sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

No século XVII, a França viva uma épocas turbulentas, com crises no campo político, religioso, econômico e social, onde havia uma grande hostilidade à Igreja. No tocante a fé havia os puritanos: de coração estreito e mente pequena, amedrontados diante de um Deus severo e castigador, e em contraposição os libertinos: com sua pratica oposta. Esses dois grupos davam à época um aspecto sombrio, marcado pelo pecado, materialismo e descristianização. Em contraposição a esses extremos, o Sagrado Coração de Jesus vem se mostrar em sua infinita misericórdia, bondade e amor por todos nós.

Neste contexto, Santa Margarida Maria Alacoque é escolhida por Deus para revelar ao mundo o Coração de Jesus: “o amor não correspondido, que pede desagravo, reparação de todos os fiéis, à luz da misericórdia de Jesus Cristo, o redentor, enviado pelo Pai para salvar e não para condenar”.

Assim nos ensinou São João Paulo II: “Queridos Irmãos e Irmãs, contemplemos o Sagrado Coração de Jesus, que é fonte de vida, porque por seu intermédio se realizou a vitória sobre a morte. Ele é também fonte de santidade, porque nele é derrotado o pecado, que é inimigo da santidade, inimigo do progresso espiritual do homem. No Coração do Senhor Jesus, tem início à santidade de cada um de nós. Aprendamos deste coração o amor a Deus e a compreensão do mistério do pecado. Façamos atos reparadores ao Divino Coração pelos pecados cometidos por nós e pelo nosso próximo. Reparemos pela recusa da bondade e do amor de Deus. Aproximemo-nos todos os dias desta fonte de água viva. Invoquemos com a samaritana: «dai-nos desta água», porque ela dá a vida eterna. Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade, Coração de Jesus, fonte de vida e de santidade, Coração de Jesus, propiciação pelos nossos pecados – tende piedade de nós. Amém”. (Palavras de São João Paulo II)

Santa Margarida Maria Alacoque manifestou desde muito cedo a graça de uma vida mística extraordinária, mas as Grandes Revelações sobre o Sagrado Coração de Jesus ocorreram entre dezembro de 1673 e junho de 1675.

Na primeira Grande Revelação Jesus fala de seu imenso amor por nós, acontece logo após o natal de 1673, Santa Margarida Maria relata as palavras a ela dirigidas por Nosso Senhor: “Meu Coração divino é tão apaixonado de amor pelos homens, e por ti em particular, que não mais podendo conter em si as chamas de sua caridade ardente, é preciso que elas se difundam por teu intermédio, e que ele se manifeste aos homens para enriquecê-los de seus tesouros preciosos, que eu aqui manifesto, e que contêm as graças santificantes e salvíficas necessárias para retirá-los do abismo de perdição”.

A segunda Grande Revelação é ainda mais impressionante. Na primeira sexta-feira de 1674, Nosso Senhor mostra seu Sagrado Coração, à Santa Margarida. Ouçamos a sua discrição dessa aparição: “Este Coração divino me foi apresentado como num trono de chamas, mais radiante que um sol, com sua chaga adorável. Estava rodeado de uma coroa de espinhos, que significava as ofensas que nossos pecados lhe faziam. Era ainda encimado por uma cruz. E Ele me fez ver que o ardente desejo que tem de ser amado pelos homens e de retirá-los da via de perdição, em que satanás os precipita em multidão; e que por esse ardente desejo de salvar a humanidade resolve manifestar seu Coração aos homens, com todos os tesouros de amor, de misericórdia, de graça, de santificação e de salvação que contem. E mais: Onde esta imagem (do Sagrado Coração) fosse exposta, para ser honrada, Ele ali difundiria suas graças e bênçãos”.

Na terceira Grande Revelação, ainda em 1674, Nosso Senhor pede um culto reparador, bem como a comunhão frequente, a comunhão das primeiras sextas-feiras e a Hora Santa na quinta-feira.

Na quarta Grande Revelação, que ocorreu em 20 de junho de 1675, Nosso Senhor afirmou à santa: “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências e sacrilégios, e pela frieza e desprezo que tem para comigo na Eucaristia. Entretanto, para Mim mais doloroso, há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para honrar meu Coração, comungando neste dia e reparando-o pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto nos altares. Prometo-te que meu Coração se dilatará para derramar os influxos de seu amor divino sobre aqueles que lhe prestarem esta honra”. 

Por fim, existe a chamada Grande Promessa do Sagrado Coração, que é a graça da penitência final, acontecida em maio de 1688: “Numa sexta-feira, durante a Santa Comunhão, Ele disse à sua indigna escrava: – Eu te prometo, que concederei a todos aqueles que comungarem consecutivamente nas nove primeiras sextas-feiras dos meses, a graça da penitência final, não morrendo na minha desgraça e sem receber os sacramentos, meu Coração divino se tornando seu asilo seguro no último momento”.

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