nº 10.216 coloca o tema dos direitos no centro do debate da Reforma Psiquiátrica. Assim, a criação de uma rede de atenção psicossocial pública, territorial, eficaz, integrada é o primeiro direito a ser conquistado. Esse esforço pode ser visto, por exemplo, na assinatura, em 11 de novembro, de portarias que aumentam em até 31,85% o valor das diárias pagas por paciente internado em hospitais psiquiátricos e gerais. A medida também habilitou 73 novos CAPS e cria incentivo financeiro para internações curtas de pacientes em crise. O investimento em recursos novos é de R$ 98,3 milhões por ano. Em junho, havíamos liberado outros R$ 117 milhões para o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso para Tratamento de Álcool e Drogas (PEAD 2009-2010). Ou seja, somam um total de R$ 215,3 milhões neste semestre. Passamos, em sete anos, de uma cobertura de atendimento em saúde mental de 21% da população para 60%, com o parâmetro CAPS por 100 mil habitantes.

Fonte: Correio Braziliense

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Ministério da Saúde lança campanha nacional de prevenção ao uso de crack

O aumento do consumo de crack no país levou o Ministério da Saúde a lançar ontem, (16/12) a Campanha Nacional de Alerta e Prevenção do Uso de Crack. O objetivo do governo é fazer com que os jovens sejam conscientizados a não consumir a droga - um subproduto de cocaína vendido a preço baixo - por causa de seu alto poder de dependência e da grande dificuldade de recuperação, além do risco de morte.

A campanha vai divulgar dois filmes na TV, com duração de 30 segundos, em rede nacional e em 14 emissoras regionais. Também foram produzidas duas peças para o rádio: um jingle de 60 segundos, alertando sobre os perigos do crack, e um spot de 30 segundos. Cinemas, jornais, revistas e sites tabém vão divulgar a campanha.

Em entrevista, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão falou sobre o consumo da droga. O crack, disse ele, tem efeito devastador sobre o cérebro, destruindo neurônios e deixando o usuário vulnerável, com sérias consequências individuais e para as pessoas com as quais convive.

O ministro da Saúde informou ainda que o governo já tomou medidas importantes para ampliar o acesso à rede de saúde não só de usuários de crack, mas também de álcool e outras drogas que causam dependência, com investimentos em torno de R$ 215 milhões para a ampliação do número de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) .

A informação, destacou Temporão, é a arma mais poderosa que a sociedade tem para enfrentar o vício do crack. De acordo com ele, está havendo um trabalho assistencial com os moradores de rua, por causa da vulnerabilidade em que se encontram. Profissionais de saúde mental e da família e assistentes sociais participam dessas atividades.

Em 2010, a rede de consultórios de rua projetados pelo ministério deve ser expandida. Hoje, a experiência é desenvolvida em Salvador e será levada para mais 13 capitais.

Embora tenha conhecimento sobre a disseminação acelerada do uso do crack, o Ministério da Saúde só dispõe de informações precisas sobre o consumo referentes a 2005, quando 0,1% da população consumia o produto. No momento, assinalou Temporão, está sendo concluído um levantamento que conterá dados mais atualizados e contribuirá para a formulação de políticas públicas para a prevenção do uso de crack.

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Natal

Santo Inácio de Loyola usa a sua imaginação para dar uma idéia da condição do mundo antes da chegada de Cristo Jesus. Para justamente conhecer a necessidade da Redenção do gênero humano, lançou uma visão geral sobre a terra, e viu a multidão imensa de homens, numa grande diversidade de costumes, de raças, de línguas e de religiões; uns em paz, outros em guerra; uns chorando, outros rindo; uns sãos, outros enfermos; uns nascendo, outros morrendo.

Contemplou os homens nesse estado sobre a face da terra, prestou atenção juntamente ao que dizem: como juram, como blasfemam, como se maldizem uns aos outros, como se caluniam, como falam da terra, dos bens do corpo, dos negócios temporais, das guerras e vinganças. Desse quadro etnográfico, viu-se claramente como o mundo estava precisando de um Redentor e de que Deus apressasse a vinda deste. Isaías havia orado: “Céus, lá de cima, derramai um orvalho e que as nuvens façam jorrar a justiça” (Is 45,8).

O Verbo Eterno ofereceu-se para vítima pela vida dos homens. “Não quiseste sacrifício e oblação, mas plasmaste-me um corpo... Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Hb 10, 5.7). O Espírito Santo se propõe, para realizar esse grande mistério, a operar no seio de Maria a Encarnação do Verbo Divino.

Inácio olhou Nazaré e meditou sobre a cooperação de Maria no mistério da Encarnação.

Viu o Anjo Gabriel, que, enviado por Deus, veio trazer-lhe a celeste notícia de ser Mãe do Redentor. Não procurou as grandes capitais, os palácios grandiosos de Roma, mas sim esse recanto da Judéia, onde viveu essa desconhecida filha de Israel. Inácio ouviu as palavras da saudação: “Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus, o Senhor está contigo” (Lc 1,28). “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra” E Maria respondeu: “Seja feita comigo segundo a sua palavra”.

Inácio continuava a sua contemplação sobre a história do nascimento de Jesus pensando que naqueles dias, apareceu um édito de César Augusto, mandando fazer o alistamento de todos os seus súditos, cada um em sua cidade natal. Assim, José partiu com Maria, sua esposa, para Belém, cidade de Davi, a cuja estirpe pertencia. Não encontrando lugar na hospedaria, recolheram-se a uma gruta vizinha, e ali Maria deu à luz seu unigênito Filho; envolveu-O em faixas e reclinou-O sobre uma manjedoura. Havia, nas proximidades de Belém, uma gruta, onde costumavam se abrigar os pastores com seus rebanhos. O Eterno, o Infinito, o Onipotente feito menino! A infinita grandeza e majestade reduzida a tanta pequenez; a infinita sabedoria oculta nos véus da infância; a infinita onipotência disfarçada na impotência infantil. Deus tomou a forma de servo.

Havia, a dois quilômetros de Belém, uma planura de férteis pastagens, onde os pastores pastoreavam os seus rebanhos. Naquela noite, estando de vigia, foram subitamente surpreendidos por uma claridade celeste, e um Anjo do céu lhes apareceu e lhes anunciou a grande nova do nascimento do Messias: “Eis que eu venho anunciar-vos uma boa nova, que será uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de Davi, um Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,10-11). “Achareis um recém-nascido envolto em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc 2,12).

Jesus, em seu presépio e em suas humilhações, nos mostra como viver.



Feliz Natal.



