segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O MELHOR CONSELHO DE UM PAI

Um jovem recém casado estava sentado num sofá num dia quente e úmidobebericando chá gelado durante uma visita à casa do seu pai. Enquanto conversavam sobre a vida, o casamento, as responsabilidades, as obrigações e deveres da pessoa adulta, o pai remexia pensativamente os cubos de gelo no seu copo, quando lançou um olhar claro e sóbrio para seu filho, e disse: Nunca se esqueça de seus amigos! - aconselhou Serão mais importantes na medida em que você envelhecer.


Independentemente do quanto você ame sua família, os filhos que
porventura venham a ter, você sempre precisará de amigos. Lembre-se de, ocasionalmente, ir a lugares com eles; divirta-se na companhia deles; telefone de vez em quando...

Que estranho conselho - pensou o jovem. Acabo de ingressar no mundo dos casados. Sou adulto. Com certeza minha esposa e minha família serão tudo o que necessito para dar sentido à minha vida! Contudo, ele seguiu o conselho de seu pai. Manteve contacto com seus amigos e sempre procurava fazer novas amizades.

À medida em que os anos se passavam, ele foi compreendendo que seu pai sabia do que falava. À medida em que o tempo e a natureza realizavam suas mudanças e mistérios sobre o homem, os amigos sempre foram baluartes em sua vida.

Passados mais de 50 anos, eis o que o jovem aprendeu:
O Tempo passa.
A vida acontece.
A distância separa...
As crianças crescem.
Os empregos vão e vêem.
O amor se transforma em afeto.
As pessoas não fazem o que deveriam fazer.
O coração para sem avisar.
Os pais morrem.
Os colegas esquecem os favores.
As carreiras terminam.
Mas os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto tempo nem
quantos quilômetros tenham afastado vocês.

Um AMIGO nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo por você, intervindo em seu favor e esperando você de braços abertos, abençoando sua vida!

Quando iniciamos esta aventura chamada VIDA, não sabemos das incríveis alegrias e tristezas que experimentaremos à frente, nem temos boa noção do quanto precisamos uns dos outros...

Mas, ao chegarmos ao fim da vida, já sabemos muito bem o quanto cada um foi importante para nós!

VIVER A PRUDÊNCIA

Senhor, desejo ser tolerante, paciente, desejo não levar ao pé da letra os arrufos do repente. Ensina-me Senhor a Divina Ciência de compreender, de ter paciência, de não levar a sério às críticas caluniosas que a mim são dirigidas por meus irmãos. 

Os entes queridos ás vezes agem de modo agressivo, os colegas de trabalho, às vezes não medem as palavras, os conceitos errados que fazem, sem motivo. 

Tudo isso me aborrece Senhor, me rouba a paz, me entristece e eu sei que os pacíficos não alimentam contendas porque são pacificadores, misturam-se aos erros, mas não são pecadores. Dão a outra face, não por covardia, mas porque ouviram a razão falar um dia: “Se te ferirem a face direita, oferece também à esquerda”. 

É difícil Senhor, ser tolerante, ser paciente, mas com a Vossa ajuda poderei vencer mais esse obstáculo que se interpõe entre Vós e eu. Eu confio e sei que não estou a sós. 

Preciso Senhor, com muita urgência fazer o exercício da paciência. Sorrir, contornar, perdoar e amar.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

CIÚME EU?

Ciúme é "a reação complexa a uma ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à sua qualidade." Provoca o temor da perda e envolve sempre três ou mais pessoas, a pessoa que sente ciúmes, a pessoa de quem se sente ciúmes e a terceira ou terceiras pessoas que são o motivo dos ciúmes - o que faz criar tumulto. 

Esse sentimento apresenta caráter instintivo e natural, sendo também marcado pelo medo, real ou irreal, vergonha de se perder o amor da pessoa amada. O ciúme está relacionado com a falta de confiança no outro e/ou em si próprio e, quando é exagerado, pode tornar-se patológico e transformar-se em uma obsessão. 

