quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Tio Élio me ensinou


O Tio Élio me ensinou o que é: ESPIRITUALIDADE, PAZ INTERIOR, RECUPERAÇÃO e ABNEGAÇÃO.

“Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” (Lucas 17.10)

Não basta apenas, cumprir as obrigações rotineiras e nossos deveres. É preciso ir além deles e dar, sempre, um pouco mais de nosso tempo e nossos talentos. Abnegação é aquela quota de serviço que se faz além da obrigação. Onde termina o dever, aí começa a abnegação.
Há uma fábula que exemplifica muito bem, o significado da abnegação e como essa atitude pode contribuir para o nosso bem-estar espiritual e ao mesmo tempo, ajudar a tantos que necessitam aquele “algo a mais” que podemos oferecer além dos nossos deveres e obrigações:
“(...) Um homem desejando aprender como colaborar na construção do reino de Deus, pediu, certo dia, ao senhor, o discernimento para compreender seus propósitos e o real significado da palavra abnegação, e saiu para o campo...
De início, encontrou-se com o vento que cantava e o vento lhe disse: “Deus mandou que eu ajudasse as sementeiras e varresse os caminhos, mas eu gosto também de cantar, embalando os doentes e as criancinhas.”
Em seguida, o homem surpreendeu uma flor que embalsamava o ar com seu inebriante perfume, e a flor lhe contou: “minha missão é preparar o fruto; entretanto, produzo também o aroma que perfuma até mesmo os lugares mais tristes.”
Logo após, o homem estacou ao pé de uma grande árvore, que protegia um poço d’água, cheio de rãs, e a árvore lhe falou: “confiou-me o Senhor a tarefa de auxiliar o homem; contudo, creio que devo amparar igualmente as fontes, os pássaros e os animais.”
O visitante fitou os feios batráquios e fez um gesto de repulsa, mas a árvore continuou: “estas rãs são boas amigas. Hoje posso ajudá-las, mas depois serei ajudada por elas, na defesa de minhas raízes, contra os vermes destruidores.”
O homem compreendeu o ensinamento e seguiu adiante, deparando com uma grande cerâmica. Acariciou o barro que estava sobre a mesa e o barro lhe disse: “meu trabalho é o de garantir o solo firme, mas obedeço ao oleiro e procuro ajudar na residência dos homens, dando forma a tijolos, telhas e vasos.”
O homem então compreendeu o quão é necessário, ajudar aos outros e realizar a cada dia, algo mais do que seja justo fazer.
“A cada um será dado de acordo com as suas obras.” (Mat. 16.27)

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

EFEITOS DA MACONHA

A maconha, cujo nome científico é Cannabis sativa, é uma das drogas mais usadas no Brasil, por ser barata e de fácil acesso nos grandes centros urbanos. O modo mais utilizado para usá-la é fumando enrolado em um papel, ou então utilizando um cachimbo. O que traz os efeitos é uma substância muito poderosa chamada tetrahidrocanabinol (THC), que varia de quantidade, dependendo da forma como a maconha é produzida ou fumada.

Os efeitos, logo após fumar o cigarro de maconha, são (podem ser diferentes dependendo da quantidade de THC):
- euforia, sonolência, sentimento de felicidade
- risos espontâneos, sem motivo algum
- perda de noção do tempo, espaço, etc
- perda de coordenação motora, equilibrio, fala, etc
- aceleramento do coração (taquicardia)
- perda temporária de inteligência
- fome, olhos vermelhos, e outras características

O tempo do efeito depende do modo como a maconha é utilizada. Se for fumada, o THC vai rapidamente para o cérebro, e o efeito dura aproximadamente 5 horas. Se for ingerido, o efeito demora pra vir (cerca de 1 hora) mas dura aproximadamente 12 horas.

Quando a quantidade de THC for mais alta, podem-se somar os efeitos:
- alucinações, iluções
- ansiedade, angústia, pânico
- impotência sexual

Os efeitos a longo prazo são muito mais danosos:
- maior chance de desenvolver câncer de pulmão
- bronquites
- sistema imunológico fragilizado
- tosse crônica
- arritmia cardíaca

Outros nomes da maconha: baseado, erva, marola, camarão, taba, fumo, beck, bagana, bagulho, cachimbo da paz, capim seco, erva maldita, etc.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

RECOMEÇAR DEPOIS DE UMA RECAIDA


Você estragou tudo. Perdeu o que investiu, perdeu o bom nome, perdeu relacionamentos. Seus erros lhe levaram para o buraco. Você tem dúvidas até se Deus lhe perdoará e dará uma nova chance.


Tenho boas notícias e más notícias para você.

A boa é que Deus está sempre pronto para lhe dar uma nova chance, desde que você sinceramente queira mudar. A má é que se você feriu outras pessoas, elas poderão não lhe dar uma nova chance. É o risco que você corre e o preço que poderá ter que pagar por seus erros.

