sábado, 29 de setembro de 2012

QUEM NÃO É CONTRA NÓS É A NOSSO FAVOR

“Quem não é contra nós é a nosso favor”. Jesus Caminho, Verdade e Vida da humanidade, fundou a sua Igreja una, santa, católica e apostólica. Igreja que permanece de modo pleno na Igreja católica, que conserva com fidelidade aos mesmos elementos desde o início: 

- a Palavra de Deus; 

- a Eucaristia; 

- os sete sacramentos; 

- o ministério de Pedro, presente no seu legitimo sucessor, o Papa; 

- o ministério episcopal, no qual se concretiza a sucessão apostólica; 

- a caridade fraterna; 

- nos dons e carismas; 

- na missão de anunciar Jesus ao mundo como Senhor e Salvador; 

- nos mártires testemunhas máximas de Cristo; 

- na presença materna da Virgem Maria; 

- nos Santos, amigos de Cristo. 

A Igreja católica é a Igreja de Cristo, pertence a Cristo e, por sua graça conserva tudo o que recebeu do seu fundador. 

Mas, Cristo é maior que a sua Igreja, a força do Espírito Santo, pode se manifestar também fora da Igreja católica. Pensemos naqueles guardam a Palavra de Deus, e creem em Jesus como Senhor e Salvador, nutrindo um amor sincero a Jesus, vivendo na caridade fraterna, às vezes manifestando maior ardor missionário que nós. Tudo isso deve ser, para nós, católicos, causa de alegria. Ainda que não estejam em comunhão com a Igreja de Cristo e faltem-lhes elementos essenciais da Igreja de Cristo, Jesus nos convida à tolerância e ao amor para com eles. 

Isto não significa que tanto faz ser católico como não ser, que o importante é a fé em Jesus e pronto. Não! É absolutamente falso afirmar que as questões de doutrina não são importantes. O Novo Testamento está repleto de advertências contra os que ensinam doutrinas erradas e contrárias à fé dos apóstolos. Todo o Cristão é convidado a buscar a unidade da Igreja em torno de Cristo, sem abrir mão da fidelidade ao que recebemos de nosso fundador. Mas, é necessário deixar claro o dever que todos temos da tolerância respeitosa e amorosa para com os separados. 

Nos entristece, ouvi-los falar calunias e mentiras da Igreja que amamos, mas deve nos alegrar ouvi-los falar bem de Cristo e pregar o Evangelho. É deles que o Senhor fala no evangelho: “Quem vos der a beber um copo da água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa”. 

Embora nossa primeira tendência é rejeitar o diferente, procurar logo os defeitos e condenar, o Senhor nos pede respeito àqueles que, sem ser dos nossos, adoram conosco Cristo Jesus como Deus e Salvador. 

Mas, a Palavra de Deus também fala de radicalidade. Tolerância para com os outros; radicalidade para conosco. 

Radicalidade no respeito pelos fracos na fé: “Se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço”. Não basta ser tolerante com os de fora; é necessário mais ainda ser cuidadoso com os irmãos de nossa paróquia, de nossas pastorais. 

Quantas vezes uma palavra dura, um mau exemplo, uma atitude pode fazer esfriar a fé do irmão que esta iniciando sua caminhada. Deus nos livre, de servir a Deus passando por cima dos outros! Deus nos guarde de um cristianismo sem amor! Com os de fora, tolerância e respeito; com os de dentro, amor e cuidado. É impressionante o quanto Jesus nos faz responsáveis uns pelos outros. 

Radicalidade para cortar o que em nós leva ao pecado e ao afastamento de Cristo: “Se tua mão (faz) te leva a pecar, corta-a... Se teu pé (vai) te leva a pecar, corta-o... Se teu olho (deseja) te leva a pecar, arranca-o!” Jesus é claro: não entrará na vida quem sinceramente não combater aquilo que o faz tropeçar no caminho cristão. 

A radicalidade de apoiar-se somente no Senhor e não nas nossas posses materiais: nossas riquezas apodrecem e nosso ouro enferruja, triste de quem é rico para si, desprezando os outros, mas não é rico para Deus! 

Devemos ter a coragem de arrancar de nossa vida tudo que nos atrapalhar na vida cristã, tudo quanto nos fizer tropeçar. Se combatermos nossas fraquezas humanas, o Senhor não nos abandonará, ao contrário, se nos acomodamos ao mal, então nosso coração irá se endurecendo e afastando do Senhor, nos iremos enchendo de nós mesmos e nos esvaziando de Deus, seremos ricos de pecados, ricos de uma vida soberba, ricos para si mesmos e não para Deus. 

Que o Senhor, pela sua graça, nos dê toda tolerância e toda intolerância. Toda tolerância com os irmãos e toda intolerância com o nosso pecado.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

DEUS TRINDADE

O mundo está cheio de vestígios da grandeza e da sabedoria de Deus. A imensidão do mar, a majestade do firmamento, a beleza das estrelas e das flores, a multiplicidade da vida das plantas e dos animais, e sobretudo a inteligência do homem, que se manifesta nas ciências e nas artes, fazendo dele um vivo reflexo da divindade. 

Mas houve quem observasse como, nesse universo uno e múltiplo, há uma particular insistência no ritmo ternário, que deve ter algum misterioso nexo com o próprio mistério de Deus. 

Assim é que há três dimensões do espaço: comprimento, largura e altura. 

Há três reinos na natureza: mineral, vegetal e animal. 

Há três estados dos corpos: sólido, líquido e gasoso. 

Há três ambientes em que vivem os seres vivos: terra, água e ar. 