A explicação psicológica do ciúme pode ser uma persistência de mecanismos psicológicos infantis, como o apego aos pais que aparece por volta do primeiro ano de vida; entre os quatro e seis anos de idade, a criança se identifica com o progenitor do mesmo sexo e simultaneamente tem ciúmes dele pela atração que ele exerce sobre o outro membro do casal; já na idade adulta, essas frustrações podem reaparecer sob a forma de uma possessividade em relação ao parceiro, ou mesmo uma paranoia. 

Nesse tipo de paranoia, a pessoa está convencida, sem motivo justo ou evidente, da infidelidade do parceiro e passa a procurar “evidências” da traição. Nas formas mais exacerbadas, o ciumento passa a exigir do outro coisas que limitam a liberdade deste. 

Algumas teorias consideram que os casos mais graves podem ser curados através da psicoterapia que passa por um reforço da auto-estima e da valorização da auto-imagem. 

Outros casos mais leves podem ser tratados através da ajuda do parceiro, estabelecendo-se um diálogo franco e aberto de encontro, com a reflexão sobre o que sentem um pelo outro e sobre tudo o que possa levar a uma melhoria da relação, para que esse aspecto não se torne limitador e perturbador. 

Ciúme é uma reação complexa porque envolve um largo conjunto de emoções, pensamentos, reações físicas e comportamentos: 

Emoções - dor, raiva, tristeza, inveja, medo, depressão e humilhação; 

Pensamentos - ressentimento, culpa, comparação com o rival, preocupação com a imagem, autocomiseração; 

Reações físicas - taquicardia, falta de ar, excesso de salivação ou boca seca, sudorese, aperto no peito, dores físicas. 

Comportamentos - questionamento constante, busca frenética de confirmações e ações agressivas, mesmo violentas. 

O ciúme, em princípio, é um sentimento tão natural ao ser humano como o tédio e a raiva. Nós sempre vivenciamos este sentimento em algum momento da vida, diferem apenas suas razões e as emoções que sentimos. Como todo sentimento, tem seu lado positivo e seu lado negativo. 

O ciúme está intimamente relacionado à inveja. A diferença é que a inveja não envolve o sentimento de perda presente no ciúme. Mas ambas são um misto de desconforto e raiva e atormentam aquele que cobiça algo que outra pessoa tem. Quanto mais baixa for a auto-estima, mais propensa está a pessoa de sofrer com um dos dois sentimentos. 

Outra diferença entre ambos reside no fato de o ciúme, quando ultrapassa certo limite, se transforma em patologia, coisa que não acontece com a inveja. 

Ciúme e inveja desviam o foco dos cuidados com a própria vida, tão preocupado se fica com a vida de outra pessoa. Por outro lado, se enfrentados, podem levar a atitudes positivas como melhorar a aparência, desenvolver novas habilidades e trabalhar a auto-estima. 

O ciúme patológico é visto pela psiquiatria como uma espécie de paranóia (distúrbio mental caracterizado por delírios de perseguição e pelo temor imaginário de a pessoa estar sendo vítima de conspiração). Para o ciumento, a fronteira entre imaginação, fantasia, crença e certeza se torna vaga e imprecisa, as dúvidas podem se transformar em ideias supervalorizadas ou delirantes. 

Quem sente ciúme a esse nível tem a compulsão de verificar constantemente as suas dúvidas, a ponto de se dedicar exclusivamente a invadir a privacidade e tolher a liberdade do parceiro: abre correspondências, bisbilhota o computador, ouve telefonemas, examina bolsos, chega a seguir o parceiro ou contrata alguém para fazê-lo. Toda essa tentativa de aliviar sentimentos, além de reconhecidamente ridícula até pelo próprio ciumento, não ameniza o mal estar da dúvida, até o intensifica. 

