domingo, 23 de setembro de 2012

ZÉLIA CAETANO BRAUN - ATÉ LOGO

Celebrar a missa de sétimo dia de alguém que amamos, significa um gesto de gratidão, reconhecimento e fé. É uma Despedia, mas nós não estamos aqui para celebrar a separação da morte, queremos celebrar a fé na vida, na ressurreição que Jesus oferece, aos que o seguem, celebrando os mistérios da nossa Redenção e Salvação. Pensei que precisava falar alguma coisa sobre a Zélia, mas de Qual Zélia? 

A Zélia da Radio da Rádio Aliança 

A Zélia a irmã do Jaime 

A Zélia do Terço 

A Zélia do Santo Antônio 

A Zélia a tradicionalista 

A Zélia ministra da Eucaristia 

A Zélia dos Padres dos seminaristas 

A Zélia das Irmãs. 

A Professora Zélia 

A Zélia da Barsa 

A Zélia de São Luiz Gonzaga 

A Tia Zélia, A Mãe Zélia

A comadre Zélia

A vovó Zélia, 

A amiga Zélia 

Entre tantas outras Zélias, ficará para sempre sendo a nossa Zélia. 

A Zélia Caetano Braun 

Peço licença para que citar seu irmão Jayme Caetano Braun, que descreveu como ninguém a alma gaúcha. 

E um dia, quando souberes 

Que este gaúcho morreu, 

Nalgum livro serás eu. 

E, nesse novo viver, 

Eu somente quero ser 

A mais apagada imagem 

Deste Rio Grande selvagem 

Que até morto hei de querer. (JCB - "Meu verso") 

Louvemos a Deus pelo dom da vida, pelo perdão que alcançamos da Cruz dp Senhor e pela graça de termos convivido com uma mulher de fé e inspiração como Zélia Caetano Braun. 

Te foste, como outros foram 

Pro velho pago do Além, 

Aonde um dia, também, 

Eu quero bolear a perna. 

E o Patrão que nos governa, 

Que por certo é teu amigo, 

Há de ser bueno contigo 

Aí na Querência Eterna. (JCB - "Prece") 

Reunidos como família de Deus para ouvir sua Palavra e participar da Mesa Sagrada, viemos fazer uma prece por nossa Zélia. 

Pra saudade não tem cura, 

E só me resta o consolo 

Pensar no pago crioulo 

Onde minha alma se ajoelha. 

E, se ao bom Deus der na telha, 

Quero, por suprema graça, 

Desconjuntar a carcaça 

Naquela terra vermelha. (JCB - "Missioneiro") 

Todos os nossos encontros com a Zélia, foram sempre muito alegres e muito cheios de fé. 

Um dia, quando eu me for, 

Rumbeando a Querência Eterna, 

Onde bolearei a perna 

Diante do meu Criador, 

Não chorem o pajador 

Do velho pago florido, 

Que há de cantar comovido 

Até o último repuxo, 

Porque só em nascer gaúcho 

Vale a pena ter vivido! (JCB - "Milonga do Pajador") 

Rezemos pelos familiares e amigos de Zélia Caetano Braun, para que encontrem na fé o conforto para saudade. 

Não precisará quem chore, 

Quando cambiar de querência 

pra buscar noutra existência 

Que a luz da sorte melhore, 

Pois, o Jayme já é folclore, 

Sanga do campo que corre, 

A vida pra ele é um porre 

Dum existir sem viver. 

Quando expirar, vai nascer, 

Que um pajador nunca morre! (JCB - "Daniel Paiva") 

Zélia Caetano Braun é para nós um exemplo de alguém que sempre confiou na bondade de Deus, por isso acreditamos que ela já está tomando o seu amargo com o Divino Tropeiro. 

E agora que estás vivendo 

Na Estância grande do Céu, 

Engraxando algum sovéu 

Pro Patrão Velho buenacho, 

Lembra sempre aqui de baixo, 

onde a lo largo inda existe 

Muito xiru velho e triste 

Como tu, criado guacho! (JCB - "Tio Anastácio") 

A nossa Zélia nunca deixou seus amigos a pé, sabia chegar o coração das pessoas, quantas vezes a ouvimos pedir ajuda para doentes e orações pelos abatidos. 

Ao bom Deus, que é rio-grandense, 

Sempre peço, enquanto vivo, 

Um chimarrão para o estrivo 

Quando chegar o meu fim. 

E, se Ele quiser assim, 

Vá destacando uma china 

Que lá na Estância Divina 

Prepare o mate pra mim. (JCB - "Chimarrão do Estrivo") 

Nós sabemos com toda a certeza da fé que morte não é o fim mais uma "passagem" para a vida verdadeira, onde nos esperam os que amamos, onde não haverá nem dor nem sofrimento, onde todas as lágrimas serão enxugadas. 

Por isso, quando eu me for, 

Rumbeando a plaga divina 

Que ninguém lamente a sina 

deste andejo pajador. 

E, se Deus Nosso Senhor, 

Nosso Patrão soberano, 

Precisar de algum vaqueano 

Que entenda de campo e potro, 

talvez que, na falta doutro, 

Lembre do Jayme Caetano! (JCB - "Milonga do Tio Modesto") 

Se não houver campo aberto, 

Lá em cima, quando eu me for, 

Um galpão acolhedor 

De santa-fé bem coberto, 

Um pingo pastando perto,... 

Só de pensar me comovo, 

Eu juro, pelo meu povo, 

Nem todo o Céu me segura, 

Retorno à velha planura 

Pra ser gaúcho... de novo! 

(JCB - "Galpão Nativo") 

Termino afirmando que memória de Zélia Caetano Braun, servirá sempre para estreitar amizades porque será impossível lembrar a nossa Zélia sem dar umas boas rizadas; a memória da Zélia servira ainda para manter viva em nós a chama tradicionalista, para fortalecer a família Aliança; para inspirar muitos evangelizadores, para fortalecer a Cruzada do Santo Rosário; para propagar a devoção a Santo Antônio, a lista seria ainda longa, pois a memória da nossa Zélia será sempre combustível de fé em Deus nos dias difíceis de nossa vida. Amém.

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