terça-feira, 30 de abril de 2013

JÁ BEIJOU SEU FILHO HOJE?

Beije seus filhos antes de dormir.Valorizamos mais o que acreditamos que perderemos. 

Você conhece bem a cidade em que vive? Já visitou todos os lugares turísticos ou já experimentou todas as comidas típicas? Provavelmente não, certo? 

Já perceberam que quando estamos de férias, visitamos quase toda a cidade em apenas uns poucos dias? Por que será? Penso que a certeza de que temos pouco tempo naquele lugar, nos faz viver mais intensamente cada momento nele. 

Bem, o artigo de hoje não é sobre turismo ou algo parecido, mas uso o texto acima como link para o tema da postagem. 
Sobre os nossos filhos.

Todos os dias estamos com os nossos filhos e, metaforicamente falando, eles são como as cidades em que moramos e deixamos de explorar. Se pararmos para analisar vamos encontrar inúmeras coisas que deixamos de fazer com eles por acreditarmos que teremos tempo amanhã ou depois. Todos nós sabemos que a nossa única certeza é a nossa impermanência nesse mundo, mas vivemos como se ela não existisse. 

Relato de uma Mãe 

Certa vez conversando com a mãe de um adolescente, ela me relatou que frequentemente tinham brigas por motivos diversos. Ficavam até dias sem se falar. Pequenas coisas que o jovem fazia a irritava profundamente. Ela não gostava das músicas que ele escutava, das roupas que vestia e nem dos amigos que ele tinha. Tudo era motivo para desavença. Tristemente, ela perdeu o filho, na época com 16 anos, em um acidente de carro. “Como muita coisa poderia ter sido resolvida de uma maneira mais saudável, como eu poderia ter dedicado mais tempo para entender o mundo dele, quantos abraços e beijos eu deixei de dar no meu menino…” – lamentava a mãe com lágrimas nos olhos e o coração aos pedaços. Você já deu um beijo ou abraço em seus filhos hoje? Não? O que está esperando? Beije e abrace seus filhos antes de dormir (ou a qualquer hora do dia, é claro!), pois você nunca sabe que dia terá amanhã.

MELHORE A COMUNICAÇÃO COM SEUS FILHOS

Fale apenas para estar conversando 

Uma meta importante para melhorar a comunicação com os adolescentes é: apenas falar com eles, sem tentar fazer outra coisa do que falar. Na hora de uma conversa leve e descontraída, não há espaço para sermões. 

Grande parte da interação verbal que temos com os jovens é projetado para obter um ponto de vista ou para ensinar algo. Tentamos mudar a atitude deles, assim como tendemos a dizer o que eles estão fazendo de errado e mais, já ensinamos o suposto caminho certo. Convencer passa a ser a nossa meta numa conversa, mostrando a importância de determinadas atividades. Em outras palavras, quando falamos com eles, estamos tentando realizar algo mais do que uma conversa simples e agradável, estamos tentando ensiná-los algo que eles não estão nos pedindo no momento. 

Quando queremos conselhos nós pedimos, certo? Com os adolescentes funciona do mesmo jeito. Se eles não pedem para você, irão pedir para outra pessoa. 

Não transforme uma conversa numa palestra 

Alguns adolescentes relatam que quando falam com seus pais sobre várias coisas, a conversa geralmente termina em palestras ou pregações: “Quando eu estou falando com eles é só para ter uma conversa, eles usam o que eu digo, quer para me mostrar seus pontos de vista, para me ensinar algo ou para explicar certas coisas.” 

O filho estava tentando falar sobre como estava triste por perder o amigo na escola e a mãe não perdeu a chance de aconselhar, mas perdeu a chance de escutar e aproximar-se do filho. Quando os adolescentes tentam conversar com seus pais e recebem esse tipo de resposta, a comunicação com eles vai desaparecer. 

Seja Positivo 

Imagine que você tem um chefe ou colega que está constantemente criticando seu desempenho na empresa. O que você faria? Evitaria essa pessoa ou a convidaria para almoçar todos os dias? Para os adolescentes ter pais “palestrantes ou julgadores” de valores é uma chatice. Eles vão evitar ao máximo qualquer interação verbal e física. Mas não pensem que essa é uma atitude exclusiva dos adolescentes; todos nós tendemos a evitar situações que produzem sensações negativas. Portanto, se a maioria de sua interação com o adolescente é negativa, ele vai tentar evitá-lo. 