A pessoa ciumenta apresenta na sua personalidade um traço marcante de timidez e sentimentos de insegurança, problemas que costumam ter raízes na infância. Nesse caso, o tratamento passa por aplicação de técnicas de psicoterapia para melhorar a confiança do paciente em si mesmo. O processo deve envolver sua família pois o apoio no lar é imprescindível nesses casos. Reduzido o sentimento de insegurança, é esperado que diminua a aflição do ciúme. Só quem confia em si mesmo pode confiar em outros, de modo que parece lógico começar o tratamento pelo fortalecimento da autoconfiança. 

Não menos importante é atacar os sintomas físicos que o ciúme patológico provoca. O desequilíbrio no sistema nervoso aumenta o nível de adrenalina, interfere na dinâmica dos neurotransmissores e está na origem de muitas doenças psicossomáticas. Por isso, é fundamental apurar as causas desses sintomas e gastar a energia negativa em atividades como os exercícios físicos, meditação e trabalho que traga gratificação.

LADO POSITIVO DO CIÚME

Já todos passamos por situações ciumentas ou cenas de ciúmes – algumas partilhadas com o companheiro(a), outras sofridas em silêncio. Existem formas positivas de lidar com os ciúmes. 

1. CIÚMES = AMOR 

Observar o seu namorado(a) a conversar com outra mulher ou homem extremamente atraente pode facilmente despoletar sentimentos de ciúmes… e ainda bem! Talvez fosse pior se não sentisse nada! Ao verificar que outra pessoa possa sentir-se atraído pelo seu companheiro(a) e ver que essa reação se transforma numa pontinha de ciúmes, está a validar o seu amor por ele ou por ela, o orgulho que tem em estar com essa pessoa e a vontade que tem de a relação continuar a dar certo. Isso é extremamente positivo, por isso, porquê deixar que os ciúmes se transformem em algo negativo como uma cena ou discussão desagradável? 

2. CIÚMES = MAIS EMPENHO NA RELAÇÃO 

Já alguma vez pensou que os ciúmes que sente cada vez que o seu parceiro fala de uma certa colega de trabalho ou quando a sua namorada vai tomar café com aquele amigo podem ser um indicador de que falta algo na vossa própria relação? Talvez gostasse que ela o convidasse para ir tomar um simples café de vez em quando? Talvez gostasse de ter o tipo de conversas que ele tem com a colega do escritório? Transforme os ciúmes em mais empenho e dedique-se mais à sua relação, começando por comunicar as suas necessidades ao seu companheiro(a) e pedindo que ele/ela faça o mesmo. 

3. CIÚMES = AUTOESTIMA 

Os ciúmes não só criam sentimentos de frustração, raiva e insegurança no seio de um casal, como podem abalar a nossa própria autoestima: não sou tão bonito, inteligente, feliz ou confiante como essa pessoa com quem ele/ela está a conversar e a divertir-se imenso. Evite que os ciúmes se transformem em ataques negativos a si próprio – não se deite abaixo! Em vez disso, aproveite esse ataque ciumento para se auto-motivar e mude aquilo que quer mudar em si, seja o corte de cabelo, a forma como se veste ou o regresso ao ginásio. Independentemente do tipo de ciúme, utilize-o como um incentivo para cuidar mais de si, para crescer e ser uma pessoa melhor – quer seja a nível físico, mental ou espiritual. 

4. CIÚMES = QUEBRAR ROTINA 

Aproveite a intensidade e o “fogo” desses ciúmes para quebrar a rotina da própria relação! Não dê motivos para o seu parceiro(a) andar à procura de outro tipo de divertimento, para garantir isso, uma relação tem de ser acarinhada diariamente. 

