segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

TUDO É GRAÇA

Saudações – Comunidade de São José Operário, Pe. Luiz, Pe..., Comunidade Polonesa devotos de Matka Boska Częstochowska, todos os Visitantes, seminaristas, religiosos aqui presentes, Familiares e Padrinhos do Pe. Jorge, seu Irmão Cláudio, Mamãe Dona Maria, parabéns a senhora fez um bom trabalho. Padre Jorge, ontem o senhor deu a sua benção neossacerdote à Dona Maria, mas de hoje em diante, seja você sempre o primeiro a lhe pedir a Benção, e dona Maria dirá Deus te abençoe meu filho. Benção de Mãe tem muito poder. Só no céu saberemos quanto bem nos foi alcançado e de quantos males fomos protegidos pela bênção de nossas mães. Amém? 

Padre, assim como o teu coração hoje esta entupido de alegria, essa Igreja também esta entupida de alegria. Amém? Pois receberemos das tuas mãos de neo-sacerdote a maior de todas as Graças, a Santa Eucaristia. Sei da profunda emoção que invade o teu coração neste momento, que pela primeira vez presidi a Santa Missa. Que bela e sublime hora na tua vida padre. Nunca esqueceras. Um padre nunca esquece a primeira vez que celebrou o Santo Sacrifício. 

Além disso, padre, o senhor tem a graça de celebrar sua primeira missa no domingo Gaudete – Conhecido como Domingo-cor-de-rosa ou domingo da alegria. Com efeito, para a nossa alegria, o Senhor já está próximo e vem para salvar-nos. 

Pe. Jorge, como o senhor sabe, deverá exercer o seu ministério num mundo onde existe dor, solidão, pobreza, doença, treva, frustrações, fracassos, ansiedades, apreensões e tantos males. Olhamos ao redor e vemos muros e grades, e atrás deles pessoas com os corações cheios de medo. Lembro-me nesse momento do Papa Polonês, que como o senhor também muito devoto de Matka Boska Częstochowska, quando eleito papa, na sua primeira aparição pública disse: “non havete paura” – não tenhais medo. Diga o mesmo hoje, padre, “não terei medo”, pois Deus está contigo. Digamos todos para o Pe. Jorge – Não tenha medo, pois Deus está contigo. 

É a mesa da Eucaristia, a qual serviras de hoje em diante, Pe. Jorge, que afasta todo o medo, o desânimo; a tibieza, a frieza de coração, o espírito egoísta. Nos mantendo vigilantes para reconhecer as vindas do Senhor a cada dia, preparando-nos para o encontro com Ele, quando toda dor, todo pranto, toda morte serão vencidos! 

Se o senhor aceita o testemunho desse velho padre, lhe digo com toda a certeza da fé: Deus está ao nosso lado. Nunca, em nem um momento me senti traído, abandonado ou desamparado por Deus. Pelo contrário, sempre o Bom Deus se adiantou a todas as minhas necessidades. 

O que Deus pede de nós sacerdotes é o amor e a fidelidade ao chamado. O sinal da fidelidade de um padre pode ser visto no amor com que celebra a eucaristia e na acolhida daqueles que buscam a confissão e no atendimento aos doentes, aos jovens e aos idosos. 

O mundo está sedento de alegria, padre, procura por ela. Agora mesmo, final de ano, tentaram encontra-la nas taças de champanhe, nas gordas refeições, nos repetidos votos de felicidade. Mas encontrão apenas alegrias passageiras. 

Como, então, encontrar a alegria verdadeira? João Batista nos recorda que alegria verdadeira somente pode ser fruto da sincera conversão. Hoje lhe perguntam no evangelho: “Que devemos fazer?” E a resposta de João é bem concreta: praticar fraternidade, a solidariedade, a caridade, não ser violento nem ganancioso. Abrir o coração para os irmãos é abri-lo para acolher a alegria que vem de Deus. É dessa nossa atitude que dependerá o destino de nossa vida! 