Há três etapas do tempo: presente, passado e futuro. 

Há três cores fundamentais: vermelho, azul e amarelo. 

O mais perfeito dos polígonos é o triângulo eqüilátero, que tem três ângulos iguais e três lados iguais. 

Há três pessoas do discurso: eu, tu, ele. 

Há três grandes áreas do trabalho humano: agricultura, indústria e serviços. 

Há os três poderes no governo democrático: legislativo, executivo e judiciário. 

Há três partes de uma redação: introdução, desenvolvimento e conclusão. 

Há três partes de um dissertação: tese, antítese e síntese. 

Há três etapas do método: ver, julgar e agir. 

Sem falar na tendência irresistível de dividir uma obra em três volumes e uma conferência em três partes. 

Para o homem que observa tudo isso e que tem fé, vem espontânea a pergunta: Deus não estará querendo chamar a atenção para algo de seu próprio mistério? 

E, depois que sabemos pela doutrina da Revelação que Deus é uno em três pessoas, não temos dúvida em concluir: Deus deixou no mundo vestígios também da Trindade. 

O universo é um canto infinito ao Deus Uno e Trino. 

E esse canto se torna hoje mais vivo e mais fervoroso pela voz de toda a Igreja, quando o giro do ano litúrgico nos traz a celebração da festa da Santíssima Trindade. 

Como que se intensifica esse louvor que milhões de vozes fazem subir ao céu todos os dias: "Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo". 

Esses nomes divinos nos quais fomos batizados um dia. 

Um só Deus em três pessoas: é o mistério fundamental de nossa fé. 

Somos visceralmente monoteístas, como os israelitas e os muçulmanos: acreditamos que Deus é um só. 

Mas nós cristãos temos um privilégio que eles não têm: sabemos e cremos pela palavra da Escritura, que em Deus há três pessoas. 

Há o Pai, princípio sem princípio; há o Verbo (o Filho), nascido do Pai antes de todos os séculos, no esplendor da eternidade; há o Espírito Santo, que, também desde toda a eternidade, procede do Pai e do Filho. 

Um pouco como no homem - eis aqui um novo vestígio da Trindade - há o pensamento que procede da inteligência, e o amor que procede do coração. 

Santo Tomás de Aquino, seguindo os passos de Santo Agostinho, chamam a atenção para esse maravilhoso vestígio da Trindade. Conta-se que certa vez São Tomás estava na praia... 

Mas, diante do mistério, o que nos cabe é adorar. 

A Igreja, desde os primeiros séculos, na voz de seus Concílios, na reflexão de seus teólogos e na oração de seus místicos - particularmente Santa Teresa - vem ajudando o povo de Deus a se aproximar com reverência do grande mistério, seguindo uma luminosa norma de Santo Agostinho, que, aliás, escreveu um precioso tratado sobre a Trindade: "perscrutar é temeridade; crer é piedade; conhecer será um dia nossa eterna felicidade". 

Dante Alighieri, depois de ter criado com a riqueza de sua fantasia as mais esplêndidas imagens para descrever o Reino dos bem-aventurados, na terceira parte de sua "Divina Comédia", quando chega à contemplação poética da Santíssima Trindade, tem vôos simplesmente sublimes, como o deste terceto: "O luz que vives de teu próprio ardor, - que em ti te sentes e és por ti sentida, - que em ti, e só por ti, és graça e amor". Mesmo esse inigualável poeta não consegue ir muito adiante. E acaba depondo a pena e exclamando: "Da fantasia a força me fugiu". 

O bom é exclamarmos com São Pauto: "O abismo da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus! " (Rm. 11,33). Senhor, nós te adoramos!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

COMO LER A BÍBLIA

Por - Pe. Bonifácio Schmidt

A Bíblia é uma biblioteca de 73 livros em um volume só. Ela contém Palavra de Deus. Para ouvirmos, lermos, termos contato com a Palavra de Deus, a bíblia é um dos meios privilegiados. Deus se dirige a seu povo e quer conversar com ele. O ideal é ler em comunidade (povo!) a bíblia e descobrir o que Deus quer nos falar hoje através de um texto bíblico que é, na verdade, um texto humano. Este texto humano da bíblia tem mais de dois mil ou até mais de três mil anos e isto quer dizer que foi escrito em outra época, cultura, sociedade, muito diferentes que a nossa época, cultura e sociedade. 

A Palavra de Deus tomou de empréstimo o jeito humano de falar e de se expressar. Nós precisamos entender o jeito humano da época em que foi escrito para podermos chegar à Palavra que Deus nos quer dirigir hoje. Enquanto escrito histórico não é palavra de Deus. Ela se torna Palavra de Deus quando encontra um leitor com fé. Um ateu pode ler e estudar a bíblia mas não vai encontrar palavra de Deus porque lhe falta o dom da fé. 

É bastante importante entender o que o escritor humano quis dizer para os seus leitores, os seus contemporâneos. Para isso é bom diferenciar os gêneros literários: saber quando se trata de poesia (salmos), de história (Crônicas, 1Macabeus), de profecia (Samuel e Reis, Jeremias, Isaías, Joel,), de contos épicos (Pentateuco, de modo geral), de romance (Ester), de testemunho (evangelhos), de carta (cartas do Novo Testamento), de ironia e humor (Jonas), etc. 

Ela pode se tornar Palavra de Deus HOJE para nós. Por isso, é muito importante vermos o HOJE para o qual a palavra contida na bíblia tem alguma mensagem. Enquanto a bíblia não nos fala para dentro de nossa vida é provável que não captamos a Palavra de Deus e apenas tenhamos informações sobre histórias sagradas. A Palavra de Deus é descrita com muita propriedade por Hebreus 4,12s: “Pois a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes; penetra até dividir alma e espírito, junturas e medulas. Ela julga as disposições e as intenções do coração. E não há criatura oculta à sua presença”. 