5. CIÚMES = GESTOS DE CARINHO 

Quem se sente amado e acarinhado, dificilmente sente aqueles ciúmes avassaladores, porque está bem e sente-se seguro na sua relação. Mas, se tiver um ataque ciumento, isso não poderá ter na sua base a falta de carinho? E será que a outra pessoa não estará a sentir exatamente a mesma coisa? Uma relação saudável necessita de carinho físico e verbal, de forma contínua, e de ambas as partes. Transforme os ciúmes em gestos de carinho, em palavras positivas e crie mais amor na sua vida a dois.

COMO CONTROLAR OS CIÚMES?

Não há relação amorosa no mundo que não tenha sido ou que não será, num momento ou noutro, abalada pelos ciúmes de um dos elementos do casal. Faz parte da natureza humana e parece, quase sempre, mais forte do que nós, porém, não é. Ou seja, controlar os ciúmes é mais fácil do que imagina e vale a pena o esforço – a bem da sua sanidade mental e a bem do amor entre o casal… caso contrário, pode ser o início do fim de qualquer relação. 

Aprenda com o passado. Fazemos e reconhecemos os erros do passado para não voltar a cometê-los, nem no presente, nem no futuro, por isso, se o fato de ser ciumento já vem de teu passado, está na altura de o travar. Ninguém quer viver uma relação assim, até porque não resolve nada, antes pelo contrário. 

Evite fazer filmes. Quem é ciumento tem a tendência de deturpar a realidade, ou seja, um pequeno gesto ou palavra é o suficiente para despertar os ciúmes mais loucos o que, por sua vez, desencadeia um verdadeiro “filme” na sua cabeça. É importante não deixar que a sua imaginação fomente os ciúmes de uma coisa que pode nem ser real. As pessoas mais ciumentas precisam de aprender a distinguir a realidade da ficção, simplesmente porque nem tudo o que parece é. 

Não exagere. Os mais ciumentos têm a tendência de passar para a ação – discussões, acusações, vitimizações, agressões verbais e até físicas podem fazer parte de um ataque de ciúmes. Pense sempre duas vezes antes de reagir a qualquer provocação, no caso dos ciúmes, pense três. Será que vale realmente a pena? 

Segunda opinião. Nem todas as pessoas sabem lidar bem com os ciúmes, até porque essa é uma emoção que faz parte da natureza humana. Se é o seu caso e em vez de fazer cenas lamentáveis – e sobre as quais se vai arrepender mais tarde – procure um amigo(a) para desabafar as suas inseguranças e preocupações. É sempre bom ter a opinião de uma pessoa neutra, por isso, convide esse amigo(a) para sair convosco e peça-lhe para observar os vossos comportamentos e dizer da sua justiça: há ou não motivos para ciúmes? Lidou bem ou mal com a situação? 

Respeito próprio. Quem sofre insistentemente com ciúmes tende a sentir-se com baixa auto-estima e auto-confiança porque ao sentir-se ameaçado com a possível perda do companheiro(a) culpa-se a si e desencadeia uma série de ataques pessoais: ou porque é muito gordo, magro, pouco interessante ou inteligente… Esse tipo de negatividade é uma chama para manter o espírito ciumento a arder, por isso, é necessário respeitar-se e fazer-se respeitar. 

Conversas a dois. A comunicação é o pilar de qualquer relação. Em vez de fazer uma cena de ciúmes em frente aos amigos ou estragar aquela que estava a ser uma noite perfeita de regresso a casa no carro, respire fundo, analise a situação friamente e só depois (talvez até não seja má ideia dormir sobre o assunto) é que deve conversar com o seu companheiro(a). Sim, conversar e não confrontar ou gritar. Fale abertamente sobre aquilo que o incomodou e de como se sentiu. Certamente perceberá que afinal não foi nada e que não volta a acontecer ou melhor, a incomodá-lo. 

