terça-feira, 28 de abril de 2015

GUADALUPE

Para avaliar o profundo significado de Guadalupe, é importante conhecermos o contexto histórico da época da aparição. Em 1325 os aztecas fundam a capital Fenochtitlán em uma ilha do lago Texcoco. A lenda conta que haviam visto uma águia devorar uma serpente, ainda hoje emblema nacional. Cumpriu uma profecia asteca e este emblema está a paz da imagem da Virgem.

A moralidade dos índios era defendida com rigor. Os ladrões eram punidos com a escravidão, os adúlteros com a lapidação, a pena de morte era infligida aos assassinos e aos jovens embriagados. Um Maguey, da família do cáctus, fornecia o pulque, sagrado néctar, bebida popular ainda muito usada no México; com as fibres retiradas das folhas podiam-se tecer poncho, tilma e manto que a santíssima Virgem deixou a sua imagem que era um sentimento religioso dos índios como a dança, a música, o teatro e as flores.

Primeira aparição – Era a manhã do sábado 9/12/1531, João Diego (1474-1548) indígena de Cuautitlán, há pouco convertido e batizado, se dirigia para a igreja de Santa Cruz de Tlatelolco para assistir às aulas de catecismo. Ao passar perto da colina de Tepeyac ouviu um suave gorgeio, um chilrear melodioso de passarinhos belíssimos e coloridos, cujo eco repercutia como música celestial.

João viu a bela Virgem e ela falou: “Fique bem entendido por ti, que és o menor dos meus filhos, que eu sou a sempre virgem santa Maria mãe do verdadeiro Deus, fonte da vida, do Criador que tudo compreende, o Senhor do céu e da terra. Desejo ardentemente que aqui seja construído para mim um templo, onde eu possa mostrar e oferecer todo o meu amor, a minha compaixão, o meu auxílio e a minha proteção – porque eu sou a vossa mãe misericordiosa – a ti, a todos os habitantes desta terra e aos outros devotos que me invocam com confiança. E para realizar o que minha clemência quer, irás ao palácio do Bispo Frei João de Zomararraga, do México, para dizer-lhe que fui eu que mandei.”

O prelado não acreditou nele. João Diego retomou o caminho de volta, desanimado e triste porque a sua missão não havia obtido êxito. João falou: “Te peço veementemente, minha Senhora e minha menina, que confies a tarefa a uma pessoa importante, eu sou um homem simples e um índio pobre.” A Virgem mandou João outra vez.

O bispo, com o objetivo de verificar a coisa, fez muitas perguntas, a que João Diego respondeu com grande exatidão. Então, pediu-lhe um sinal. Terceira aparição – João explicou o que aconteceu. A Senhora o viu e disse-lhe: “Tudo isso está muito bem, meu filhinho, voltarás aqui amanhã para o “sinal” que ele pediu. Então ele acreditará em mim. Agora vai-te embora, porque amanhã estou aqui esperando por ti.” No dia seguinte, uma segunda-feira, João Diego não se apresentou ao encontro marcado, porque na noite anterior, ao chegar em casa, havia achado o tio João Bernardino gravemente enfermo. O próprio tio pediu um sacerdote que viesse depressa confessá-lo eprepará-lo para uma boa morte.

Quarta e quinta aparição – Terça-feira, 12 de dezembro, antes do amanhecer, João Diego já estava a caminho do Tlatelolco à procura de um sacerdote... Seguiu outro percurso, em torno da colina, na direção do oriente, para assim poder chegar ao México mais depressa, sem entreter com a Senhora do céu. Apesar disso, ele a viu descer da colina. “Que houve, meu pequeno? Para onde está indo?” “Minha menina, minha filha pequeníssima, Senhora, espero que estejas contente. Sei que vou entristecer-te, mas quero que saibas que um tio meu está gravemente doente, contagiado pela peste. Estou indo buscar um sacerdote. Amanhã virei aqui sem falta.” Maria lhe disse: “Não estou aqui, eu que sou a sua mãe? Fica certo que neste momento o seu tio será curado. Sobe a árida colina para colher rosas magníficas e frescas, rosas de Castilha, desabrochadas fora da estação, muito perfumadas e cheias de orvalho.

Colocou-as no seu manto rústico (tilma/poncho) e, em seguida, como mensageiro digno de confiança, retomou o caminho ao longo das montanhas que levava diretamente ao México. Chegando ao palácio, ajoelhou-se diante do bispo e, depois de haver repetido a mensagem, abriu o manto branco que até então mantivera apertado contra o peito. Assim que as rosas de Castilha caíram no chão, apareceu sobre o manto a belíssima imagem da sempre Virgem mãe de Deus, que ainda hoje pode ser vista no santuário de Tepeyac, que traz o nome de “Guadalupe”.

Depois, João Diego ficou perto da igrejinha de Tepeyac, da qual foi guardião e cicerone durante 17 anos, simples e humilde, testemunha e apóstolo, totalmente consagrado ao serviço da Virgem morena. Depois da aparição de Guadalupe, as conversões ao cristianismo aconteceram em massa: 15 mil batismos por dia!

O sacerdote padre Miguel Hidalgo y Costilla, a 15/9/1810, com uma bandeira de Guadalupe iniciava a luta pela independência do México.

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