sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

UM DEUS CHAMADO RELÓGIO

As tribos de índios logo vão ficar perdidas para sempre. Vão desaparecer todas as idéias dos velhos curandeiros, parteiras, agricultores, pescadores e caçadores, nas 1.500 culturas tribais que ainda estão conosco. Por vários milhares de anos, as tribos indígenas têm desenvolvido tecnologias e artes inumeráveis. Elas sabem fazer aparecer vegetação nos desertos secos. Viajaram muitas distâncias nos oceanos com a sua sabedoria sobre correntezas. Entendem como obter remédios das plantas. Devagar, todos esses valores estão indo embora. Por exemplo: a tribo de Borneo diminuiu de 10.000 índios para 500, em dez anos. Desde 1900, 90 tribos do Brasil desapareceram. Outro problema é que os jovens das tribos, quando notam a riqueza e o poder do 1ª mundo, abandonam de suas tribos, esquecendo suas tradições. Esta riqueza está sendo perdida para o mundo moderno.

A sabedoria de uma vida passada pode melhorar nossa maneira de viver no presente. Os tesouros das tribos podem ajudar-nos a viver em humildade e alegria. Aprendendo as lições que as tribos nos ensinam, saímos das crises da velocidade, do dinheiro, da violência e da depressão mental, que ameaçam nossa maneira de viver bem e a nossa existência na sociedade moderna.

Teologia nos propõe que, não somente devemos amar e servir os menos privilegiados, mas, permitir que eles nos evangelizassem, pelos sábios tradicionais. Estes têm muito para nos ensinar na sua espontaneidade, inocência, apreciação da natureza, na compreensão das suas culturas e na cultivação dos seus seres e seus sentidos.

Uma criança da floresta, voltando à sua casa, disse: “Mamãe, um homem me deu isto dizendo que é um relógio. O que devo fazer?”. A mãe respondeu: “Use-o para quebrar nozes”. A criança protestou: “Mamãe, na cidade eles não quebram nozes com ele, mas o leva nos seus braços e, continuamente, o olham”. “Filho, o seu avô falou que os brancos têm um Deus que eles chamam de tempo, que está ligado com o seu relógio, o qual fala e manda nos brancos”. “Mamãe, se eu falo com o relógio ele falará comigo?” “Não meu filho, o relógio não fala conosco porque nós não acreditamos num Deus chamado tempo”. “Mamãe, parece que os brancos ganham as suas férias pelo relógio”. “Meu filho, nós não precisamos de férias, pois sabemos descansar quando estamos trabalhando”.

Se nós brancos pudéssemos viver sem o relógio por algum tempo e se pudéssemos ser nós mesmos, a vida seria muito diferente e, apesar de usarmos relógios, poderíamos aprender que ainda há tempo para viver.

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