quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

VOCAÇÃO CAMINHO DE AMIZADE COM DEUS E COM OS IRMÃOS

 


 

A vocação é um chamado de Deus para cada pessoa. É um convite a viver uma vida de amor e serviço, em comunhão com Ele e com os irmãos.

A amizade com Deus é o fundamento de toda vocação. É a partir do amor de Deus que somos chamados a viver e a realizar nossa missão no mundo. Quando nos aproximamos de Deus, nós nos abrimos para o Seu amor e nos tornamos capazes de amá-Lo e amá-Lo aos outros.

A amizade com Deus se cultiva através da oração, da meditação da Palavra de Deus, dos sacramentos e da vida de comunhão com a Igreja. Quando nos dedicamos a esses caminhos, vamos crescendo no amor a Deus e nos tornando mais próximos dele.

A amizade com os irmãos é também uma dimensão essencial da vocação. Jesus nos ensinou que o amor ao próximo é o sinal de que amamos a Deus. Quando amamos os irmãos, estamos manifestando o amor de Deus no mundo.

A amizade com os irmãos se cultiva através do serviço ao próximo, do cuidado com os pobres e excluídos, do diálogo e da compreensão. Quando nos dedicamos a esses caminhos, vamos construindo uma sociedade mais justa e fraterna.

Portanto, a vocação é um caminho de amizade com Deus e com os irmãos. É um caminho de amor e serviço, que nos conduz à plenitude da vida.

Algumas dicas para cultivar a amizade com Deus e com os irmãos:

·                     Reserve um tempo todos os dias para a oração e a meditação da Palavra de Deus.

·                     Participe dos sacramentos, especialmente da Eucaristia. Os sacramentos são sinais visíveis da graça invisível de Deus. Eles nos unem a Jesus Cristo e nos fortalecem na fé. Os principais sacramentos são o Batismo, a Eucaristia, a Crisma, a Penitência e a Unção dos Enfermos. A missa é a celebração central da vida cristã. Ela é o momento em que nos reunimos para adorar a Deus, ouvir a Sua Palavra e receber o Seu Corpo e Sangue.

·                     Procure viver em comunhão com a Igreja. A Igreja Católica é uma comunidade de pessoas que seguem Jesus Cristo. Ela é composta por batizados de todas as idades, raças e culturas. A comunhão com a Igreja é essencial para a vida cristã, pois é através dela que nos unimos a Deus e aos irmãos. A comunhão com a Igreja é um caminho de crescimento e santificação. Quando vivemos em comunhão com a Igreja, estamos nos aproximando de Deus e nos tornando mais semelhantes a Jesus Cristo.

·                     Participar de grupos de oração e estudo. Os grupos de oração e estudo são uma ótima maneira de se aprofundar na fé e na comunhão com a Igreja.

·                     Seja solidário com os pobres e excluídos. O serviço aos outros é uma expressão do amor a Deus e ao próximo. Quando servimos aos outros, estamos construindo o Reino de Deus.

·                     Cuide das pessoas que estão ao seu redor.

·                     Seja um bom ouvinte e um amigo compreensivo.

Ao seguir essas dicas, você estará trilhando um caminho de vocação plena, de amor e serviço.

sexta-feira, 9 de junho de 2023

 Não São do sãos que precisam de médicos

Os fariseus, escribas, doutores da Lei, e anciões, ficavam bem longe dos pecadores, dos pobres, e principalmente dos doentes, aos quais eles consideravam impuros, inferiores, depressíveis. Logo os fariseus, se consideravam pessoas melhores, mais dignas, superiores, e andar com pecadores seria se rebaixar de mais.

Mateus era um publicano, um cobrador de impostos, dito pecador público, pois mesmo sendo um judeu, servia a um império estrangeiro, no caso o império romano que cobrava pesado impostos. E por que Mateus fazia isso, sendo um judeu, explorar seu próprio povo? Obvio, porque ele ganha muito bem para isso, e mais do que ele ganhava para cobrar impostos, tinha o que ele injustamente cobrava a mais para o seu próprio bolso. Por tudo isso Mateus e os publicanos eram considerados os mais vis, os mais perversos e os mais indignos e impuros de Jerusalém.

Foi exatamente a esse Mateus, esse publicano esse, homem desprezado pela sociedade que Nosso Senhor diz vem e segue-me, isso foi motivo de escando, e constrangimento para os fariseus que se consideravam melhores, superiores, se Nosso Senhor fosse chamar alguém teria que ser a eles. Pois eles sim mereciam ser destacados, nunca um desprezível publicano.