No entanto, se você quer se dar uma nova chance, eis aqui algumas coisas que pode fazer para recomeçar—não necessariamente nesta ordem: 
  1. Pare de ficar lamentando o passado. A solução está no agora, não no que já aconteceu
  2. Corte o contato com pessoas que só lhe ajudam a afundar mais; busque ajuda daqueles que realmente querem lhe ajudar a se levantar
  3. Não tente consertar tudo de uma vez. Você levou tempo para estragar sua vida e levará tempo para reconstruí-la. Não espere resultados rápidos
  4. Comece a fazer o que é certo já, agora. Uma coisa, um passo, uma decisão. Mais tarde, mais um passo. Decisões corretas, mesmo que pequenas, acumulam o benefício, até que a mudança acontece
  5. Escrever seus objetivos num papel e olhá-los ativamente, todos os dias, ajuda muito. Não pergunte por quê—apenas faça
  6. Não confie demais em sua própria força. Busque forças em Deus. É impossível exagerar a importância disso
  7. Não espere que as pessoas creiam de repente que você mudou. Só reconquistará a confiança delas se seu novo comportamento for consistente
  8. Se achar que está muito difícil mudar, lembre-se das consequências de não mudar. Escreva-as, se preciso, só para não esquecer.
  9. Todas as vezes que um pensamento negativo vier à mente, confesse DUAS coisas positivas, com mais convicção ainda. Não pergunte por quê—apenas faça
  10. Se tropeçar, comece de novo. Não desista. Se você foi persistente e corajoso para errar, também pode ser para acertar

Alguns talvez perguntem por que não há nesta lista um passo sobre pedir perdão a quem ofendeu. Se quiser, sim, vá em frente. Mas só crerão mesmo no seu arrependimento se você agir sobre estes passos e assim mostrar que mudou. Dizer “me perdoa” e continuar no erro é pior do que não dizer nada. Por isso seguir os passos é a melhor maneira de pedir perdão.

sábado, 16 de novembro de 2013

Dependência Química & Espiritualidade

A dependência química é uma disfunção bio-psicossocial, espiritual. A dimensão espiritual deve entrar como parte integrante do tratamento. Algumas abordagens, que esclarecem a entrada dessa dimensão, seriam as utilizadas , sem a menor dúvida, nos grupos de ajuda mútua, os grupos anônimos.

Muitas comunidades terapêuticas usam muito essa dimensão espiritual como fundamento para modificações de valores e motivação para mudanças. O modelo Minnesota  que veio para o Brasil no início da década de 80, também integra a dimensão espiritual no seu tratamento, que envolve um complexo bio-psicossocial. Posso afirmar que há uma relação muito íntima da espiritualidade com o tratamento da dependência química. 

A busca de uma espiritualidade já existia antes de se tornarem dependentes químicos. Quando a disfunção se instala, tudo é esquecido.

Há a perda dos valores originais ao se desenvolver a dependência e o mais importante neste momento é conseguir a droga. Quando digo droga, refiro-me ao álcool e outra qualquer substância que a pessoa usa, levando-a a viver em função dela. Os valores vão mudando, para se adequar a este novo foco. A pessoa que tinha como objetivo ser um bom profissional , começa a decair e acha vários motivos para justificar o que era antes da droga, intelectualizando seu comportamento. O fato é que os valores vão sendo distorcidos. Valores que tinham a ver com espiritualidade, solidariedade, humildade , honestidade, tornam-se intoxicados pelas drogas.

Em geral, as drogas, dependendo da idade, vão se modificando e no caso da terceira idade entra o álcool e muitos medicamentos. Há os casos de dependentes de tranquilizantes para dormir e, como a vaidade continua , há também os medicamentos para emagrecer. É difícil dizer se é melhor ou pior para ser tratado, pois observa-se o argumento sempre usado – “se cheguei até aqui, por que vou mudar?”. Argumentam com história de vida e tentam provar que têm consciência da situação. Já o jovem não tem ainda um passado, julgam não ter nada a perder, ainda não construíram uma vida. Nota-se que a motivação para uma mudança vem do sentimento de perda.

Quanto mais o tempo passa, percebo que a maioria dos fenômenos existenciais são muito complexos. É muito difícil afirmar se isso é bio ou se é psico, como se fossem separados. Nota-se que nesse campo há componentes genéticos, contudo não se pode saber o peso de cada um. Varia de indivíduo para indivíduo e, provavelmente, quanto mais se tem um ambiente propício para o uso da droga, menos disposição genética precisa-se para que se desenvolva aquela disposição.

Gostaria de estudar mais casos que possam mostrar, como por exemplo, uma pessoa que vive num ambiente carente de tudo, hostil, muita droga e com pouca perspectiva de futuro, pode escapar da dependência.

Por outro lado, sabe-se de casos de pessoa que tem uma família presente, com diálogo, boa escola e mesmo assim verifica-se o desenvolvimento de uma dependência química. O ser humano é uma surpresa. 

Quando a espiritualidade é abordada no tratamento, separa-se da religião e mostra-se que a espiritualidade pode ser vivida, mesmo que a pessoa não pertença a uma determinada religião. Um exemplo que ilustra bem a situação é a seguinte: - uma pessoa que viva muito isolada, sem namoro, sem amigos ou sem se relacionar com os pais, pode ter uma espiritualidade revelada numa simples relação que tenha, por exemplo, com um bicho amigo, um gato, um cachorro,etc. Nesse tipo de relacionamento, pode-se vivenciar valores que desenvolvam a identificação com uma espiritualidade. Trata-se de uma fonte onde se pode estudar uma série de fatos, como verificar pessoas que perderam muita coisa, estão abrutalhadas, perderam a esperança, não acreditam em mais nada. Contudo, pode-se descobrir numa simples relação, seja qual for, indicadores de uma espiritualidade expressiva.

