quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Arrependimento e Não culpa...

''O amor de Deus supera tudo!''
Outro dia recebi um e-mail de uma pessoa que partilhava a sua vida depois de ter lido uma matéria na internet. Fiquei pensando o quanto é desafiador para nós receber o perdão de Deus, trava-se uma luta interior e espiritual quando reconhecemos o nosso pecado e queremos voltar para o Pai. Como é difícil para nós acreditarmos que Deus não pára nas nossas misérias.
Sim, é uma luta espiritual, pois o inimigo de Deus e dos homens é o grande interessado para que não reconheçamos o amor de Deus e permaneçamos no pecado, pois a culpa nos trava, não é mesmo? Quantos de nós não saímos do pecado por nos sentirmos culpados, e ficamos nos condenando, achando que não há mais jeito para nós.
Ao contrário disso, peça a Graça da contrição perfeita, pois nos culpamos quando deixamos sufocar pelo sofrimento de ter cometido um pecado. Mas o arrependimento não é isso, o arrependimento é saber que o amor de Deus supera o pecado e ainda que soframos por ter pecado contra Ele, existe a alegria de poder começar tudo de novo, enquanto a culpa nos paralisa.
Ao invés de se culpar, se responsabilize pelo mal cometido, se abra ao perdão de Deus. Reconhecer a sua miséria não é se prostrar diante dela mais sim, perceber que sua humanidade é passiva de erros e que na medida que você vai se entregando ao amor de Deus e acreditando na misericórdia Dele, o pecado vai perdendo a força em você.
É importante estar atento a esses sentimentos que nos impedem de crer no amor de Deus, o inimigo é bastante sutil. Na nossa infância aprendemos que atos bons são recompensados e que atos maus são punidos. E é certo que transferimos isso para a paternidade de Deus. Quem alguma vez não teria pensado, "Deus não pode me amar, pois já errei tanto", ou ainda, "não consigo conquistar a salvação, pois ainda faço muitas coisas erradas?"
Mas Deus ama até o mais pecador. A única coisa que ele quer é que reconheçamos as nossas fraquezas para que Ele possa nos curar, mas você precisa assumir com responsabilidade e não com culpa. Se você pecou diga, "Senhor eu pequei contra o céu e contra Ti, mas venho aqui na sua presença, pois sei que me ama e me arrependo de todos os meus pecados".
O mais lindo é que Deus não depende de nada para te amar, Ele ama somente, mas quando nos abrimos através do arrependimento, esse amor se torna ativo em nós. Não pense que se pode comprar a salvação, ela nos foi dada por graça, a nossa docilidade à vontade de Deus é uma resposta generosa a essa graça.
Veja, não imponha sobre si um peso de que você tem que ser bom em troca do amor de Deus. A verdade é que o amor de Deus independe da sua conduta. Por outro lado, não é justo que sejamos bons em gratidão por Ele ser tão bom e maravilho para nós? Por iniciativa própria Deus apaga as nossas culpas, por amor não lembra mais desses pecados, uma vez que nos arrependemos e confessamos.
"Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro". (Isaías 43,25)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O AMOR EM FAMÍLIA

Para concretizar sempre mais a vivência do amor, falemos agora de um espaço privilegiado para tal: a família. Nesse verdadeiro “Santuário do Amor”, ele sempre encontrará formas bem variadas e específicas de concretização, como bem sabemos.


O amor conjugal

Ao falarmos de amor para os casais, lembremos a eles, primeiramente, que a pessoa amada não é uma propriedade privada. O amor conjugal não deve sufocar e impedir o ser amado de viver.


O amor materno e o paterno

O amor paterno e o materno são formas complementares de amor pelos filhos. O amor materno se caracteriza por ser incondicional, isto é, capaz de acolher, afagar, alimentar e proteger sem maiores cobranças. Ninguém precisa fazer nada para merecer o amor de sua mãe; Essa incondicionalidade do amor materno tem seu lado “negativo”, digamos assim... se o amor de mãe não precisa ser merecido; não pode, igualmente, ser adquirido, ser produzido, con-trolado. Se existe, é como uma benção; se não existe, nada posso fazer para criá-lo. 

