quarta-feira, 24 de março de 2021

DOMINGO DE RAMOS



Esta Celebração abre a Grande Semana da nossa fé, a Semana santíssima, que culminará com a Solenidade da Páscoa, Domingo próximo. Já fizemos memória da Entrada do Senhor Jesus em Jerusalém. Ele é o Filho de Davi, o Messias esperado por Israel, que vem tomar posse de sua Cidade Santa.

Mas, que surpresa! É um Messias humilde, que entra não a cavalo, mas num humilde burrico, sinal de serviço e pequenez! Seu serviço será dar a vida por nós. Ele é Rei, mas rei coroado de espinhos e não de vanglória. Seguir o Senhor, erguendo nossos ramos para saudá-lo nesse dia é recolhê-lo como nosso rei, mas um rei pobre e humilde.

E servir a esse Rei, significa servi-lo nos pobres e nos pobres e humildes, participar da sua paixão é estar na cabeceira da cama dos doentes, é enxugar as lagrimas de quem chora, estar junto a Ele na Cruz, é ter compaixão por que passa fome, pois quem se dispõe a participar de Sua paixão e Cruz terá parte na glória de sua ressurreição.

Quero compartilhar apenas dois pensamentos:
Primeiro: O meio que Deus escolheu para nos salvar não foi o que é grandiosidade, da vanglória dos aplausos, mas pela humilde obediência. Jesus nos mostrou com sua vida que é, na humilde obediência de a vontade do Deus – que encontramos força e consolo em todas as nossas tribulações. Então meus irmãos, quanto maiores a provações do tempo presente, mais nos esforcemos na fidelidade a Deus, pois Ele é a nossa força e refúgio. O especialista no Impossível, é do Céu que vem nosso socorro.

Vivemos num mundo que nos tenta a todo momento a sermos os donos da verdade. Onde ouvimos a todo momento mentiras, tipo SE EU GOSTO TA CERTO, SE EU NÃO GOSTO TA ERRADO, desde quando nossos gostos são paramento do bem e do mal? O mundo despreza aos que seguem em suas vidas os preceitos do Senhor Deus, por isso o mundo está cada vez mais violento, dividido e injusto. Aprendamos a humilde obediência de Cristo Jesus, nos esforcemos a cada dia para estar em comunhão com a vontade do Pai, esse é o caminho da liberdade e da vida verdadeira, caso contrário seremos escravos da opinião dos outros, escravos do mercado, escravos de nossos desejos e caprichos.

Um segundo pensamento: Existem ao menos três modos de nos colocar diante do Cristo nosso Senhor. Dois modos inadequados, que deveremos evitar, e um modo correto ao que somos chamados a viver. Primeiramente, o modo dos discípulos, tão vergonhoso: “Então todos o abandonaram e figuram”. Quantos, nos apertos da vida, o abandonam: no vício, no comodismo, na busca de crendices e seitas, no fascínio por ideologias, ideias e filosofias opostas à nossa fé!

Sempre o mais fácil é fugir. Depois, o modo de é “seguiu Jesus de longe”. Quem pensa poder ser discípulo pela metade; quem se ilude, pensando seguir o Senhor sem combater seus vícios e pecados; quem imagina poder servir a Deus e ao dinheiro, a Deus e a luxuria, seguir ao Senhor e aos costumes e modos e pensamentos do mundo, acabarão como Pedro: negando conhecer Jesus!

Finalmente, uma atitude bela e digna de um verdadeiro discípulo do Senhor: que o sigam de perto até a cruz, como o Discípulo Amado, ao lado de tua Santíssima Mãe! Fiquemos com estes santos pensamentos, preparando-nos durante toda esta Semana para o Tríduo Pascal, que terá seu cume na Santa Vigília da Ressurreição!

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos,
Porque pela vossa santa Cruz remistes o mundo.

quinta-feira, 18 de março de 2021

5º Domingo da Quaresma


Com insistência, o Bom Deus nos aponta o caminho da salvação e da vida feliz, verdadeira e eterna. A Palavra de Deus nos ensina que a salvação depende de uma vida vivida na escuta atenta dos projetos de Deus e na doação total aos irmãos.