SOBRIEDADE E ESPIRITUALIDADE

Sabemos que a dependência química e alcoólica é uma doença que afeta fisicamente, psiquicamente e emocionalmente o ser humano.

Porém temos a certeza que a falta ou baixa espiritualidade é o fator mais determinante para a não reabilitação do dependente.

Na grande maioria dos casos os dependentes não possuem nenhuma espiritualidade, não frequentam nenhuma igreja, ou se frequentam não compartilham dos mesmos ideais.

A maioria dos dependentes em uso, não estão em comunhão com a igreja, não participam de nenhum evento ou programação ligados à espiritualidade.

Mas o pior de tudo é que não só perdem o seu vinculo com Deus, como se entregam ao pecado, pois é muito normal que o dependente em uso esteja envolvido com: prostituição, adultérios, fornicações, roubos, jogos, desavenças familiares, desavenças com terceiros, mentiras, etc...

Na bíblia em II Timóteo 3, 2 - 4 o Apostolo Paulo consegue retratar muito bem como a maioria dos dependentes se apresentam: “Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus”.


E em Gl 5, 19 – 21 diz: Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdias, partidos, invejas, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes.

Sendo o dependente em uso um rigoroso seguidor das coisas acima escritas, fica claro que espiritualmente está morto, vivendo somente para o pecado e infelizmente contribuindo para que o mal viva nele e se espalhe para os seus próximos.

Daí vem à necessidade de conversão, de aproximação á Deus, a Jesus Cristo e á Virgem Maria, pois somente eles que são amor, compaixão e misericórdia podem reverter a situação, fazendo que onde abundou o pecado, superabunde a graça (Rm 5,20).

Porém é necessário o empenho e a busca pela conversão através da fé conforme o apostolo Paulo nos ensina em Cl 3, 1 – 4: “Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado á direita de Deus. Afeiçoai-vos as coisas lá de cima, e não as da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com cristo em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória”.

E ainda... Ef 4, 17 – 24: “Portanto, eis o que digo e conjuro no senhor: não persistais em viver como os pagãos, que andam a mercê de suas ideias frívolas”. Tem o entendimento obscurecido, sua ignorância e o endurecimento de seu coração mantêm-nos afastado da vida de Deus. Indolentes, entregaram-se á dissolução, á pratica apaixonada de toda espécie de impureza. Vós, porém, não foi para isto que vos tornastes discípulos de Cristo, se é que o ouvistes e dele aprendestes, como convém a verdade em Jesus. Renunciai á vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelas concupiscências enganadoras. “renovai sem cessar o sentimento da vossa alma e revesti-vos do homem novo, criado á imagem de deus, em verdadeira justiça e santidade”.

As passagens bíblicas que nos mostram a importância de vivermos junto a Deus e a Igreja são inúmeras, bem como, o insistente pedido de Jesus para que vivamos em santidade, vivamos o perdão e vivamos o amor ao próximo.

Infelizmente o álcool, as drogas, os defeitos de caráter e o pecado ocuparam o coração dos dependentes em uso, porém através de Jesus Cristo tudo pode ser renovado e todo e qualquer dependente pode realmente se libertar da Praga do Milênio. – “álcool e drogas”.

“Todo aquele que está em cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo” II Cor 5,17.

Então o que está assentado no trono disse: “eis que eu renovo todas as coisas” Ap 21, 5.

CRACK

O crack é uma mistura de cloridrato de cocaína (cocaína em pó), bicarbonato de sódio ou amónia e água destilada, que resulta em pequeninos grãos, fumados em cachimbos ( improvisados ou não). É mais barato que a cocaína mas, como seu efeito dura muito pouco, acaba sendo usado em maiores quantidades, o que torna o vício muito caro, pois seu consumo passa a ser maior.

Estimulante seis vezes mais potente que a cocaína, o crack provoca dependência física e leva à morte por sua acção fulminante sobre o sistema nervoso central e cardíaco.

O crack leva 10 segundos para chegar ao cérebro e já começa a produzir seus efeitos: forte aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremor muscular e excitação acentuada, sensações de aparente bem-estar, aumento da capacidade física e mental, indiferença à dor e ao cansaço. 

Mas, se os prazeres físicos e psíquicos chegam rápido com uma pedra de crack, os sintomas da síndrome de abstinência também não demoram a chegar. Em 10 minutos, surge de novo a necessidade de inalar a fumaça de outra pedra, caso contrário chegarão inevitavelmente o desgaste físico, a prostração e a depressão profunda.

Estudiosos asseguram que "todo usuário de crack é um candidato à morte", porque ele pode provocar lesões cerebrais irreversíveis por causa de sua concentração no sistema nervoso central.

Sim, as pessoas que o experimentam sentem uma compulsão (desejo incontrolável) de usá-lo de novo, estabelecendo rapidamente uma dependência física, pois querem manter o organismo em ritmo acelerado. 

As estatísticas do Denarc (departamento Estadual de Investigação sobre Narcóticos) indicam que, em Janeiro de 1992, dos 41 usuários que procuraram ajuda no Denarc, 10% usavam crack e, em Fevereiro desse mesmo ano, dos 147 usuários, já eram 20%. Esses usuários, em sua maioria, têm entre 15 e 25 anos de idade e vêm tanto de bairros pobres da periferia como de ricas mansões de bairros nobres.

