terça-feira, 28 de abril de 2015

POR UM MUNDO SÓBRIO

Cada vez mais drogas para cada vez menos prazer.


A ironia perversa das drogas: é claro que droga dá prazer, se não ninguém usaria pela segunda vez. Logo de cara sofrem efeitos colaterais, ruins e suficiente para evitar qualquer desejo.

Quem fuma o primeiro cigarro de maconha pode ter efeito violento. Outra pessoa com uso prolongado começa a ter crises de paranoia suficiente para cortar o barato de qualquer um. Na outra face da moeda, maconha para alguns dá o prazer como dá o sexo e uma boa comida. Depende como o cérebro reage.

Cocaína, álcool, nicotina e maconha agem diretamente sobre o “sistema de recompensa” do cérebro aumentando a quantidade de dopamina. Dopamina circulando nos neurônios podem chegar dez vezes mais do que em estado normal e muito maior do que a encontrada durante o prazer cotidiano.

Se alguém berrar em seus ouvidos ou ir em uma balada com música super alta o tímpano se enrijece e reduz a transmissão dos sons. Resultado: é preciso aumentar o som. Tolerância em drogas surtem cada vez menos efeito das drogas, e precisa de drogas mais e mais fortes. Nunca vai ter o primeiro prazer outra vez como na primeira vez. Esse problema causa uma busca obsessiva de uma nova dose.

Cocaína por exemplo, produz uma sensação de euforia. Quando o nível de dopamina volta ao normal, o drogado quer mais e mais cocaína para tentar obter o bem estar anterior. Só obtém este bem estar com mais cocaína até aprender a dizer NÃO. Se não dizer “não” com a graça de Deus, drogas vem e vão com mais e mais intensidade. Vários exemplos colaterais: música não tem mais a mesma satisfação, sexo não é tão prazeroso. Só cocaína re-dá um prazer, e sempre menor. O prazer habitual diminui cada vez mais e precisa de drogas cada vez mais fortes como o crack.

O desejo é persistente. Podemos ficar “limpos” por meses ou anos e a memória de nosso hipotálamo sempre procurará drogas. Nunca chegamos ao “ponto zero” no sistema de recompensa. É como tentar alcançar o horizonte, nunca chegaremos lá. Drogas são um time que está sempre ganhando. Não mexa com esse time.

Sábias as palavras dos Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos, que muito antes de qualquer pesquisa científica já espalhavam entre si a mensagem de que o vício não se cura. Um alcoólatra nunca será capaz de voltar a beber “normalmente”. O vício no máximo se interrompe, ficando-se longe da droga um dia de cada vez.

GUADALUPE

Para avaliar o profundo significado de Guadalupe, é importante conhecermos o contexto histórico da época da aparição. Em 1325 os aztecas fundam a capital Fenochtitlán em uma ilha do lago Texcoco. A lenda conta que haviam visto uma águia devorar uma serpente, ainda hoje emblema nacional. Cumpriu uma profecia asteca e este emblema está a paz da imagem da Virgem.

A moralidade dos índios era defendida com rigor. Os ladrões eram punidos com a escravidão, os adúlteros com a lapidação, a pena de morte era infligida aos assassinos e aos jovens embriagados. Um Maguey, da família do cáctus, fornecia o pulque, sagrado néctar, bebida popular ainda muito usada no México; com as fibres retiradas das folhas podiam-se tecer poncho, tilma e manto que a santíssima Virgem deixou a sua imagem que era um sentimento religioso dos índios como a dança, a música, o teatro e as flores.

Primeira aparição – Era a manhã do sábado 9/12/1531, João Diego (1474-1548) indígena de Cuautitlán, há pouco convertido e batizado, se dirigia para a igreja de Santa Cruz de Tlatelolco para assistir às aulas de catecismo. Ao passar perto da colina de Tepeyac ouviu um suave gorgeio, um chilrear melodioso de passarinhos belíssimos e coloridos, cujo eco repercutia como música celestial.