Haroldo J Rahm, SJ – Fundador da APOT – Instituição Padre Haroldo

Para pessoas com síndrome de dependência alcoólica e química de ambos os sexos

Tel. (19) 3794-2500 – Campinas – São Paulo – Brasil

Fundador do Amor Exigente, Yoga Cristã e TLC

hrahmsj@yahoo.com

Evento

Divulgando evento!

11 de dezembro, das 14h às 17h, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre para inscrever-se use o site abaixo.
Enviar os seguintes dados: Nome, Profissão, Instituição que representa, telefone e endereço para o email: capacitacao-ppv@saude.rs.gov.br
até o dia 09/12.
Att:
Maria Andrade

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A LENDA DAS TRÊS ÁRVORES

Havia no alto de uma montanha três árvores que sonhavam o que seriam depois de grandes.

A primeira, olhando as estrelas, disse: “Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros”. A segunda, olhando o riacho, suspirou: “Eu quero ser navio grande para transportar reis e rainhas”. A terceira olhou para o vale e disse: “Quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto que as pessoas, ao olharem para mim, levantem os olhos e pensem em Deus”.

Muitos anos se passaram e certo dia três lenhadores cortaram as árvores que estavam ansiosas em ser transformadas naquilo que sonhavam. Mas os lenhadores não costumavam ouvir ou entender de sonhos... que pena! A primeira árvore acabou sendo transformada em um cocho de animais coberto de feno. A segunda virou um simples barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias.

A terceira foi cortada em grossas vigas e colocada de lado num depósito. Então, desiludidas e tristes, as três perguntaram: Por que isto? Entretanto, numa bela noite, cheia de luz e estrelas, uma jovem mulher colocou seu bebê recém-nascido naquele cocho de animais. E de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo. A segunda árvore estava transportando um homem que acabou por dormir no barco em que se transformara. E quando uma tempestade quase afundou o barco, o homem levantou-se e disse: “Paz!” E, num relance, a segunda árvore entendeu que estava transportando o rei do céu e da terra! Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. Logo, sentiu-se horrível e cruel. Mas, no domingo seguinte, o mundo vibrou de alegria. E a terceira árvore percebeu que nela havia sido pregado um homem para a salvação da humanidade e que as pessoas sempre se lembrariam de Deus e de seu Filho ao olharem para ela.

COMO MANTER UM AMOR

Uma mãe e a sua filha estavam a caminhar pela praia. Em um certo momento, a menina pergunta:

- Mãe, como se faz para manter um amor?

A mãe olhou para a filha e respondeu:

- Pega num pouco de areia e fecha a mão com força...

A menina assim fez e reparou que quanto mais forte apertava a areia com a mão com mais velocidade a areia se escapava.

- Mamãe, mas assim a areia cai!!!
- Eu sei, agora abre completamente a mão...

A menina assim fez mas veio um vento forte e levou consigo a areia que restava na sua mão.

- Assim também não consigo mantê-la na minha mão!

A mãe, sempre a sorrir disse-lhe:

- Agora pega outra vez num pouco de areia e mantenha a mão semi-aberta como se fosse uma colher... bastante fechada para protegê-la e bastante aberta para lhe dar liberdade.

A menina experimenta e vê que a areia não se escapa da mão e está protegida do vento.

É assim que se faz durar um amor...

Se você quer muito alguma coisa, deixe-a livre... Se ela voltar será sua para sempre, se não, é porque nunca foi sua de verdade.

A LIBERDADE É O ESPAÇO QUE A FELICIDADE PRECISA! Seja Muito Feliz!!!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Consumo de droga é precoce e mais frequente, diz pesquisador

Na semana em que o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, admitiu o fracasso das estratégias de combate ao consumo de drogas no Brasil, uma pesquisa do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), órgão ligado à secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, indicou a ineficiência das políticas de prevenção, principalmente aquelas voltadas ao público jovem.

O levantamento realizado entre 2007 e 2009 com 112 adolescentes em tratamento aponta que 40% deles começaram a usar substâncias lícitas e ilícitas entre 7 e 11 anos. E, para o autor do estudo, o psicólogo Wagner Abril Souto, o mais grave: a maioria teve o primeiro contato dentro de casa, sob o olhar despreocupado da família.

Coordenador do Programa de Atenção ao Adolescente do Cratod desde a sua fundação, há sete anos, Souto previa um resultado que revelasse uma relação cada vez mais precoce com as drogas, mas surpreendeu-se com o contato ainda na infância - antes dos 12 anos. "Obviamente, o número espanta. Porém, por trás disso, existe uma situação ainda mais preocupante. Além de iniciarem cedo, esses adolescentes têm tornado o consumo cada vez mais frequente", afirma o psicólogo.

Com a experiência de ter acompanhado a passagem de 650 adolescentes no centro e a recuperação de cerca de 30% deles, Souto acredita em dois fatores como determinante para a aproximação entre público infantil e as drogas: a facilidade de acesso às substâncias e o contato no ambiente familiar. "Muitas vezes, o consumo é incentivado entre familiares, principalmente de cigarro e bebidas. No caso das drogas ilícitas, há cada vez mais pontos de vendas. A distribuição está mais aperfeiçoada e, estrategicamente, mais perto do adolescente", afirma.

Em entrevista ao Terra, o psicólogo responsabiliza o Estado, a escola e principalmente a família pelo consumo precoce de drogas e a concorda com a declaração do ministro Temporão de que as políticas públicas têm fracassado. Ele ainda defende um avanço nas ações preventivas voltadas especificamente ao público jovem. Confira abaixo trechos da entrevista.

O resultado da pesquisa mostra que o álcool e o tabaco ainda servem como porta de entrada neste universo, mas as substâncias ilícitas surgem muito cedo para esse público. Isso surpreende?
Sim, surpreende, até porque a nossa intenção não era se ater tanto aos índices, e sim levantar que fatores contribuem para essa aproximação precoce, identificar a quais elementos de risco esses adolescentes estão sujeitos. Neste contexto, constatamos que 40% deles (os adolescentes em tratamento) têm histórico de alcoolismo entre os pais. Ou seja, fazem uso abusivo ou tem dependência de álcool dentro de casa. A partir do momento em que se constata que eles já estão expostos a esse consumo, os índices começam a ser explicados e nos dão a resposta para repensarmos nas nossas políticas.

Com base nessa constatação, é possível afirmar que a questão familiar é o principal fator responsável pelo consumo antes dos 11 anos?
Acredito em um conjunto de situações. A disponibilidade dessas substâncias, por exemplo, é um dos maiores fatores de risco. Não há dificuldade de acesso. O adolescente - e mesmo a criança - pode ir a um bar e comprar a bebida, o cigarro. Dificilmente ele sairá do local com as mãos vazias. Mesmo no caso das drogas ilícitas, a disponibilidade é cada vez mais aprimorada, com mais pontos de vendas e distribuição eficaz. No âmbito familiar, é muito comum que pais ou outros familiares peçam para que esses adolescentes comprem cigarros ou bebidas. A partir daí, já se começa a inserção nesta cultura de que o uso dessas substâncias é um valor positivo. Muito vezes, na própria família, o consumo é incentivado.