Como o crack é uma das drogas de mais altos poderes viciantes, a pessoa, só de experimentar, pode tornar-se um viciado. Ele não é, porém, das primeiras drogas que alguém experimenta. De um modo geral, o seu usuário já usa outras, principalmente cocaína, e passa a utilizar o crack por curiosidade, para sentir efeitos mais fortes, ou ainda por falta de dinheiro, já que ele é bem mais barato por grama do que a cocaína. 

Todavia, como o efeito do crack passa muito depressa, e o sofrimento por sua ausência no corpo vem em 10 minutos, o usuário usa-o em maior quantidade, fazendo gastos ainda maiores do que já vinha fazendo. Para conseguir, então, sustentar esse vício, as pessoas começam a usar qualquer método para comprá-lo. Submetidas às pressões do traficante e do próprio vício, já não dispõem de tempo para ganhar dinheiro honestamente; partem, portanto, para a ilegalidade: tráfico de drogas, aliciamento de novas pessoas para a droga, roubos, assaltos, etc.

Como o crack afeta o sistema nervoso?

A fumaça produzida pela queima da pedra de Crack, chega ao sistema nervoso central em dez segundos, devido ao fato de a área de absorção pulmonar ser grande e seu efeito dura de 3 a 10 minutos, com efeito de euforia mais forte do que o da cocaína, após o que produz muita depressão, o que leva o usuário a usar novamente para compensar o mal-estar, provocando intensa dependência. Não raro, o usuário tem alucinações, paranoia (ilusões de perseguição). 

O crack eleva a temperatura do corpo, podendo causar no dependente um acidente vascular cerebral. A droga também causa destruição de neurônios e provoca a degeneração dos músculos do corpo (rabdomiólise), o que dá aquela aparência característica (esquelética) ao indivíduo: ossos da face salientes, braços e pernas finos e costelas aparentes. O crack inibe a fome, de maneira que os usuários só se alimentam quando não estão sob seu efeito narcótico. Outro efeito da droga é o excesso de horas sem dormir, e tudo isso pode deixar o dependente facilmente doente.

A maioria das pessoas que consome bebidas alcoólicas não se torna alcoólatra. Isso também é válido para outras drogas. No caso do crack, com apenas três ou quatro doses, às vezes até na primeira, o usuário se torna completamente viciado. Normalmente o dependente, após algum tempo de uso da droga, continua a consumi-la apenas para fugir do desconforto da síndrome de abstinência — depressão, ansiedade e agressividade —, comum a outras drogas estimulantes. 

Após o uso, a pessoa apresenta quadros de extrema violência, agressividade que se manifesta a princípio contra a própria família, desestruturando-a em todos os aspectos, e depois, por consequência, volta-se contra a sociedade em geral, com visível aumento do número de crimes relacionados ao vício em referência. 

O consumo de crack fumado através de latas de alumínio como cachimbo, uma vez que a ingestão de alumínio está associada a dano neurológico, tem levado a estudos em busca de evidências do aumento do alumínio sérico em usuários de crack.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

6% a 8% das mulheres sofrem de Dependência Química

Quando falamos em dependência química normalmente pensamos em dependentes do sexo masculino, mas sabe-se que existem mulheres que usam drogas e é um problema que deve ser encarado, pois as drogas e á dependência química não escolhem sexo, raça ou cor.

Estatísticas recentes apontam que de 6% a 8% das mulheres sofrem com a Dependência Química.

Geralmente a mulher paga um custo emocional muito grande pela sua dependência: sentimento de culpa, desvalorização, raiva, muitas sofreram de incesto.

Na infância, fazendo um acúmulo de violência e sofrimento.

No trabalho, os sintomas aparecem sob diversas formas: tentam estar bem maquiadas para esconderem as olheiras do porre da noite anterior, manipulam o chefe com posturas maternais, isso quase sempre de forma inconsciente, e sempre conseguem de forma muito natural. 

São comuns as mulheres com o problema fazer uso de medicamentos que alteram o humor. Além de tudo, muitas sofrem da síndrome do ninho vazio, em função de perderem marido e filhos pela sua dependência de drogas.

Infelizmente a abertura pelas mulheres de assumirem a condição de dependentes química ainda é muito difícil, elas normalmente com medo de maiores retaliações por parte dos empregadores procuram disfarçar o máximo possível e como visto sempre conseguem uma desculpa relacionada á família para justificar: ausências, atrasos, faltas, e até mesmo justificar o seu comportamento.

Sendo assim somente mesmo uma pessoa mais bem preparada para de forma bastante aconchegante através de uma boa conversa conseguirá a abertura da dependente química para que de alguma forma o auxílio seja aceito.

É bastante importante que as empresas tenham a preocupação de manter um responsável pelo Programa de Prevenção ao uso de Álcool e Drogas, que demostre sempre a preocupação da empresa em ajudar o colaborador e não de acusar, culpar ou retalhar.

Vale lembrar que muitas mulheres são dependentes químicas não de bebidas alcoólicas ou drogas como: cocaína, maconha ou até mesmo crack, temos um grande número de mulheres dependentes de remédios como: calmantes, anti-depressivos, e inúmeros remédios sejam eles quais forem para as mais variadas doenças.