João viu a bela Virgem e ela falou: “Fique bem entendido por ti, que és o menor dos meus filhos, que eu sou a sempre virgem santa Maria mãe do verdadeiro Deus, fonte da vida, do Criador que tudo compreende, o Senhor do céu e da terra. Desejo ardentemente que aqui seja construído para mim um templo, onde eu possa mostrar e oferecer todo o meu amor, a minha compaixão, o meu auxílio e a minha proteção – porque eu sou a vossa mãe misericordiosa – a ti, a todos os habitantes desta terra e aos outros devotos que me invocam com confiança. E para realizar o que minha clemência quer, irás ao palácio do Bispo Frei João de Zomararraga, do México, para dizer-lhe que fui eu que mandei.”

O prelado não acreditou nele. João Diego retomou o caminho de volta, desanimado e triste porque a sua missão não havia obtido êxito. João falou: “Te peço veementemente, minha Senhora e minha menina, que confies a tarefa a uma pessoa importante, eu sou um homem simples e um índio pobre.” A Virgem mandou João outra vez.

O bispo, com o objetivo de verificar a coisa, fez muitas perguntas, a que João Diego respondeu com grande exatidão. Então, pediu-lhe um sinal. Terceira aparição – João explicou o que aconteceu. A Senhora o viu e disse-lhe: “Tudo isso está muito bem, meu filhinho, voltarás aqui amanhã para o “sinal” que ele pediu. Então ele acreditará em mim. Agora vai-te embora, porque amanhã estou aqui esperando por ti.” No dia seguinte, uma segunda-feira, João Diego não se apresentou ao encontro marcado, porque na noite anterior, ao chegar em casa, havia achado o tio João Bernardino gravemente enfermo. O próprio tio pediu um sacerdote que viesse depressa confessá-lo eprepará-lo para uma boa morte.

Quarta e quinta aparição – Terça-feira, 12 de dezembro, antes do amanhecer, João Diego já estava a caminho do Tlatelolco à procura de um sacerdote... Seguiu outro percurso, em torno da colina, na direção do oriente, para assim poder chegar ao México mais depressa, sem entreter com a Senhora do céu. Apesar disso, ele a viu descer da colina. “Que houve, meu pequeno? Para onde está indo?” “Minha menina, minha filha pequeníssima, Senhora, espero que estejas contente. Sei que vou entristecer-te, mas quero que saibas que um tio meu está gravemente doente, contagiado pela peste. Estou indo buscar um sacerdote. Amanhã virei aqui sem falta.” Maria lhe disse: “Não estou aqui, eu que sou a sua mãe? Fica certo que neste momento o seu tio será curado. Sobe a árida colina para colher rosas magníficas e frescas, rosas de Castilha, desabrochadas fora da estação, muito perfumadas e cheias de orvalho.

Colocou-as no seu manto rústico (tilma/poncho) e, em seguida, como mensageiro digno de confiança, retomou o caminho ao longo das montanhas que levava diretamente ao México. Chegando ao palácio, ajoelhou-se diante do bispo e, depois de haver repetido a mensagem, abriu o manto branco que até então mantivera apertado contra o peito. Assim que as rosas de Castilha caíram no chão, apareceu sobre o manto a belíssima imagem da sempre Virgem mãe de Deus, que ainda hoje pode ser vista no santuário de Tepeyac, que traz o nome de “Guadalupe”.

Depois, João Diego ficou perto da igrejinha de Tepeyac, da qual foi guardião e cicerone durante 17 anos, simples e humilde, testemunha e apóstolo, totalmente consagrado ao serviço da Virgem morena. Depois da aparição de Guadalupe, as conversões ao cristianismo aconteceram em massa: 15 mil batismos por dia!

O sacerdote padre Miguel Hidalgo y Costilla, a 15/9/1810, com uma bandeira de Guadalupe iniciava a luta pela independência do México.

domingo, 5 de abril de 2015

FÉ NA RESSURREIÇÃO


"Ele viu, e acreditou." João 20,8

"É preciso a graça de Deus para acreditar na Ressurreição."  Carlos de Foucault

Quando os apóstolos de encontraram com o Ressuscitado a primeira reação foi medo, pensavam que estavam diante de um fantasma. O Senhor disse: - Vejam minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo. Um espírito não tem carne nem ossos como vocês podem ver que eu tenho. Dizendo isso, Jesus mostrou as mãos e os pés. E o medo se transformou em uma imensa alegria.