Esse acesso facilitado demonstra que as políticas de combate ao tráfico estão atrasadas se comparadas à agilidade e à organização do tráfico, não?
Verdade. Atualmente, existem pontos de vendas em todos os lugares. Antigamente, eles eram mais restritos. O fato é que o tráfico melhorou a distribuição, aumentou a oferta e, consequentemente, há mais consumidores. Essa lógica pode estar comprovada na nossa pesquisa. Os adolescentes começam a usar álcool e tabaco dos sete aos 11 anos, mas drogas mais fortes também. Segundo o levantamento, 16% dos entrevistados fizeram uso de maconha aos 11 anos. Ou seja, um garoto de 11 anos tem facilidade em comprar maconha. 7% dos adolescentes já consumiram ecstasy aos 11 anos, e 10% conseguiram inalantes aos 10 anos. Isso mostra o quanto eles têm facilidade de obter essas drogas, seja com colegas, amigos, familiares ou direto nos pontos de venda.

A pesquisa aponta crianças de 11 anos consumindo maconha, ecstasy e inalantes. Nesses casos, é possível responsabilizar familiares, já que uma criança dessa idade não está consciente do quanto o consumo é nocivo?
Realmente uma criança não tem essa noção. Nem um adolescente de 15 anos é consciente, embora acredite que tenha maturidade para tomar as decisões. Mas não podemos responsabilizar somente os pais pelas atitudes dos filhos. Mesmo assim, não podemos esquecer que nós ensinamos pelo exemplo. Aquela família em que o álcool está muito presente, com o pai chegando cansado do trabalho e recorrendo à bebida ou que pais e irmãos abusam da bebida na festa, ensina esse comportamento a crianças e adolescentes. E, para pertencer o mundo dos adultos, eles (crianças e adolescentes) imitam o comportamento.

Uma criança de 10 anos não possui renda. No caso daquelas que já consomem drogas ilícitas nesta faixa etária, como adquirem as substâncias?
Conforme nosso levantamento, as crianças e adolescentes estão muito sujeitos aos atrativos dos próprios traficantes. Em muitos casos, ele (o traficante) oferece gratuitamente até tornar o consumidor viciado, fazer com que ele se sujeite a qualquer situação para ter a droga. Além disso, dependendo da classe econômica, muitos usam mesadas. Aliás, é importante frisar que recebemos jovens de todas as classes. As pessoas costumam achar que as classes menos favorecidas tendem a ser maioria em centros de recuperação voltados a adolescentes, mas não é verdade. Independente da situação econômica, eles (adolescentes e crianças) têm seus artifícios para adquirir drogas.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, admitiu nesta semana o que chamou de "fracasso nas políticas de combate". O senhor concorda com ele? Qual seria a solução?
O ministro tem razão quando diz que precisamos rever a nossa cultura. Enquanto acharmos que é perfeitamente cabível intercalar a nossa programação de TV com propagandas de cerveja em que se exalta a beleza, o sucesso profissional, como se fazia antigamente com o cigarro, continuaremos errados. Há um grande incentivo da mídia, obviamente ligada à indústria por interesses econômicos. Fala-se em beber com moderação, mas se mostra a figura de sucesso do momento, o cantor do momento, o jogador artilheiro fazendo a propaganda. Então, fica um comportamento meio 'digo uma coisa, mas mostro outra'. E o adolescente está em um período em que busca modelos de identificação.

Essa falta de discussão em todas as esperas a que o senhor se refere não frustra entidades como o Cratod?
A verdade é que a sensação de frustração é muito maior, já que sequer conseguimos ajudar a todos os que nos procuram. Aliás, nenhuma entidade no mundo consegue ajudar a todos que as procuram. O que estamos tentando é constituir parceiros. A polícia faz a parte dela na repressão, a saúde no tratamento, a escola na educação e a família precisa se inserir aí. Se todo mundo fizer a sua parte, o sucesso é mais fácil. Especialmente nesta questão dos modelos, da influência de campanhas na mídia, a família pode entrar com mais força. Ela precisa ser o modelo, com orientações claras sobre o uso de substâncias que podem trazer prejuízos aos adolescentes. A família que precisa fazer um monitoramento adequado desse adolescente. Precisa saber com quem ele anda, aonde vai, de que maneira chega e, principalmente, abrir um espaço de diálogo. Isso é o mais importante.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

20% dos acidentes de trabalho no mundo, são causados pelo consumo de drogas

Segundo relatório da OIT - Organização Internacional do Trabalho, um em cada cinco acidentes de trabalho é provocado pelo consumo de drogas. A pesquisa, divulgada na palestra "Consumo de drogas, álcool e medicamentos no trabalho” apresentado na Academia de Ciências Médicas de Bilbao, na Espanha, indica que os setores profissionais com as maiores taxas de acidentes são os de relações públicas, comércio e construção.

O estudo se baseia na investigação de 38 empresas dos Estados Unidos, Europa e Ásia durante os últimos cinco anos. "O antigo conceito do viciado jogado pela rua está completamente defasado. Neste momento, em todo o mundo, 67% das pessoas com algum tipo de dependência química estão integradas ao mercado de trabalho, e algumas com sucesso", disse na palestra o psiquiatra Jerônimo San Cornélio, presidente da Academia de Ciências Médicas de Bilbao e um dos autores da pesquisa.

De acordo com o relatório, entre 15% e 25% dos acidentes de trabalho diários ocorrem no local onde os profissionais exercem as atividades ou em seus deslocamentos pela impossibilidade de manter os reflexos. Essa incapacidade de concentração e coordenação é provocada, dizem os especialistas, principalmente pelo consumo habitual de álcool, cocaína, maconha, heroína e remédios para controlar a ansiedade em profissionais numa faixa etária entre 20 e 35 anos.
Mulheres

Segundo o psiquiatra espanhol, três razões fundamentais induzem um profissional qualificado a manter o hábito de se drogar: a atração pela substância, a fisiologia de cada indivíduo e a pressão social. "Numa sociedade onde pesa a ideia de que só os mais preparados alcançam o sucesso, uma pessoa com problemas de autoconfiança procura estímulos externos. Neste aspecto o consumidor acaba vítima de si mesmo."