MULHER & DEPENDÊNCIA QUÍMICA

A dependência química feminina tem diferenças marcantes da dependência masculina. 

Diferenças entre os gêneros 

Na dependência química, homens e mulheres têm motivações, comportamentos e respostas fisiológicas diferentes. Em geral, as mulheres se iniciam nas drogas através dos companheiros, enquanto os homens o fazem com os amigos. 

No caso da dependência do álcool, as mulheres, por serem mais censuradas socialmente, bebem, predominantemente, em casa, às escondidas. Os homens já o fazem em público, em bares com os companheiros e voltam para casa embriagados. 

A dependência química do álcool em mulheres se dá a partir da ocorrência de eventos significativos, como a morte do cônjuge ou uma separação, diferentemente dos homens, que não apontam um desencadeamento especial. Na iniciação da cocaína, os motivos femininos passam por depressão, sentimentos de isolamento social, pressões profissionais e familiares e problemas de saúde.

A diferença também se faz notar na expectativa das mulheres em relação à ajuda. Elas esperam um tratamento abrangente que venha curar não só a dependência mas, principalmente, as suas dificuldades emocionais e de vida. A falta de creche, de ajuda legal e de emprego deixa a mulher mais dependente financeiramente. O estigma social e a oposição do companheiro também são mais estressantes. Enquanto a mulher alcoolista é mais encorajada a procurar ajuda especializada pelos pais e filhos, o homem é estimulado pela companheira. 

As diferenças fisiológicas levam a mulher a uma vulnerabilidade maior para todas as drogas. As mulheres têm mais gordura corpórea proporcionalmente a água e apresentam níveis menores de enzima álcool-desidrogenase (enzima que ajuda a metabolizar o álcool ingerido), o que faz com que elas absorvam 30% mais do álcool ingerido que os homens e apresentem uma alcoolemia maior.

Com isso, as mulheres dependentes de drogas ou álcool são mais penalizadas porque têm cerca de 1,5 a 2 vezes mais chances do que os homens de contraírem complicações clínicas. Doenças como pancreatite, cirrose e neuropatias aparecem de forma mais grave nelas do que neles. A mortalidade também é diferente entre homens e mulheres alcoolistas. A idade média de vida delas diminui cerca de 15 anos.

Outro agravante são os problemas obstétricos e a síndrome fetal pelo uso de álcool (SFA), que causa freqüentemente má formação e retardo mental em recém-nascidos.

O aconselhamento nutricional é importante para estabelecer uma dieta balanceada, já que muitas jovens se aproximam das drogas por medo de engordar ou por distúrbios nutricionais. O aconselhamento legal ajuda a lidar com as questões de Direito familiar decorrentes da dependência química, como perda da guarda dos filhos ou abandono financeiro. 

Como receber dependente químico que ficou internado?

Meu filho vai voltar para casa. Qual a atitude devo tomar, quando ele chegar? 

Eu insisto que os familiares dos dependentes químicos devem estar inseridos em um grupo terapêutico, visto que eles também adoecem. Isso é consenso na literatura especializada. 

Procedimentos para o familiar lidar com o dependente químico 

1) Você não é responsável pela dependência do seu familiar. Você não a causou, você não pode controlá-la e você não pode curá-la sozinho;

2) Apesar de você não ser o responsável pela dependência do seu familiar, você é responsável pelo seu próprio comportamento. Você tem a escolha de ajudar o seu familiar a evitar o consumo de substâncias, através do adequado estabelecimento de limites, acolhimento, orientações e tratamento;

3) A dependência do seu familiar não é um sinal de fraqueza da sua família. Infelizmente, isso pode ocorrer em qualquer família, como quaisquer outras doenças;

4) Não ameace, acuse, moralize os erros passados do seu familiar dependente. Isso apenas tornará você o foco da raiva e frustrações do seu familiar dependente; além disso, não ajudará o mesmo a modificar o seu comportamento;

5) No entanto, não mascare, desculpe ou proteja o dependente das conseqüências naturais do seu comportamento. Fazendo isso, você se torna “cúmplice” na perpetuação dos comportamentos irresponsáveis ou inadequados do adicto;

6) Não tente encontrar fatos no passado do dependente, como traumas infantis, estresse no trabalho, problemas conjugais, para justificar o problema com as drogas. Isso somente promoverá a chancela ao indivíduo dependente para a manutenção do uso das substâncias;

7) Não faça “jogos de culpa” para o indivíduo dependente. Por exemplo, dizer que “se você realmente gostasse de mim, você pararia de usar drogas” realmente não funciona. Culpa não funciona;

8) Não use ameaças como forma de manipulação. Você pode e DEVE estabelecer limites, mas primeiro pense cuidadosamente e, então, esteja preparado para ir adiante. Se você não sabe o que dizer, é melhor não dizer nada;

9) Não permita que o individuo dependente “explore” você financeiramente ou de qualquer outro modo. Respeite-se;

10) Não ignore formas de manipulação realizadas pelo adicto. Não estabeleça conluio com o indivíduo dependente para manter segredos sobre o consumo de drogas. Isso apenas aumentará a evasão de responsabilidade por parte do adicto;

11) Não se esqueça de procurar e manter o seu próprio tratamento. A co-dependência pode ser, às vezes, devastadora;

12) Não tente proteger o indivíduo dependente de problemas comuns da família;