Acreditar é muito importante, pois toda a nossa felicidade depende da É a fé na Ressurreição. 

Jesus está vivo e ressuscitado! Acredita nisso meu irmão, minha irmã, pois disse depende a tua vida.

É a fé na Ressurreição nos dá a capacidade de passarmos pelos problemas, porque eles são passageiros. E a ultima palavra será sempre daquele que venceu. Se nós não acreditamos na Sua Ressurreição, cada tribulação se torna um desespero e, em vez de caminharmos sobre os problemas, nós afundamos com eles.

É a fé na Ressurreição livra você de todo medo, angústia e sofrimento. Jesus, no Horto das Oliveiras, viveu um momento de muita tristeza, mas Ele não sucumbiu. A Sua É a fé na Ressurreição O fez vencer.

É a fé na Ressurreição que nos da à força necessária para vencermos. É a fé na Ressurreição que nos faz saber que se Jesus venceu a morte, nós também venceremos os nossos problemas.

É a fé na Ressurreição que nos faz acredita que outra vida nos espera.

É a fé na Ressurreição que nos faz receber a cura.

É a fé na Ressurreição nos faz acreditar que a vida vale à pena.

É a fé na Ressurreição que nos faz lutar pelas pessoas que amamos.

É a fé na Ressurreição que nos colocando acima de qualquer obstáculo que a vida possa nos apresentar. 

É a fé na Ressurreição que traz a pessoa que estava pedida no pecado de volta à vida. 

É a fé na Ressurreição a única força capaz de fazer alguém se livrar do álcool e das drogas.

É a fé na Ressurreição que nos das à serenidade de saber que não importa como foi o dia de hoje, no fim tudo acabara bem.

É a fé na Ressurreição que nos faz acreditar que podemos sempre dar a volta por cima. 

É a fé na Ressurreição que nos dá força para perdoar uma traição, uma ingratidão, uma agressão, nos devolve a paz interior e me faz passar mais leve pela vida.

É a fé na Ressurreição que nos faz levantar da cama todas as manhãs para enfrentar a luta diária carregando a cruz de cada dia.

É a fé na Ressurreição que não nos deixa desanimar quando caímos e nos ajuda a levantar mais uma vez.

É a fé na Ressurreição que nos faz continuar acreditando mesmo quando todos nos dizem desiste não tem mais jeito.

É a fé na Ressurreição que mantém a família unida quando perde os pais.

É a fé na Ressurreição que não deixa uma mãe enlouquecer quando perde um filho.

Irmãos amados, a lista ainda poderia ser muito maior, mas enfim, não existe força de mal tão grande que pela É a fé na Ressurreição não possa ser vencida.

A força que a Palavra da Palavra de Deus vem dessa verdade: Cristo Ressuscitou, Ele morreu, mas está vivo. 

Não sei explicar meus irmãos, mas se pararmos para pensar existe algo dentro de nós nos dá testemunho disso, faz-nos sentir que é verdade.

Deixe seu coração acreditar, se permita ter fé na ressurreição, e Receba do Ressuscitado a força que cura te faz vencer.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

PODER DO SANGUE DE JESUS

Queres conhecer o poder do Sangue de Cristo? Voltemos às figuras que o profetizaram. Recordemos a narrativa do Antigo Testamento. Disse Moisés: “Imolai um cordeiro de um ano e marcai as portas com o seu sangue” (Ex 12,6-7).

Que dizes Moisés? O sangue de um cordeiro tem poder de libertar uma pessoa dotada de razão?

“Claro que não! Liberta não porque é sangue, mas por ser figura do sangue do Senhor. Se, agora, o inimigo, em vez do sangue simbólico marcando as portas, vir brilhar, nos lábios dos fiéis, portas do templo dedicado a Cristo, o Sangue verdadeiro, fugirá para ainda mais longe!”.