Um excelente modo de fazer este contato com a bíblia é em grupo, ou comunidade onde todos possam oferecer sua contribuição. Círculo bíblico, grupos que se exercitam no método da leitura orante, estudos bíblicos, etc. Tudo pode favorecer a familiaridade com a bíblia e com isso o contato freqüente com a Palavra de Deus. 

Escutar Deus falar para nós, sem dúvida, é das coisas mais importantes que podemos fazer na vida! Mas precisamos nos reeducar para tanto. Esta é a tarefa que conscientemente precisamos assumir. Ou nos reeducamos e vamos escutar Deus nos falando para dentro da nossa vida e nos ajudando a viver de modo mais gostoso ou a gente vai tocando a vida em frente com dificuldade mas não permitindo que Deus possa ajudar. Deus nos quer um bem imenso e nunca vai querer o pior mas sempre quer o melhor para nós. Para que isto possa acontecer nós precisamos nos deixar envolver por Deus. 

É o Espírito Santo que está no mais íntimo de nós quem poderá nos ajudar a encontrar a Palavra de Deus. Ele esteve presente em todo o processo de inspiração da bíblia e está também presente quando tentamos descobrir o que Deus nos quer falar. Quando procuramos viver sozinhos, sem a ajuda amorosa de Deus nós nos desumanizamos, nos alienamos do projeto de salvação de Deus. Quando nos esforçamos para escutar Deus na sua verdadeira palavra de libertação dos males então nos humanizamos como ele nos projetou. Fazer isto é das coisas mais gostosas da vida. 

Faça da sua vida algo muito gostoso. Use com muita freqüência o canal de comunicação com a Palavra pelo Espírito Santo que mora em ti. O Espírito Santo vai te iluminar para poderes compreender com grande gosto e aplicar na vida a Palavra de Deus.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

ANA LUIZA

Qual tem sido o seu papel na vida das pessoas?
Jun 2010 - Vida normal

Jul 2010 - aniversário de 7 anos
(2 meses antes do diagnóstico) 

20 Set 2010 - Dia do diagnostico através da ressonância
Out 2010 -1º Ciclo de Químio

Out 2010 -2º Ciclo de Químio 

Out 2010 - Saindo animada de uma consulta 

Nov 2010 -3º ciclo de Químio

16 Dez 2010 Recuperando dos efeitos da químio   
01 Jan 2011 - Ano Novo, Chapéu Novo 
18 Jan 2011 - Aguardando na indução anestésica 
18 Jan 2011 - Apos a cirurgia, ficou apenas 12h na UTI


20 Jan 2011 - Tomando um sorvete de napolitano 



jan 2011 -Em casa, apos 5 dias da cirurgia




Fev 2011 -Apos implante de cateter central 

Fev - 2011 Cateter
Fev 2011 -Alta apos colocação do cateter
Fev 2011 - Coleta
Fev 2011 -Aguardando para fazer a cintilografia óssea 

Fev 2011 -Distraindo a cabeça enquanto 
faz químio de altas doses


Fev 2011 -Fazendo graça com o coletor de vômitos 

Marco 2011 - UTI 
Marco 2011 - Voltando a sorrir graças a Polvina 
Marco 2011 - Comendo um macarrão
com molho de tomate na UTI
Mar 2011 -Feliz da vida, fora da UTI
Mar 2011 - Recebendo muitas visitas
e ganhando muitos presentes.
Mar 2011 -Planejamento da Radioterapia

Abr 2011 -Dia da alta
apos 47 dias de internação
Fabi e Ana Luiza, juntas na luta contra o cancer. 

E tão fácil reclamar da rotina. Eu que o diga. Depois de 1 mês de internação, não agüentava mais o cheiro do pao de queijo da lanchonete do hospital, minhas costas gritavam de dor por causa do sofá (que usava como cama) e a rotina desgastante do tratamento me impedia de dormir por mais de 3 horas ininterruptas. Durante a madrugada, toda hora entrava uma enfermeira no quarto, tinha um remédio pra dar, levá-la ao banheiro arrastando um suporte de soro, quantificar a urina... 

Enquanto eu me lamentava, lá estava Ana Luiza... rindo! Enfrentou uma barra pesadíssima, passou por circunstancias que você só imagina em filmes de terror e estava lá... rindo pela centésima vez do Robin Rotten, o vilão de Lazy Town. Se pra mim a rotina era ruim, pra ela deveria ser péssima, mas nada deveria nos impedir de sorrir. Que dizer, de dar gargalhada. Era exatamente isso que ela fazia.

Sabe que muitas vezes a escolha de resmungar e reclamar da vida e sempre mais facil, porque quando a raiva vem, queremos logo falar e botar tudo pra fora, aprender a viver é difícil, mas não impossível, assim como a cura dessa pequena menininha chamada Ana Luiza, quando vejo que tem tanta gente que passa por situações muito mais complicadas que as minha eu penso que nao sou nada mesmo, e de nada vale a vida se eu não fizer escolhas certas, escolhas que mudaram toda a minha vida que hoje eu vivo e que ainda viverei... 

Qual tem sido a sua escolha?