Pense nas últimas dez conversas que você teve com seus filhos adolescentes. Será que a maioria delas envolveu algum tipo de correção ou discussão que enfatizou o que eles estavam fazendo de errado? Ou foi uma conversa agradável, dando espaço para expressão de sentimentos, sem a necessidade de dar a sua experiente e valorosa opinião? Caso a resposta tenha sido a segunda, parabéns você está sendo um bom ouvinte de seus filhos adolescentes. Caso tenha sido a primeira, está na hora de começar a pensar em mudar algumas atitudes. Afinal ter filhos que confiam em você, que conversam e se sentem seguros é uma conquista da relação e não uma tarefa a ser cumprida ou obrigação a ser aceita. 

Lembre-se que na medida em que os filhos vão crescendo, eles vão se libertando das nossas amarras e, lá na frente a única coisa que vai “prendê-los” a nós será a relação construída quando eles ainda viviam “embaixo das nossas asas”.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

CARTA DE CACHOEIRINHA


Quem Somos?
Dependentes Químicos Recuperados no modelo de tratamento de Comunidades Terapêuticas.

Por que nos reunimos?
Pelo quinto ano consecutivo nos reunimos em quase 500 companheiros para dar manutenção ao processo de Recuperação, representando as quase 190 CT's espalhadas pelo RS e, este ano, recebendo visitantes do Uruguay e Argentina.

O que refletimos?
Somos uma grande unidade e uma parcela significativa da sociedade. A maioria absoluta dos participantes desse evento são cidadãos, que, recuperando sua saúde, estão vivendo em sobriedade, dando um consistente testemunho de que essa mazela social, essa imensa ferida, que atingi de forma epidêmica o mundo contemporâneo, pose ser vencida com recursos humanos qualificados, boa vontade e organização política e apoio dos poderes constituídos.

Durante o passar dos anos e, especialmente neste encontro, sediado, no únuco município gaúcho a possuir uma CT pública, queremos levar ao conhecimento de toda a sociedade, aos conselhos que regulamentam as profissões que atuam em saúde mental e políticas de saúde pública, a força do nossa mobilização, como dependentes químicos recuperados, atuantes na sociedade, profissionais, pais de família, contrariando dados e estatísticas, com uma média de 3 à 20 anos de abstinência. Não falamos de uma pequena célula. Falamos de 500 indivíduos tratados e reinseridos, por meio deste, tão criticado modelo de tratamento.

Queremos fazer valer nossas posições, elegemos uma comissão representativa, durante o congresso, formada por diversos companheiros recuperados, que por sua vez exercem duas profissões de psicólogos, jornalistas, advogados, administradores, autônomos, funcionários públicos, num total de 12 pessoas, das diversas regiões do estado para lutar pela causa da Ct's, fazer valer os diretos dos quase 7000 DQ internados nas Comunidades do Rs, combater de forma veemente, esta política inexistente e ineficaz, de tratamento e prevenção ao uso de drogas, e as fortes resistências de alguns setores da sociedade e do Universo Político com as CT.
A droga é um mal e a um mal não se faz concessão.

Assinam o documento:
A comissão estadual de graduados e os 500 participantes do congresso, vindos de Cachoeirinha, Charqueadas, Alvorada, Cruz Alta, Passo Fundo, Gravataí, Santa Maria, Ijuí, Ivorá, Catuípe, Montenegro, Caxias do Sul, Porto Alegre, Viamão, Uruguaiana, Triunfo, Canoas, Ivoti, Pelotas, São Marcos, Taquara, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, São Francisco de Paula, Rio Grande, Arroio dos Ratos, Butiá, Novo Hamburgo, Portão, São Jerônimo, Parobé, São Marcos, Santo Antônio das Missões, Lages/SC e Camboriú/SC.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

SEM PASSAR DOS LIMITES

Como saber a hora de dizer sim e a hora de dizer não? Aliás, perguntam-se, aflitos, muitos pais: há de acordo com essas novas teorias, realmente uma hora para dizer não? Negar alguma coisa para os filhos parece um crime, um verdadeiro pecado atualmente, ou , no mínimo, um ato autoritário, um modelo antiquado de educar. Afinal, tantas obras publicadas indicam tudo que não se deve fazer e tão poucas oferecem realmente uma diretriz para clarear o caminho de quem quer bem orientar os filhos...

Muitos pais e mamães ficam em sérias dificuldades ao tentarem colocar em prática aquelas idéias tão lindas que tinham em mente ao iniciarem o longo e delicado caminho da formação das novas gerações:" comigo vai ser tudo diferente; não vou ser igual aos meus pais em nada...", afirmam, convictos. Cheios de boas intenções lá vão eles e... de repente, as coisas deixam de ser tão simples e fáceis. Ao contrário. O dia-a-dia parece se tornar muito, mas muito complicado mesmo. Ai, meu Deus, o que fazer?