E mais que isso, na logica deles, o fato de Jesus comer com os pecadores, para eles aquilo foi um verdadeiro absurdo!

Ainda hoje muitos se julgam mais importantes que os demais, superiores, porque são brancos, ou porque tem um pouco mais de dinheiro, ou porque não são viciados em drogas, nem sequer se aproximam de um pobre, de uma pessoa preta, nunca convidariam um trabalhador para ir a sua casa, muito menos teria amizade com um desempregado.

São os fariseus dos nossos tempos. Desprezam, ridicularizam, fazem chacotas, entre outras maldades e crueldades para com os menos favorecidos.

Jesus mostrou que os líderes judaicos estavam completamente errados. Os pecadores precisam ser priorizados em nossa catequese, em nosso atendimento espiritual, em nossa atenção de missionários verdadeiros.

Alguém que se diz missionário, catequista ou padre e que dá preferência as pessoas de classe média, não está fazendo o que Jesus Cristo ensinou.

Deus é amor, que Deus perdoa sempre, Deus não faz distinção de pessoas. Amém?

Então meus irmãos não podemos agir diferente.

Não podemos esquecer que Nosso Senhor disse: Eu não vim chamar os justos. Mais sim, os pecadores.

Mateus seguiu Jesus, façamos nós o mesmo, é a melhor opção, largou o dinheiro ganhado injustamente, e todo o luxo e conforto por ele proporcionado, e se levantou e seguiu Jesus.  

Jesus é o divino Médico, o único que tem a cura para a doença do pecado, ele pode nos curar de todas as nossas fraquezas, de todas as nossas más inclinações.

Peçamos, nós também a força do Alto, para que possamos vencer as tentações e um dia estar na Glória Eterna, junto de Deus.

Mateus foi um exemplo do que Jesus disse. De pecador, Mateus passou a ser um pregador. Um anunciador da Boa Nova. E ainda nos deixou um dos 4 evangelhos.

O mesmo aconteceu com Saulo, que se transformou em Paulo, um dos mais fortes, dedicados e eloquentes apóstolos da Igreja. Fundando muitas comunidades e nos deixando cartas cheias de consolação e fé.

A missão de Jesus é resgatar, recuperar e salvar o que estava perdido.  Salvar aqueles que viviam no pecado. Essa deve ser também o nosso compromisso, a nossa missão. Precisamos ir até os afastados, os desgarrados, sem preconceito ou discriminação.

PADRE JOSÉ DE ANCHIETA

 José de Anchieta nasceu na Espanha, 1534. Adolescente, foi estudar na cidade de Coimbra, em Portugal. Ali, distinguiu-se por sua disciplina e vida de virtudes. Com apenas 16 anos, ingressou na recém-fundada Companhia de Jesus, onde desenvolveu uma piedade eucarística extraordinária, participando de cinco Missas por dia – e adorando o Senhor na hóstia consagrada.

Por conta de um problema de coluna, teve medo de que jamais poderia ser jesuíta. Nesse momento, padre Manuel da Nóbrega, que já estava no Brasil, chamava os membros da Companhia para cá, principalmente os doentes, pois dizia que o clima daqui faria que se recuperassem logo. José de Anchieta ainda noviço, veio para o Brasil, por uma questão de saúde. Mas, já na viagem, foi obtendo melhora, ao cuidar de seus companheiros de tripulação que ficavam enjoados por causa do mar.

Ao chegar ao Brasil, os jesuítas queriam realmente educar os índios. Mas quando os padres chegavam nas aldeias, enfrentavam certa resistência dos povos nativos. Para evangelizar os índios Pe. Anchieta compôs canções sobre os mistérios sagrados em língua tupi, e para evangelizar os colonizadores, escreveu peças de teatro, desenvolvendo uma belíssima obra literária.

Em 3 anos apenas, aprendeu tão bem a língua tupi que escreveu uma gramática. A catequese que dava às crianças era tão eficaz, que elas começavam a fiscalizar os seus pais para que eles não pecassem: desenvolveu-se nas tribos indígenas uma verdadeira “infância missionária".