Na primeira leitura, do Livro do Profeta Jeremias, o Senhor Deus, apresenta para nós, seu povo, a proposta de uma nova Aliança. Está claramente se referindo a Aliança feita na Cruz, a Nova e definitiva Aliança no Sangue de Jesus.

Mas deixa claro que só participará dessa aliança quem estiver disposto a mudar o coração, pois só com um coração transformado pelo Espírito Santo, seremos capazes de pensar, de decidir e de agir de acordo com as propostas de Deus, e de conduzir a sua vida de acordo com esses valores que lhe asseguram a harmonia, a paz, a verdadeira felicidade.

Em suma, esse trecho do livro de Jeremias é uma mensagem de esperança, destinada a animar o povo pode Deus, em meia as provações e dificuldades sem fim que se abatiam sobre eles.

Jeremias diz, não desanimem, está próximo de nós um tempo novo, um recomeço, uma nova chance, uma nova aliança, que Deus irá oferecer ao seu Povo: após a catástrofe, será possível recomeçar tudo, pois Deus não abandona seu povo. Nem sempre conseguimos viver o amor, mas sempre poderemos recomeçar.

Deus está disposto a firmar uma nova Aliança com o seu Povo. Essa Aliança será, contudo, diferente da Aliança do Sinai.

A Aliança do Sinai foi uma Aliança externa, gravada em tábuas de pedra, que não atingiu o coração das pessoas, nem mudou à sua maneira de ser. Por isso, o Povo continuou a trilhar caminhos de infidelidade a Deus, de injustiça, de autossuficiência, de pecado. O Povo de Deus aderiu à Aliança do Sinai, da boca para fora, mas não de coração.

Deus propõe outro caminho, a Lei de Deus não pode ficar apenas gravada na pedra, mas deve ser guardada no coração, no íntimo de cada um, para estar presente, na fonte de onde nascem os pensamentos, onde se definem os valores, onde se decidem as ações, onde se fazem planos, e brotam os sonhos.

Com um "coração" assim transformado, cada um poderá viver na fidelidade à Deus, testemunhando o seu amor no mundo.

A segunda leitura, do livro de Hebreus, apresenta-nos Jesus Cristo, como sumo-sacerdote da nova Aliança, que vem ao nosso encontro para mostrar o caminho da salvação. Esse caminho, é viver uma intimidade com Deus por uma vida de oração, só assim estaremos em sintonia com a sua vontade e teremos a coragem para realizá-la em nossas vidas.

O Evangelho nos convida a olhar para Jesus, a aprender d´Ele, o amor radical a Deus que se realiza no serviço aos irmãos. O caminho da cruz parece, aos olhos do mundo, um caminho de fracasso e de morte; mas é desse caminho de amor e de doação, de onde brota a vida verdadeira e eterna que Deus nos quer oferecer.

Coragem, nós não estamos sós! Jesus caminha conosco, nos ampara, fortalece e dá sentido, até mesmo, ao nosso sofrimento.

quinta-feira, 4 de março de 2021

3 domingo da quaresma

 



Em toda a história da Salvação, vemos sempre o Bom Deus procurando por nós, quando estamos perdidos. O Senhor não nos abandona, sempre estende a sua mão de pai, e se empenha em nos conduzir para a vida.

Muito mais do que um milagre em nossa vida, o Bom Senhor, deseja nos dar uma vida toda nova, precisamos apenas acolher e viver segundo a sua Palavra.

Na primeira leitura do livro do Êxodo, Deus nos oferece os 10 mandamentos, que nos indicam o caminho para a vida e para a felicidade.

Os mandamentos dizem respeito às duas dimensões fundamentais da nossa existência humana: a nossa relação com Deus e a nossa relação com os irmãos.