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

SOBRE PLÁGIO E PREGUIÇA DE PENSAR

Fonte: 
Andreia Santana,
Master em jornalismo on line, 
pesquisadora de literatura e redes sociais, 

A geração atual, descrita em um verbete da Wikipédia no futuro, será definida como “destituída de senso crítico, incapaz de pensar por conta própria, sem capacidade de contextualizar o mundo onde vive histórico-político-socialmente, desonesta e essencialmente analfabeta funcional”. Se você pertence à geração atual e não se encaixa na descrição, parabéns, pois faz parte do grupo das honrosas exceções. No entanto, não quero falar das honrosas exceções, mas da regra de comportamento da nossa classe estudantil, seja no ensino fundamental II (5º ao 9º ano), ensino médio, graduação ou mesmo pós. 

O plágio, em consequência da preguiça de pensar que se alastra feito praga pela humanidade cada dia mais teleguida, webguiada, facebookeguiada, googleguiada, de uma prática condenada, desonesta, imoral, anti-ética e criminosa, virou recurso dos “espertos” contra os “otários”. Professores otários e claro, autores otários de textos copiados descaradamente por gente que até teria a mesma capacidade de produzir conteúdo semelhante ou melhores, mas que por preguiça e um senso de oportunidade distorcido em oportunismo, pega o caminho mais fácil. 

... 

Já vi gente incompetente ascender a cargos estratosféricos em empresas usando para isso o talento e o trabalho de seus subordinados. Mas essas pessoas, igualmente dignas de pena, só são reconhecidas dentro da empresa porque usam recursos como assédio moral e ameaças para manter sua máscara de super capacitados. Mas isso não significa que quem trabalha com essas criaturas não saiba quem elas são de verdade e muito menos quer dizer que, uma vez que percam a “boquinha” no empregão dos sonhos, terão capacidade de se estabelecer em outro lugar com o mesmo status. 

O crime não compensa e quando aparenta compensar, é só uma questão de tempo, esse nosso amigo implacável, para que, como diz a gíria de carceragem, “a casa caia”. 

Não adianta plagiar, não adianta pedir para os pais, amigos, conhecidos ou blogueiros fazerem o dever de casa ou o artigo acadêmico que você está assinando. A fraude vai ser descoberta. E mesmo que ela não seja, a perda é toda sua, plagiador, porque quem escreveu o texto que você copiou, se achando um esperto mensaleiro da vida estudantil, tem capacidades e competências que você, na sua ignorância e na ânsia em passar à frente dos demais, jamais vai desenvolver. Só lamento pela sua mediocrização voluntária!

EXISTEM PESSOAS INSUBSTITUÍVEIS

"Ninguém é insubstituível"! 

Será? E Beethoven? 

Quem substituiu Beethoven?

Ouvi essa história esses dias, e achei muito pertinente falar sobre isso. Afinal falam em descobrir talentos, mas, no fundo continuam achando que os pessoas são peças de reposição, e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar. 

Então, pergunto: quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico? Etc.?… 

Todos esses talentos que marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, mostraram que são sim, insubstituíveis. Que cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Não estaria na hora revermos nossos conceitos e começarem a pensar em como ajudar as pessoas à reparar seus 'erros ou deficiências', em vez de simplesmente substitui-las?

Acredito que ninguém se lembra e nem quer saber se BEETHOVEN ERA SURDO , se PICASSO ERA INSTÁVEL , CAYMMI PREGUIÇOSO , KENNEDY EGOCÊNTRICO, ELVIS PARANÓICO… O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos. Nos cabe mudar o olhar sobre as pessoas nossos esforços, em descobrir os PONTOS FORTES DE CADA MEMBRO. Fazer brilhar o talento de cada um em prol. 

Se nos focarmos somente nas fraquezas das pessoas corremos o risco de ser aquele tipo de ‘técnico de futebol’, que barraria o Garrincha por ter as pernas tortas; ou Albert Einstein por ter notas baixas na escola; ou Beethoven por ser surdo. E o mundo teria PERDIDO todos esses talentos. 

Seguindo este raciocínio, caso pudessem mudar o curso natural, os rios seriam retos não haveria montanha, nem lagoas nem cavernas, nem chefes nem subordinados… Apenas peças… E nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões que 'foi pra outras moradas'. Ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim: "Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias... e hoje, para substituí-lo, chamamos:…NINGUÉM…Pois nosso Zaca é insubstituível.”

ZÉLIA CAETANO BRAUN FOI É UM TALENTO ÚNICO! 
COM TODA CERTEZA NINGUÉM À SUBSTITUIRÁ! 

Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo..., mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso.

NO MUNDO SEMPRE EXISTIRÃO PESSOAS QUE VÃO TE AMAR PELO QUE VOCÊ É… E OUTRAS… QUE VÃO TE ODIAR PELO MESMO MOTIVO… ACOSTUME-SE A ISSO… COM MUITA PAZ DE ESPÍRITO…

É bom se valorizar!

domingo, 23 de setembro de 2012

SE QUISER SER O PRIMEIRO QUE SEJA O SERVO DE TODOS

Diversas passagens nos mostram Jesus ocupação em ensinar os discípulos. A maioria do seu tempo ele dedicava à formação deles; explicava as parábolas, respondia às questões, e às vezes dava bronca. 

O futuro da Igreja está na formação de novos cristãos, que sejam fermento na massa, atuando nas pastorais, e nas organizações sociais. 

Jesus sempre foi franco e claro, mas os discípulos tinham dificuldade para entender suas palavras, isso porque eram diferentes do que eles esperavam, por isso sentiam medo. 

Jesus fala sobre sua entrega na Cruz, mas os discípulos discutem sobre quem dentre eles é o maior. O Senhor vê que eles não tinham entendido nada, e mais uma vez Ele explica: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” Que paciência tem o Senhor, não se cansa de repetir sempre de novo, não desanima com os resultados! 

