terça-feira, 31 de agosto de 2010

DROGAS NA ESCOLA


Pe. Eduardo Delazeri

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgaram, recentemente um levantamento inédito sobre o consumo de drogas entre estudantes de escolas paulistanas. O estudo teve a participação de 5.226 alunos do 8º e 9º ano do ensino fundamental e dos três anos do ensino médio, em 37 escolas.

De todas as drogas o álcool se mostrou, de longe, a mais usada: 40% dos estudantes haviam bebido no mês anterior à pesquisa, enquanto 10% haviam consumido tabaco, a segunda droga mais prevalente, O álcool é também a droga que começa a ser consumida mais cedo, com média de idade de 13 anos. O primeiro consumo de álcool ocorreu em casa para a maior parte dos entrevistados: 46%.

Muitas vezes as campanhas preventivas são focadas em drogas como maconha e cocaína. O estudo mostrou que cerca de 80% dos estudantes do ensino fundamental e 70% do ensino médio nunca usaram qualquer droga exceto álcool e tabaco. Mesmo entre os adolescentes que utilizaram outras drogas, nada se aproximou do padrão de consumo caracterizado pelo comportamento binge relacionado com o álcool, comportamento que acontece quando uma pessoa perde o controle momentâneo, consumindo rapidamente uma grande quantidade de álcool em um curto período de tempo.

Segundo o estudo, o primeiro consumo de álcool ocorreu principalmente na casa do adolescente (46%), na casa de amigos (26%). A bebida foi oferecida pela primeira vez por familiares (46%) ou amigos (28%). Apenas uma parcela de 21% respondeu “peguei sozinho”. Os meninos deram preferência à cerveja e as meninas às bebidas: batidas, caipirinha e vinho.

O tabaco, assim como o álcool, esteve mais associado a alunos do ensino médio: 33% dos alunos experimentaram alguma vez na vida, contra 14,8% do ensino fundamental. Os fumantes regulares correspondem a cerca de 4% dos estudantes do ensino médio e menos de 1% do ensino fundamental. Meninos e meninas fumam em quantidade e freqüência semelhantes.

A freqüência de consumo de álcool foi maior nas escolas públicas. Mas nas particulares, os estudantes que bebem estão mais sujeitos ao exagero.

O adolescente que arrisca no consumo de drogas também se arrisca em outros aspectos da vida. As ações preventivas não devem focar apenas nas substâncias psicoativas, mas o desenvolvimento do adolescente em relação a comportamentos agressivos, hiperatividade e dificuldades de aprendizado.

Outros fatores de risco para o comportamento “binge”, segundo a pesquisa, foram o sexo (o risco aumenta em 70% entre os meninos), idade (50% para cada ano a mais), pais separados (30% mais risco), não confiar em Deus (40%) e não conversar com os pais (60%). A condição socioeconômica também influencia: o risco é duas vezes maior entre os alunos das escolas com mensalidade acima de R$ 1,2 mil.

Apesar de a condição socioeconômica ter sido um fator de risco em relação ao “binge drinking”, é impressionante a semelhança entre os padrões de consumo e os tipos de drogas presentes nas escolas privadas e públicas. Notamos grandes diferenças com resultados de outros países, mas os estudos feitos aqui sugerem que há uma cultura brasileira de consumo de drogas e álcool e tabaco são as piores.

Para a solução sugiro: Comunidades Terapêuticas, Trabalho Ambulatorial ou “Imersão” e Amor Exigente. É evidente que quem pratica honestamente a sua religião não tem problema com álcool e outras drogas.

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