13) Não promova uma “guerra”, se sinais de recaída estiverem presentes. Também não mantenha silêncio sobre eles. Apenas traga-os à vista calmamente e diretamente, sem acusações;

14) Não espere que o indivíduo dependente em recuperação seja “legal” o tempo todo. Às vezes, ele pode ficar irritado, triste, ou de mau humor, sem que isso esteja relacionado ao uso de drogas;

15) Além do problema relacionado ao uso de drogas pelo familiar dependente, você tem outros problemas para solucionar. Não os deixe de lado;

16) Não se iluda pensando que o individuo dependente está “curado” e nunca mais usará substâncias. A Síndrome de Dependência é uma doença crônica que requer tratamento crônico;

17) Não deixe de focar-se em si mesmo. Utilize o seu sistema de apoio, terapeutas, outros familiares e amigos para possibilitar a sua recuperação enquanto co-dependente. 

AS FASES E SINAIS DE AVISO DA RECAÍDA

O processo de recaída leva a pessoa em recuperação a sentir dor e desconforto sem o químico. Esta dor e desconforto ficam tão fortes que a pessoa em recuperação fica incapaz de viver normalmente quando não bebe ou usa e sente que beber não pode ser pior que a dor de continuar sóbrio.

FASE UM - SINAIS DE AVISO DE RECAIDA INTERNOS.

Nesta fase a pessoa em recuperação se sente incapaz de funcionar normalmente dentro de si mesmo. Os sintomas mais comuns são:

1.1 — Dificuldade De Pensar Com Clareza.
1.2 — Dificuldades Em Lidar Com Sentimentos E Emoções.
1.3 - Dificuldade Em Lembrar Coisas.
1.4- Dificuldade Em Lidar Com O Stress.
1.5 — Dificuldade Em Dormir Tranquilamente.
1.6 — Dificuldades com A Coordenação Física e Acidentes.
1.7 - Vergonha, Culpa e Desesperança.


FASE DOIS - VOLTA À NEGAÇÃO

Nesta, fase a pessoa não é capaz de reconhecer e falar honestamente aos outros o que está pensando ou sentido. Os sintomas mais comuns são:

2.1 - Preocupação Sobre O Bem — Estar.
2.2 — Negação Da Preocupação.

FASE TRÊS - IMPEDIMENTOS E COMPORTAMENTOS DEFENSIVO

Nesta fase a pessoa em recuperação não quer pensar sobre qualquer coisa que possa trazer de volta os sentimentos dolorosos e desconfortáveis. Por isso começa evitar tudo que possa força-lo a uma honesta olhada em si mesmo. Quando são feitas perguntas diretas sobre seu bem-estar, a pessoa tende a ficar na defensiva. Os sintomas mais comuns são:

3.1 — Acreditar Que Eu Nunca Mais Vou Beber:
3.2 — Se Preocupa Com Os Outros Em Vez De Si Próprios.
3.3 — Ficar na defensiva
3.4 — Comportamento Compulsivo
3.5 — Comportamento Impulsivo
3.6 — Tendência À Solidão.

FASE QUATRO - CONSTRUINDO A CRISE

Nesta fase a pessoa em recuperação começa a experimentar uma seqüência de problemas na vida causados pela negação de sentimentos pessoais, a se isolar e a negligenciar os problemas e trabalhar duro nisto, surgem dois problemas para substituir cada problema resolvido. Os sinais de aviso mais comuns que ocorrem neste período são:

4.1- Visão De Túnel
4.2 — Depressão Secundária (Leve).
4.3 — Deixar De Planejar Construtivamente.
4.4 — Planos Começam A Falhar.

FASE CINCO - IMOBILIZAÇÃO

Nesta fase a pessoa em recuperação é incapaz de iniciar uma ação. Passa pelos movimentos da vida, mas é controlado em vez de controlar a vida.

5.1 - Devaneios E Ilusões
5.2 — Sentimentos De Que Nada Pode Ser Solucionado.
5.3 — Desejo Imaturo De Ser Feliz.

FASE SEIS - CONFUSÃO E SUPER -REAÇÃO

Neste período a pessoa em recuperação tem dificuldades em pensar claramente. Fica perturbado consigo própria e com as pessoas ao seu redor. Fica limitada e super-reagem às pequenas coisas. Os sinais de aviso mais comuns nesta fase são:

6.1 —Período De Confusão
6.2 — Irritação Com Os Amigos.
6.3 — Irritado Facilmente.

FASE SETE - DEPRESSÃO

Neste período a pessoa em recuperação fica tão deprimida que tem dificuldade de se manter na rotina diária.

Às vezes pode ter pensamentos de suicídio, beber ou usar drogas como uma maneira de terminar com a depressão. A depressão é muito forte e persistente e não pode ser ignorada facilmente ou escondida dos outros. Os sinais de aviso mais comuns que ocorrem neste período são:

7.1 — Hábitos Alimentares Irregulares.
7.2 — Falta De Iniciativa
7.3 — Hábitos De Sono Irregulares.
7.4 — Perda Da Estrutura Diária .
7.5 — Período De Profunda Depressão.

FASE OITO - PERDA CONTROLE DO COMPORTAMENTO.