Queres compreender mais profundamente o poder deste Sangue? Repara de onde ele começou a correr e de que fonte brotou. Começou a brotar da própria Cruz, e a sua origem foi o lado do Senhor. Estando Jesus já morto, e ainda pregado na Cruz – diz o Evangelista – um soldado aproximou-se, feriu-lhe o lado com a lança, e, imediatamente, saiu água e sangue: água, símbolo do Batismo; sangue, símbolo da Eucaristia.

O soldado, transpassando o lado de Cristo, abriu uma brecha na parede do Templo Santo! Eu, encontrando um grande tesouro, alegro-me com estas riquezas extraordinárias! Assim aconteceu com este Cordeiro (de Deus, Jesus): eles mataram um cordeiro e eu recebi o fruto do sacrifício!

“De seu lado saiu Sangue é Água” (Jo 19,34) – não quero (fiel cristão) que trates com superficialidade o segredo de tão grande Mistério. Falta-me explicar-te outro significado místico e profundo! Eu disse que esta Água e este Sangue são símbolos do Batismo e da Eucaristia. Destes Sacramentos nasceu a Santa Igreja, pelo banho de regeneração e renovação no Espírito Santo, isto é, pelo Batismo e pela Eucaristia, que brotaram do lado de Cristo. Pois Cristo formou a Igreja do seu lado transpassado, assim como do lado de Adão foi formada Eva, sua esposa.

Por esta razão, a Sagrada Escritura, falando do primeiro homem, usa a expressão “ossos dos meus ossos e carne de minha carne” (Gn 2,23), que São Paulo menciona, aludindo ao lado de Cristo. Pois assim como Deus formou a mulher do lado do homem, Cristo, do seu lado, nos deu a Água e o Sangue, para que surgisse a Igreja. E assim como Deus abriu o lado de Adão, enquanto ele dormia, também Cristo nos deus a Água e o Sangue, durante o sono de sua morte.

Vê como Cristo se uniu à sua Esposa (a Igreja)! Vê com que alimento nos sacia! Do mesmo alimento nos faz nascer e nos nutre. Assim como a mulher, impulsionada pelo amor natural, alimenta com o próprio leite e o próprio sangue o filho, que deu à luz, também Cristo alimenta sempre com seu Sangue aqueles a quem deu o novo nascimento.

(São João Crisóstomo, 2ª leitura da Sexta-Feira Santa)

QUINTA FEIRA SANTA

O que você faria se soubesse que morreria amanhã? O que você falaria para as pessoas que te cercam se soubesse que aquelas seriam suas últimas palavras? Quais seriam seus atos se soubesse que seriam seus últimos gestos? Se você fosse um pregador, qual seria o seu último sermão?

Essa era exatamente a condição de Jesus. Diz a Bíblia que “sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai...” (v.1). Jesus sabia exatamente o que o aguardava ainda aquela noite. Ele sabia que horas depois seria traído, entregue aos principais sacerdotes e abandonado pelos seus discípulos. Por isso, aquelas eram horas preciosas. Com certeza muito havia a ser dito. Muitas palavras a serem proferidas. Muitos conselhos a serem dados. Inúmeras recomendações a serem feitas. Entretanto, naquela noite memorável, Jesus abre mão do discurso e lança mão do exemplo. Ele não fala, ele age. Ele não prega um sermão, ele vive a pregação.

O ministério terreno de Jesus durou três. E, neste tempo, os discípulos tiveram a grande oportunidade de conviver diariamente com o Mestre. Três anos ouvindo suas pregações, preleções e estudos bíblicos. Os discípulos testemunharam diversos milagres: curas, libertações e até ressurreições. Durante esse período, os apóstolos participaram da intimidade de Jesus.

O texto relata os últimos momentos de Jesus com os seus discípulos. E é exatamente para essa noite que Jesus havia reservado as últimas lições do discipulado. 

