quinta-feira, 13 de outubro de 2022

29º Domingo do Tempo Comum - Ano C

 

O breve relato do Evangelho que acabamos de ouvir convida-nos a manter com Deus uma relação estreita, uma comunhão íntima, um diálogo insistente. Deus não está ausente nem fica insensível diante de nossa dor. Deus nos ama e tem um projeto de salvação para cada um de nós, mas só poderemos entender e acolher o esse projeto de Deus em nossas vidas através da oração, de um diálogo contínuo e perseverante com Deus.

A primeira leitura deixa claro que Deus não está alheio as nossa dores e sofrimentos, ele vem em nosso socorro e nos salva; mas, para que possamos ganhar as duras batalhas da vida, precisamos contar com a ajuda e a força de Deus.

Trata-se do confronto entre os hebreus e os amalecitas; enquanto o Povo combatia os inimigos, Moisés, no cimo de um monte, rezava e implorava a ajuda de Deus. O texto Sagrado deixa claro que a vitória se deve, mais à ação de Deus do que aos esforços da batalha. Precisamos invocar o Deus com perseverança e insistência, só assim venceremos as duras batalhas da vida, é preciso ter a ajuda e a força de Deus, essa ajuda e essa força brotam da oração, do diálogo com Deus.

Quem sonha com um mundo melhor e luta por ele, tem de
viver num diálogo contínuo, profundo, com Deus: é nesse diálogo que se percebe o projeto de Deus para o mundo e se recebe d'Ele a força para vencer tudo o que nos oprime e escraviza.

O Evangelho conta a parábola da viúva e o juiz injusto. A viúva, pobre e injustiçada, passava a vida a exigir justiça; mas o juiz, "que não temia Deus nem os homens", não lhe prestava qualquer atenção. No entanto, o juiz - apesar da sua dureza e insensibilidade - acabou por fazer justiça à viúva, a fim de se livrar definitivamente da importunação.

Se um juiz prepotente e insensível é capaz de resolver o problema da viúva por causa da sua insistência, Deus, que é um pai amoroso, não iria escutar os "seus eleitos que por Ele clamam dia e noite?"

É evidente que, se até um juiz insensível acaba por fazer justiça a quem lhe pede com insistência, com muito mais motivo Deus - que é rico em misericórdia estará atento às súplicas dos seus filhos.

Vivemos num mundo cada vez mais hostil ao Evangelho, somos perseguidos e ridicularizados por seguirmos à Jesus Cristo, não podemos desanimar, pois Deus não abandona o seu Povo, nem é insensível aos seus apelos; e no tempo próprio virá em nosso socorro.

A nós cabe confiar em Deus e pela oração não nos deixar contaminar pelo mal que nos rodeia.

Mas atenção, tem um detalhe muito importante nesta parábola, oração por mais insistente que seja não irá obrigará o Senhor Deus a fazer nossa vontade.

Deus terá as suas razões para não atender àquilo que Lhe pedimos: às vezes pedimos a Deus coisas que nos compete; outras vezes, pedimos coisas que nos parecem boas, mas que de fato não são; outras vezes, ainda, pedimos coisas que são boas para nós, mas que implicam sofrimento e injustiça para os outros. É preciso termos consciência disto e nos perguntar, à luz da lógica da fé qual é a vontade de Deus.

"É preciso rezar sempre sem desanimar". Jesus tomou o exemplo da viúva que pede a justiça, para ilustrar o seu convite a uma oração perseverante.

Jesus não promete: "Se vós insistis sem cessar na oração, então, Deus acabará por ceder e atenderá o vosso pedido".

Não mesmo! O que Jesus diz é: "E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa".

A palavra-chave é que "Deus faz-nos justiça". A justiça consiste em dar a cada um o que lhe é devido, a reconhecer os deveres e os direitos de cada um.

Deus é um junto juiz, e a sua justiça muito superior à nossa.

 

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