Tendo composto uma peça teatral, decidiu encená-la ao ar livre, para que o maior número de pessoas possível pudesse assistir-lhe. No entanto, uma imensa tempestade começou a aparecer no horizonte e todos, com medo, queriam ir embora. Anchieta, vendo nisto a ação do demônio, que queria ver as almas privadas dessa recreação piedosa, disse: “Não precisam ir embora, não vai chover". E, realmente, por todo o tempo da apresentação não choveu.

José de Anchieta, bem como o padre Manuel da Nóbrega, são os fundadores das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Logo ao chegar ao Brasil, os dois empreenderam sua primeira viagem, a fim de criar um colégio, e, no dia 25 de janeiro, foi celebrada a primeira Missa na região que hoje é a cidade de São Paulo.

São Paulo nasceu em grande virtude. Toda a gente acordava já bem cedo, as crianças punham-se a rezar o rosário e os adultos assistiam ao Santo Sacrifício – as mulheres de um lado, os homens de outro. Aqueles que já eram batizados e podiam comungar davam um nobre exemplo de devoção eucarística. Quando algum índio pagão aparecia-lhes propondo algum pecado, eles respondiam, com convicção: “Não fazemos isso, porque somos homens de comunhão".

Em voto a Nossa Senhora, prometeu que contaria a sua vida em versos. Por isso Anchieta é retratado escrevendo nas areias do mar. Foi aí que ele compôs 5786 versos em honra à Mãe de Deus, antes de passá-los ao papel.

Algum tempo depois, na Bahia, José de Anchieta, já com 32 anos, foi finalmente ordenado sacerdote.

Em suas andanças pelos “Brasis", Anchieta não só fazia incursões continente adentro, como visitava as aldeias já evangelizadas, para que fossem confirmadas na fé. Sempre descalço, com sua batina surrada, um rosário no pescoço e um crucifixo na mão, o incansável apóstolo atravessava vastas porções de terra. Os seus pés, de tão castigados, deixavam rastros de sangue por onde passavam.

Sua capacidade de mandar até sobre animais selvagens rendeu-lhe a alcunha de “primeiro Adão". Em sua própria explicação, “o homem obediente a Deus tem todas as criaturas subjugadas". Em dada ocasião, as pessoas saíram correndo de uma cobra. Ele, com toda a calma, tranquilizou-as e disse para a cobra: “Eu já não disse para você parar de fazer essas maldades?" A cobra, ouvindo isto, foi embora. Isso acontecia em praticamente todos os lugares pelos quais passava. Anchieta dominava onças e cobras – tinha “poder para pisar serpentes e escorpiões”, e causava, com isso, a conversão de inúmeras pessoas.

Mais impressionante que seu poder com os animais, entretanto, era sua extraordinária capacidade com os índios. Quando os índios irados se aproximavam para matá-lo, eles imediatamente se detinham, olhavam para o seu rosto e desistiam de seu intento. Várias vezes, sertão adentro, índios selvagens se pacificavam tão somente com a sua presença.

Anchieta também ficou conhecido como grande pregador.

Conta-se que uma menina havia morrido, deixando seus pais desconsolados. O padre Anchieta chega, vai até o seu cadáver e diz-lhe: “Minha filha, tu estás querendo roubar o paraíso facilmente. Volta e luta". Imediatamente, a menina ressuscita.

Também existe a famosa história do índio Diego, que todos achavam que era batizado, por guardar os mandamentos e dizer-se cristão. Mas, após morrer sem o sacramento, durante o seu enterro, ele se levanta e pede que chamem o padre Anchieta, a fim de ser batizado. O apóstolo chega, batiza-o e ele morre novamente.

Depois de uma vida totalmente gasta por causa do Evangelho, padre José de Anchieta morreu na cidade de Reritiba, Espírito Santo, aos 9 de junho de 1597. Após receber o viático, seu rosto, então pálido, ficou cheio de vida e ele pôde partir em paz, invocando os santíssimos nomes de Jesus e Maria. Ao receberem a notícia de sua morte, os indígenas acordavam, de madrugada, batiam nas portas uns dos outros e diziam: “Morreu o nosso pai, morreu quem nos amava, morreu aquele que deu a vida por nós".

Que vida extraordinária! Que bom saber que o Brasil começou assim, que logo no nascimento de nosso país um santo tão grande caminhou em nosso no chão de nossa pátria com seus pés descalços! Pensando nos pés deste missionário, pés que deixavam rastros de sangue atrás de si, que cruzavam terrenos selvagens, cheios de espinhos, pedras e areias quentes, é impossível não lembrar a frase do profeta Isaías: “Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a paz!"

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