Uma boa formação cristã deve nos aproximar dos mistérios de Deus, especialmente do mistério da cruz. Embora aceitar a cruz sempre será difícil. Nós até usamos fazer o sinal da cruz, beijamos a cruz, trazemos ela pendurada ao pescoço, veneramos a cruz... Mas, o caminho da cruz se faz na vida, não na teoria! Essa cruz de Cristo está presente nas dificuldades, no convite à renúncia de nossa vontade para fazer a vontade do Senhor, na aceitação dos caminhos de Deus, na doença e na morte, nas perdas que a vida nos apresenta... Todas essas coisas nos põem à prova. Jesus passou por esse caminho, e nos convida a segui-lo. Nossa tentação é mesma a dos primeiros discípulos: um cristianismo fácil, adequado com a mentalidade do mundo atual, que não custe o preço da cruz! Se assim for, estaremos longe de Jesus, não o conheceremos! E coremos o risco de um dia quando nos encontrarmos com ele face a face que Ele nos diga: “apartai-vos de mim não vos conheço”. 

Não amamos a cruz pela própria cruz, mas porque na cruz está aquele que nos amou por primeiro. É o amor ao Senhor que torna a nossa cruz possível de ser carregada. Sem esse o amor, a cruz é insuportável. Com Jesus e por causa de Jesus, a cruz se torna a árvore da vida e a escada do céu. É o amor a Jesus que torna doce o que é amargo nesta vida! 

Experimentamos esse amor estando com ele na oração, lendo o Evangelho, alimentando durante o dia todo, sua lembrança bendita, procurando por ele nos sacramentos, lutando pacientemente para vencer nossas fraquezas... Sem esses exercícios não há amor, não há como compreender a cruz e sem tomar a cruz não seremos cristãos! E quando vier a crise, largaremos tudo, trairemos o Senhor e terminaremos por fazer do nosso jeito, salvando a pele e fugiremos covardemente da cruz... 

E por que o Senhor nos escolheu um caminho tão difícil? Porque fomos quebrados pelo pecado, estamos doentes interiormente! O pecado nos desfigurou! São Tiago traça um perfil muito realista e muito feio da nossa realidade: guerras interiores, paixões, disputas, auto-afirmação doentia, desordens e toda espécie de obras más... Isso tudo nos fecha para Deus, nos acorrenta a escravidão do ter, do poder e do prazer. É a cruz do Senhor quem nos purifica, nos corrige e nos liberta. 

O Senhor nos oferece o caminho da cruz porque não há outro caminho. Somente sentimentos, risos, cantorias e boa vontade não nos colocariam de verdade em comunhão com o Senhor no seu caminho. O mistério do pecado é sério demais, profundo demais para ser tratado com leviandade. 

Agora, a formação dos cristãos é um trabalho lento, que só produz fruto em longo prazo. É preciso ter paciência. Por exemplo, se perguntarmos para uma catequista mais velha, de quem ele aprendeu todas as coisas bonitas que sabe, ela vai citar, provavelmente, alguém que já morreu. Não podemos visar frutos imediatos; precisamos pensar longe, e não querer colher todos os frutos das sementes que lançamos. 

Existem duas maneiras de formar cristãos: nos cursos e nas atividades pastorais. Esta última é dada por todos nós, mas principalmente pelos idosos, que comunicam aos mais novos a sua longa experiência de vida cristã. 

Deve-se dar destaque à formação dos jovens, pois eles são o nosso futuro, e são os primeiros que caem nas armadilhas da sociedade pecadora. Os jovens, devido à sua alegria e dinamismo, são à força da Comunidade cristã. Entretanto, os jovens só se tornarão Igreja quando a Igreja se tornar jovem. 

Que nós, a exemplo de Jesus, nos dediquemos mais à nossa própria formação, e passemos para os nossos irmãos e irmãs o que aprendemos. 

São Martinho, um dia, queria ele ajudar um mendigo que pedia esmola, mas não tinha nada para lhe dar, sentou-se na calçada, ao lado do mendigo, e pedia esmola junto com ele, para ajudá-lo. A humildade leva os cristãos a tomar atitudes inusitadas. 

Se alguém quiser ser o primeiro que seja o último de todos.

ZÉLIA CAETANO BRAUN - ATÉ LOGO

Celebrar a missa de sétimo dia de alguém que amamos, significa um gesto de gratidão, reconhecimento e fé. É uma Despedia, mas nós não estamos aqui para celebrar a separação da morte, queremos celebrar a fé na vida, na ressurreição que Jesus oferece, aos que o seguem, celebrando os mistérios da nossa Redenção e Salvação. Pensei que precisava falar alguma coisa sobre a Zélia, mas de Qual Zélia? 

A Zélia da Radio da Rádio Aliança 

A Zélia a irmã do Jaime 

A Zélia do Terço 

A Zélia do Santo Antônio 

A Zélia a tradicionalista 

A Zélia ministra da Eucaristia 

A Zélia dos Padres dos seminaristas 

A Zélia das Irmãs. 

A Professora Zélia 

A Zélia da Barsa 

A Zélia de São Luiz Gonzaga 

A Tia Zélia, A Mãe Zélia

A comadre Zélia

A vovó Zélia, 

A amiga Zélia 

Entre tantas outras Zélias, ficará para sempre sendo a nossa Zélia. 

A Zélia Caetano Braun 

Peço licença para que citar seu irmão Jayme Caetano Braun, que descreveu como ninguém a alma gaúcha. 

