quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Não Abuse das Bebidas Alcoólicas no Fim de Ano

As festas de Natal e Ano Novo, que deveriam significar apenas momentos de alegria e descontração, acabam também influenciando o consumo abusivo de bebidas alcoólicas e, conseqüentemente, expondo os consumidores aos seus desdobramentos, entre os quais, acidentes de trânsito, violência, afogamentos, entre outros problemas graves.

O CISA - Centro de Informações sobre Saúde e Álcool alerta a população para os riscos ocasionados pelo consumo exagerado de bebidas alcoólicas durante as festas de fim de ano.

Para boa parte da população, a alegria dessas festas é regada a algum tipo de bebida alcoólica.

Essa tradição, porém, pode ter conseqüências pouco agradáveis, quando as pessoas não respeitam limites, principalmente antes de dirigir.

O uso nocivo de álcool tem exercido papel preponderante no agravamento das estatísticas na época das festividades, na medida em que provoca diversos efeitos nas pessoas, que se estendem desde a desinibição social e relaxamento (com doses baixas) até a sonolência, fala pastosa e coma (com doses mais elevadas).

Fácil acesso

Um estudo divulgado pelo NIAAA, organismo americano que trata do alcoolismo, confirma maior probabilidade de pessoas morrerem devido a acidentes de trânsito relacionados ao uso de álcool nesta época do ano.

No Brasil, apesar da escassez de estudos sobre a direção de veículos automotores sob a influência do álcool, uma pesquisa com 333 adultos participantes do I Levantamento Nacional Domiciliar sobre Padrões de Consumo de Álcool (entre 2005 e 2006) revelou uma prevalência de beber e dirigir de 34,7%.

De acordo com o levantamento da Polícia Rodoviária Federal, de 19 de dezembro de 2009 até 3 de janeiro de 2010, foram registrados 8.882 acidentes nas rodovias federais de todo o país.

Do total de acidentes, a PRF detectou 455 mortos e 5.693 feridos, um aumento de 4% em comparação ao mesmo período de 2008/2009. As regiões Sul e Sudeste foram responsáveis pelos maiores registros de acidentes.

Segundo o psiquiatra Luiz Alberto Chaves de Oliveira, as festas de final de ano são ocasiões de facilitação do uso da bebida, muitas vezes inconsciente por parte dos pais.

"O uso exagerado das bebidas nessas comemorações dá as crianças a falsa idéia de que o seu consumo traz alegria e felicidade", afirma o médico, reconhecendo que, na sociedade ocidental as festas de final de ano ocupam muitas vezes os ritos de passagem.

Hoje, principalmente, para os adolescentes pode significar a passagem da infância para a fase adulta. "A família deve estar atenta para que as crianças não assistam a comportamentos maléficos para a saúde neste período", adverte o Oliveira.

Álcool e direção

O levantamento nacional também mostrou que 18% dos quase 18 mil universitários das capitais brasileiras entrevistados já haviam dirigido sob o efeito de álcool e 27% relataram ter pegado carona com um motorista alcoolizado.

Apesar da severidade dos efeitos aumentar em relação direta com o acréscimo do consumo de álcool, pode haver perda de reflexos e prejuízos no julgamento crítico a partir da ingestão das primeiras doses, já que a tolerância ao álcool varia de indivíduo para indivíduo.

Entra aí o perigo da mistura de álcool e direção. A ingestão de bebidas alcoólicas, mesmo que em uso moderado (até três doses diárias para homens e duas doses para mulheres) está associada com dirigir em velocidade excessiva e ocorrência de acidentes fatais de trânsito.

A combinação de bebida alcoólica e banho de mar também pode tornar-se perigosa, principalmente quando associada à imprudência e desconhecimento das áreas de perigo nas praias. Estatísticas apontam que, em 2007, 44,9% das vítimas de afogamentos estavam embriagadas.

Em época de festividades, outra conseqüência frequente é a ressaca do dia seguinte. Os médicos do CISA reforçam que o uso de medicamentos utilizados para preveni-la não é eficaz e, pior, pode potencializar a ação lesiva do álcool sobre a mucosa gástrica. Este tipo de remédio pode, ainda, agravar a inflamação do estômago e piorar as náuseas e vômitos, caso contenham o ácido acetil-salicílico.

O álcool no caminho

Violência - Estudo brasileiro destaca o uso de álcool como um fator importante no processo de vitimização por homicídios. Entre os resultados, a pesquisa apontou que 43% das vítimas de homicídios analisadas apresentaram níveis de álcool no sangue superiores a 0,2g/l, e que 56,4% das vítimas mortas nos fins de semana estavam alcoolizadas, o que pode estar relacionado ao consumo de álcool de alto risco em bares e festas, mais comuns nesses dias.

Afogamento - A combinação de bebida alcoólica e banho de mar ou em rios, represas e cachoeiras pode tornar-se perigosa, principalmente quando associada à imprudência e desconhecimento das áreas de perigo. Estima-se que o uso de álcool esteja associado a cerca de 25% a 50% das mortes de adolescentes e adultos relacionadas a atividades recreativas aquáticas.

Mitos - Grande parte das pessoas que bebe em ocasiões festivas acaba tendo problemas com a direção de veículos, porque não são capazes de reconhecer que a destreza necessária para a direção, além de outras habilidades importantes, como a tomada de decisões, são prejudicadas muito antes dos sinais físicos da embriaguez começar a aparecer.

Efeitos duradouros - Outro engano muito comum é subestimar os efeitos duradouros do álcool no corpo. Alguns acreditam que parar de beber ou tomar um copo de café podem torná-los aptos a dirigir com segurança. A verdade é que o álcool continua a afetar o cérebro, mesmo após a última dose, prejudicando a coordenação e a capacidade de julgamento até mesmo horas depois da ingestão de bebidas alcoólicas.

Lei Seca: O CISA - Centro de Informações sobre Saúde e Álcool destaca a influência positiva da Lei 11.705/08, popularmente conhecida como Lei Seca, para a mudança de comportamento dos motoristas, que se tornaram mais responsáveis em relação à mistura "álcool e direção". A ONG defende, ainda, a intensificação da fiscalização e a aplicação de punição para os infratores como formas de garantir a continuidade da eficácia da lei.

Fonte: Cisa
Matéria Site: Paraná Online

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