O amor paterno, por sua vez, é mais exigente: O pai representa o outro pólo da existência humana: o mundo do pensamento, das coisas feitas pelo homem, da lei e da ordem, da disciplina, das viagens e da aventura. Por isso o pai desafia o filho, ensina-o a enfrentar o mundo, cobra e até mesmo o pune.


O amor filial

O amor filial deve vir marcado pela gratidão aos pais, e, chegada a hora, pela retribuição de tudo aquilo que os filhos receberam deles. Filhos amorosamente educados jamais poderão abandonar os pais na velhice... Isso seria covardia, ingratidão e grave injustiça! Outra marca do amor filial é o respeito que se deve aos genitores, de forma que os filhos jamais devem erguer a voz – e muito menos as mãos – contra seus pais. Eles podem sim discordar dos pais, desde que com serenidade.


O amor fraterno

O amor fraterno é o amor que se vive entre irmãos, de sangue ou não. É amor aos semelhantes! É ele, pois, que constrói a fraternidade e a paz entre os humanos, seja no lar ou no convívio social. É precisamente desse amor que Jesus nos falava quando disse que era preciso amar o próximo como a si mesmo. E aqui somos obrigados a destacar o “como a si mesmo”, pois quem não se ama será incapaz de amar o outro.

Deus lhes dê sempre mais a convicção de que está sempre à escuta do bater do coração de cada um de nós. Ele sim possui a capacidade de corresponder a todas as nossas expectativas e a muito mais.

O AMOR, UM MODO DE SER

O amor que deve ser praticado no cotidiano de modo simples, natural e concreto, uma vez que nos é tão essencial quanto o pão de cada dia. Um amor, portanto, que dê substância e sabor aos relacionamentos, pois deles depende a qualidade de nosso viver.
“Todos nós nascemos para amar. Este é o princípio da existência e a sua única finalidade”.
CARACTERÍSTICAS DO AMOR
Em seu extraordinário livro, A Arte de Amar, o grande psicanalista e filósofo Erich Fromm discorre sobre as características do amor. A principal delas é a doação, essa capacidade de nos darmos generosa e alegremente, sem sentimentos de perda. Isso faz eco com o que disse Jesus: “Há mais alegria em dar do que em receber” (At 20,36).
 Mas para se chegar a isso, ensina Fromm, “... a pessoa superou a dependência, a onipotência, o narcisismo, o desejo de explorar os outros, e adquiriu coragem de confiar em suas forças para atingir seus alvos. No mesmo grau em que faltarem essas qualidades é ela temerosa de dar-se – e portanto de amar.
A seguir, Fromm passa a apresentar outros “elementos básicos”, comuns a todas as formas de amor. São eles: cuidado, responsabilidade, respeito e conhecimento. Esses elementos também nos ajudam na resposta à pergunta sobre se amamos e se somos amados, bastando perceber se estão presentes ou não em nosso cotidiano.
1. Cuidado: “quem ama, cuida”, diz o povo em prosa, verso e canções. A essencialidade dessa dimensão do cuidado fica evidente no amor da mãe pelo filho. Se ela diz que o ama mas dele não cuida, nós logo desconfiamos da veracidade desse amor. Sem ele ninguém seria capaz de cuidar efetivamente de qualquer coisa ou pessoa por muito tempo. “Amor é preocupação ATIVA pela vida e crescimento daquilo que amamos. Onde falta essa preocupação ativa não há amor”. Magnífico!
2. Responsabilidade: somente pessoas responsáveis são capazes de preocupação e cuidado. Quem ama um filho, um cão ou um vaso de flores que seja não deixará de cuidar de nenhum deles. Mas notemos que a responsabilidade não é mero cumprimento de um dever, como se pensa, mas ato inteiramente consciente e voluntário. Ser responsável significa ter de responder, estar pronto para isso. Exemplificando, um médico, um professor ou um gari responsáveis estarão sempre prontos e aptos para o exercício de suas atividades profissionais. Prepararam-se para elas. Note-se que a responsabilidade de uma mãe para com sua criança faz com que ela cuide principalmente das necessidades físicas desta. No caso do amor entre adultos, cada um se sente responsável também pelas necessidades psíquicas do outro. Aliás, quanto ao amor infantil e o amor maduro, diz ele que... O amor infantil segue o princípio: “Amo porque sou amado”. O amor amadurecido segue o princípio: “Sou amado porque amo”.
3. Respeito: sem esse elemento, a responsabilidade poderia facilmente tornar-se fonte de dominação e possessividade. Infelizmente vemos muito disso por toda parte. Respeito não é medo ou temor [...]. Respeito significa a preocupação de que a outra pessoa cresça e se de-senvolva como é. Sim, e desse modo não haverá, portanto, exploração ou uso do outro nem desejo de transformá-lo em imagem e semelhança nossa. Sua personalidade única será respeitada o mais possível, de acordo com nossa própria força. Os fracos é que não costumam respeitar.
4. Conhecimento: Respeitar uma pessoa não é possível sem conhecê-la; cuidado e responsabilidade seriam cegos se não fos-sem guiados pelo conhecimento. O conhecimento se-ria vazio se não fosse motivado pela preocupação. Há muitas camadas de conhecimento; o conhecimento que é um aspecto do amor é aquele que não fica na periferia, mas penetra até o âmago.
Exemplificando esse importante ensinamento, podemos dizer que mesmo conhecendo pouco a uma pessoa é possível perceber quando ela está encolerizada. Se a conhecermos bem saberemos que, mais que encolerizada, ela está ansiosa e preocupada, mes-mo que não queira demonstrá-lo. Então teremos a percepção de que ela não está simplesmente enraivecida – mas sofrendo. É isso que nos fará capazes de sermos solidários com ela. Esse é o amor maduro, que vai além da superfície.

