quinta-feira, 4 de março de 2021

3 domingo da quaresma

 



Em toda a história da Salvação, vemos sempre o Bom Deus procurando por nós, quando estamos perdidos. O Senhor não nos abandona, sempre estende a sua mão de pai, e se empenha em nos conduzir para a vida.

Muito mais do que um milagre em nossa vida, o Bom Senhor, deseja nos dar uma vida toda nova, precisamos apenas acolher e viver segundo a sua Palavra.

Na primeira leitura do livro do Êxodo, Deus nos oferece os 10 mandamentos, que nos indicam o caminho para a vida e para a felicidade.

Os mandamentos dizem respeito às duas dimensões fundamentais da nossa existência humana: a nossa relação com Deus e a nossa relação com os irmãos.

Mas atenção, os mandamentos não são regras que devemos seguir, para escapar do castigo divino, ou alcançar favores de Deus; os mandamentos são na verdade indicações para o encontrarmos o caminho da felicidade, como "sinais de trânsito" com os quais Deus, no seu amor nos ajuda a encontrar os caminhos da liberdade e da vida e da felicidade verdadeira.

Na segunda leitura, São Paulo nos fala que a lógica do mundo é muito diferente da lógica de Deus. É preciso entender que a salvação da nossa alma, a vida plena, a felicidade verdadeira não de ser alcançada com poder, riqueza ou importância social, mas sim carregando cada dia a minha cruz - isto é, como o amor gratuito, com a vida doada no serviço simples e humilde aos irmãos.

O mundo diz, você será feliz se puder fazer tudo que quer, você vai ser feliz se não precisar de ninguém para nada – mentira, mentira, mentira – não se é feliz fazendo tudo que quer, se é feliz fazendo junto com os outros mesmo que para isso tenha que renunciar às minhas vontades, não se é feliz quando não precisamos de ninguém somos felizes quando temos alguém com quem contar. Não existe felicidade fora do calor das relações humana.

Vejam meus irmãos, tanto os Judeus e gregos, cada um à sua maneira, buscavam seguranças. Os judeus queriam ver milagres; os gregos procuram a lógica dos argumentos. Mas Jesus, não oferece nem isso nem aquilo, oferece mais que tudo isso, oferece o amor, e amor de cruz.

Mas a "cruz", meus irmãos, é incompreensível e inaceitável para os egoístas, gananciosos e interesseiros. A Cruz só pode ser compreendida por quem faz da sua vida uma oferta de amor, a sua família, a sua comunidade e aos necessitados.

Vejamos agora os vendilhões do templo. Jerusalém tinha 55 mil hab., e recebia 125 mil peregrinos para a festa da Páscoa, eram oferecidos 18 mil cordeiros, nesses dias. Para a Páscoa, eram vendidas licenças para barracas comerciais à volta do Templo. O dinheiro dessas licenças revertia para os funcionários do templo, e o sumo-sacerdote.

Vendiam-se os animais para os sacrifícios, havia, também, as tendas dos cambistas que trocavam as moedas correntes por moedas do templo, pois a ofertas do templo não eram aceitas em outras moedas. Esse comercio era uma exploração, dos mais pobres pelos que administravam o templo de Deus.

Ao contrário do que parece, o gesto de Jesus, não foi um acesso de raiva, pois o texto diz, que ele viu, e foi fazer um chicote de cordas, ou seja, foi de cabeça fria de caso pensado. Que lição para nós, não faça nada movido pela emoção, seja raiva, seja alegria, tristeza, seja a emoção que for, sempre iremos nos arrepender, vai e faz um chicote de corda, esfria a cabeça, reza, te aconselha e depois toma a decisão com serenidade.

O gesto de Nosso Senhor, aos expulsar os vendilhões do templo, não é um acesso de ira, mas uma lição. Ele que nos ensinar que o culto prestado a Deus no Templo de Jerusalém era, algo sem sentido. E pior ainda ao transformar a casa de Deus num mercado, era algo de nefasto: em nome de Deus faziam exploração, gerando miséria e injustiça. Que não aproximava ninguém de Deus, mas sim afastava.

Jesus, diz um "basta" a uma situação com a qual Deus não pode continuar a pactuar: "não façais da casa de meu Pai casa de comércio".

O verdadeiro culto à Deus, não pode se limitar a ritos litúrgicos, apenas dentro da igreja, por mais solene que seja.

O culto que Deus quer, deve abranger uma vida vivida na escuta das suas propostas e traduzida em gestos concretos de amor doação ao serviço dos irmãos. Que nossa participação na Eucaristia sempre nos leve a sair do nosso comodismo e da nossa autossuficiência para ir ao encontro do necessitado, do doente, do abatido, assim estaremos seremos verdadeiros adoradores, adorando em espírito e verdade.

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