quarta-feira, 19 de maio de 2010

FUMO E ÁLCOOL - DROGAS LÍCITAS

Leio no noticiário do jornal a notícia: “Álcool em uma tragédia em Canguçu”. Notícia triste, mas que não me espanta, pois a presença do álcool no sangue de causadores de acidentes fatais é quase uma rotina, de tão constante. São mais de 1.000 brasileiros que morrem, por ano, vítimas de acidentes causados por consumo abusivo de álcool. E tem mais: cerca de 10% de todos os acidentes com vítimas não fatais também resultam de dirigir com excesso de álcool no sangue. Isso porque a bebida alcoólica dá uma falsa sensação de segurança, causa euforia, diminui o controle muscular e a coordenação, prejudica a habilidade de avaliar velocidades e distâncias, reduz a acuidade visual e a capacidade de lidar com o inesperado. Mas não é só nas ruas e estradas que isso acontece. Quarenta por cento dos acidentes nas empresas estão ligados ao uso de drogas, com predominância do álcool, que é a terceira causa de absenteísmo (falta ao trabalho) e compromete quase 5% do PIB. Olha só: no Brasil, 16 milhões de pessoas são dependentes do álcool, que é porta de entrada para o consumo de outras drogas. Não podemos ficar quietos diante desse quadro trágico. Vou entrar de peito aberto nessa luta. Do mesmo modo como fiz para aprovar a Lei Complementar nº 555, de 13 de julho de 2006, que proíbe o uso de fumo em ambientes fechados de uso coletivo e ficou conhecida como Lei Anti-Fumo. Batalhei muito para que essa Lei fosse aprovada, resistindo a todo tipo de pressão contrária, possível e imaginável. Ocorre que ela nasceu como fruto da minha convicção dos males que o fumo comprovadamente causa, como atestam os dados da Organização Mundial da Saúde. E o assunto não comporta mais discussão. Por isso, inicio uma nova cruzada, desta vez contra o consumo imoderado do álcool. A coisa é bem mais complicada do que com o fumo, cuja defesa é feita apenas por usuários dependentes e por fabricantes de cigarros. No caso do álcool, a defesa do consumo vem de outras frentes, além dos dependentes e dos fabricantes. Ela vem inclusive de profissionais da saúde, que atestam que o consumo moderado pode ser benéfico à saúde. A diferença é marcante: enquanto o cigarro SEMPRE faz mal, o álcool ÀS VEZES é saudável. E isso dificulta bastante o combate à imoderação. Afinal, no mundo inteiro são enaltecidas as qualidades de um bom vinho, champanha, conhaque, cerveja ou uísque, para citar apenas as bebidas mais consagradas. E a propaganda desses produtos rola solta pela mídia, inclusive atribuindo-lhes virtudes imaginárias, capazes de atrair e convencer mentes despreparadas, desejosas de uma euforia que suas rotinas de vida não lhes permite alcançar. O resultado: jovens, mulheres e crianças, inclusive, bebendo cada vez mais, embriagando-se até níveis críticos e tornando-se dependentes do álcool. Aceito sugestões de como levar avante uma campanha contrária ao consumo abusivo do álcool.

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