CINCO ATITUDES QUE IRÃO FAZÊ-LO MAIS FELIZ

Você é feliz? Por quê? Alguns cientistas acham que a felicidade tem a ver com genética, saúde e outros fatores que nem sempre podemos controlar. No entanto pesquisas mais atuais sugerem que, sim, temos um grande papel relacionado à nossa própria felicidade – mas será que é possível, através de certas práticas, nos tornarmos mais felizes?
Um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia realizou uma série de estudos no ano passado e concluiu que há, sim, algumas atitudes que podem fazer de você uma pessoa mais feliz. Confira algumas:
1. Seja grato
Alguns participantes do estudo da Califórnia tinham como “missão” escrever cartas agradecendo pessoas que haviam feito algo de bom para eles. Os cientistas descobriram que os participantes que escreviam as cartas possuíam uma sensação de bem-estar maior e mais prolongada do que aqueles que não agradeciam formalmente seus benfeitores.
2. Seja otimista
Outra prática é o famoso pensamento positivo. Participantes no estudo deveriam imaginar um futuro ideal por algumas semanas, alguns minutos por dia – um casamento perfeito, sucesso profissional, coisas assim. Depois do período os cientistas notaram que o bem estar dessas pessoas havia aumentado.
3. Lembre-se do que aconteceu de bom
Pessoas que anotavam as coisas boas que haviam acontecido com elas também eram mais felizes. Parece que as pessoas precisam relembrar dos motivos pelas quais deveriam ser felizes.
4. Use suas forças
Conheça seus pontos positivos e use-os ao seu favor. Pessoas bem-humoradas, por exemplo, podem conseguir aliviar o clima chato do escritório.
5. Seja gentil
De acordo com os estudos ajudar os outros a serem felizes nos torna mais felizes por consequência. Gostamos de ver amigos alegres e nos sentimos bem os ajudando. Ser altruísta é ser feliz. Portanto aproveite e ajude alguém a também ser mais feliz.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

LIÇÕES DE DEZEMBRO

Por: Juliano Rigatti, 
Twitter @uzina e @toquecristao. 
e-mail jfrigatti@gmail.com.

Você conhece o programa Amor-Exigente? Se não, saiba que está perdendo um bocado por não ter dedicado parte de algum dia para descobri-lo. O Amor-Exigente é um programa que auxilia as pessoas – qualquer pessoa, em qualquer idade, com qualquer credo ­e qualquer sofrimento – na mudança de comportamento para uma vida mais feliz. E você estranhará o que vou dizer: é de graça. Trazido para o Brasil há coisa de vinte anos, foi adotado pela problemática da dependência química e hoje auxilia os familiares dos doentes a se recuperarem e, em consequência, ajudarem no tratamento de seus entes queridos.

