quarta-feira, 1 de abril de 2015

DONA MARICOTA

Hoje foi a missa de sétimo dai de Dona Maricota uma senhora por muitos conhecida e querida por todos. 

Contaram-me que, a algum tempo atrás chegando do hospital, ela disse aos familiares: 

- Pedi franqueza aos médicos, pedi que não me poupassem de saber a verdade sobre meu estado de saúde. 

Diante dos olhares ansiosos, ela continuou: - Eles me revelaram que sou portadora de uma moléstia incurável e que minha previsão de vida é de aproximadamente 4 meses. 

- E a senhora nos conta isso com essa naturalidade? Perguntou uma das filhas, em prantos. 

Continuou a senhora, com muita serenidade: - Ora, eu tenho um bom tempo para fazer tudo que já devia ter feito há muito. 

Arrumarei todos os meus armários, guardarei o que realmente uso e o resto jogarei fora ou doarei a quem precisa. Colocarei belas cortinas em todas as janelas e elas me impedirão de ficar olhando a vida alheia. Todos os dias tirarei o pó da casa e, durante esse trabalho, pensarei: Estou livrando-me das sujeiras que guardei do passado. Evitarei ouvir e assistir más notícias e alimentarei o meu espírito com leituras saudáveis, conversas amigáveis, dispensarei fofocas e não criticarei a mais ninguém. Pensarei naqueles que já me magoaram e, com sinceridade, os perdoarei. Todas as noites agradecerei a Deus por tudo que estarei conseguindo fazer nestes últimos 4 meses que me restam. Todas as manhãs, ao acordar, perguntarei a mim mesma: O que posso fazer para tornar o dia de hoje um dia melhor? E farei de tudo para transmitir felicidade àqueles que de mim se aproximarem. E a cada dia que passar farei pelo menos uma boa ação. 

Quatro meses são mais de 120 dias, portanto, quando eu fechar os olhos para nunca mais abri-los, eu terei feito no mínimo 120 boas ações. 

Todos que a ouviam, pouco a pouco se retiraram dali, indo cada um para um canto, para chorar sozinho. A mulher ali ficou e nos seus olhos havia um brilho de alegria. 

Pensava consigo mesma: não posso curar meu corpo, mas posso mudar a vida que me resta. Ela tinha uma grande tarefa: transformar seu mundo interior, tornar-se uma pessoa totalmente diferente do que já fora em apenas 4 meses ela conseguiu cumpri-la plenamente. 

O mais curioso dessa história é que, após a notícia dada aos familiares, ela viveu mais 23 anos. Ela curou a sua própria alma e sua moléstia desapareceu; ela morreu de velhice. 

"Se você não quer ser esquecido quando morrer, escreva coisas que vale a pena ler ou faça coisas que vale a pena escrever." (Benjamin Franklin) 

Os homens que tentam fazer algo e falham são infinitamente melhores do que aqueles que tentam fazer nada e conseguem." (Martyn Lloyd Jones)

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