Sobre o perfil do trabalhador viciado, os homens são maioria: 75% dos casos de acidentes relacionados com o consumo de drogas são verificados entre profissionais do sexo masculino e 25% do sexo feminino. Mas o relatório da OIT indica também que esta diferença está diminuindo. Na década passada os homens eram 90% dos envolvidos, contra 10% de mulheres.
Entre as características que mais delatam problemas no ambiente de trabalho relacionados com o consumo habitual de drogas estão atitudes de nervosismo, irritabilidade, falta de concentração e excessivos pedidos de dispensa.

Segundo Jerônimo San Cornélio, "um trabalhador que se droga com frequência normalmente dobra a média de dias de licença". Para o médico especialista em toxicomania, não há setores profissionais que escapem do âmbito do consumo.

Pioneiro no tratamento de médicos viciados, ele disse que "as drogas estão em todas as classes sociais" e que estejam, portanto, "em todas as classes profissionais é uma simples questão de lógica".
Fonte: BBC Brasil

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

PROFUNDO SILÊNCIO

O Presidente Roosevelt gostava muito de caçar onças. João Lopes, um grande caçador de Cuiabá, visitou o Presidente. Eles conversaram por duas horas. Quando terminaram, um jornalista perguntou ao Dr. Lopes como foi a conversa: “O Presidente fez boas perguntas?”. Dr. Lopes respondeu: “Ele só perguntou o meu nome”.

O Governador do Texas perguntou ao Presidente Clinton: “Como o senhor pode atender tantas pessoas em um dia?”. O Presidente respondeu: “Eu não falo nada”.

Quais são os métodos de obter SILÊNCIO? 1) Aprender a ouvir. 2) Seja um contemplativo na ação. 3) Imite Pedro e André que foram ouvir a Jesus. “Vinde e vede”.

Existiu um templo numa ilha que estava cheio de sinos de todos tamanhos, pequenos e grandes. Quando o vento soprava todos os sinos tocavam juntos numa sinfonia que extasiava os ouvintes. Com o passar dos anos, aquela ilha afundou-se no mar. Diz uma tradição que os sinos continuaram a tocar e qualquer um que tentasse escutar com atenção, ouvia.

Um jovem viajou mil Km, determinado a ouvir o som destes sinos. Sentava-se horas e horas com o coração muito atento. Só ouvia o oceano quebrando-se na praia. Passou meses lá e não ficou desanimado porque o povo da aldeia falava que a história era verdadeira. Com aquelas palavras o seu coração sempre se inflamava.

Finalmente cansado, desistiu, pensando que não fosse destinado a ouvir os sinos. Talvez a própria lenda fosse falsa. Resolveu voltar para casa. No último dia o jovem voltou ao posto favorito, lá da praia, para dizer adeus ao mar e ao céu, às gaivotas, aos ventos e aos coqueiros. Não resistiu a beleza dos sons da natureza e se entregou completamente ao repouso. Ouvindo o rugido das ondas sobre a areia, perdeu-se no som do mar e mal tinha consciência de si mesmo.

Neste profundo silêncio, ele escutou o bimbalhar de um sino, depois de outro e mais outro... e milhares logo após.

Quando nós queremos ouvir o bimbalhar dos sinos, escutamos o som da natureza.

Quando desejamos ouvir Deus, olhamos atentamente para Sua criação. Descansamos em silêncio. Não rejeitamos a beleza da criação; não refletimos sobre ela. Simplesmente em silêncio olhamos para a beleza da Divina criação.

Assim, em SILÊNCIO dançamos a dança de Deus.


CURSO "PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS -

CAPACITAÇÃO PARA LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS E CONSELHEIROS"


Estão abertas as pré-inscrições para capacitação de 15 mil lideranças comunitárias e conselheiros comunitários municipais de todo o Brasil para atuar, em rede, na prevenção da violência e da criminalidade relacionadas ao uso indevido de drogas.

O curso está sendo promovido pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência da República, em parceria com o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), do Ministério da Justiça e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O
curso é gratuito , oferecido na modalidade de ensino à distância , com carga horária de 120 horas, tem a duração de três meses e certificado de extensão universitária emitido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Poderão participar Lideranças Comunitárias e Conselheiros que atuam nos Conselhos: de Segurança; Sobre Drogas; Tutelar; dos Direitos da Criança e do Adolescente; da Educação; da Saúde; da Assistência Social; do Conselho Escolar; do Conselho da Juventude, do Idoso, do Trabalho, Populações Afrodescendentes, dentre outros.

O conteúdo do curso foi elaborado por especialistas da área e reúne informações atualizadas e convergentes com a Política Nacional sobre Drogas (PNAD), a Política Nacional sobre o Álcool (PNA) e o Sistema Único de Segurança Pública.

O DIREITO DE NÃO USAR DROGAS

Ronaldo Laranjeira

Recentemente, divulgou-se a opinião sobre o futuro da política de drogas no Brasil do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que defende maior liberdade de uso da maconha.

Fernando Henrique disse que um mundo sem drogas é inimaginável, expressando a visão da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia. Ao alegar que a sociedade conviverá sempre com as drogas, defende com uma clara distorção da racionalidade a ideia de que isso deveria tornar os usuários imunes ao sistema criminal. Teríamos uma inovação na área dos direitos humanos, na qual todos nós deveríamos ter o direito de continuar usando drogas ilícitas, independentemente das consequências negativas para o indivíduo e para a sociedade. Por essa visão, seria um abuso dos direitos individuais qualquer constrangimento ao uso de drogas.


No Brasil, a lei que regula o consumo de substâncias (Lei nº 11.343/2006) trouxe mudanças significativas, com menor rigor penal para o usuário. Ainda não se sabe se produziu alguma diminuição do consumo de drogas. Todas as evidências indicam o contrário. Em relação à maconha e à cocaína, somos um dos poucos países do mundo onde o consumo está aumentando. No mínimo, essa nova lei não impediu esse aumento. Estamos com maior liberdade para usar drogas,
mas os usuários continuam tão desinformados e desassistidos de tratamento quanto antes.


A defesa do direito ao uso de drogas é uma visão por demais simplista e não leva em consideração a complexidade do uso de substâncias, em particular as modificações que o uso de drogas provoca no sistema nervoso central. Parte-se do princípio de que todos os usuários de drogas teriam plenas capacidades de decidir sobre o seu consumo. Não podemos afirmar que todos os que usam drogas estejam comprometidos quanto ao seu julgamento, mas podemos argumentar que uma parte significativa dos usuários apresenta diminuição de sua capacidade de tomar decisões.


As drogas que produzem dependência alteram a capacidade de escolher quando, quanto e onde usar. É ilusório pensar que um dependente químico tenha total liberdade sobre o seu comportamento e possa decidir plenamente sobre a interrupção do uso. É por isso que os dependentes persistem no comportamento, com grandes prejuízos individuais, para sua família e para a sociedade.