No último dia cinco deste mês, na Rádio Aliança, em Porto Alegre, enquanto apresentávamos o programa Escolhe, Pois, a Vida, sobre dependência química, a questão surgiu: por que o “amor”, esta palavra tão popular, esta atitude tão elementar, que dá nome ao programa, aparece só no final, no último princípio, e é refletido nos grupos de apoio só quando o ano está prestes a terminar e as pessoas têm menos tempo, estão mais cansadas, gastando suas últimas energias? Por que, ora bolas?
Por que você não sabe o que é o amor. Você não sabe amar. Não (pausa) sa-be. Simples assim. Por isso, propositalmente, o Amor-Exigente exige que os seus aprendizes passem 11 meses do ano desconstruindo suas vidas, questionando suas certezas, para, ao final, reunirem mais condições de — fiat lux! — descobrirem o sentido e a aplicação do verdadeiro amor.
Dezembro. E por que o Natal é em dezembro? Estranho: uma data tão legal bem chega justo quando temos menos tempo, menos disposição, menos fôlego e menos dinheiro. Sim, temos o 13º, quem tem emprego com carteira assinada tem o 13º salário, mas o apelo consumista é tamanho, que passamos a ter menos dinheiro que, digamos, em novembro.
Pois bem, afirmo-lhes: o Natal só poderia ser em dezembro. Assim como o “amor” só poderia estar no décimo segundo princípio do Amor-Exigente. Se o Natal fosse em agosto e o “amor” fosse o segundo princípio do programa, as pessoas não entenderiam o que é o Natal, não entenderiam para que serve o “amor”. Porque o Natal, em sua essência, quer fazer renascer dentro de nós a luz da vida, a luz da esperança, de dias melhores, de um ano melhor, de relações mais amorosas. Tudo muito bonito. Mas você não faria nada disso, não estaria disposto a nada disso, não reuniria os amigos para um Amigo Secreto, não faria um happy-hour com os colegas do trabalho, não ligaria para o tio que mora longe, não rezaria mais – atenção! – SE VOCÊ NÃO PECISASSE. Têm coisas que só fazemos direito quando realmente precisamos fazer, não é? Tem gente que só faz regime depois do infarto e organiza as finanças depois de sujar o nome. Portanto, você só reuniria as últimas forças que lhe restam para celebrar a vida se você, quase por uma questão de sobrevivência, precisasse muito fazê-lo.
Em dezembro, você precisa. Eu sempre preciso, ao menos. É em dezembro, no último mês, quando você exibe todas as cicatrizes do ano, quando a camiseta está molhada de suor, que você está pronto para celebrar o Natal. Só agora você sabe quão difícil é um ano inteiro. Sabe quanta força e quanta fé – seja lá no que for – é necessário para cair e levantar, seguir em frente durante mais de 300 dias. Desse modo, este é o tempo oportuno.
Mas não é fácil viver o Natal. Como não é fácil amar alguém.
Você nem precisa ter uma religião, nem precisa acreditar na veracidade dos evangelhos que narram a passagem de Jesus Cristo, o filho de Deus, na Terra,para perceber a importância de, pelo menos, estes três trechos a seguir, copiados dos livros escritos por São Marcos e São Lucas, há mais de dois milênios, e recordados nestes tempos pela Igreja Católica. Ei-los:
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando. Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!” (Marcos 13, 33-37)
“Naquele momento Jesus exultou no Espírito Santo e disse: ‘Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar’.” (Lucas 10, 21-22)
“Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Está escrito no Livro do profeta Isaías: ‘Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho. Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!’’ Foi assim que João Batista apareceu no deserto, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados. Toda a região da Judeia e todos os moradores de Jerusalém iam ao seu encontro. Confessavam seus pecados e João os batizava no rio Jordão. João se vestia com uma pele de camelo e comia gafanhotos e mel do campo. E pregava, dizendo: ‘Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo’.” (Marcos 1, 1-8)
Vigia teu comportamento para poder olhar o mundo com olhos de criança, mas te prepara para conseguir fazer isso. Esta é a lição dos três trechos acima. Nada mais oportuno que esses três conselhos. Porque se eu não vigiar meu comportamento, se eu não ME vigiar, como o guarda daquela guarita da rua ao lado da sua, ou como o segurança e a sua arma comprida, que guarda o carro-forte ao lado do supermercado, ou como aquele pitbull do vizinho,passarei o mês de dezembro fazendo contas, comendo panetones e comprando fogos de artifício. E o ano seguinte iniciará sem que eu tenha feito o que até as empresas fazem neste tempo: um balanço do que passou e um planejamento dos despendiosos meses que virão.
E se eu não deixar de lado um pouco da lógica com a qual te ensinaram a ver a vida, a passar a enxergá-la com olhos de criança, com inocência, como quem vê tudo pela primeira vez, não acreditarei que ano que vem as coisas darão certo.Um adulto com todas as suas malícias e preocupações não é capaz de admirar as andorinhas voando em “vê” no céu. Não é capaz de perceber que nenhuma onda produz o mesmo som quando se derrama na areia da praia. É preciso infantilizar-se para ver o mundo como ele é de verdade, sem os nossos filtros e as nossas interfaces carregadas de preconceito e de paradigmas.
E, por fim, a última lição é: prepara-te. Aplaina os caminhos, varre pro lado – ou pra longe! – o que te atrapalha. Ninguém alcança um resultado diferente fazendo sempre a mesma coisa. Logo, crie novas rotinas de oração, de descanso, de lazer, de convívio. Discipline-se para mantê-las durante este mês – ou durante 2012 inteiro. Só assim, negando seus atraentes instintos é que você conseguirá chegar na noite do dia 24 preparado para vivê-la de verdade.
Pense nisso e tenha um Natal feliz e abençoado.

