O dom da piedade é um dom do Espírito Santo por vezes é mal entendido ou considerado de modo superficial, quando na verdade toca o coração de a nossa vida cristã.
Este indica a nossa pertença a Deus e a nossa ligação profunda com Ele, uma ligação que dá sentido a toda a nossa vida e que nos mantém firmes, mesmo nos momentos mais difíceis.
Esta ligação com o Senhor trata-se de uma amizade com Deus que muda a nossa vida e nos enche de entusiasmo, de alegria. Por isso, o dom da piedade suscita em nós antes de tudo a gratidão e o louvor.
Quando o Espírito Santo nos faz perceber o amor de Deus por nós, aquece-nos o coração e nos move à oração.
Piedade é a intimidade filial com Deus, daquela capacidade de rezar a Ele com amor e simplicidade que é própria das pessoas humildes de coração.
Se o dom da piedade nos faz crescer na relação e na comunhão com Deus e nos leva a viver como seus filhos, ao mesmo tempo nos ajuda a dirigir este amor também para os outros e a reconhecê-los como irmãos.
E então sim seremos movidos por sentimentos de piedade com aqueles que encontramos todos os dias.
Ao contrário do que alguns pensam que ter piedade não é fechar os olhos, inclinar a cabeça e fazer uma cara de imagem. Este não é o dom da piedade. O dom da piedade significa ser realmente capaz de alegar-se com quem está na alegria, de chorar com quem chora, de estar próximo a quem está sozinho ou angustiado, de corrigir quem está no erro, de consolar quem está aflito, de acolher e socorrer quem está precisando.
No mundo materialista que vivemos, não são muitas as pessoas que vivem uma intimidade com Deus; não são muitas as pessoas fervorosas no cumprimento das Escrituras, na busca dos valores eternos.
O dom de piedade nos leva a amar Deus profundamente e viver em comunhão com Ele, desejando sempre fazer a Sua vontade.
O dom da piedade nos leva a amar e reverenciar tudo que é de Deus: a oração individual, a oração litúrgica, a vida sacramental, a adoração ao Santíssimo Sacramento, a reza do santo terço, o desejo de pregar a Palavra de Deus, a meditação da Palavra, a leitura de bons livros, o zelo pelas coisas sagradas etc. Esse dom nos faz devotos. A devoção é a rainha das virtudes. A verdadeira devoção nada destrói; ao contrário, tudo aperfeiçoa.
A palavra “piedade”, no seu sentido original, diz respeito à atitude de uma criança para com seus pais: uma combinação de amor, confiança e reverência. Se essa é a nossa disposição habitual para com o Bom Deus, estamos vivendo o dom de piedade.
Esse dom do Espírito Santo quando acolhido gera intimidade e familiaridade com Deus. Quando percebemos estamos falando com ele de forma natural e espontânea como a criança no colo da mãe
É também o dom da piedade que desperta no cristão viva e inabalável confiança em Deus Pai, confiança e entrega como, por exemplo, dá testemunho Santa Teresinha de Lisieux na sua doutrina sobre a infância espiritual.
O dom de piedade não estimula os cristãos apenas a cumprir seus deveres para com Deus de maneira filial, mas os leva também a experimentar interesse fraterno para com todos os seus semelhantes. Típico exemplo desse sentimento encontra-se na vida de São Francisco de Assis: quando este, certo dia, sonhando com as glórias de um cavaleiro medieval, avistou um leproso, sentiu-se movido a superar qualquer repugnância e a dar-lhe o beijo que exprimia a fraternidade de todos os homens entre si.
O dom de piedade, tornando o cristão consciente de sua participação na família dos filhos de Deus.
Que o Espírito Santo dê a todos nós este dom da piedade.
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