Mas atenção, os mandamentos não são regras que devemos seguir, para escapar do castigo divino, ou alcançar favores de Deus; os mandamentos são na verdade indicações para o encontrarmos o caminho da felicidade, como "sinais de trânsito" com os quais Deus, no seu amor nos ajuda a encontrar os caminhos da liberdade e da vida e da felicidade verdadeira.

Na segunda leitura, São Paulo nos fala que a lógica do mundo é muito diferente da lógica de Deus. É preciso entender que a salvação da nossa alma, a vida plena, a felicidade verdadeira não de ser alcançada com poder, riqueza ou importância social, mas sim carregando cada dia a minha cruz - isto é, como o amor gratuito, com a vida doada no serviço simples e humilde aos irmãos.

O mundo diz, você será feliz se puder fazer tudo que quer, você vai ser feliz se não precisar de ninguém para nada – mentira, mentira, mentira – não se é feliz fazendo tudo que quer, se é feliz fazendo junto com os outros mesmo que para isso tenha que renunciar às minhas vontades, não se é feliz quando não precisamos de ninguém somos felizes quando temos alguém com quem contar. Não existe felicidade fora do calor das relações humana.

Vejam meus irmãos, tanto os Judeus e gregos, cada um à sua maneira, buscavam seguranças. Os judeus queriam ver milagres; os gregos procuram a lógica dos argumentos. Mas Jesus, não oferece nem isso nem aquilo, oferece mais que tudo isso, oferece o amor, e amor de cruz.

Mas a "cruz", meus irmãos, é incompreensível e inaceitável para os egoístas, gananciosos e interesseiros. A Cruz só pode ser compreendida por quem faz da sua vida uma oferta de amor, a sua família, a sua comunidade e aos necessitados.

Vejamos agora os vendilhões do templo. Jerusalém tinha 55 mil hab., e recebia 125 mil peregrinos para a festa da Páscoa, eram oferecidos 18 mil cordeiros, nesses dias. Para a Páscoa, eram vendidas licenças para barracas comerciais à volta do Templo. O dinheiro dessas licenças revertia para os funcionários do templo, e o sumo-sacerdote.

Vendiam-se os animais para os sacrifícios, havia, também, as tendas dos cambistas que trocavam as moedas correntes por moedas do templo, pois a ofertas do templo não eram aceitas em outras moedas. Esse comercio era uma exploração, dos mais pobres pelos que administravam o templo de Deus.

Ao contrário do que parece, o gesto de Jesus, não foi um acesso de raiva, pois o texto diz, que ele viu, e foi fazer um chicote de cordas, ou seja, foi de cabeça fria de caso pensado. Que lição para nós, não faça nada movido pela emoção, seja raiva, seja alegria, tristeza, seja a emoção que for, sempre iremos nos arrepender, vai e faz um chicote de corda, esfria a cabeça, reza, te aconselha e depois toma a decisão com serenidade.

O gesto de Nosso Senhor, aos expulsar os vendilhões do templo, não é um acesso de ira, mas uma lição. Ele que nos ensinar que o culto prestado a Deus no Templo de Jerusalém era, algo sem sentido. E pior ainda ao transformar a casa de Deus num mercado, era algo de nefasto: em nome de Deus faziam exploração, gerando miséria e injustiça. Que não aproximava ninguém de Deus, mas sim afastava.

Jesus, diz um "basta" a uma situação com a qual Deus não pode continuar a pactuar: "não façais da casa de meu Pai casa de comércio".

O verdadeiro culto à Deus, não pode se limitar a ritos litúrgicos, apenas dentro da igreja, por mais solene que seja.

O culto que Deus quer, deve abranger uma vida vivida na escuta das suas propostas e traduzida em gestos concretos de amor doação ao serviço dos irmãos. Que nossa participação na Eucaristia sempre nos leve a sair do nosso comodismo e da nossa autossuficiência para ir ao encontro do necessitado, do doente, do abatido, assim estaremos seremos verdadeiros adoradores, adorando em espírito e verdade.
Related Posts with Thumbnails