O AMOR E A FELICIDADE EM TEILHARD DE CHARDIN

Voltemos nossa atenção para o grande cientista e místico moderno, o sacerdote francês Pierre Teilhard de Chardin. Pensador dos mais influentes, ele ensinou que a busca da felicidade não é algo inteiramente subjetivo, isto é, ao gosto de cada um, mas que existem sim vias preferências e objetivas na conquista desse bem. E nos apresentou aquelas que seriam as três principais: a felicidade de crescer, a felicidade de amar e a felicidade de adorar (cf. Mundo, Homem e Deus – Reflexões sobre a Felicidade. São Paulo: Editora Cultrix, 1986, pp.74-92). 


1. A felicidade de crescer: Porque somos filhos desse Universo em contínua ex-pansão, argumenta Teilhard, também precisamos neces-sariamente nos expandir e crescer continuamente. O ser humano não foi feito para ficar parado, mas para enfrentar o desafio na ação e assim crescer. 

Para ser feliz, primeiramente, é preciso reagir contra a tendência para o menor esforço, que nos leva, ou a ficar no mesmo lugar, ou então a procurar, sobretudo na agitação exterior, a renovação de nossas vidas. [...] É no trabalho de nosso aperfeiçoamento interior, – intelectual, artístico e moral – que, enfim, a felicidade nos aguarda. Deduzo que quando nos esforçamos e percebemos o nosso crescimento, isso faz com que nossa autoestima se eleve, e, com ela, também o nosso sentimento de felicidade. 

2. A felicidade de amar: Dessa via ninguém duvida. Fomos feito pelo Amor e para o amor, e não é possível nenhuma realização humana fora desse caminho, senão encontraríamos como alternativas somente a solidão e o desespero. “Feliz quem pode amar muito!”. Que grandiosas verdades! 

Para ser feliz, em segundo lugar, é preciso reagir contra o egoísmo que nos leva, ou a nos fecharmos em nós mesmos, ou então a por os outros sobre nossa dominação. [...] O único amor verdadeiramente beatificante é aquele que se exprime por um progresso espiritual realizado em comum. 

5.3. Felicidade de adorar: É a Deus somente que devemos a adoração. Claro que falamos aqui do Deus vivo e verdadeiro, entendido como Ser Absoluto, Infinito e Inefável, muito acima das criaturas relativas e finitas que somos nós ─ todavia amadas por Ele, que não hesitou em encarnar-se como Homem entre os homens, fazendo-se nosso servidor em Jesus Cristo. 

