sábado, 28 de janeiro de 2012

O NERVOSO (emotivo, inativos, primário)

Extrovertido e absolutamente primário nas reações. Tem uma sensibilidade tumultuada e incoerente, uma inteligência desordenada e uma vontade inconstante. Tende facilmente aos entusiasmos e às contradições. Foge da solidão, gosta das mudanças e das novidades, da alegria e dos divertimentos. Mostram-se satisfeito de si próprio, vaidoso e desejoso de estima. Tendencialmente instável, tem uma aparência tensa e move-se por impulsos. 

E violento e susceptível; procura emoções profundas e novas, e cai em frequentes contradições entre o que pensa e o que vive. É talvez o mais propenso à mentira. Hipercrítico e desconfiado, experimenta desejos elevados e inconstantes: tende a construir grandes projetos, que depois abandona. Fica satisfeito quando se acha em primeiro plano, fala continuamente de si, é hábil na conversa, procura impor-se por meio da crítica e do espírito de contradição, e pode chegar a assumir atitudes orgulhosas e de desprezo para com os outros. Amável e afetuoso apresenta-se como o típico “menino simpático”, que, no entanto, não se submete a nenhum esforço. 

Modo de tratar: precisa de educadores muito francos e muito generosos, dispostos a aceitar pacientemente a sua emotividade e, a saber, orientá-lo. É contraindicada a severidade excessiva. Pode ser oportuno, sempre com o parecer do médico, ajudá-lo a conseguir um mínimo de calma, utilizando, se for preciso, um adequado tratamento fisiológico. Exige muita vigilância – mas não uma atitude de indiscrição ou curiosidade -, acompanhada de muita delicadeza no trato; as repreensões e as críticas não o educam, antes o levam a protestar com violência. Pode-se ajudá-lo a superar o seu desejo de exibirem-se procurando descobrir lhe motivos positivos, valores morais que o incitem a destacar-se, estimulando-o depois a fazer as coisas sempre melhor. 

Na adolescência, é útil revelar e explicar ao filho os defeitos do seu caráter e quais os limites da sua personalidade; em qualquer caso, é preciso corrigi-lo com delicadeza sempre que erra e procurar responder-lhe com calma, evitando dar-lhe motivo para novas irritações. Demonstrar-lhe interesse repetidas vezes e elogiá-lo para sublinhar os seus primeiros sucessos. 

Pôr em prática uma pedagogia atida e viva; estimulá-lo à autoafirmação pelo domínio de si e, durante a puberdade, ajudá-lo a analisar uma determinada emoção para poder governá-la. Afastá-lo das suas falsas manias de originalidade, que o levam a assumir atitudes teatrais, e estimulá-lo a conseguir uma individualidade autêntica, meditada, decidida. 

Dirigir-lhe a inteligência, atraindo-a para formas abstratas de raciocínio. Ensiná-lo a ver as coisas numa perspectiva ampla, a procurar o “como” e o “por que”. Ajudá-lo a dominar a força motriz por meio de uma atividade esportiva. Para isso, são muito úteis os trabalhos manuais: propor-lhe um único objetivo de cada vez, mas exigindo com firmeza e afeto que o leve até o fim. Ajudá-lo a ter um horário e a não deixar as coisas para “amanhã”. 

Quanto a tomar decisões, é impulsivo e decide precipitadamente, sem prever as consequências; por esse motivo, é conveniente levá-lo à ação em coisas que ponham em jogo a sua reputação, utilizando, como estímulo, o seu amor-próprio. Os passeios ajudam-no muitíssimo. Quanto às manifestações típicas de impulsividade (teimosia, palavras, gestos), criar o vazio à sua volta e deixar que se extravase – desde que não se trate de manifestações graves -, aguardando que recupere a calma para lhe mostrar a sua fraqueza, comparando-a, bem mais tarde, com o domínio de si demonstrado por algum dos seus amigos. 

É muito inconstante nos seus interesses e nas suas simpatias; a escola, com a sua regularidade e obrigações, ser-lhe-á de muita ajuda. Mas deve estar sempre ocupado: a família pode proporcionar-lhe algumas novidades e variedades nos jogos e nas atividades. De qualquer juízo negativo que se faça a seu respeito, dar-lhe uma explicação tranqüila e afetuosa; é importante não sermos tímidos com os nervosos. 

Inclina-se a faltar à objetividade e a mentir para enfeitar a realidade. Não se deve, pois, alimentar a sua imaginação, e é preciso fazer com que em casa tenha um ambiente pouco receptivo às suas “invenções”, mas sempre sem muita severidade. É vaidoso e orgulhoso: procurar não lhe extinguir o orgulho, que é parte do seu potencial, mas dar-lhe um rumo certo, de modo que se sinta satisfeito não tanto pela sua pessoa mas pelos seus atos. É preciso proporcionar-lhe ocasiões de conseguir um certo sucesso, tendo depois o cuidado de mostrar que “se notou”, elogiando-lhe o esforço e o resultado. Nas suas “raivinhas”, não ceder, e fazer com que ganhe consciência delas, mas com uma tranquilidade quase indiferente, sem ironia nem castigos. Desmontar-lhe os caprichos com poucas palavras e calma.

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