quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

SINAIS INDICATIVOS DA RECAÍDA A CAMINHO

São muitos os sinais de alerta que nos advertem sobre a possibilidade da recaída, em se fazendo um inventário semanal dos sinais de alerta relacionados nesta seção pode-se ter condições de evitar algumas recaídas.

1- RESSENTIMENTO: O grande livro cita os ressentimentos como “o provocador número um” porque ele destrói mais um dependente químico que outro fator qualquer. Agarrar-se a males passados ou menosprezo (reais ou imaginários) pode provocar a recaída. É possível que necessitemos de outro Quarto ou Quinto passo com padrinho, um clérigo ou alguém que se respeite dentro do programa de recuperação, em quem se confia. 

2- EXAUSTÃO: Com boa saúde e descansados nós conseguimos pensar com maior clareza, quando excessivamente, cansada do mal de saúde o nosso raciocínio torna-se confuso. Quando nós nos sentimos bastante mal, então quer parecer-nos que a droga ou pílula não poderiam tornar as coisas piores. 

3- DESONESTIDADE: Começamos sempre com pequenas mentiras desnecessárias que se contam a colegas de serviço, amigos ou familiares. Mente-se depois para si mesmo. É o que chamamos de racionalização, procurando uma desculpa para fazer depois o que sabe não ser correto.

4-IMPACIÊNCIA: Tornamo-nos impacientes quando as coisas parecem não acontecer com a rapidez desejada ou quando os outros não fazem as coisas desejadas imediatamente.

5-PROPENSÃO PARA DISCUSSÃO: Estamos discutindo questões pequenas e ridículas? É necessário sempre ter razão? Tudo indica que estamos procurando uma boa desculpa para o uso.

6- A ZANGA: Quando paramos de usar substâncias, são muitas as emoções que nos invadem. Podemos zangar-nos conosco mesmo, então, por termos um problema que se chama “vício”, também podemos zangar-nos com os outros por não serem dependentes e parecerem ter tudo mais fácil. Podemos ficar zangados por que não melhoramos de vida não obstante a sobriedade toda. Esse tipo de zanga quando não partilhado nos encontros com o padrinho ou com a pessoa objeto de nossa zanga pode levar à recaída.

7- DEPRESSÃO: Um desespero intolerável e inexplicável que se apossa de nós. Quando o mesmo ocorre trate de contorná-lo falando a respeito nos encontros com um padrinho ou monitor. Não armazene. 

8- FRUSTAÇÃO: As coisas não vão indo como nós gostaríamos que fossem. Estamos agitados, mas quando isso acontece devemos lembrar-nos que a recuperação fornece o instrumento de que necessitamos para lidar com a vida em seus próprios termos. Um deles é o seguinte: as coisas por vezes não vão a nosso modo. Além disso, as pessoas não se suportam como desejaríamos.

9- AUTO-PIEDADE: Evite pensamentos como estes: Por que estas coisas acontecem comigo? Por que é que eu tenho que ser dependente químico? Os outros não me agradecem por tudo que eu tenho feito por eles.

10- ARROGÂNCIA: Sentimo-nos como se nós tivéssemos resolvido a “parada”. Já não temos mais receio algum da dependência química. Encontramos em situações difíceis meios para provar aos outros que nós não temos problema algum. Caso isso se repita um número suficiente de vezes, nós enfraquecemos as nossas defesas. Diz um velho ditado que “quem vai ao barbeiro acaba cortando o cabelo”.

11- COMPLACÊNCIA: Se usar é a única coisa que vem a mente, não usar deixa de ser um ato consciente também. É perigoso abandonar a disciplina só porque tudo vai indo bem. Um pouco de receio sempre é bom, ocorrem mais recaídas quando tudo vai bem, do que quando as coisas não vão bem.

12- EXPECTATIVAS NÃO REALIZADAS: Quando nós pensamos “eu mudei, porque os outros não mudam?” nos encontramos em dificuldade. Que os outros mudem é ótimo, mas não podemos obrigá-los, não podemos esperar dos outros que mudem seus estilos de vida só porque nós mudamos. O mundo não é obrigado a reverenciar-nos só porque nós nos tornamos sóbrios.

13-FALTA DE DISCIPLINA: Quando paramos de rezar, meditar, de fazer o nosso inventário diário e de participar dos grupos anônimos, então nos encontramos na fase do desleixo, mas, não podemos nos dar ao luxo de nos aborrecemos com nosso programa. O custo da recaída seria alto demais.

14- JOGOS MENTAIS: Dependentes químicos podem fazer jogos mentais, ou seja, auto-manipulação. Podemos achar que “enquanto eu parei de usar álcool, um pouco de maconha não poderia me fazer mal”, ou então, “que haverá de errado com alguns goles de bebida, uma vez que deixei de usar cocaína?”, ou ainda, “que haverá de errado com uma prescrição médica para acalmar-me quando estou nervoso?”. Quem já pensou dessa forma deve saber que isso se volta para o uso, enquanto embarcamos em uma nova substituição.

15- IMEDIATISMO: Não devemos estabelecer metas que não podemos alcançar por via de esforço normal. Conseguimos o que merecemos fazendo o melhor que pudermos, mas, nunca tão logo o desejamos, quando nos encontraremos na situação de demais, devemos lembrar-nos do seguinte adágio: “A felicidade não é ter o que se deseja, mas sim desejar o que se tem.”

16- FALTA DE GRATIDÃO: Não se concentre nos problemas da vida, se bem que não estejamos tentando ser excessivamente otimistas. É sempre bom lembrar onde começamos e como a vida é bem melhor agora.

17- REFLEXÕES PERIGOSAS: Começamos a pensar que nada pode acontecer, no entanto quase tudo pode acontecer conosco, especialmente se formos descuidados. Convém lembrar que a nossa doença é progressiva e sofrendo a recaída, nós voltamos ao ponto inicial da recuperação.

18- ONIPOTÊNCIA: Quando nós pensamos ter todas as respostas para nós mesmos e para os outros, quando ninguém poderá dizer-nos coisa alguma, quando ignoramos as sugestões ou os conselhos dos outros, a recaída pode estar próxima. O remédio mais simples para isso será o de pedir aos nossos padrinhos do grupo de recuperação (ou a outras pessoas) que nos apontem, com firmeza e carinho, as nossas atitudes onipotentes. Isso funciona.

19- CULPA E VERGONHA: Quando ficamos sóbrios por algum tempo podem aflorar sentimentos de sermos inúteis; lembramos de todas as coisas más que praticamos (culpa) e gradualmente podemos chegar a acreditar que somos maus por culpa própria (vergonha). Pensamos “a minha vida já não tem mais conserto, então, por que aborrecer-me?”. Este raciocínio pode conduzir a uma recaída. Teremos que retrabalhar os passos quatro e cinco para chegar a uma avaliação mais honesta de nós mesmos, se a vergonha tiver raízes na infância, talvez tenhamos que procurar um consultor para por as coisas nos devidos lugares.

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