sábado, 27 de maio de 2023

PENTECOSTES


Esse breve relato do Evangelho, nos descreve que os Apóstolos, estavam reunidos com a portas fechadas, inseguros, com medo…, mas ao receberem o Espírito Santo prometido, o medo se transforma em coragem, a dúvida em certeza. Depois de receber o Espirito Santo eles estão preparados para assumir a sua missão de perdoar pecados, e pregar o Evangelho por todo o mundo.

Neste pequeno trecho do Evangelho, Jesus fala duas vezes: “A paz esteja convosco”, “A paz esteja convosco”. Dá impressão que essa foi a finalidade de tudo: dar-nos a paz, uma paz completa e permanente.

Uma paz verdadeira passa pelo perdão dos pecados, pois o pecado gera sentimento de culpa. A culpa nos paralisa, nos tira a paz. Sem paz, a pessoa não tem alegria, nem força para agir, sem paz não temos vontade de fazer coisa alguma.

O perdão de Deus, nos liberta da culpa, nos devolve a paz. Também o perdão que nos damos uns aos outros faz bem. Ele traz a paz tanto para quem é perdoado como para quem perdoa.

A paz é melhor que prêmios e honrarias, acredito que ter paz é melhor até que ter saúde. Pois sem paz não temos nem vontade de viver.

Ainda meus Irmãos, diz o evangelho, “estando fechadas, por medo dos judeus, as portas...” Com esse medo todo, se o Espírito Santo não tivesse vindo, a Igreja teria acabado ali mesmo.

O Espírito Santo tira o medo, pois aumenta a nossa confiança em Deus, e quem confia em Deus, não tem motivo para temer.

Outro fato interessante é que o Espírito Santo não veio para uma pessoa isolada, mas veio sobre a Comunidade cristã reunida. Ele não deseja promover pessoas isoladamente, mas sim a Comunidade, que é a Igreja de Cristo, é nela e por ela que o Espirito Santo vem e age no mundo.

A Festa do Divino, o dia de Pentecostes, é o dia do nascimento da Igreja com a missão de dar continuidade à obra do Salvadora de Jesus no mundo.

O Espírito Santo é o AMOR entre o Pai e o Filho. No Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, nele reside o Amor Supremo entre o Pai e o Filho, e esse amor é derramado sobre nós.

Foi pelo Divino Espírito Santo que Deus se encarnou no seio de Maria Santíssima, trazendo Jesus ao mundo para nossa salvação. Esse mesmo Espírito esteve sempre presente na vida de Jesus. É o mesmo Espírito de Deus que mora em nós, que nos impulsiona a sermos santos, sendo o amor de Deus derramado em nós, ele nos leva a amar a Deus e ao próximo, que é a essência da santidade.

O Espírito Santo é AMOR, é o nosso SANTIFICADOR, o nosso CONSOLADOR, ele é o PARÁCLITO (nosso advogado), é aquele que nos ILUMINA, e nos GUIA.

No nosso batismo e na Crisma nós recebemos o Espírito Santo, mas Ele só age em nós, só se manifesta em nós se o acolhermos, pedindo perdão de nossos pecados, e nos perdoarmos uns aos outros de coração, pois só assim viveremos unidos. E só quando estamos unidos o Espirito Santo nos vem.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

VISITAÇÃO

 

Queridos irmãos, esse breve relato do evangelho nos descreve a cena conhecida como “visitação” de Maria à sua prima Isabel. Esse texto é inspiração para a pastoral das capelinhas. Seria maravilhoso se essa linda pastoral voltasse a funcionar em nossa paroquia em 2023.  

Nessa visita me chama muito a atenção as palavras com que Isabel, que cheia do Espírito Santo, saúda a Maria: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre!”, palavras que milhões de cristãos repetem, milhões de vezes, em todas as línguas do mundo, para saudar diariamente a mãe de nosso Senhor.