1ª Lição é o Amor -O texto diz que “tendo Jesus amado os seus, amou-os até o fim”. É um amor sem limites, um amor levado às últimas consequências. Até o dom da própria vida. 

Jesus transmite aos seus que é absolutamente impossível segui-lo sem amar. O amor é uma condição imprescindível para ser feliz aqui e participar da eternidade. 

Outro ponto que merece destaque diz respeito ao amor incondicional de Jesus. Somos amados não pelo que fazemos ou deixamos de fazer. Não é um amor baseado numa relação de troca ou barganha. Não há nada que eu possa fazer para Deus me amar mais; não há nada que eu possa fazer para Deus me amar menos. Não há nada nesse mundo que abale o amor de Jesus. Jesus amou todos, inclusive Judas.

O texto diz que Jesus lavou os pés de todos os discípulos, inclusive os pés de Judas. Jesus está lavando os pés daquele que, naquela mesma noite, iria traí-lo. Até o ultimo momento, até na hora do nojento beijo da traição, Jesus no seu amor ainda esperava Judas se arrepender e se salvar.

2ª Lição de Humildade (v. 4-5). Lucas, no seu Evangelho, narra que durante a ceia os discípulos começaram a debater entre si qual deles seria o maior (Lc 22,24). Foi exatamente no meio dessa discussão que Jesus se levanta e se despoja de sua túnica, ensinando aos seus discípulos o verdadeiro sentido de grandeza no Reino de Deus. É um crescimento que nos leva ao despojamento, desapego e serviço. 

O texto afirma que Jesus tomou uma toalha, deitou água na bacia e passou a lavar os pés dos discípulos. Quando alguém oferecia um banquete ao receber convidados, colocava um escravo na porta da entrada para lavar os pés daqueles que chegassem para a refeição. Como pode se observar, Jesus assume uma postura de um escravo.

Lembremo-nos ainda que Jesus é Deus, e, como tal, encontra-se despido de sua glória, envolto em uma toalha, de joelhos, lavando os pés de pecadores. A palavra humildade é tapeinós (grego), de onde se origina a palavra tapete. Ou seja, a raiz da palavra humildade sugere alguém que está disposto a ser pisado e humilhado. É bom recordar que, anos antes desse evento, o profeta João Batista havia dito que ele não era digno nem mesmo de desatar as sandálias de Jesus (Mc 1:7). No entanto, Jesus, o Deus encarnado, ajoelha-se diante de seus discípulos e, não apenas desata as correias de suas sandálias, mas, ainda, lava os seus pés.

3ª Lição de Serviço (v. 14-16). Jesus mostra aos seus que ser seu discípulo é, antes de tudo, ser um servo. Conta-se que, certa vez, um jovem viu o árduo trabalho feito pela Madre Tereza de Calcutá junto aos leprosos. Um trabalho árduo, difícil e sem nenhum prestígio nem reconhecimento. Ao presenciar o trabalho da devota freira, ele exclamou: “Eu não faria esse trabalho nem por um milhão de dólares!”. A freira respondeu: “Eu também não!”. Ele perguntou: “Então, por que a senhora o faz?” Madre Tereza, prontamente, lhe respondeu: “Por amor!”.

Note-se a palavra – ‘para que, como eu vos fiz, façais vós também’.

Ensinar através do exemplo não é a melhor maneira de influenciar as pessoas e inculcar fortemente os princípios ensinados. É a única. Jesus utilizou diversas formas de ensino para treinar seus discípulos: pregação, parábolas, estudos, atos. Entretanto, aqui ele se utiliza do melhor e mais eficaz método de ensino: o exemplo. Jesus não nos pediu nada daquilo que ele mesmo não tenha feito. Assim, naquela noite de quinta-feira, antes de se despedir dos discípulos, Jesus traz a eles lições preciosas. “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (v. 15).

SEXTA FEIRA SANTA

No Evangelho da paixão, nós vemos que as suas últimas palavras foram: “Tudo está consumado”. Isto é, cumpri minha missão. Fiz tudo o que o Pai me havia pedido. Nós estamos mergulhados em um mundo pecador, mas nele temos a missão de ser luz, e de cada um de nós cumprir bem a sua vocação, perseverando até o fim. 

