terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

SEM MEDO DE RECOMEÇAR

Havia, certa vez, um senhor que gostava muito de galo. O que ele mais admirava era ver um galo cantar. Um dia, ele procurou um pintor e pediu que pintasse para ele um galo com o pescoço levantado e bico aberto, como se estivesse cantando. O pintor pediu seis meses para pintar o quadro. Passados os seis meses, o homem foi buscar a sua encomenda. Quando chegou, o pintor lhe pediu: "Por favor, espere um pouquinho". Foi lá dentro, pegou uma tela nova, sem nada pintado, colocou-a no cavalete, pegou os pinceis e começou a pintar. Em meia hora o galo ficou pronto, e belíssimo. O homem gostou muito do galo. Mas ficou encabulado, pensando: "Por que ele pediu seis meses, se fez o serviço em meia hora? Certamente ele vai cobrar menos do que o preço alto que me deu quando encomendei". 

Quando foi pagar, o preço era aquele mesmo que fora combinado. Então o homem reclamou: "Mas como? O senhor cobrar tudo isso por apenas meia hora de trabalho? O pintor respondeu: "Meia hora não senhor, venha aqui ver". Levou-o até uma sala e mostrou: estava cheinha de pinturas de galo até o teto. E o pintor explicou: Desde que o senhor veio aqui, todos os dias eu pinto um galo. Assim eu fui treinando, e melhorando cada dia. Por isso que hoje eu o fiz tão rápido e bem feito.

Nós somos assim, vivemos caindo e levantando, acertando e erando, e aprendendo com nossos erros, sempre sem medo de recomeçar, melhorando sempre a cada dia, acreditando que sempre podemos ser pessoas melhores, tudo depende do treino. Educando nossos instintos, pelas obras quaresmais de piedade, penitência e caridade, podemos vencer a desfiguração do pecado e transfigurar o mundo.

QUEM AMA O FEIO BONITO LHE PARECE

Certa vez, um príncipe, em uma caçada, sendo atacado por uma fera, foi salvo por dois camponeses de aldeias próximas. Agradecido, deu a cada um dos camponeses um saco de sementes especiais, quase mágicas, que garantiriam grande produção. 

Muitos anos depois, já coroado rei, voltou às aldeias para ver o resultado de sua oferta. O primeiro camponês era agora rico, dono de uma grande fazenda, mas vivia assustado, cercado de arame farpado e guardas, numa aldeia sem recursos, no meio da miséria dos vizinhos. 

A segunda aldeia ele quase não reconheceu. Era agora uma comunidade maravilhosa, com boas escolas, estradas para escoar a produção, hospital, saneamento, uma beleza! É que o segundo camponês optou por partilhar com os vizinhos às magníficas sementes que recebera. 

Nesta historinha, aparecem direitinho as duas maneiras de usar os dons que Deus nos dá: conforme o plano de Deus e contra esse plano. Transfigurando a vida ou desfigurando ela. 

Irmãos o que transfigura a nossa vida é o amor, tanto é que costumamos dizer “quem ama o feio bonito lhe parece”. Já viu uma mãe achar um filho feio, por mais torto que seja sempre dirá que coisa linda esse meu filho. O que desfigura a vida é o egoísmo, raiz de muitos pecados, e o orgulho. Nada deixa uma pessoa mais feia do que se achar melhor que os outros.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

O PAPA NÃO ERRA


Com pesar, mas com profunda compreensão e amor, a Santa Igreja recebeu agora a notícia da renúncia de Bento XVI a partir do dia 28 de fevereiro. Deixando de lado as justas razões de sua decisão histórica, corajosa, coerente e fervorosa, gostaria de prestar um profundo agradecimento a este gigante que sempre serviu a Igreja, sem se servir dela para sua promoção pessoal. É um autêntico “humilde servo da vinha do Senhor”, que a serviu desde a primeira hora.

Obrigado Bento XVI porque mesmo já com 78 anos o senhor aceitou a missão hercúlea de ser o Vigário de Cristo, o “Doce Cristo na Terra”, como disse Santa Catarina de Sena, e cumpriu belamente esta missão até o limite de suas forças. Descansa sábio, douto e santo Papa.

Obrigado pois o senhor, denunciou abertamente a “ditadura do relativismo”, a negação da existência da verdade. O senhor é um arauto e paladino da verdade que salva e que liberta; e que o mundo sem Deus não aceita.

O senhor é odiado por isso, mas mesmo assim jamais se rendeu aos que querem impor a Igreja o uso da camisinha, o casamento de pessoas do mesmo sexo, o aborto, a eutanásia, a manipulação de embriões, e tantos outros males morais que destroem a família e civilização.

Obrigado porque o senhor não teve medo de dar a cara para apanhar, em nome de Jesus Cristo, também esbofeteado por seus algozes.

Obrigado porque o senhor não se curvou diante de um feminismo barulhento e vazio, interno à Igreja, e de um modernismo que quis lhe impor a quebra do celibato sacerdotal, a aceitação da ordenação de mulheres e outras extravagâncias. O seu zelo e a sua coragem atraíram muitos fiéis para a Igreja e seu número cresceu a partir de 2011, bem como o número de sacerdotes e consagrados.

Obrigado porque o senhor fez a Igreja entender que o mais importante é a qualidade dos católicos e não apenas o seu número.

Obrigado Santo Padre, porque no Ano Sacerdotal, quando o demônio investiu contra a Igreja e contra o Papa, acusando-o de ter acobertado a pedofilia, o senhor mostrou o quanto agiu para arrancar essa praga da Igreja.

Obrigado porque o senhor fez, como São Francisco, a reconstrução da Santa Igreja, diante de um mundo muito mais imoral e difícil, sedento de destruir a Igreja. Certamente o novo Papa vai continuar este trabalho de enfrentar o secularismo, o ateísmo e o hedonismo.

Obrigado porque, tal como um novo São Bento de Núrcia, o senhor deu início ao reerguimento do Ocidente, como o Santo fez na época em que os bárbaros tudo dominaram. Hoje há uma barbárie ainda pior, que não saqueia as cidades e vilas, mas que mata as almas.

Obrigado porque o senhor ama a Igreja profundamente, e soube sabiamente interpretar o Vaticano II, defendendo-o dos ataques que recebeu tanto do lado ultraconservador, como do ultramoderno.

Obrigado Papa querido por toda a sua vasta cultura colocada a serviço do ministério petrino, “fazendo-se tudo para a todos salvar”. Obrigado pelas dezenas de livros maravilhosos que o senhor escreveu; especialmente pelas magistrais encíclicas “Deus caritas est”; “Spes Salvi”; e “Caritas in Veritate“.

Obrigado por tantas homilias, catequeses, visitas apostólicas, viagens internacionais, encíclicas, cartas, motu próprios, etc. para guiar o Rebanho do Senhor. Obrigado porque o senhor sempre nos falou de Deus com uma coragem profética. Obrigado porque o senhor sempre mostrou a importância da unidade da fé com razão, sempre defendeu a liberdade religiosa, chorou com os que choram e sorriu com os que se alegram.
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