Nesta fase fica incapaz de controlar ou regular o comportamento pessoal e os horários do dia. Existe ainda uma negação forte e falta de uma consciência de estar fora de controle. Sua vida fica caótica e muitos problemas se criam em todas as áreas da vida e na recuperação. Os sinais de aviso mais comuns nesta fase são:

8.1 — Participação Irregular Nas Reuniões

Para de participar do A.A. e começa a perder as consultas marcadas para acompanhamento ou tratamento. Encontra desculpas para justificar isto, e não reconhece a importância de A.A. e do tratamento. Desenvolve uma atitude de que o A.A/NA e o aconselhamento não estão fazendo com que eu me se sinta melhor, porque isto faz sua prioridade numero um? Existem outras coisas mais importantes.

8.2 — Desenvolvimentos De Uma Atitude De Não Tenho Nada Com Isto.
8.3 — Rejeição Aberta De Ajuda.
8.4 - Falta De Satisfação Com A Vida.
8.5 — Sentimentos De Impotência E Desesperança.

FASE NOVE - RECONHECIMENTO DA PERDA DE CONTROLE

Sua negação quebra e de súbito reconhece como seus problemas são, como a vida ficou incontrolável e como a pessoa tem pouco poder e controle para resolver qualquer problema. Esta percepção é muito dolorosa e assustadora. Nesta hora está tão sozinho que parece não existir ninguém para pedir ajuda. Os sinais de aviso mais comuns que ocorrem nesta fase são:

9.1 —Auto Piedade.
9.2 — Pensamentos De Beber Socialmente.
9.3 —Mentiras Conscientes.
9.4 — Perda Completa De Auto Confiança.

FASE DEZ - REDUÇÃO DE OPÇÕES

Nesta fase a pessoa em recuperação sente-se presa pela dor e pela incapacidade de lidar com a vida. Então parece haver apenas três saídas: insanidade, suicídio ou uso do químico. Não acredita que alguém ou algo possa ajuda-lo. Os sinais de aviso mais comuns nesta fase são:

10.1 — Ressentimentos Insensatos
10.2 —Para Todo O Tratamento Profissional e do A.A/NA
10.3 — Esmagadora Solidão, Frustração, Raiva E Tensão.
10.4 —Perda Do Controle Do Comportamento.

FASE ONZE - VOLTA AO USO DO QUÍMICO OU COLAPSO FÍSICO E EMOCIONAL.

11.1 — Volta Ao Uso Controlado De químicos
11.2— Vergonha e Culpa.
11.3—Perda de Controle
11.4— Problemas de Vida e de Saúde

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Recaídas após longas internações. O que fazer?

Infelizmente, recaídas após períodos longos de internação ou mesmo depois de várias internações não são incomuns principalmente entre graves dependentes de substâncias psicoativas.

A Síndrome de Dependência de Substâncias, como cocaína/crack, é uma doença crônica e necessita de tratamento e monitoramento contínuos. Mesmo depois de internações, até aquelas por longos períodos, o indivíduo dependente não deve deixar de tratar-se ou mesmo de procurar atendimento especializado, bem como seus familiares.

A internação de forma alguma torna o indivíduo “curado” da síndrome de dependência; a internação é mais uma das formas de tratamento médico para essa grave doença.

Muitas vezes, além da Síndrome de Dependência, o indivíduo também é portador de outros transtornos psiquiátricos que também precisam ser adequadamente diagnosticados e tratados. A esta combinação de Síndrome de Dependência e outros transtornos psiquiátricos, dá-se o nome de co-morbidade. Se os outros possíveis problemas não forem corretamente diagnosticados e manejados (quando existem de fato), o tratamento corre o risco de não ser eficiente e as recaídas mais freqüentes.

Além disso, alguns indivíduos dependentes de substâncias, quando recebem alta hospitalar, retornam para o mesmo ambiente, com os mesmos amigos de outrora, com o mesmo funcionamento familiar de antes. Isso é pedir para que as coisas não funcionem.

Às vezes, um indivíduo dependente afirma que continua a usar substâncias porque é, de fato, um “dependente químico”. Ele acaba não assumindo quaisquer responsabilidades por seu comportamento inadequado, atribuindo todo o seu comportamento à doença e à incompetência dos seus médicos ou terapeutas. O indivíduo dependente precisa assumir responsabilidade pelo seu próprio tratamento e comportamento.

Recaídas após longas internações. O que fazer?

Nas situações como as mencionadas na pergunta, o modelo de tratamento ofertado deve ser revisto pelos profissionais de saúde adequadamente especializados na matéria, os familiares devem estar intensamente inseridos em adequado manejo terapêutico, o paciente deve ser reavaliado, também quanto à real motivação em cessar o consumo dessas substâncias.

RECAÍDA NÃO É O MESMO QUE FRACASSO NO TRATAMENTO

Grande parte das pessoas que tentam deixar as drogas voltam a consumi-las após certo tempo. Porque isso acontece?

Quando ocorre uma recaída a frustração é geral. A família sente que meses, algumas vezes anos, de esforço conjunto foram perdidos. O dependente imagina que é o fim da linha e que nunca terá forças para livrar-se da dependência. “A recaída destrói ao menos três castelos”, o da família, do dependente e até mesmo da comunidade terapêutica que também sente o peso dessa frustração. 

