segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sobre cooperação

Olá, amigos em Cristo.

Eu conheço a Fábula dos Porcos-Espinhos há pelo menos dez anos. Há uma década, ela já tinha um significado especial na minha vida. Eu era um adolescente e precisava começar a aprender a conviver com os outros, mesmo antes de aprender a lidar comigo. Hoje, ao buscar compreender a metodologia do Amor Exigente, esta história renova o seu significado.

Todo dependente químico em recuperação precisa da cooperação para encontrar a vida novamente. A cooperação consigo mesmo, a cooperação de sua família e de todos os que o amam. E cooperar é aprender a conviver. O nome desta fábula abaixo também é Fábula da Convivência. Porque todos temos espinhos. Não é fácil aceitar o outro, com suas características únicas, seus defeitos incorrigíveis, suas manias que nos incomodam. Cooperar é fazer um esforço pela convicência em harmonia. Fazer o esforço da convivência, da cooperação é, sobretudo, amar.

Um abraço,
Juliano Rigatti e Samanta Lançanova

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FÁBULA DA CONVIVÊNCIA

Durante uma era glacial, muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem às condições do clima hostil.

Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, e juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso.

Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte e afastaram-se feridos, magoados, por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus companheiros.

Os espinhos doíam muito.

Mas essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a morrer congelados. Os que não morreram, voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver, resistindo à longa era glacial.

Os porcos-espinhos sobreviveram.

É fácil trocar palavras, difícil é interpretar os silêncios.
É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar.
É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração.
É fácil apertar as mãos, difícil é reter o seu calor.
É fácil sentir o amor, difícil é conter sua torrente.

Que possamos nos aproximar uns dos outros com amor e serenidade de tal forma que nossos espinhos não firam as pessoas que mais amamos tanto no trabalho, na escola, na igreja, em casa ou na rua.


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