quinta-feira, 22 de outubro de 2009

SABEDORIA DO CORAÇÃO

Um dia um homem sem fé saiu a passear com um amigo. Viram alguém que se inclinava para o chão pegando alguma coisa, sobre a estrada. “Que coisa ele encontrou?” pergunta o amigo. “Foi um pedaço de Verdade”, respondeu o outro. “E isto não o perturba?”, diz o amigo. “Sim, respondeu-lhe o homem. Receio que ele faça daquele pedacinho de verdade, uma crença!”.

Uma crença é como um sinal de beira de estrada apontando o caminho da Verdade. As pessoas que somente agarram ao poste e à tabuleta, evidentemente não caminham para a Verdade por terem a falsa sensação de já a terem encontrado. O Mestre Jesus grava sua sabedoria no coração dos seus discípulos, não nas páginas de um livro. O discípulo, por sua vez, poderá levar esta sabedoria, em seu coração, durante trinta ou quarenta anos até encontrar alguém que possa recebê-la. Esta é a tradição cristã.

No princípio, as palavras de Jesus não eram escritas. Seus ensinamentos eram repassados verbalmente entre os seguidores. As primeiras comunidades que Matheus, Marcos, Lucas e João dirigiram, repetiam as palavras dos primeiros discípulos de Jesus. Afinal, foram compostos no livro que se chama “Bíblia”. São Jerônimo fez a cópia oficial da Bíblia, no Séc. IV. Um santo Mestre sabia que tinha somente um discípulo para ser seu sucessor. Certo dia mandou chamá-lo e disse: “Estou velho, você é quem irá me suceder. Deixo aqui o livro é repassado fielmente de mestre para mestre por mais de sete gerações seguidas. Eu mesmo acrescentei algumas notas que poderão ser úteis para você”. Conversaram os dois juntos à lareira. O discípulo aceitou o livro e, em ato determinante, jogou-o nas chamas, pois não tinha paixão por coisas escritas. O Mestre gritou: “Que loucura está fazendo?”. O discípulo respondeu: “E você, que loucura está dizendo?”. O sábio fala com autoridade daquilo que ele mesmo experimentou, não cita livro algum.

Assim, os primeiros cristãos seguiram a sabedoria despertada em seus corações. Somente mais tarde é que se escreveram livros sobre estas idéias. Santo Inácio de Loyola falou: “Se a Bíblia fosse destruída, eu poderia reescrevê-la devido às visões que experimentei”. Porém para nós, pessoas simples, a Bíblia é necessária. O discípulo de outro Mestre lia muitos livros. Um amigo perguntou se este discípulo era um sábio e, o Mestre respondeu: “Ele lê muitos livros sim, porém se é sábio, nem sei. Depende como seu coração é tocado”.

Haroldo J Rahm, SJ – Fundador da APOT – Instituição Padre Haroldo
Para pessoas com síndrome de dependência alcoólica e química de ambos os sexos
Tel. (19) 3794-2500 – Campinas – São Paulo – Brasil
Fundador do Amor Exigente, Yoga Cristã e TLC

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