quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sobre a Igreja Católica

Olá, amigos em Cristo. Hoje, indicamos a vocês artigo do Pe. Laênio Francisco Custódio, da Arquidiocese de Porto Alegre, publicado no Jornal do Comércio nesta quarta-feira (8/9).

Abraço,
Juliano Rigatti e Samanta Lançanova

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Sobre a Igreja Católica

No dia 1 de agosto de 2010, li, com especial atenção, o texto do senhor Severiano Piovezan, publicado na página 4, Opinião, do Jornal do Comércio. Mas, mesmo lendo com atenção, não posso concordar em muitos pontos com ele. Há muitas premissas falsas, baseadas em fundamentos sobre os quais não se baseiam as decisões da Igreja Católica. Ela é uma instituição milenar e, por isso mesmo, tornou-se especialista em humanidade. Acompanhou o desenvolvimento da humanidade em todas as suas matizes: em tempos de paz e em tempos de guerra, em tempos de liberdade e em tempos de perseguição. De fato, é pecado gerar filhos sem assumi-los. A solução para esse fato é assumir os filhos gerados. É não abandoná-los. A Igreja tem inumeráveis grupos assistenciais que suprem essa falta social. A causa da miséria e da fome que assola o mundo não é o número de pobres, mas aqueles que colaboram para a grande distância entre os muito pobres e os muito ricos. O celibato não é a mesma coisa que castidade. É virtude perfeita quando atuam juntos. Celibato é desapego (de ter “a sua família” e mesmo de ter “a sua casa”, ou o “seu carro”). Castidade é permitir-se ampliar o conceito de amor, não ancorado apenas no âmbito sexual. Padres e freiras deixam-se pela castidade e pelo celibato com liberdade, por um sentimento que a sociedade não compreende mais porque está contaminada pelo mercado, que favorece a pornografia abertamente até mesmo (ou principalmente) nos anúncios publicitários.

A “aceitação” dessa possibilidade não aumentaria o número de vocações. As igrejas orientais que permitem aos clérigos casarem-se também têm número reduzido, o que prova que não é esse o problema. No Ocidente (nosso caso) há a possibilidade de homens casados serem ordenados diáconos e nem por isso temos filas de espera. Também a Bíblia diz “penso que, em razão das angústias presentes, é vantajoso não se casar, é bom para o homem ficar assim, sem se casar” (1Cor 7,26), ou ainda: “outros ainda, por causa do Reino dos Céus, se fizeram incapazes do casamento. Quem puder entender, entenda” (Mt 19,12). Como já há muito tratado e confirmado, as situações de pedofilia não são nem maioria e nem exclusividade na Igreja Católica. É crime que é resultado de uma sociedade doente e está em todos os ambientes, especialmente no meio familiar.

Quando a liturgia for contaminada por elementos do mundo, deixará de ser um culto sagrado e tornar-se-á um momento de encontro entre pessoas de fé, para o qual não está vedada a possibilidade de uso de canções com letras bonitas conforme as que foram citadas no artigo antes mencionado. A Igreja Católica Romana é Santa (porque fundada por Jesus Cristo sobre o alicerce dos apóstolos) e pecadora (porque formada por seres humanos que nem sempre sabem o que fazem).

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