Se, por um lado, a opinião de Fernando Henrique carece de legitimidade com relação aos direitos humanos básicos, pois não existe um direito ao uso de drogas ilícitas, por outro, temos
aspectos do debate que não foram mencionados. Por exemplo: existe uma relação entre saúde e direitos humanos. As Nações Unidas e a Organização Mundial da Saúde desenvolveram recentemente o conceito de que todos deveriam ter o direito ao mais alto padrão de saúde possível (right to the highest attainable standard of health). É um conceito relativamente novo, com não mais de dez anos. Afasta-se de declarações vagas sobre saúde e responsabiliza a sociedade e o sistema de saúde pela implementação de políticas que garantam a qualidade dos cuidados.


Recentemente o Estado de São Paulo deu um bom exemplo de garantia do mais alto padrão de saúde possível ao proibir o fumo em todos os ambientes fechados. O que se garantiu nessa nova lei não foi o direito de fumar, mas o direito de a maioria da população ser preservada do dano da fumaça. Mesmo os fumantes têm o seu direito a um mais alto padrão de saúde garantido ao ser estimulado a fumar menos. Esse foi um exemplo de como é possível termos intervenções governamentais que preservem o direito à saúde e ao mesmo tempo sinalizem uma intolerância ao consumo de uma droga que mata um número substancial de cidadãos.


Experiências de sucesso em outros países apontam na direção de combinar estratégias, do setor de Justiça com o setor educacional e de saúde, para que se obtenham melhores resultados. Leis que sejam respeitadas e fiscalizadas tendo como objetivo o bem comum. A Lei Seca, que proíbe o beber e dirigir, identifica o indivíduo e impõe sanções, também pode ser um exemplo, pelo número de vidas salvas até o momento. O fato de se criar uma intolerância com o fumar ou com o beber e dirigir em nenhum momento produziu desrespeito aos cidadãos que fumam ou bebem.


No Brasil não temos uma política de prevenção do uso de drogas. Deixamos os milhões de crianças e adolescentes absolutamente sem nenhum tipo de orientação sobre prevenção do uso de substâncias. Fornecemos muito mais informações sobre o meio ambiente do que com os cuidados de saúde. Temos uma boa política de prevenção ambiental, mas não temos com relação às drogas. Não temos um sistema de tratamento compatível com a magnitude do problema, deixando milhares de usuários completamente desassistidos.


O tema proposto por Fernando Henrique Cardoso é importante, traz a oportunidade de debatermos que tipo de política construir para a próxima geração. Queremos uma sociedade em que o uso de drogas seja um direito adquirido? Ou queremos uma sociedade muito mais ativa, em que o sistema de Justiça funcione em sintonia com os sistemas de saúde e educacional e possamos criar ações baseadas em evidências científicas para diminuir o custo social das drogas?
Talvez um mundo sem drogas jamais exista. Como também não existirá um mundo sem crimes ambientais ou sem violações dos direitos humanos. Isso, no entanto, não é desculpa para descartar o ideal e continuar a lutar pelo objetivo de um mundo melhor. Tolerar as drogas, banalizar o seu consumo não é a melhor opção para uma sociedade que valorize a saúde e os melhores valores de respeito à dignidade humana.


Ronaldo Laranjeira, professor titular de Psiquiatria da Unifesp, é coordenador do Instituto Nacional de Políticas do Álcool e Drogas (Inpad) do CNPq

domingo, 8 de novembro de 2009

A OUTRA MULHER


Depois de 21 anos de casado, descobri uma nova maneira de manter viva a chama do amor. Há pouco tempo decidi sair com outra mulher. Na realidade foi idéia da minha esposa.

- Você sabe que a ama - disse-me minha esposa um dia, pegando-me de surpresa. A vida é muito curta, você deve dedicar especial tempo a essa mulher...

- Mas, eu te amo - protestei à minha mulher.

- Eu sei. Mas, você também a ama. Tenho certeza disto.

A outra mulher, a quem minha esposa queria que eu visitasse, era minha mãe, que já era viúva há 19 anos, mas as exigências do meu trabalho e de meus 3 filhos, faziam com que eu a visitasse ocasionalmente. Essa noite, a convidei para jantar e ir ao cinema.

- O que é que você tem? Você está bem? - perguntou-me ela, após o convite. (Minha mãe é o tipo de mulher que acredita que uma chamada tarde da noite, ou um convite surpresa é indício de más notícias). - Pensei que seria agradável passar algum tempo contigo - respondi a ela -Só nós dois; o que acha? Ela refletiu por um momento.

- Me agradaria muitíssimo - disse ela sorrindo.

Depois de alguns dias, estava dirigindo, para pegá-la depois do trabalho, estava um tanto nervoso, era o nervosismo que antecede a um primeiro encontro...

E que coisa interessante, pude notar que ela também estava muito emocionada. Esperava-me na porta com seu casaco, havia feito um penteado e usava o vestido com que celebrou seu último aniversário de bodas.

Seu rosto sorria e irradiava luz como um anjo.

- Eu disse a minhas amigas que ia sair com você, e ficaram muito impressionadas. Comentou enquanto subia no carro. Fomos a um restaurante não muito elegante, mas, sim, aconchegante, minha mãe se agarrou ao meu braço como se fosse 'a primeira dama'.

Quando nos sentamos, tive que ler para ela o menu. Seus olhos só enxergavam grandes figuras. Quando estava pela metade das entradas, levantei os olhos; mamãe estava sentada do outro lado da mesa, e me olhava fixamente. Um sorriso nostálgico se delineava nos seus lábios.

- Era eu quem lia o menu quando você era pequeno

- disse-me: - Então é hora de relaxar e me permitir devolver o favor - respondi.
Durante o jantar tivemos uma agradável conversa; nada extraordinário, só colocando em dia a vida um para o outro.

Falamos tanto que perdemos o horário do cinema.

- Sairei contigo outra vez, mas só se me deixares fazer o convite disse minha mãe quando a levei para casa. E eu concordei.

- Como foi teu encontro? - quis saber minha esposa quando cheguei naquela noite.

- Muito agradável... Muito mais do que imaginei...

Dias mais tarde minha mãe faleceu de um enfarte fulminante, tudo foi tão rápido, não pude fazer nada. Depois de algum tempo recebi um envelope com cópia de um cheque do restaurante de onde havíamos jantado minha mãe e eu, e uma nota que dizia: 'O jantar que teríamos paguei antecipado, estava quase certa de que poderia não estar ali, por isso paguei um jantar para ti e para tua esposa. Jamais poderás entender o que aquela noite significou para mim. Te amo'.