Dê atenção à relação. Quem estar obcecado em seguir cada passo e palavra do seu parceiro(a) dificilmente terá tempo ou paciência para dedicar à relação em si. Mas afinal o objetivo de estarmos com outra pessoa não é para viver e sentir uma proximidade saudável e apaixonante? Para nos conhecermos cada vez melhor, para nos apoiar-nos e fazer planos para o futuro? Para nos divertirmos? Então porque é que está a perder o seu precioso tempo a dois com ciúmes infundamentados? Se se dedicar tanto ao fortalecimento da relação como dedica aos ciúmes, essa palavra deixará de fazer parte do seu vocabulário.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

AS VEZES UM SORRISO BASTA

Um sorriso não custa nada e rende muito! 


Às vezes, faz-nos falta ter ao lado caras sorridentes. 

Em muitas ocasiões, sorrir é a melhor mortificação, porque custa. 

Sim, pode nos custar muito nos dias em que não nos sentimos bem ou andamos aflitos e preocupados, mas o esforço sacrificado de tentar sorrir por amor a Deus e por amor aos outros passando por cima das dificuldades, constitui um belo serviço, pois torna mais amável e alegre a vida. 

É estranho, mas alguns pensam que sorrir sem ter vontade é hipocrisia. Não é verdade. Por exemplo, fazer o esforço, no lar, de sorrir para evitar preocupações, angústias, tormentos, mau humor ao marido, à mulher, aos filhos, é um grande ato de amor. 

O sorriso afetuoso dissipa nuvens, desarma irritações, abre uma nesga de céu por onde pode entrar o sol da alegria e o bom humor. 

Por isso, deve-se lutar, esforçadamente, para não privar desse bem os outros. Sorrir não é só uma reação espontânea, uma atitude “natural” que não se pode controlar; pode - e deve, muitas vezes - ser um ato voluntário de amor, praticado com esforço consciente, pensando no bem dos outros. 

A este propósito, gosto de recordar um cartão de Boas-Festas que um amigo me mandou. Era uma folha de papel simples, xerocada, e trazia uma espécie de poema. Não sei se era da autoria dele ou se o tomara emprestado de alguma publicação ou da internet. Seja como for, o conteúdo era muito simpático. Debaixo do cabeçalho - um sorriso -, vinham as seguintes frases: 

- “Não custa nada e rende muito." 

- “Enriquece quem o recebe, sem empobrecer quem o dá." 

- “Dura somente um instante, mas os seus efeitos perduram para sempre." 

- “Ninguém é tão rico que dele não precise." 

- “Ninguém é tão pobre que não o possa dar a todos." 

- “Leva a felicidade a todos e a toda a parte." 

- “É símbolo da amizade, da boa vontade, é alento para os desanimados, repouso para os cansados, raio de sol para os tristes, ressurreição para os desesperados." 

- “Não se compra nem se empresta." 

- “Nenhuma moeda do mundo pode pagar o seu valor." 

- “Não há ninguém que precise tanto de um sorriso como aquele que já não sabe sorrir."

SILÊNCIO

A palavra certa nasce do silêncio e o silêncio eficaz nasce da Palavra. 

A palavra que cria de novo a comunidade e a reúne é acompanhada pelo silêncio. 

“Há um tempo para criar e um tempo para falar” (Ecle 3,7). Como no dia do cristão há determinadas horas dedicada a Palavra, especialmente as horas de culto e da oração em comum, assim durante o dia deve ter também períodos de silêncio que nasce da Palavra. Serão, sobretudo os momentos antes e depois da escuta da Palavra. Ela não atinge os homens rumorosos, mas aqueles que permanecem no silêncio. O Silêncio no templo é sinal da presença de Deus na sua Palavra. 

Calar antes de escutar a Palavra porque nossos pensamentos já estão voltados para a Palavra como uma criança que cala quando entra no quarto do próprio pai. Calar depois de ter escutado a Palavra afim de que ela continue falando, viva e habite em nós. Calar de manhã cedo, porque Deus deve ter a primeira Palavra e calar antes de deitar-se, porque a última Palavra pertence a Deus. Calar somente por amor à Palavra, isto é para honra-la e recebê-la como se deve. 