E um dia, quando souberes 

Que este gaúcho morreu, 

Nalgum livro serás eu. 

E, nesse novo viver, 

Eu somente quero ser 

A mais apagada imagem 

Deste Rio Grande selvagem 

Que até morto hei de querer. (JCB - "Meu verso") 

Louvemos a Deus pelo dom da vida, pelo perdão que alcançamos da Cruz dp Senhor e pela graça de termos convivido com uma mulher de fé e inspiração como Zélia Caetano Braun. 

Te foste, como outros foram 

Pro velho pago do Além, 

Aonde um dia, também, 

Eu quero bolear a perna. 

E o Patrão que nos governa, 

Que por certo é teu amigo, 

Há de ser bueno contigo 

Aí na Querência Eterna. (JCB - "Prece") 

Reunidos como família de Deus para ouvir sua Palavra e participar da Mesa Sagrada, viemos fazer uma prece por nossa Zélia. 

Pra saudade não tem cura, 

E só me resta o consolo 

Pensar no pago crioulo 

Onde minha alma se ajoelha. 

E, se ao bom Deus der na telha, 

Quero, por suprema graça, 

Desconjuntar a carcaça 

Naquela terra vermelha. (JCB - "Missioneiro") 

Todos os nossos encontros com a Zélia, foram sempre muito alegres e muito cheios de fé. 

Um dia, quando eu me for, 

Rumbeando a Querência Eterna, 

Onde bolearei a perna 

Diante do meu Criador, 

Não chorem o pajador 

Do velho pago florido, 

Que há de cantar comovido 

Até o último repuxo, 

Porque só em nascer gaúcho 

Vale a pena ter vivido! (JCB - "Milonga do Pajador") 

Rezemos pelos familiares e amigos de Zélia Caetano Braun, para que encontrem na fé o conforto para saudade. 

Não precisará quem chore, 

Quando cambiar de querência 

pra buscar noutra existência 

Que a luz da sorte melhore, 

Pois, o Jayme já é folclore, 

Sanga do campo que corre, 

A vida pra ele é um porre 

Dum existir sem viver. 

Quando expirar, vai nascer, 

Que um pajador nunca morre! (JCB - "Daniel Paiva") 

Zélia Caetano Braun é para nós um exemplo de alguém que sempre confiou na bondade de Deus, por isso acreditamos que ela já está tomando o seu amargo com o Divino Tropeiro. 

E agora que estás vivendo 

Na Estância grande do Céu, 

Engraxando algum sovéu 

Pro Patrão Velho buenacho, 

Lembra sempre aqui de baixo, 

onde a lo largo inda existe 

Muito xiru velho e triste 

Como tu, criado guacho! (JCB - "Tio Anastácio") 

A nossa Zélia nunca deixou seus amigos a pé, sabia chegar o coração das pessoas, quantas vezes a ouvimos pedir ajuda para doentes e orações pelos abatidos. 

Ao bom Deus, que é rio-grandense, 

Sempre peço, enquanto vivo, 

Um chimarrão para o estrivo 

Quando chegar o meu fim. 

E, se Ele quiser assim, 

Vá destacando uma china 

Que lá na Estância Divina 

Prepare o mate pra mim. (JCB - "Chimarrão do Estrivo") 

Nós sabemos com toda a certeza da fé que morte não é o fim mais uma "passagem" para a vida verdadeira, onde nos esperam os que amamos, onde não haverá nem dor nem sofrimento, onde todas as lágrimas serão enxugadas. 

Por isso, quando eu me for, 

Rumbeando a plaga divina 

Que ninguém lamente a sina 

deste andejo pajador. 

E, se Deus Nosso Senhor, 

Nosso Patrão soberano, 

Precisar de algum vaqueano 

Que entenda de campo e potro, 

talvez que, na falta doutro, 

Lembre do Jayme Caetano! (JCB - "Milonga do Tio Modesto") 

Se não houver campo aberto, 

Lá em cima, quando eu me for, 

Um galpão acolhedor 

De santa-fé bem coberto, 

Um pingo pastando perto,... 

Só de pensar me comovo, 

Eu juro, pelo meu povo, 

Nem todo o Céu me segura, 

Retorno à velha planura 

Pra ser gaúcho... de novo! 

(JCB - "Galpão Nativo") 

Termino afirmando que memória de Zélia Caetano Braun, servirá sempre para estreitar amizades porque será impossível lembrar a nossa Zélia sem dar umas boas rizadas; a memória da Zélia servira ainda para manter viva em nós a chama tradicionalista, para fortalecer a família Aliança; para inspirar muitos evangelizadores, para fortalecer a Cruzada do Santo Rosário; para propagar a devoção a Santo Antônio, a lista seria ainda longa, pois a memória da nossa Zélia será sempre combustível de fé em Deus nos dias difíceis de nossa vida. Amém.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

HINO DO RIO GRANDE

Como aurora precursora
Do farol da divindade
Foi o 20 de Setembro
O precursor da liberdade