Nesse momento compreendi a importância de dizer a tempo: 'TE AMO' e de dar a nossos entes queridos o espaço que merecem; Nada na vida será mais importante que Deus e as pessoas que você ama, dedique tempo a eles, porque eles não podem esperar.

'É preciso amar as pessoas como se não houvesse
amanhã...' (Renato Russo).

Abraçando a imperfeição

Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar.

E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho, muito duro.
Naquela noite longínqua, minha mãe pôs um prato de ovos, lingüiça e torradas bastante queimadas, defronte ao meu pai.
Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na escola.
Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada bocado.
Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada. E eu nunca esquecerei o que ele disse: " - Eu gostode torrada queimada..."
Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada..
Ele me envolveu em seus braços e me disse: " - Companheiro, sua mãe teve hoje, um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada... Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém.
E mesmo que ela não estivesse cansada, sei que não fez por querer!

A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou um melhor empregado, ou cozinheiro!"
O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.

De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos e com amigos.
Não ponha a chave de sua felicidade no bolso de outra pessoa, mas no seu próprio. Veja pelos olhos de Deus e sinta pelo coração dele; você apreciará o calor de cada alma, incluindo a sua.

As pessoas sempre se esquecerão do que você lhes fez, ou do que lhes disse.
Mas nunca esquecerão o modo pelo qual você as fez se sentir.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Faça seu algo a mais


Um homem foi chamado à praia para pintar um barco. Trouxe tinta epincéis e começou a pintar o barco de um vermelho brilhante, como foracontratado para fazer.
Enquanto pintava, notou que a tinta estava passando pelo fundo dobarco. Procurou e descobriu que a causa do vazamento era um buraco e oconsertou.
Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e se foi.
No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e lheentregou um cheque de grande valor.
O pintor ficou surpreso e disse:
- O senhor já me pagou pela pintura do barco.
- Mas isto não é pelo trabalho de pintura - disse o homem - é por terconsertado o vazamento do barco.
- Foi um serviço tão pequeno que não quis cobrar. - acrescentou opintor - Certamente o senhor não está me pagando uma quantia tão altapor algo tão insignificante!
- Meu caro amigo, você não compreendeu. - disse o proprietário dobarco - Deixe-me contar-lhe o que aconteceu. Quando pedi a você quepintasse o barco, esqueci de mencionar o vazamento. Quando o barcosecou, meus filhos o pegaram e saíram para uma pescaria. Eu não estavaem casa naquele momento. Quando voltei e notei que haviam saído com obarco, fiquei desesperado, pois me lembrei que o barco tinha um furo.Grande foi meu alívio e minha alegria quando os vi retornando, sãos esalvos. Então, examinei o barco e constatei que você o haviaconsertado. Percebe, agora, o que fez? Salvou a vida de meus filhos!Não tenho dinheiro suficiente para pagar-lhe pela sua "pequena" boaação...
Se em nossa ação diária fizermos como aquele pintor, certamente omundo pode ser diferente. Muitas vezes nos limitamos nossas açõesapenas à nossa obrigação. Fazer o que nos compete, com disposição ezelo, é apenas cumprir um dever.
Analise muito bem uma situação e veja se é preciso que você faça algoalém do seu dever, um “algo mais”, sem que ninguém peça.

Nó de Amor

Era um reunião numa escola. A diretora incentivava os pais a apoiaremas crianças, falando da necessidade da presença deles junto aosfilhos. Mesmo sabendo que a maioria dos pais e mães trabalhava fora,ela tinha convicção da necessidade de acharem tempo para seus filhos.
Foi então que um pai, com seu jeito simples, explicou que saía tãocedo de casa, que seu filho ainda dormia e que, quando voltava, opequeno, cansado, já adormecera. Explicou que não podia deixar detrabalhar tanto assim, pois estava cada vez mais difícil sustentar afamília. E contou como isso o deixava angustiado, por praticamente sóconviver com o filho nos fins de semana.
O pai, então, falou como tentava redimir-se, indo beijar a criançatodas as noites, quando chegava em casa. Contou que a cada beijo, eledava um pequeno nó no lençol, para que seu filho soubesse que eleestivera ali. Quando acordava, o menino sabia que seu pai o amava e láestivera. E era o nó o meio de se ligarem um ao outro.
Aquela história emocionou a diretora da escola que, surpresa,verificou ser aquele menino um dos melhores e mais ajustados alunos daclasse. E a fez refletir sobre as infinitas maneiras que pais e filhostêm de se comunicarem, de se fazerem presentes nas vidas uns dosoutros. O pai encontrou sua forma simples, mas eficiente, de se fazerpresente e, o mais importante, de que seu filho acreditasse na suapresença.
Para que a comunicação se instale, é preciso que os filhos 'ouçam' ocoração dos pais ou responsáveis, pois os sentimentos falam mais altodo que as palavras. É por essa razão que um beijo, um abraço, umcarinho, revestidos de puro afeto, curam até dor de cabeça, arranhão,ciúme do irmão, medo do escuro, etc.
Uma criança pode não entender certas palavras, mas sabe registrar egravar um gesto de amor, mesmo que este seja um simples nó.
E você? Tem dado um nó no lençol do seu filho?Nó

Não há lugar como o lar,

Você já se deu conta da importância do seu lar?
Não nos referimos ao valor financeiro da sua casa, mas da importância do aconchego do lar.
Na correria do nosso dia-a-dia, muitos de nós não pensamos no que significa ter um lar para voltar ao final de um dia de trabalhos intensos e cansativos.
No entanto, o lar é a base segura de todos aqueles que possuem esse grande tesouro.
Temos acompanhado as histórias de pessoas que obtiveram grande sucesso nas artes, na música, nos esportes, e todos eles apontam a união familiar como ponto de apoio seguro.
Existem pessoas que lutaram com dificuldades, passaram por necessidades de toda ordem, mas lograram êxito graças ao carinho e à dignidade dos pais que ofereceram suporte para vencer os obstáculos.
Por essa razão, o lar é um elemento indispensável como base para uma carreira de sucesso.
Não importa o tamanho da construção nem o material de que é feito, mas importa que seja um verdadeiro ninho de amor, afeto e amizade.
Pode ser uma mansão ou uma tapera...
Um bangalô, ou um barraco singelo...
Pode faltar o pão, mas não deve faltar o abraço de ternura de uma mãe dedicada...
Pode faltar uma cama confortável, mas não deve faltar os braços fortes de um pai que ampara e orienta...
Pode faltar o luxo, mas não deve faltar o toque delicado de uma mãe caprichosa.
Pode faltar muita coisa, mas não pode faltar o diálogo amigo que estreita os laços e se faz ponte de entendimento em todas as situações.
A casa pode ser frágil e não oferecer resistência contra a chuva fria, mas o lar deve ser bastante resistente para suportar as investidas das drogas e de todos os vícios.
A construção pode balançar com os açoites dos ventos impiedosos, mas o lar deve se manter firme mesmo diante das investidas mais ásperas da indignidade e da desonra.
Se você nunca havia pensado nisso, pense agora.
E, à noitinha, enquanto o sol se despede do dia e o manto escuro da noite se estende sobre a cidade, e você, vencido pelo cansaço, avistar seu lar de portas abertas e um familiar de braços abertos para dizer:
- Olá! Como foi seu dia?
Você perceberá como é importante poder voltar para casa.
Com chuva ou com sol, lá está o nosso lar para nos acolher e nos dar abrigo.
Por essa razão, valorizemos esse refúgio seguro no qual passamos a maior parte de nossas vidas, valorizando também aqueles que compartilham conosco desse pequeno oásis e fazendo com que ele possa ser um verdadeiro porto seguro.
E nunca nos esqueçamos de que o lar, mesmo quando assinalado pelas dores decorrentes do aprimoramento das arestas dos que o constituem, é oficina purificadora onde se devem trabalhar as bases seguras da humanidade de todos os tempos.