Calar é esperar a Palavra de Deus e ir embora depois de tê-la escutado e com sua bênção. Toda pessoa, por experiência própria sabe que é necessário aprender a calar sobretudo nesse tempo em que predomina a palavra. Trata-se realmente de aprender a calar, a fazer silêncio no próprio íntimo, a frear a própria língua o que não é senão natural e simples consequência do silêncio espiritual. 

Se aprendermos a calar diante da Palavra aprendemos também a usar corretamente do silêncio e da palavra durante o dia. 

O silêncio do cristão é um silêncio voltado para a escuta, um silêncio humilde que por amor pode ser rompido a qualquer momento. É um silêncio vinculado à Palavra. A ele se refere Tomás Kempis quando diz: “Ninguém fala com mais certeza do que aquele que cala de boa vontade”. O silêncio contém um maravilhoso poder de clarificação, de purificação, de concentração nas coisas essenciais. Um silêncio cheio de palavras, um deserto cheio de gente e uma oração cheia de Deus. O silêncio é dos mistérios do coração e do amor. 

O silêncio antes de escutar a Palavra leva a saber escutá-la realmente, e por isso a Palavra também nos fala no momento oportuno. As coisas inúteis são silenciadas e as essenciais são expressas em poucas palavras. O silêncio ajuda a pensar, a rezar e a descansar.

sábado, 6 de outubro de 2012

O MATRIMÔNIO É INDISSOLUVEL


A Palavra de Deus não deixa dúvida: o matrimônio é indissolubilidade. Parece ser esse um assunto proibido em nossos dias, por isso mesmo, precisa ser tratado com clareza, pois afinal, os cristãos são chamados a serem sal e luz, para a humanidade. 

Vejamos o plano de Deus, como está descrito no livro Gênesis. 

Deus, à medida que vai criando, vê que tudo é bom... Ao criar o ser humano, vê que “era muito bom”. Mas, há algo na criação que o Senhor Deus viu que não era bom: “Não é bom que o homem esteja só”. Se o ser humano é imagem e semelhança de Deus e Deus é Trindade, ele não foi criado para a solidão. Deus então decide criar a Mulher. Notemos os belos detalhes da criação da mulher: 

“O Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão”. O homem não participou da criação da mulher; Eva é tão obra de Deus quanto é Adão. 

Faz a mulher da costela de Adão. Nem da cabeça para ser superior, nem do pé para se inferior. Mas lado a lado com o homem, como companheira e igual! 

“E Adão exclamou: ‘Desta vez sim, é osso de meus ossos e carne da minha carne!” É a primeira vez que o homem falou, na Bíblia! E sua palavra foi uma declaração de amor... não a Deus, mas à mulher que o Senhor Deus lhe dera de presente: osso de meus ossos, carne de minha carne... parte de mim, cara metade, outro lado do meu coração! 

Então Deus declara: “O homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne”. O Senhor nos deixa claro e coisas: 

- o laço de amor entre o homem e a mulher é superior a qualquer outro laço, inclusive aquele que liga pais e filhos. 

- Esta união, é completa inteiro: uma só carne, um só coração, um só sonho, uma só conta bancária, uma só casa, um só futuro, um só destino! 

- É uma relação entre um homem e uma mulher. O respeito às pessoas homossexuais é dever de todos nós; cada pessoa tem o direito de dar o rumo que achar justo à sua vida. Mas, não podemos chamar de matrimonio uma relação afetiva que não seja entre um homem e uma mulher. 

Irmãos é preciso escutar o que Deus tem a dizer sobre a família! 

No tempo de Jesus havia o divórcio, e o Senhor embora todo misericórdia, condena a sua prática. Nos diz: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés permitiu o divórcio”! No entanto, no princípio não era assim, pois já não são dois, mas uma só carne. E afirma, “o que Deus uniu, o homem não separe!” 