Aquele relacionamento ideal, perfeito, em que a mamãe, com todo carinho ( e com toda a razão), explica (sem nenhum autoritarismo e cheia de compreensão), que aquele CD que o filhinho arranhou, tão inocentemente, "tadinho" - não era para ser riscado... mas, mesmo com todo com toda a conversa, com todo afeto demonstrado e outras tantas racionais explicações, o CD foi arranhado, sim. E não apenas um, mas vários! Explicado assim, com tanto carinho e amor, deveria Ter funcionado, afinal usou toda sua psicologia, não foi?... Então, o que está acontecendo?

Depois de falar, explicar, sorrir, explicar de novo, acariciar, entender, compreender - tudo, tudo, conforme manda o figurino da nova educação - não é que o que parece que seu doce filhinho não entende o diálogo? Pois, afinal, não se foi para o lixo toda a ma-ra-vi-lho-sa coleção de CD's do maridinho?... Como é que pode? E agora?

Onde foi que eu errei? perguntam-se, desesperados, os pais. Afinal, conversam, explicam, não agridem, não impõem, não batem, não castigam... e, no fim, a vida está virando um verdadeiro inferno, quanto mais fazem, mais os filhos querem que se faça, já não sabem mais como agir, estão desesperados! Um belo dia, percebem-se, admirados, a dizer " no meu tempo não era assim", aquela frase odiável que ouviram tantas vezes e, agora, quem diria, eles próprios a estão dizendo, é o que é pior, resolveram "virar a mesa", estão castigando os filhos, berrando, se escabelando, irritados, perdidos...

Parece o fim do mundo? Parece. Mas, felizmente, não é.

Já dizia Aristóteles, um filósofo que viveu muito antes de Cristo, "a justiça está no meio-termo". Ou seja, o que ocorreu foi que, no afã de atender aos reclamos da moderna pedagogia e da psicologia, os pais perderam um pouquinho o rumo - e, sem querer, exageraram na dose - quiseram tanto acertar que, por vezes, erraram.

Mas, calma, nada que não tenha remédio! Algumas regras básicas são suficientes para colocar a casa em ordem e a vida em paz!...

E é exatamente o que vamos fazer aqui: explicar com clareza e objetividade como ser um pai moderno - sem perder a autoridade, sem deixar que os filhos cresçam sem limites e sem capacidade de compreender e enxergar o outro - habilidades básicas e essenciais para quem deseja criar cidadãos, seres humanos capazes de praticar o humanismo com a mesma naturalidade com que respiram!

Para possibilitar o surgimento desse ser humano maravilhoso é necessário que os pais tenham certeza de uma coisa: dar limites é importante. Não pode haver dúvidas quanto a isso. Antes de começar é preciso pensar - e decidir.

É fundamental acreditar que dar limites aos filhos é iniciar o processo de compreensão e apreensão do outro ( atualmente muita gente acredita que o limite provoca necessariamente um trauma psicólogo e, em conseqüência, acaba abrindo mão desse elemento fundamental na educação) Ninguém pode respeitar seus semelhantes se não aprender quais são os seus limites - isso inclui compreender que nem sempre se pode fazer tudo que se deseja na vida - mas nem tudo e nem sempre. Essa diferença pode parecer sutil, mas é fundamental. Entre satisfazer o próprio desejo e pensar no direito do outro, muitos tendem a preferir satisfazer o próprio desejo, ainda que, por vezes, prejudique alguém. 


Mas só vai responder "não, não pode não" quem desde pequenino tiver aprendido que muitas coisas podem, muitas outras não podem e não devem ser feitas, mesmo que dêem muita vontade ou prazer. E tudo bem. Somos felizes assim, respeitando e tendo algumas regras básicas na vida. Especialmente se aprendermos a amar o outro e não apenas a nós mesmos.

E, nós, os pais, queremos muito ver nossos filhos crescendo no rumo da felicidade, não queremos? Então temos de ajudá-los nisso. Porque ninguém, ao vir ao mundo, sabe o que é certo e o que é errado. O ser humano, ao nascer, não tem ainda uma ética definida. E somos nós, especialmente nós, os pais, que temos esta tarefa fundamental e espetacular - passar para as novas gerações esses conceitos tão importantes e que conferem ao homem sua humanidade.

Então, se estamos todos de acordo, mãos à obra! Vai valer a pena!
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