sexta-feira, 25 de junho de 2010

COMUNIDADES TERAPÊUTICAS

por Leandro Gubert
colaborador

Hoje no Rio Grande do Sul segundo estatísticas do CNEN – RS existem cerca de 280 comunidades terapêuticas (C.T.s), onde pessoas com a síndrome da dependência química, buscam recuperação do uso e abuso de substâncias psicoativas. A Comunidade Terapêutica é um lugar de esperança para muitas pessoas que perderam tudo devido a dependência, lugar onde esperam mudar suas vidas e recuperar sua dignidade.
O tratamento oferecido em muitas comunidades é baseado na mudança de caracter, onde os residentes aprendem a valorizar as pequenas coisas, mudando seu comportamento para com as pessoas e sociedade, aprendem que seus defeitos de caracter enraizados em seu interior, muitas vezes desde sua infância, são seus piores inimigos, lugar onde reuniões diárias, trabalho, oração e principalmente a disciplina fazem parte de um processo terapêutico, onde a rotina de seus longos meses de tratamento exigem um enorme esforço para um real e significativa mudança de valores.
Mas muitas vezes, quase que imparcialmente, as ‘’C.T.s’’ parecem mais com depósitos de dependentes químicos, onde o real e significativo processo terapêutico não é aplicado, onde disciplina torna-se quase que cruel, com as pessoas que buscam uma nova maneira de ver a vida. Saem do tratamento mais revoltados que antes devido as humilhações sofridas, trabalho excessivo na maioria dos casos, quando o dependente deveria ‘’se’’ trabalhar. Infelizmente, o lugar onde os dependentes químicos buscam esperança e novos valores, tornam-se um lugar não muito diferente de seus lares.
Penso que deve haver um novo modelo terapêutico, onde a busca do “novo homem” deve começar através do respeito mútuo, do exemplo de vida, vindos das pessoas designadas a esta tarefa de lidar com vidas.

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