Pe. Jorge, o Messias que esperamos, aquele que vem para nos salvar é aquele que, “virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga!” Quão triste a nossa situação diante de Cristo se nossa vida não for mais que palha! Serviríamos apenas para sermos queimados no fogo eterno! 

Ainda preciso te lembrar meu amigo que, como Jesus disse, ao nos colocarmos a serviço do anúncio do Reino de Deus seremos incompreendidos por muitos. O padre, muitas vezes, não é compreendido ao anunciar as verdades de Deus. Muitos querem um padre “água com açúcar”, com uma pregação light, que não toque a consciência dos pecadores. 

Anunciar o Reino de Deus é compreender que a vida humana carece de amor e partilha e que este amor não é abstrato, mas é pão na mesa, educação de qualidade, segurança, moradia adequada, trabalho e lazer, em fim vida digna. 

Anunciar o Reino de Deus, para nós que somos a Igreja de Cristo, é entender que não podemos ficar calados e coniventes diante das injustiças que acontecem à nossa volta. Anunciar o Reino de Deus é, portanto, fazer o caminho de Jesus que doou sua vida e nos resgatou a todos morrendo na cruz. Pe. Jorge, tu será o servidor deste grande mistério de amor que se renova em cada eucaristia. 

Estimado amigo, não tenha medo, siga em frente. O padre diocesano segue a espiritualidade do BOM PASTOR que dá a vida pelas ovelhas. Não tenho dúvida que viverá intensamente isso, pois já está em ti, nós que tivemos a graça de conviver contigo em Canoas, te conhecemos assim: humilde, esforçado e trabalhador, homem da comunidade e homem de Deus. Disponível e alegre. Te víamos sempre junto dos jovens e dos idosos, nas casas das famílias e junto aos doentes, na liturgia e na oração, nas festas e promoções, mas o teu lugar preferido sempre foi estar juntos das pastorais sociais atendendo aos mais pobres da comunidade. 

Não se esqueça de cultivar intimidade com Jesus na Eucaristia que deves celebrar com ardor renovado a cada Santa Missa. Também não descuide de estar com Ele no silêncio do sacrário, onde ele falará diretamente ao teu coração de sacerdote. 

Jorge, padre precisa ser mestre na oração e nela buscar o sentido da sua missão e da sua esperança. Na Encílcia Spe Save, O papa Bento XVI nos diz: Quando já ninguém me escuta, Deus ainda me ouve. Quando já não posso falar com ninguém, nem invocar mais ninguém, a Deus sempre posso falar. Se não há mais ninguém que me possa ajudar – por que minha necessidade supera as possibilidades humanas – Ele pode ajudar-me. Se me encontro confinado numa extrema solidão, em oração jamais estou só. Com a oração tudo pode ser mudado. 

Agradeço a Deus por estar aqui contigo na sua primeira missa. Como é grandioso o dom de sua vida. O Papa São Pio X afirmava: "Cada vocação sacerdotal vem do coração de Deus, mas passa através do coração de uma mãe". Que Deus abençoe a sua mamãe Dona Maria, estimado Pe. Jorge, que te gerou para Deus, para na Igreja ser servo fiel e amoroso. 

Pe. Jorge, me tocou fundo na sexta-feira quando o senhor falou: “Tudo é graça, e a Graça que é Cristo é tudo”. Testemunhou que já nos teus primeiros minutos de padre havia descoberto algo que levei muito tempo para perceber, que para nós padres não nos resta mais nada neste mundo, a não ser o Cristo, e que simplesmente por isso já temos tanto, e tanto, e tanto que nada mais nos falta. 

Confio, nesta manhã, o seu sacerdócio a proteção de Matka Boska Częstochowska. Que ela, Discípula Fiel, te ajude a passar ileso por todas as tentações e desafios que poderão vir sobre o seu ministério. Siga em frente, seguindo os passos de Jesus o Bom Pastor, te acompanharam as orações. Jorge tenho toda a certeza da fé que será um padre feliz e santo. Amém?

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