sexta-feira, 9 de agosto de 2019

PAI HERÓI

O segundo domingo de agosto é dedicado aos pais. Esta festa é um gesto de gratidão, admiração e oração pelos pais. Se esta festa não existisse precisaríamos criá-la, tal a importância da figura paterna para a formação de cada pessoa e da sociedade como um todo. 

Não é nada fácil ser pai. Pensar que basta compra um violão para ser musico é como pensar que basta ter um filho para ser pai. Antes que a primeira música seja tocada muitas tentativas, ensaios e erros, e além disso tocar violão é uma arte que nunca se termina o aprendizado, pois precisa-se ser estudado e praticado por toda a vida. O mesmo pode dizer de ser pai, e ainda mais, é muito mais fácil tocar violão do que ser pai. Pai acerta e erra, tenta de novo, e continua a prendendo essa nobre missão por toda a vida. 

Ninguém nasce sabendo ser pai, nem mesmo é fácil assumir esta missão. Trata-se de uma arte, uma sabedoria, uma tarefa marcada por sacrifícios e alegrias. Quantas vezes já conversei com pais preocupados com o futuro de seus filhos, se perguntando se esta os criando direito, se não os mimou demais, se não foi duro demais. 

É comovente a gente ver o pai ao lado da esposa e perto dos filhos. O pai livra o filho da dependência da mãe, indica rumo e direção na vida, é esteio e ponto de referência na família. Sem você pai, crescemos inseguros, tímidos, indecisos. 

Pai tem se tornado um artigo de luxo em nossa sociedade, muitas casas nem homens tem mais, e em muitas que tem figura masculina esses homens não são pais. Claro que existem mulheres que têm feito com muito sucesso o papel do pai da mãe, mas se lhes perguntarem com certeza dirão que gostaria de ter o pai por perto para dividir essa responsabilidade. 

Lembro-me quando um pai chegou angustiado na igreja, dizendo que havia passado pela praça e visto a sua filha de 12 anos no colo de um menino, me perguntando onde tinha errado, eu apenas perguntei-lhe, pai quanto tempo faz que você não dá colo para a sua filha, não passeia com ela, não diz o quanto é bonita. Quando o pai sabe valorizar as suas filhas, elas saberão o valor que tem, e não ficaram mendigando afeto de qualquer um que só queira se aproveitar delas. Como é necessário o colo, o abraço, a presença, o tempo, a fé, e a orientação paterna. 

Não vale a pena um pai ter sucesso financeiro e fracasso familiar. O maior tesouro e o capital mais precioso é a nossa família. Ser pai é ser líder, condutor, provedor, mestre e protetor da família. 

No passado tivemos pais proibitivos, hoje temos pais permissivos, mas precisamos de pais participativos que sejam a fascinação de seus filhos, o pai herói, mesmo sendo limitado. Sabemos que os pais não são perfeitos, pai erra e acerta, pois, pai também é gente. O que importa mesmo é o seu jeito de ser pai ao ponto dos filhos poderem dizer: “Eu quero ser como meu pai. Meu pai e eu somos um. Quero ser digno desse pai”. E esse é sem dúvida o maior presente que um filho pode dar ao seu pai, dizer a ele: “pai eu quero ser como o meu pai. ” 

Pai, como faz bem sua presença em casa e como prejudica a sua superproteção, presentes e liberdades sem limites aos filhos. O amor de pai tem que ser é exigente. 

Não troquem o lar pelo bar, pelo campo de futebol, pela empresa, pela internet ou pela televisão. A atual geração está crescendo com sensação de ausência, de distância do pai. 

Gerar um filho é fácil, difícil é ser pai desde a concepção, durante a gravidez e em todas as etapas da vida. 

Está mudando o jeito de ser pai, mas em nada diminui a sua importância. Muitos ainda confundem o pai com o patrão, o patriarca. Outros, porém, pensam que o pai é apenas um cara que pagas as contas e que faz todas as vontades dos filhos. Quantos pais já desabafaram comigo, o tudo é mãe, só a mãe, a mim só me procuram para pagar as contas. 

A verdade é que: 

- Pai ausente, filho carente. 

- Pai permissivo, filho prepotente. 

- Pai irreligioso, filho incrédulo. 

- Pai profissional, filho consumista e folgado. 

- Pai fraco, filho desnorteado. 

Queremos abraçar afetuosamente neste dia o pai migrante, o padrasto, o desempregado, o doente, o viúvo, o separado. Tanto o pai que alcançou a terceira idade, como o pai ainda adolescente, necessitam de nosso apoio e compreensão. 

Lembremos, o mandamento das leis de Deus, inclusive o único mandamento que vem acompanhado de uma benção: “Aquele que respeita o pai obtém o perdão dos pecados, aquele que honra o pai, viverá muito tempo. Filho cuida de teu pai na velhice. O amor para com o pai, nunca será esquecido” (Eclo. 3). 

Cada pessoa leva dentro de si o pai que a gerou ou adotou. A reconciliação com o pai tem o poder de curar muitos males e sofrimentos da nossa vida. Quem não resolve seus problemas com o pai, vai repeti-los vida afora de diversas maneiras. Podemos solucionar todas as questões de antipatias e rejeição da autoridade através do perdão aos nossos pais.

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