O homem – única criatura consciente de sua mortalidade e finitude – jamais encontraria o caminho da felicidade e da paz sem antes repousar junto daquele que o supera e transcende: Deus! “Se estás em paz, estás em Deus! Se não estás em paz é porque não está em Deus!”, já ensinava também o Mestre Eckhart, desde a Idade Média. Vê-se, então, a importância da fé na busca humana pela felicidade, o que levou Agostinho de Hipona, uma das maiores inteligências cristãs, à seguinte afirmação: “Apaixonar-se por Deus é o maior dos romances; procurá-lo, a maior aventura; encontra-lo, a maior de todas as realizações.” 

E para ser feliz – feliz mesmo –, em terceiro lugar é preciso, de um modo ou de outro, [...] conduzir o inte-resse final de nossas existências para a marcha e para o sucesso do Mundo ao nosso redor [...] A mística cris-tã não cessa, há mais de dois mil anos, de fazer avan-çar sempre mais adiante suas perspectivas de um Deus pessoal, não somente criador, mas totalizador de um Universo que Ele reporta a si pelo jogo de todas as forças que agrupamos sobre o nome de Evolução. 

Na verdade, a solução completa do problema da felicidade, vejo-a na direção de um Humanismo cristão ou, se preferirem, na de um Cristianismo superhumano, no seio do qual cada homem compreenderá um dia que lhe é possível, a todo o momento e em toda situação, não apenas servir (o que não é suficiente), mas amar ternamente em todas as coisas (tanto as mais doces e as mais belas quanto as mais austeras e as mais banais) um Universo carregado de amor em sua Evolução. Que maravilhosa possibilidade para todos! 

Agora sintetizemos: crescer (aperfeiçoando-se), amar (unindo-se ternamente aos semelhantes) e adorar (ao Criador e Totalizador do Universo ainda em Evolução); eis as três vias preferenciais para a felicidade. Outras certamente existem, mas serão sempre vias secundárias e dependentes das três primeiras, que não podemos olvidar.    

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A COROA DO ADVENTO

A coroa está formada por uma grande quantidade de símbolos:

A forma circular

O círculo não tem princípio, nem fim. É sinal do amor de Deus que é eterno, sem princípio e nem fim, e também do nosso amor a Deus e ao próximo que nunca deve terminar. Além disso, o círculo dá uma idéia de “elo”, de união entre Deus e as pessoas, como uma grande “Aliança”.

As ramas verdes

Verde é a cor da esperança e da vida. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final de nossa vida. Bênçãos que nos foram derramadas pelo Senhor Jesus, em sua primeira vinda entre nós, e que agora, com esperança renovada, aguardamos a sua consumação, na sua segunda e definitiva volta. O ramos dos pinheiros permanecem verdes apesar dos rigorosos invernos, assim como os cristãos devem manter fé e a esperança apesar das tribulações da vida.

A fita vermelha

A fita e o laço vermelho que envolvem a grinalda simbolizam o Amor de Deus ou o próprio Espírito Santo a embalar toda criação que é remida com a chegada de Jesus.

As bolas

As bolas simbolizam os frutos do Espírito Santo que brotam no coração de cada cristão.

As quatro velas

As quatro velas da coroa simbolizam, cada uma delas, uma das quatro semanas do Advento. No início, vemos nossa coroa sem luz e sem brilho. Nos recorda a experiência de escuridão do pecado. A medida em que se vai aproximando o Natal, vamos ao passo das semanas do Advento, acendendo uma a uma as quatro velas representando assim a chegada, em meio de nós, do Senhor Jesus, luz do mundo, quem dissipa toda escuridão, trazendo aos nossos corações a reconciliação tão esperada. A primeira vela lembra o perdão concedido a Adão e Eva. A segunda simboliza a fé de Abraão e dos outros Patriarcas, a quem foi anunciada a Terra Prometida. A terceira lembra a alegria do rei Davi que recebeu de Deus a promessa de uma aliança eterna. A quarta recorda os Profetas que anunciaram a chegada do Salvador.
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