Jesus não procurou sofrimentos, o que ele queria era fazer a vontade do Pai. Nós também não procuramos sofrimento, mas estamos firmes no desejo fazer a vontade do Pai, mesmo que isto nos custe.

Jesus não ficou em cima do muro diante dos pecadores, mas tomou posição em favor da verdade, da justiça e do respeito aos mandamentos de Deus. Nós, igualmente precisamos ser fieis a verdade e a justiça.

As palavras de Jesus nos orientam: “A verdade vos libertará.”

3 pontos vemos em Jesus, no momento da sua paixão: 

1) No meio da crise, ele rezou, buscando a ajuda de Deus Pai. 

2) Perdoou a todos os que o maltratavam e morreu sem mágoa de ninguém. 

3) Caiu muitas vezes, mas se levantou, e a morte o encontrou em pé. “Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus”.

A oposição a Jesus foi gradativa. Começou no seu primeiro discurso em Nazaré, quando quiseram jogá-lo morro abaixo.

As autoridades tentaram ignorá-lo, não deu certo; tentaram jogar o povo contra ele, não deu certo; tentaram cooptá-lo, convidando para refeições nas casas dos chefes, não deu certo, pois Jesus criava constrangimento durante a própria refeição, como o caso da pecadora que veio chorar aos seus pés; tentaram discutir com ele em público, mas Jesus sempre vencia, como caso da mulher de sete maridos, a questão do imposto a César, o caso da mulher adúltera...

A morte de Jesus foi bolada de tal modo que ninguém assumiu o crime: as autoridades judaicas passaram para a autoridade romana; esta pediu para o povo decidir, e lavou as mãos. Como o povo é anônimo, quem condenou ficou também anônimo. Na verdade ele carregou os nossos crimes e morreu em nosso lugar.

Jesus até ridicularizou a sua condenação: “Eu vos mostrei muitas obras boas; por qual delas me quereis matar?”

Jesus não mudou o seu discurso diante das ameaças de morte; pelo contrário, mostrou o próprio pecado de condená-lo.

Jesus é como o fogo do fundidor que purifica a prata e o ouro. É como o sabão das lavadeiras. Vai purificar os filhos, como a prata, para que possam apresentar a Deus uma oferenda que seja de acordo com a justiça. Os sofrimentos servem para nos purificar, a fim de que sejamos uma prata pura diante de Deus.

É interessante um detalhe do fundidor de prata. Ele fica olhando, para que a prata não passe do ponto. E o ponto é quando ele vê o seu próprio rosto refletido na prata. Este é o sinal e que ela está pura. O sofrimento produz em nós o mesmo efeito do fogo purificando a prata. Ele vai queimando tudo o que é impuro em nós. Quando Deus, ao nos olhar, vê o seu rosto refletido em nós, aí sim, estamos purificados. Jesus também passou por essa purificação, para nos dar o exemplo.

Certa vez, uma paróquia estava celebrando cinquenta anos de existência, e os jovens resolveram apresentar uma dramatização. Foi a seguinte:

O palco estava vazio, entrou uma moça e começou a falar do profeta Samuel. Enquanto ela falava, veio um rapaz do meio do povo, que tinha na camisa a palavra Samuel. “Acontece que Samuel morreu” disse a apresentadora. Nesta hora o rapaz deitou-se no chão.

Ela começou a falar de Judite e dos grandes feitos dela. Veio a Judite, que também morreu, deitando-se no chão.

Ela citou o rei Davi e suas qualidades. Apareceu Davi, que também morreu. E assim ela foi citando: A rainha Ester, S. Pedro...

Em seguida, a apresentadora citou vários cristãos da paróquia, que foram grandes catequistas e evangelizadores, mas que também já morreram. E ela perguntou: “E agora, a evangelização na nossa paróquia morreu com eles?”