Palavras duras, os próprios discípulos tiveram dificuldades em compreender. 

Irmãos, Jesus veio para emendar o mundo quebrado pelo pecado. Reconduzindo ao plano original de Pai, onde o amor seja uma entrega total e plena, fiel e fecundo. Este é o ideal apontado por Jesus. Nessa perspectiva o divórcio é contrário ao plano de Deus! A Igreja não tem autoridade para ensinar ou fazer diferente! Seria trair o Senhor! 

Surgem questões muito sérias: 

- Como prometer amor por toda a vida, se nosso coração é inconstante? 

- Como fazer uma aliança para sempre, se esta depende não só de mim, mas também da outra pessoa? 

- Como ficam nossos irmãos que estão numa nova união? 

Primeiro: o matrimônio cristão somente pode ser abraçado na fé, pro pessoas de fé, que vivem e alimentam a sua fé no Senhor. 

Segundo: é responsabilidade dos esposos cultivarem o amor, com o diálogo, os gestos de carinho e de perdão, de compreensão e de atenção. Pois, o amor ao contrário do que se diz, não nasce de repente, não é cego, nem morre de repente. O amor pode e deve ser cultivado e cuidado. 

Terceiro: a indissolubilidade é possível sim, pois Deus não brinca conosco, no seu amor não iria nos impor algo que não fosse não só possível, mas também excelente. As dificuldades conjugais, para o cristão, têm o nome de cruz, cruz que, assumida com amor e por amor, é transformada em alegria e ressurreição. A presença de Cristo na união conjugal não exclui as crises, as dificuldades, a incompatibilidade de temperamentos e até mesmo os erros das pessoas, mas tudo isso, por quanto doloroso possa ser, a luz da fé, pode se tornar caminho de crescimento e felicidade! O problema é que as pessoas casam como os cristãos, mas não creem nem vivem como os cristãos! 

Enfim não nos cabe julgar ninguém, devemos sim respeitar e acolher. Ajudando esses casais a viver esta nova união do melhor modo possível. Sem de modo algum, procurar por culpas e culpados. Mesmo porque, quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra. 

Que o Senhor socorra nossas famílias fortaleça o amor dos esposos, fazendo-os capazes de acolher a proposta do Cristo. Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos, amém.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

COMO VEJO FRANCISCO DE ASSIS

Vejo Francisco como um escândalo positivo e necessário que abalou seu tempo e continua impactando até hoje. Um modelo vivo do melhor que a humanidade produziu nestes últimos oito séculos, um santo natural, caseiro e vizinho de todos, com sua atraente simplicidade, com seu cristianismo de sedução, com sua conquistadora humildade e uma vida que arrasta. É o simpático admirado universalmente. Reuniu um número considerável de seguidores e seguidoras em sua época que santificaram estradas e paisagens. Amou apaixonadamente Jesus Cristo e seu Evangelho a ponto de ficar igualzinho ao Deus Encarnado, deixando que este amor marcasse seu corpo com as chagas do Amado. 


Vejo Francisco como um asceta que abraçou a fraternidade de um modo pleno e cordial; um cantor da criação, menestrel dos louvores mais puros ao Criador, uma comunhão de afetividade e espiritualidade, um cultor da paz e do bem. Ele é a estética do simples e o onipresente em tantas representações iconográficas. É o santo dos pobres e dos pássaros, da cruz e do presépio, da eucaristia e da poesia. É o santo dos caminhos e das grutas, das montanhas e das planícies, dos nichos e catedrais. Um cavaleiro fiel da Senhora Dama Pobreza cheio de fidelidade e gentileza. Um Sol de Assis, como diz Dante, e uma Clara Lua, como diz seu lado mãe e irmã na Clara Flor de Assis, confidente e portadora de seus contemplativos segredos. Um Mestre espiritual do Ocidente reverenciado no Oriente, um profeta que atravessa a linha de guerra das Cruzadas e vai dialogar com o sultão numa conversa de homens de têmpera e fé. 

