sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

REI BEBÊ - I

Os adictos têm que estar particularmente conscientes das características do REI BEBÊ, pois estas atitudes e comportamentos podem interferir na sua recuperação.

Os reconhecimentos da impotência 
são à base da rendição e recuperação. 

Muitos de nós, que sentem dificuldades com o primeiro passo, somos capazes de reconhecer nossa impotência, mas não estamos dispostos a aceita-la. Nossa necessidade de controle nos impede de nos comprometermos com este ato de rendição que é tão necessário. Os nossos egos interferem. A nossa imaturidade exige que conservemos o controle. Nossa mentalidade de REIS BEBÊS insiste em que dirijamos nossas vidas e controlemos nossas vontades. Temos de renunciar aos traços infantis do REI BEBÊ que existe dentro de nossa personalidade antes de dominar nossa doença. 

A personalidade compulsiva do rei bebê, pode acelerar a adicção ou conduzir a recaída. Temos de nos manter conscientes destas tendências ao trabalharmos o nosso programa de recuperação dos 12 passos.

Quem é o REI BEBÊ? 

Para compreendermos o Rei Bebe, vamos imaginar por momentos que estamos a voltar ao ventre da nossa Mãe, quando sentimos calor, segurança, conforto, liberdade e poder. Somos o centro do universo. Nossas exigências eram rapidamente atendidas. 

O REI BEBÊ é o nosso lado infantil e imaturo que transformaram nossas necessidades em exigências. 

REI ”Governante, mandão, exigente”... 

BEBÊ “Chorão, pidão, resmungão, se não for do jeito dele ele grita, chora, reclama”... Traços de personalidade infantis mantidos na vida adulta.

O CIRCULO VICIOSO

Todos esses jogos começaram com alguma esperança de sucesso, mas escorregaram para a frustração e o fracasso. Uma vida de rei bebe acaba por tornar-se numa situação extrema de altos e baixos. Os recomeços sempre são a sequência de desfechos dolorosos. Estes bebês são adictos da emoção que o sucesso trás, e mais importante ainda, adictos também à dor do insucesso.

Os reis bebês não podem suportar o aborrecimento que advêm das coisas correrem bem demais e criam situações de crise ou de confusão. Uma vida de agitação disfarça os problemas e diminui responsabilidades pelos fracassos.

O caos impede-nos mesmo de observar como a sua auto-estima está em constante diminuição. O fato de se ter quaisquer sentimentos. É previsível que a personalidade do rei bebe se irá tornar dependente de qualquer coisa. É só uma questão de tempo.

COMBINAÇÃO FATAL

Agarrada com uma vida de excesso e sujeita a sentimentos de pouca auto-estima , uma pessoa imatura tem uma vida frustrante e pouco compensadora, mas não necessariamente desgraçada. Mas qualquer coisa acontece a um adicto quando o estilo de vida do rei bebe e a pouca auto-estima se combinam com a experiência de ficar pedrado. Este “qualquer coisa” pode ser uma combinação fatal. Aqueles sentimentos calorosos, agradáveis e confiantes da infância, aquilo que procuramos por toda a vida- é de novo alcançado. O efeito reconfortante e anulador do medo que o químico oferece, corresponde exatamente aquilo que os nossos egos de rei bebê têm procurado. Quando a relação de amor com as pedradas toma conta de nós, todos s aspectos da nossa vida escorregam progressivamente para um comportamento mais excessivo e imaturo.

O CATALISADOR

O sistema de defesa do rei bebe, quase negando qualquer problema, já se encontra bem definido e acelera a queda do adicto para o fundo.

O inimigo está dentro de nós e o uso de drogas liberta as nossas frustrações, raiva, medos, e dúvidas reprimida, como um foguete vai para a lua, assim o REI BEBÊ anda radiante por dentro e por fora, excitado e confiante com a descoberta dessa euforia

O bebê acredita que fica confiante e excitado com essa nova descoberta.

O ego torna-se um doido furioso, exigindo ser alimentado com uma vida de diversão, excitações, que nos leva cada vez mais a nossa adicção. Rapidamente nos tornamos adictos e atingimos o fundo em metade do tempo que levou aos que nos antecederam.

REI BEBÊ não pode imaginar a vida sem química e tem medo de continuar indefinidamente nessa corrida feroz que nunca vai acabar. Sente medo de como vai ser o dia seguinte.

Cegos pela maravilhosa sensação desta euforia perfeita, o bebe que existe dentro de nós perde toda a consciência e os seus valores. E entramos em um processo total de negação, justificação e racionalização em relação a nossa adicção ativa.

FARTO DE ESTAR FARTO

Exausto de um estilo de vida que exige tudo a correr, planejando para ganhar, tentando freneticamente levar a melhor, temendo as conseqüências e os desfechos e pretendendo ser tudo para todos. O bebê que existe em nós acaba muitas vezes por fazer uma travagem brusca.

Quando o enjôo e o pânico provocados pela sensação de se ter um nó no estomago se tornam num medo devastador e num terror que nos consome totalmente, batemos no fundo. O bebe não pode imaginar a vida sem químicos e tem medo de continuar indefinidamente nesta corrida feroz que nunca mais acaba.

A recuperação é adiada pelo ego imaturo que insiste em ter razão sempre.

“NÃO PRECISO DE AJUDA”

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