Mostremos valor constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

De modelo a toda Terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo

Mostremos valor constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

De modelo a toda Terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

20 DE SETEMBRO - DIA DO GAÚCHO

Ser gaúcho, principalmente nos dias de hoje, não é só vestir-se feito um vaqueiro dos pampas, segurar uma cuia com erva-mate na mão e falar "Che" (ou tchê, aportuguesando a expressão). Ser gaúcho é fazer parte de um povo marcado por guerras e resistências a humilhações e tentativas de domínio, tanto contra brasileiros quanto contra castelhanos. É saber, no mais fundo de nossas almas, que nós somos fortes, resistimos a frio, vento, geada, neve, calor, sol, eventos da natureza, agüentamos todas as tramóias vindas lá do Distrito Federal e mesmo assim, sendo um dos estados mais prejudicados pelos governos, de onde se tira muito dinheiro, temos mais educação e trabalhamos o dobro do que os estados que se direcionam para as demais localidades deste "continente" chamado Brasil. Essa alma batalhadora vem dos nossos povos que viviam na região dos pampas. Os índios que, depois dos domínios portugueses e espanhóis, foram obrigados a viver nas cidades e trabalhar dobrado para sustentar suas coroas, formando os países Argentina, Uruguai e o nosso Rio Grande do Sul. Estes índios, de alma guerreira, que não se deixam derrubar, que quando acham que alguma coisa está errada, vão para a rua bater panela ou protestar contra as injustiças deste mundo, sem se preocupar com o seu umbigo apenas, batalhando, ao velho estilo famoso e simbolizado na imagem dos três mosqueteiros britânicos – um por todos e todos por um – mesmo que isso os leve a morte.

As coisas por aqui nunca foram muito pacíficas. Ao mesmo tempo que a terra tinha donos, era uma terra de ninguém. Segundo o tratado de Tordesilhas, seríamos espanhóis, só que, nas reviravoltas que a história está acostumada a narrar mundo a fora, tomamos um rumo diferente. O que definiu no primeiro momento da exploração do território americano que o Rio Grande do Sul seria português, e portanto brasileiro, foi um rio, famoso por batalhas épicas e muito sangue derramado, o Rio da Prata. Martim Afonso de Souza, depois de naufragar e ser socorrido por seu irmão, Pero Lopes de Souza, chega na barra de Rio Grande (Batizada assim por acharem que a lagoa dos patos se tratava de um grande Rio). Por ainda ser território Espanhol e a capitania de Pero Lopes era a chamada Santana (Atual Santa Catarina) ficou intacto. Portugal sabia da região e a explorava clandestinamente, a Espanha ainda não tinha total conhecimento do território, avistava com olhos financeiros a região dos Andes, onde haviam as grandes civilizações americanas. Ao fazer o mapa da América, Bartolomeu Velho coloca o território gaúcho como Capitania Del Rei, ou seja, era território pertencente ao Rei. Como sabemos, neste período, 1580, Portugal e Espanha eram reinadas pelo Rei Filipe, e portanto, tudo que era português, espanhol também era.

Em 1626 foi fundado o primeiro povoado do Rio Grande do Sul. O padre Roque Gonzáles de Santa Cruz criou o "pueblo de San Nicolas" no vale do Piratini. 2 anos depois ele foi trucidado pelos próprios índios que tentara catequizar. Visto que sem reforços seria quase impossível dominar a alma dos indígenas dos pampas, fundaram 18 núcleos de catequese indígena no Rio Grande do Sul (Conhecido na época como província do Tape) que ao chegarem, trouxeram o gado para o território gaúcho, porém também não deu certo e novamente foram destruídos os núcleos. Somente quase 40 anos depois conseguiram fixar um núcleo no Rio Grande. Em 1680 se estabelece os Sete Povos das Missões, bem organizados e controlados. Quando chegaram os jesuítas aqui, depois destes 40 anos, encontraram um território absurdamente povoado por bovinos, herança deixada pelos 18 núcleos que foram destroçados anteriormente pelos indígenas, os animais se reproduziram de maneira inexplicável e lotaram o território do Rio Grande do Sul e Uruguai, fazendo com que até hoje sejam uma das maiores riquezas da região. Atualmente no Rio grande do Sul calcula-se que aproximadamente existem 13,6 milhões de cabeças de gado no estado.

E o Gaúcho, onde ele aparece? No cenário marcado por gado e guerra, emerge o gaúcho. Nos primeiros tempos ele era o guasca, o gaudério, um marginal "sem lei nem rei", aquele que "morava na sua camisa, debaixo de seu chapéu, montado em seu cavalo" e percorria aquela "terra de ninguém" que futuramente se torna o Rio Grande do Sul. Estes gaudérios eram, na maioria das vezes, resquícios daqueles índios que se negavam a catequese dos jesuítas e fugiam para o campo. Com o tempo o termo gaudério foi substituído pelo gaúcho, onde seu primeiro registro foi num documento de dom Pablo Carbonell, no ano de 1771, onde ele refere-se a alguns "gahuchos" que fugiam de soldados espanhóis. Aos poucos, principalmente nos séculos XVIII e XIX, estes gaúchos foram se incorporando na sociedade, prestavam serviços aos estanceiros, nas charqueadas e trabalhos do campo, e faziam parte dos exércitos em troca de terras e produtos para auto-sustentação como alimentos, animais e etc. O Gaúcho começa a ser respeitado, admirado e exaltado como um grande herói depois da Revolução farroupilha e em seguida da guerra do Paraguai, onde fileiras destes homens venceram as batalhas e deram a glória (muito debatida hoje em dia se fora realmente um ato heróico, como o exército brasileiro se orgulha e exalta, ou se fora um grande massacre sem dó nem piedade, como os historiadores argumentam através de documentos e histórias) para o Brasil e para o estado do Rio Grande do Sul.

Enfim, o gaúcho surgiu nos índios, que povoavam as terras da América em paz, de certa forma, até que chegou o europeu e tomou posse deste território como se fossem donos do mundo, impondo leis, limites e tarefas a estes povos que terminaram por se extinguir depois de muito sangue derramado e tentativas de resistência mal sucedidas.