sábado, 31 de outubro de 2009

FONTE DA JUVENTUDE


1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura. Deixe que os médicos se preocupem com isso.

2. Cultive amigos divertidos.

3. Aprenda sempre: Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso. 'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!

4. Aprecie mais as pequenas coisas

5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar. E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele /ela!

6. Quando as lágrimas aparecerem Agüente, sofra e ultrapasse. A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios. VIVA enquanto estiver vivo.

7. Rodeie-se das coisas que ama: Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja. O seu lar é o seu refugio.

8. Tome cuidado com a sua saúde: Se é boa, mantenha-a. Se é instável, melhore-a. Se não consegue melhorá-la, procure ajuda.

9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa

10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade.

"De nada vale a pena se não tocarmos o coração das pessoas."
A Janela dos Outros


Martha Medeiros


Conta a história de uma jovem que tinha um relacionamento difícil com o pai. Quase nunca conversavam, mas surgiu a oportunidade de viajarem juntos de carro e ela imaginou que seria um bom momento para se aproximarem. Durante o trajeto, o pai, que estava na direção, comentou sobre a sujeira e degradação de um córrego que acompanhava a estrada. A garota olhou para o córrego a seu lado e viu águas límpidas, um cenário de paraiso. E teve a certeza de que ela e o pai realmente não tinham a mesma visão da vida. Seguiram a viagem sem trocar mais palavras.
Muitos anos depois, esta mulher fez a mesma viagem, pela mesma estrada, desta vez com uma amiga. Estando agora ao volante, ela surpreendeu-se: do lado esquerdo, o córrego era realmente feio e poluído, como seu pai havia descrito, ao contrário do belo córrego que ficava do lado direito da pista. E uma tristeza profunda se abateu sobre ela por não ter levado em consideração o então comentário de seu pai, que a esta altura já havia falecido.
Parece uma parábola, mas acontece todo dia: a gente só tem olhos para o que mostra a nossa janela, nunca a janela do outro. O que a gente vê é o que vale, não importa que alguém bem perto esteja vendo algo diferente.
A mesma estrada, para uns, é infinita, e para outros, curta. Para uns, o pedágio sai caro; para outros, não pesa no bolso. Boa parte dos brasileiros acredita que o país está melhorando, enquanto que a outra perdeu totalmente a esperança. Alguns celebram a tecnologia como um fator evolutivo da sociedade, outros lamentam que as relações humanas estejam tão frias. Uns enxergam nossa cultura estagnada, outros aplaudem a crescente diversidade. Cada um gruda o nariz na sua janela, na sua própria paisagem.
Eu costumo dar uma espiada no ângulo de visão do vizinho. Me deixa menos enclausurada nos meus próprios pontos de vista, mas, em contrapartida, me tira a certeza de tudo. Dependendo de onde se esteja posicionado, a razão pode estar do nosso lado, mas a perderemos assim que trocarmos de lugar. Só possuindo uma visão de 360 graus para nos declararmos sábios. E a sabedoria recomenda que falemos menos, que batamos menos o martelo e que sejamos menos enfáticos, pois todos estão certos e todos estão errados em algum aspecto da análise. É o triunfo da dúvida.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

SOLTE A PANELA

Certa vez, em uma época de escassez de alimentos, um urso faminto perambulava pela floresta. Com seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida que o conduziu até um acampamento de caçadores e, percebendo que não havia ninguém, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela apanhou uma enorme panela de comida.Quando a panela já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo. Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da panela...
Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava. O urso nunca havia experimentado aquela sens
ação e, então, interpretou as queimaduras pe
lo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida.
Começou a urrar muito alto e, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo.
Quanto mais a panela quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia. Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima da fogueira, segurando a panela de comida. O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.Quando ouvi esta história de uma determinada pessoa, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes. Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes. Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca em uma situação de sofrimento, de desespero. Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos e defendemos. Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece ser bom vai lhe dar condições de prosseguir.Quantos, sem visão nenhuma, se agarram a situações, a pessoas, a vícios sem conseguir enxergar que, na verdade, estão se agarrando ao sofrimento, à escravidão... Quantos preferem sentir dores profundas que agir para libertar-se. O medo da solidão, o medo de errar ou de ser julgado os prende a um sofrimento contínuo e desgastante. O medo os escraviza e os torna cegos. Outros não largam o que lhes faz sofrer por apego... Mas veja bem... Tudo na vida tem a dose certa para ser vivido. É por isso que Jesus nos disse que não devemos nos apegar a nada neste mundo, nem mesmo à pessoas, à cargos, à posição social... Porque o apego gera cegueira, gera paralisia, acomodação, gera escravidão...O apego, com o tempo, gera dor, sofrimento, angústia... Neste dia eu te pergunto: o que em sua vida tem gerado em você dor e escravidão? Que tipo de apego tem cegado os seus olhos?

Não tenha medo de mudar, porque as mudanças são necessárias e quem não está preparado para isso, corre o risco de ter o mesmo fim do urso... Tenha a coragem e a visão que ele não teve. Retire de seu caminho tudo aquilo que te faz mal, que você sabe que está lhe impedindo crescer. Ore e escute o que Deus tem pra lhe dizer e não se apegue a nada deste mundo. Solte a panela e seja feliz!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

DEPENDËNCIA EM DROGAS

Dependência em drogas: um problema muito maior do que se pensa


Nos últimos dias, tragédias envolvendo o abuso de drogas alertaram mais uma vez a sociedade para um problema que se torna cada vez maior. Diariamente, milhões de familiares e amigos, além do próprio dependente, sofrem as consequências do abuso de drogas lícitas e ilícitas. Esta situação ainda mobiliza poucas ações de saúde e é equivocadamente trata da apenas como caso de polícia ou quando muito da pasta do desenvolvimento social.