Para entendermos o processo de recaída é necessário entendermos um pouco sobre o relacionamento do indivíduo com o objeto de compulsão (dependência). Quando se fala do processo de recuperação, o que é focado na maioria das vezes é a mera abstinência física e não todo o contexto que a dependência. Acabando assim, com a não compreender o relacionamento que envolve o usuário e sua droga de escolha.

A compulsão atesta a dificuldade do indivíduo para enfrentamentos de situações de crise. Vista, como uma forma de anestesiar a dor da realidade pelo dependente. Ela é acionada por lembranças de episódios abusivos (desnutrição emocional acerca da disfuncionalidade familiar). Através do uso há a sensação de preenchimento do vazio existencial.

Aprendemos através do cuidado aos dependentes, que a interrupção do uso de qualquer objeto de compulsão não significa a solução do problema. O comportamento compulsivo costuma ser precedido de ansiedade e depressão, o que confirma a necessidade de um trabalho além da abstinência. Parar com o uso dos objetos de compulsão é um grande passo, mas não é o único. 

Embora a grande maioria compreenda a recaída como retomada do uso, esta é apenas a conseqüência de inúmeros fatores e sentimentos ainda não elaborados. A primeira recaída é emocional e pode ser detectada pelo afastamento progressivo das fontes de ajuda e com isso o retorno aos velhos hábitos que fatalmente levarão a reincidência ao uso.

A prática tem nos mostrado, que a recaída até pode fazer parte do processo de recuperação mesmo em pessoas altamente motivadas. A intenção de amadurecer psicologicamente pode fazer da recaída um momento importante de aprendizado e auto-conhecimento. 

RECAIDA

Todo dependente químico tem um processo de maturidade e inteligência emocional deteriorado pelo consumo de substâncias. Em alguns casos após tanto tempo consumindo essas substâncias; a relação emoção/maturidade pode trazer até dúvidas quanto à possibilidade de "entrar ou não em recuperação". E de adquirir melhoras nessa mesma relação!


Se formos considerar as seqüelas ou co-morbidades adquiridas com o consumo, ou seja; durante o uso; a busca pela melhora não deve ocorrer em relação apenas a dependência química, mas sim em várias áreas da vida caso seja diagnosticada a co-morbidade; o que não é fácil tarefa!

Principalmente se tais co-morbidades necessitarem de medicamentos.

Existem casos em que os medicamentos auxiliam o tratamento dos transtornos, nunca a dependência química; mas sim as co-morbidades. Para a dependência química e sua recuperação a terapia também auxilia principalmente quando é elaborado e colocado em pratica um plano de prevenção à recaída.

Não há entrelinhas na recaída. 

Não há duvidas quanto a esse processo.

Todo dependente químico deve estar atento ao processo de recaída!

Todo processo de recaída pode ser percebido, identificado, intervindo e eliminado.

Infelizmente nem todos os dependentes químicos conhecem esse processo de recaída e sendo assim; provavelmente os que não conhecem seus processos, encontram dificuldades até os dias atuais para lidar com sua própria dependência e recuperação e as freqüentes recaídas acabam acontecendo.

Gostaria de informar aos senhores pais, filhos, esposas e esposos, irmãos, etc; que deixassem de se culpar pela dependência alheia. Bem se como se vangloriar da recuperação de cada individuo.

Digo isso pelo fato de um familiar desinformado poder ‘’sufocar’’ um dependente químico, ou qualquer outro membro da família fazer o mesmo. Ou sofrer com esse ‘’sufoco’’.

Algumas soluções que podem ajudar é o fato de respeitar a dependência química de seu ente querido; e entender que como membro familiar algumas alterações irá de fato ocorrer em seu dia a dia, em seus costumes, em sua vida!

Por exemplo; não é recomendado bares, festas, muitas vezes restaurantes para alcoólicos. Também sugere-se que não se faça consumo de doces que contenham licor, rum, vinho, champagne, etc.

Ao dependente pede-se em ocasiões como essas; muita franqueza caso haja algum incomodo sobre quaisquer situações que lhe traga medo, insegurança, culpa, vergonha, euforia. É preciso pedir ajuda.

Não se trata de uma questão de orgulho, vaidade mas sim de humildade e aceitação.

Aos dependentes químicos com um grande numero de internações, sugiro uma maior reflexão sobre o quanto deseja continuar se deteriorando. Sempre é hora de parar, de pedir ajuda, a outra opção é morrer, enlouquecer, ir preso…

Humildade é necessário inclusive para pensar; senão vou continuar acreditando que ‘’minha maneira de pensar’’ pode ser a melhor, mesmo sabendo que não é…

E só sei que não é……porque me interessei por mim mesmo; ouvi o que me disseram, e coloquei Deus acima e a frente de tudo.

O uso e consumo de álcool/drogas será sempre um caminho para o inferno. 

Sem maturidade e inteligência emocional a recuperação pode ser ‘’manca’’, e como uso as chances de tudo que é ruim, mal ou péssimo acontecer, é muito grande!!

E pense em seus ganhos com uso…afirmo sem te conhecer que o ganho com o uso, é covardemente menor que o ganho em viver sem drogas.

A família tem papel fundamental neste processo.

O mal da sociedade é que algumas pessoas podem de fato achar que não têm nada a ver com isso.

Pense! Só o perseverante chega a vitoria.

Não há vitoria sem Poder Superior, Deus.

Não há espiritualidade sem humildade.

Viver é bom!
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