 Bendita porque soube acolher a Palavra de Deus, bendita porque se pôs inteiramente à disposição de Deus, bendita porque o Senhor cumpre as suas promessas.

Isabel é consciente da desproporção da visita: “Quem sou eu para que a mãe de meu Senhor me visite?”, pergunta com a mesma humildade com que seu filho, João Batista, dirá mais tarde: não sou digno nem de desatar as sandálias dos seus pés.

E Isabel proclama Maria ditosa, bem-aventurada, bem-amada a Maria porque nela se cumprirá o que lhe disse o Senhor por meio do anjo. Mesmo que a leitura de hoje se interrompa neste ponto, sabemos que Maria, em resposta às palavras de Isabel, proclama um cântico de ação de graças, o “Magnificat” que já sabemos de memória.

A cada Ave Maria, em que repetimos as palavras de Isabel, bendizendo e felicitando Maria pelas maravilhas que Deus realizou nela, deveríamos ter nos nós os mesmos sentimentos de Izabel. Mas infelizmente rezamos as nossas orações quase que mecanicamente.

Mas deveríamos, sobretudo, assumir as atitudes destas mulheres que se põem à disposição dos planos de Deus. Levando, com gestos e palavras, o Senhor aos nossos irmãos que sofrem e choram, para que se alegrem como Isabel e louvem ao Deus que os salva e liberta.

Isabel “cheia do Espírito Santo” pronúncia então uma dupla bênção. “Bendita entre as mulheres”; “Bendito é o fruto do teu ventre”. Maria é reconhecida por Isabel como a arca santa onde se abriga o Senhor dos Senhores, manifestando a grandeza de sua condição. Em sua visitante Isabel reconhece a “Mãe do Senhor”, aquela que dará à luz o que deve libertar o seu povo.

O Espírito Santo ajuda Isabel a pronunciar sua louvação: “Bendita és tu entre todas as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” A partir de então, milhões de vezes os cristãos têm repetido esta louvação na Ave Maria. São benditos, bem-aventurados os que acreditam em Deus, os que praticam a Palavra, os que dão frutos.

 “Bendita és tu entre as mulheres”.  Maria é bendita porque acreditou! Esta foi sua grandeza e o fundamento de sua fidelidade: sua fé! Maria se converte em Mestra da fé, aceitando tudo quanto se anunciava da parte de Deus, mesmo que não sabendo explicar como tudo aconteceria. Toda vida de Maria se fundamenta em sua fé.

Outra ponto que me chama a atenção é que, logo após o Anuncio do Arcanjo Gabriel a Virgem Maria se coloca a serviço e parte apressadamente uma região montanhosa da Judeia, onde morava a sua prima Isabel.

Detalhe importante, ela parte “apressadamente”, é essa a palavra. Quem ama tem pressa, quem ama corre ao encontro do necessitado, da necessitada. Maria tinha todo o direito de ficar em resguardar, tinha todo o direito de não fazer tanto esforço, pois afinal estava gravida, iria ser mãe, mas ela se colocou a serviço, não se poupou, ela se doou.

Sou testemunho nos ensina a ter pressa, em fazer o bem, ter em ir ao encontro de que pressa de nós, porque Deus tanto nos ama deseja contar conosco para que mais pessoa recebam o Seu amor

Meus irmãos, Nosso Senhor todos os dias nos dá a chance de viver e testemunhar a nossa fé; alguém precisa de sua ajuda? Tenha pressa em ir ajudar.  Precisa perdoar alguém? Tenha pressa de perdoar.

Maria partiu apressadamente; e Isabel sentiu a presença de Deus ali, quando foi saudada por Maria. Meus irmãos, precisamos também partir apressadamente. Quais são as pessoas que precisam ser visitadas por Nosso Senhor? Que você seja a visita do Senhor para este irmão, para esta irmã, que você seja a presença de Deus.

Tenha pressa de amar, de servir, de perdoar, em outras palavras, não percamos tempos, vamos evangelizar, vamos viver a Palavra de Deus, vamos revelar esse Cristo para que outras pessoas também sintam a presença de Deus através de nós.