Neste momento, veio do meio do povo uma jovem, subiu no palco e disse: “Nós aqui somos os continuadores desses que nos precederam. E mais: Nós não vamos deixar apagar a memória deles”. E os dois foram levantando, um por um, todos os que estavam deitados.

“Como o Pai me enviou, eu vos envio”, disse Jesus. 

Campanha da fraternidade. Em meio ao mundo violento, o cristão deve ser como o bom samaritano da parábola, isto é, dar a mão às vítimas, fazendo o que está ao seu alcance. Assim, os “feridos” terão pelo menos uma certeza: tenho irmão, uma irmã ao meu lado.

Maria Santíssima não morreu, mas também foi para o céu. No seu momento mais difícil, que foi a morte do seu Filho, certamente ela pensava: “Meu Filho, o que você poderia ter feito por este povo e não fez? Você lhes deu a vida e eles lhe deram a morte; você os salvou, eles o mataram! Mas sei que você se sente realizado, porque fez o que mais queria: a vontade de Deus Pai. Por isso eu também assumo esta minha dor, Filho. E mais: atendendo ao seu pedido, quero ser a Mãe de todos os seus discípulos.”

quarta-feira, 1 de abril de 2015

DONA MARICOTA

Hoje foi a missa de sétimo dai de Dona Maricota uma senhora por muitos conhecida e querida por todos. 

Contaram-me que, a algum tempo atrás chegando do hospital, ela disse aos familiares: 

- Pedi franqueza aos médicos, pedi que não me poupassem de saber a verdade sobre meu estado de saúde. 

Diante dos olhares ansiosos, ela continuou: - Eles me revelaram que sou portadora de uma moléstia incurável e que minha previsão de vida é de aproximadamente 4 meses. 

- E a senhora nos conta isso com essa naturalidade? Perguntou uma das filhas, em prantos. 

Continuou a senhora, com muita serenidade: - Ora, eu tenho um bom tempo para fazer tudo que já devia ter feito há muito. 

Arrumarei todos os meus armários, guardarei o que realmente uso e o resto jogarei fora ou doarei a quem precisa. Colocarei belas cortinas em todas as janelas e elas me impedirão de ficar olhando a vida alheia. Todos os dias tirarei o pó da casa e, durante esse trabalho, pensarei: Estou livrando-me das sujeiras que guardei do passado. Evitarei ouvir e assistir más notícias e alimentarei o meu espírito com leituras saudáveis, conversas amigáveis, dispensarei fofocas e não criticarei a mais ninguém. Pensarei naqueles que já me magoaram e, com sinceridade, os perdoarei. Todas as noites agradecerei a Deus por tudo que estarei conseguindo fazer nestes últimos 4 meses que me restam. Todas as manhãs, ao acordar, perguntarei a mim mesma: O que posso fazer para tornar o dia de hoje um dia melhor? E farei de tudo para transmitir felicidade àqueles que de mim se aproximarem. E a cada dia que passar farei pelo menos uma boa ação. 

Quatro meses são mais de 120 dias, portanto, quando eu fechar os olhos para nunca mais abri-los, eu terei feito no mínimo 120 boas ações. 

Todos que a ouviam, pouco a pouco se retiraram dali, indo cada um para um canto, para chorar sozinho. A mulher ali ficou e nos seus olhos havia um brilho de alegria. 

Pensava consigo mesma: não posso curar meu corpo, mas posso mudar a vida que me resta. Ela tinha uma grande tarefa: transformar seu mundo interior, tornar-se uma pessoa totalmente diferente do que já fora em apenas 4 meses ela conseguiu cumpri-la plenamente. 

O mais curioso dessa história é que, após a notícia dada aos familiares, ela viveu mais 23 anos. Ela curou a sua própria alma e sua moléstia desapareceu; ela morreu de velhice. 

"Se você não quer ser esquecido quando morrer, escreva coisas que vale a pena ler ou faça coisas que vale a pena escrever." (Benjamin Franklin) 

Os homens que tentam fazer algo e falham são infinitamente melhores do que aqueles que tentam fazer nada e conseguem." (Martyn Lloyd Jones)
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