O que nos resta hoje é a tradição de cultivar a cultura gaúcha e a nossa alma, que essa sim, nunca irá se extinguir, pois somos o que somos e não o que os outros querem que sejamos, essa alma guerreira que nos mostra fortes a cada pedra que encontramos no caminho e nos leva a conduzir os problemas do mundo e do dia-a-dia com maestria, sem deixar-nos prejudicar ou perder nossas virtudes, como mostra no nosso hino: "não basta para ser livre, ser um povo forte aguerrido e bravo" pois "povos que não tem virtude, acabam por ser escravos".
Ivan Pinheiro
 História e Arqueologia da UFPEL e UNIJUI

QUEM É JESUS PARA VOCÊ?

Quando Jesus pergunta: “Quem dizem os homens que eu sou?” Temos respostas erradas. Isso porque somente a razão humana, jamais alcançará verdadeiramente o mistério de Cristo. A verdade sobre o Senhor e sua absoluta necessidade para a salvação do mundo, somente pode ser compreendida à luz da fé. 

Fé é uma virtude que nasce no coração humilde e aberto para o Senhor. O homem fechado em si mesmo, preso ao seu orgulho e as meras lógicas humanas, jamais poderá penetrar nos mistérios do amor de Deus presentes em Cristo, e experimentar a doçura da salvação. 

Quanto já se disse de Jesus? Já o descreveram como um grande sábio, como um homem bom e justo, como um pacifista, um pregador, um revolucionário, até de extraterrestre já ouvi chama-lo. Mas, para nós cristãos, Jesus não é uma teoria que ouvimos dizer, mas uma experiência de nossa vida, uma pessoa que conhecemos pelo testemunho da Igreja, e que, a partir de então, nosso Divino Salvador torna-se amigo e companheiro de jornada. E nessa convivência dia a dia ele vai se revelando como Deus e único Salvador. 

Ante as opiniões do mundo, o Senhor dirige a pergunta a nós, seus discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Todos nós devemos responder quem é Jesus, não se trata de uma resposta somente teórica, mas, uma resposta que deve ter repercussões na nossa vida. 

Quem é Jesus para mim? 

Que papel desempenha na minha vida? 

Como me relaciono com ele? 

Procuro por ele na oração, procuro de todo o meu coração viver na sua palavra? 

Estou disposto a construir minha existência de acordo com a sua palavra? 

Deixo-me julgar por ele? 

Eu procuro participar da sua missão para a salvação da humanidade? 

São perguntas muito atuais, quando nosso mundo vira as costas para o Cristo. Acusando a Igreja de ultrapassada. Cada vez mais vemos o mundo vemos o mundo declarando a sua independência de Jesus Caminho, Verdade e Vida. Até dizem ter fé em Deus, procurando que ele resolva os seus problemas, mas muitos não estão dispostos a se deixarem guiar por sua Palavra. Por isso irmãos, mais que nunca, nós cristãos devemos proclamar com a palavra e com a vida que Jesus é nosso Senhor e nossa única Verdade! 

Pedro respondeu: “Tu és o Messias!”, “Tu és o Cristo, o Esperado de Israel, aquele que Deus prometera aos nossos Pais!” Jesus declara então: “Não foi carne nem sangue que te revelaram isto, mas o meu Pai que está nos céus”. Somente o Pai, no Santo Espírito que habita em nós, é que pode nos revelar quem é Jesus. A fé não é uma experiência acadêmica, não é fruto de estudos. Para um cristão, crer é entrar na experiência que há dois mil anos a Igreja vem fazendo na Palavra, nos sacramentos, na vida de cada dia: a experiência do Cristo Senhor, que foi morto pelos nossos pecados e ressuscitou para nossa Salvação. 

Quem se coloca fora dessa fé, fé da Igreja, já não é cristão! A nossa fé é pessoal, mas nunca individual: cremos na fé da Igreja, cremos no Cristo da Igreja, cremos como Igreja e com a Igreja. 

Acredito que muitos ficaram surpresos quando “Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito”. Por quê? Porque havia o perigo de pensar nele como o messias do sucesso, das curas, dos shows da fé, como ainda vemos tanto por ai. 

Jesus só assume de modo público que é o Messias quando estiver preso, amarrado, diante do Sumo Sacerdote. Aí já não haverá ocasião para engano. Mas, aqui a pergunta? Também nós, muitas vezes, não temos a tentação de querer um Cristo do nosso modo. Amamos o Cristo como ele é ou o renegamos quando ele não faz rapidamente o que pedimos? Será que estamos realmente dispostos a fazer o que ele nos pede, ou apenas o procuramos quando queremos algo dele. 

Exatamente para deixar claro que tipo de Messias ele é, Jesus começa a anunciar a CRUZ. Eis, o tipo de Salvador que Jesus é! Será que nos interessa? Estamos nós dispostos a seguir um Mestre assim? 

Não será a nossa a mesma atitude de Pedro, que repreende Jesus, que desejaria um mestre menos radical? Não é essa a maior tentação nossa: um Cristo sem cruz, um cristianismo sem renúncia, uma vida cristã que não nos custe muito esforço? 

A resposta de Jesus é clara, como diz o gaúcho: “curto e grosso”. “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem quiser perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salva-la!” O caminho é este, sem máscara, sem acordos, sem jeitinhos! Nosso Senhor nunca nos enganou; sempre disse claramente quais as condições para segui-lo... 

Estas palavras que nos incomodam nos provocam e nos desafiam. Que o Senhor nos conceda a graça de reconhecê-lo como nosso único Salvador, de segui-lo como nossa única Verdade e de nele viver como nossa única Vida, ele que é bendito pelos séculos dos séculos. Amém.
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