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

29º Domingo do Tempo Comum - Ano C

 

O breve relato do Evangelho que acabamos de ouvir convida-nos a manter com Deus uma relação estreita, uma comunhão íntima, um diálogo insistente. Deus não está ausente nem fica insensível diante de nossa dor. Deus nos ama e tem um projeto de salvação para cada um de nós, mas só poderemos entender e acolher o esse projeto de Deus em nossas vidas através da oração, de um diálogo contínuo e perseverante com Deus.

A primeira leitura deixa claro que Deus não está alheio as nossa dores e sofrimentos, ele vem em nosso socorro e nos salva; mas, para que possamos ganhar as duras batalhas da vida, precisamos contar com a ajuda e a força de Deus.

Trata-se do confronto entre os hebreus e os amalecitas; enquanto o Povo combatia os inimigos, Moisés, no cimo de um monte, rezava e implorava a ajuda de Deus. O texto Sagrado deixa claro que a vitória se deve, mais à ação de Deus do que aos esforços da batalha. Precisamos invocar o Deus com perseverança e insistência, só assim venceremos as duras batalhas da vida, é preciso ter a ajuda e a força de Deus, essa ajuda e essa força brotam da oração, do diálogo com Deus.

Quem sonha com um mundo melhor e luta por ele, tem de
viver num diálogo contínuo, profundo, com Deus: é nesse diálogo que se percebe o projeto de Deus para o mundo e se recebe d'Ele a força para vencer tudo o que nos oprime e escraviza.

O Evangelho conta a parábola da viúva e o juiz injusto. A viúva, pobre e injustiçada, passava a vida a exigir justiça; mas o juiz, "que não temia Deus nem os homens", não lhe prestava qualquer atenção. No entanto, o juiz - apesar da sua dureza e insensibilidade - acabou por fazer justiça à viúva, a fim de se livrar definitivamente da importunação.

Se um juiz prepotente e insensível é capaz de resolver o problema da viúva por causa da sua insistência, Deus, que é um pai amoroso, não iria escutar os "seus eleitos que por Ele clamam dia e noite?"

É evidente que, se até um juiz insensível acaba por fazer justiça a quem lhe pede com insistência, com muito mais motivo Deus - que é rico em misericórdia estará atento às súplicas dos seus filhos.

Vivemos num mundo cada vez mais hostil ao Evangelho, somos perseguidos e ridicularizados por seguirmos à Jesus Cristo, não podemos desanimar, pois Deus não abandona o seu Povo, nem é insensível aos seus apelos; e no tempo próprio virá em nosso socorro.

A nós cabe confiar em Deus e pela oração não nos deixar contaminar pelo mal que nos rodeia.

Mas atenção, tem um detalhe muito importante nesta parábola, oração por mais insistente que seja não irá obrigará o Senhor Deus a fazer nossa vontade.

Deus terá as suas razões para não atender àquilo que Lhe pedimos: às vezes pedimos a Deus coisas que nos compete; outras vezes, pedimos coisas que nos parecem boas, mas que de fato não são; outras vezes, ainda, pedimos coisas que são boas para nós, mas que implicam sofrimento e injustiça para os outros. É preciso termos consciência disto e nos perguntar, à luz da lógica da fé qual é a vontade de Deus.

"É preciso rezar sempre sem desanimar". Jesus tomou o exemplo da viúva que pede a justiça, para ilustrar o seu convite a uma oração perseverante.

Jesus não promete: "Se vós insistis sem cessar na oração, então, Deus acabará por ceder e atenderá o vosso pedido".

Não mesmo! O que Jesus diz é: "E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa".

A palavra-chave é que "Deus faz-nos justiça". A justiça consiste em dar a cada um o que lhe é devido, a reconhecer os deveres e os direitos de cada um.

Deus é um junto juiz, e a sua justiça muito superior à nossa.

 

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