A solução para o problema deve, necessariamente, passar por um envolvimento mais efetivo da saúde pública. O tratamento adequado por equipe multidisciplinar de saúde pode resolver, ou manter sob controle, o problema e evitar suas complicações. Ainda, os pacientes dependentes de álcool e outras drogas que coloquem a sua vida ou das pessoas à sua volta em risco, podem ser, em situações de emergência, internados de modo involuntário, sob a garantia da Lei, desde que a internação seja solicitada por um familiar e amparada por laudo médico e comunic ada ao Ministério Público, para o resguardo da cidadania do paciente.


Infelizmente, no Brasil, ainda não temos uma rede pública capacitada e suficiente para atender essa população. A atual política pública de saúde mental ainda não trouxe para sua responsabilidade de modo efetivo este grande contingente de pessoas que necessitam de tratamento. Os modelos atuais de Centros de Atenção Psicossocial destinados ao tratamento das pessoas dependentes de Álcool e Outras Drogas são ainda mais insuficientes do que os utilizados para o tratamento dos outros problemas de saúde mental. Isso é, em parte, resultado de anos de baixo investimento na área e da adoção de políticas que não privilegiam estudos epidemiológicos de demanda.


Há anos pactos políticos decidiram relativizar o papel dos médicos na assistência em saúde mental, e ampliar as ações multiprofissionais. Lamentavelmente este procedimento tem gerado uma verdadeira exclusão dos dispositivos médicos utilizados para o tratamento dos transtornos mentais. Houve neste movimento patrocinado pelas políticas públicas a clara intenção de fechar hospitais especializados, privilegiando a assistência comunitária. Infelizmente, sem a preocupação com a criação de serviços ambulatoriais e unidades hospital ares para o atendimento das necessidades dos pacientes, dentre eles os com dependência de álcool e outras drogas, muito diversas em função da fase e da gravidade do quadro. Desse modo, a tese do Ministério da Saúde de que os hospitais devem ser substituídos por outras instituições parece estar equivocada.


A Associação Brasileira de Psiquiatria, há tempos, vem lutando para que a política de saúde mental no Brasil seja revista. Insiste para que seja construída uma rede de atendimento que inclua serviços extra-hospitalares, mas também unidades de psiquiatria em hospital geral, ambulatórios especializados, emergências psiquiátricas e qualificação de hospitais especializados de menor porte. Defende também um sistema público e universal de atendimento em saúde mental que valorize o médico e seja orientado em bases científicas, ainda que pactuadas socialmente. Esperamos ser ouvidos para que os pacientes e seus familiares possam ter um a tendimento de saúde mental de qualidade.

Diretoria da Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP

A fábula do Porco-espinho

A fábula do Porco-espinho


Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor. Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha: Ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros. Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. E assim sobreviveram.
O melhor do relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e admirar suas qualidades.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Que tipo de conforto você deseja?

O conforto é simplesmente uma situação a que estamos acostumados. O
corredor de maratona sente-se mais à vontade correndo do que ficando sentado, mesmo que correr demande mais esforço físico. O vendedor
bem-sucedido sente-se mais confortável fazendo telefonemas que dando desculpas.

O preguiçoso acha mais confortável estar desconfortavelmente acima do peso do que levantar e dar uma caminhada em volta do quarteirão.

Boa parte do que consideramos confortável nem mesmo é prazeroso. Na verdade, muitas vezes chega a ser desagradável. Ainda assim, temos a tendência de fazer aquilo a que estamos acostumados.

O conforto está nos olhos de quem vê. Comprometimento, foco e esforço bem dirigido podem ser tão confortáveis quanto a preguiça e a indulgência. É seu desejo de ter certas regalias que está lhe detendo? Então, reexamine e redefina o que você considera confortável. Sinta-se confortável com as coisas que levarão na direção dos seus sonhos.
UMA FORMIGA ME LEVOU A ORAR


Outro dia, vi uma formiga que carregava uma enorme folha. A formiga era pequena e a folha devia ter, no mínimo, dez vezes o tamanho dela. A formiga a carregava com sacrifício. Ora a arrastava, ora a tinha sobre a cabeça. Quando o vento batia, a folha tombava, fazendo cair também a formiga. Foram muitos os tropeços, mas nem por isso a formiga desanimou de sua tarefa.


Eu a observei e acompanhei, até que chegou próximo de um buraco, que devia ser a porta de sua casa. Foi quando pensei: “Até que enfim ela terminou seu empreendimento”. Ilusão minha. Na verdade, havia apenas terminado uma etapa. A folha era muito maior do que a boca do buraco, o que fez com que a formiga a deixasse do lado de fora para, então, entrar sozinha. Foi aí que disse a mim mesmo: “Coitada, tanto sacrifício para nada.” Lembrei-me ainda do ditado popular: “Nadou, nadou e morreu na praia.”


Mas a pequena formiga me surpreendeu. Do buraco saíram outras formigas, que começaram a cortar a folha em pequenos pedaços. Elas pareciam alegres na tarefa. Em pouco tempo, a grande folha havia desaparecido, dando lugar a pequenos pedaços e eles estavam todos dentro do buraco. Imediatamente me peguei pensando em minhas experiências.


Quantas vezes desanimei diante do tamanho das tarefas ou dificuldades? Talvez, se a formiga tivesse olhado para o tamanho da folha, nem mesmo teria começado a carregá-la. Invejei a persistência, a força daquela formiguinha. Naturalmente, transformei minha reflexão em oração e pedi ao Senhor: Que me desse a tenacidade daquela formiga, para “carregar” as dificuldades do dia-a-dia. Que me desse a perseverança da formiga, para não desanimar diante das quedas. Que eu pudesse ter a inteligência, a esperteza dela, para dividir em pedaços o fardo que, às vezes, se apresenta grande demais. Que eu tivesse a humildade para partilhar com os outros o êxito da chegada, mesmo que o trajeto tivesse sido solitário.


Pedi ao Senhor a graça de, como aquela formiga, não desistir da caminhada, mesmo quando os ventos contrários me fazem virar de cabeça para baixo, mesmo quando, pelo tamanho da carga, não consigo ver com nitidez o caminho a percorrer. A alegria dos filhotes que, provavelmente, esperavam lá dentro pelo alimento, fez aquela formiga esquecer e superar todas as adversidades da estrada.

Após meu encontro com aquela formiga, saí mais fortalecido em minha caminhada. Agradeci ao Senhor por ter colocado aquela formiga em meu caminho ou por me ter feito passar pelo caminho dela.


Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente.
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