Vejo Francisco como um mendigo despojado que possui a única riqueza essencial. Preso em Perugia libertou seus sonhos. Abraçou leprosos, curando as podres cicatrizes da exclusão. Tocou violino em galhos secos e dançou a alegria ridente e luminosa dos que possuem a liberdade de espírito. Reconstruiu a casa da existência calejando as mãos e cuidando dos pilares da alma. Brigou com o pai avarento e reconciliou-se com a prodigalidade. Deu um salto de qualidade para ensinar que conversão é mudar de lugar e não apenas câmbio de mentalidade. 

Vejo Francisco o jeito mais gostoso de ser irmão, a sensibilidade de uma mãe, a parceria de um compadre, a sempre presente energia de um amigo… 

Enfim, meu Pai Seráfico, Mestre Espiritual a ensinar que ser do jeito de Jesus não é estar na prisão de obscuras doutrinas, mas tornar fácil o caminho dos que vêm seguindo as marcas da Boa Nova. Assim vejo, sinto e vivo Francisco.

Por: Frei Vitório Mazzuco, OFM

terça-feira, 2 de outubro de 2012

VOCÊ TEM UMA PROVA DE SUA FÉ?

Para Deus, não precisamos provar nada, pois Ele conhece até a última fibra do nosso coração. Para os outros também não, pois para nossos amigos não precisa, e se tiver alguém que não goste de nós é inútil querer provar alguma coisa. Então só resta uma pessoa para quem precisamos provar que temos Realmente Fé em Deus: nós mesmos. Precisamos sim, provar a nós mesmos a nossa fé, em matéria tão séria não podemos ter dúvidas. 

Para provar a nossa fé palavras e sentimentos são inúteis, essa prova precisa ser realizadas por atos concretos. Existem milhões de meios que você pode usar para provar a sua fé em Deus. Alguns são bem simples: um olhar, um sorriso, um abraço, um gesto de atenção, um aperto de mão. Tem gente que apresenta sinais de fé em Deus que nos fazem chorar de emoção. 

Uma das provas de fé mais antigas que existem, é o costume de entregar a Deus, nossa vida, obras de caridade, nossas alegrias e dificuldades, como forma de para agradecer por tudo o que Dele recebemos, e desta forma estreitar nossa relação com nosso Pai amantíssimo. 

Desde muito tempo esse costume ganhou o nome de dízimo. Começou antes de Jesus Cristo, como nos conta o Antigo Testamento. Os primeiros a fazer a entrega, decidiram ofertar a décima parte do que haviam colhido, surgiu então à palavra Dízimo. Em nossa Comunidade da Paróquia São Sebastião, temos muitas pessoas que entregam o Dízimo com a maior alegria por testemunhar a sua fé, em primeiro lugar para si mesmo, fazendo esse gesto no altar e em comunidade. 

Como sabemos Igreja se mantém com o que os fiéis oferecem. Onde não tem Dízimo de todos os católicos, a Igreja tem que fazer festas para buscar o seu sustento, contrariando a vontade de Deus. Temos que fazer muitas festas sim, porque Jesus Cristo está vivo no meio de nós, mas festas para confraternização e união dos filhos de Deus. Mas Deus quer que a Igreja seja mantida com o Dízimo. Isto dá sentido novo à vida da comunidade, pois desperte em nós o sentimento de pertencer à família de Deus. 

Devemos lembrar sempre que Deus é o criador e está no comando de tudo. É bom saber que, somos filhos de Deus e que vivemos sob sua proteção. Quando mais O conhecemos, mais aumenta nossa felicidade. 

Se você não tem o costume e entregar o seu dízimo para agradecer a Deus por sua vida, preencha uma ficha de paroquiano na secretaria Paroquial. Deus derramará mais bênçãos ainda sobre você e sobre as pessoas que você quer bem.
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