quinta-feira, 16 de agosto de 2012

10º PASSO - DOSE PASSOS

10º Passo: Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente. 

Quem cultivou um jardim sabe o cuidado necessário para mantê-lo saudável. Precisamos remover pedras e ervas daninhas, enriquecer o solo com fertilizantes, cercá-lo para que retenha a água, plantar as sementes, regar e proteger contra insetos. É preciso cuidado constante para manter o jardim livre de ervas daninhas que poderiam retomá-lo se as deixássemos. Outrora o Jardim lhes pertencia e elas parecem sempre querê-lo de volta. 

Nossa recuperação ocorre de forma semelhante. Outrora, pertenciamos às "ervas daninhas" - nossos comportamentos derrotistas -, mas Deus nos ajudou a plantar um jardim em nossas vidas. Arrancou as ervas daninhas e fez com que coisas maravilhosas crescessem em lugar delas. Deus usou os Passos como instrumento e nos levou a um lugar onde as coisas são diferentes. Estamos começando a ver a promessa de frutos, a promessa de mudança duradoura. No meio deste novo jardim, também podemos ver a volta das ervas daninhas, que não morrem facilmente. De fato, enquanto vivermos, nossos velhos hábitos derrotistas buscaram reconquistar nossas vidas. Por essa razão, precisamos estar sempre vigilantes para por em prática o 10º Passo. Precisamos continuar fazendo o inventário pessoal e a proteger nosso jardim. 

INVENTÁRIO PESSOAL: Parece-se muito com o inventário moral do 4º Passo. A diferença é a natureza contínua e freqüente. A idéia de pessoal é para nos lembrar que o inventário é sobre nosso comportamento e emoções, e não sobre os outros. Este inventário nos auxilia a identificar nossos erros e a necessidade de corrigi-los para nosso próprio benefício. 

Fazendo um levantamento dos 12 passos, temos os passos um, dois, três e quatro, esses quatro passos são só para mim, eu não tenho mais ninguém, sou eu que tenho que decidir por eles. 

Temos o cinco, seis, sete, oito e nove, esses cincos passos é eu, com o meu passado. 

E temos os dez, onze e doze, os três últimos passos que sou o eu atual, aí tem um retrato do que eu sou hoje. 

Será que estou tendo um contato diariamente comigo para saber como é que foi o meu dia, com honestidade? Será que realmente estou entrando em contato com esse meu Poder Superior ou estou vivendo o papel desse Poder Superior que eu tenho, ou estou anulando esse Deus na minha vida? Esse poder superior pode muitas vezes ser seu psicólogo, ser seu psiquiatra, ser seu grupo de apoio etc... Não é aquele velhinho de barba, aquela imagem que cada um tem..., aquela imagem tradicional. O poder superior pode ser o grupo, pode ser um profissional, alguém que possa oferecer ajuda na hora em que eu preciso. 

Dentro desse processo dos três últimos passos, esse inventário diário, essa revisão diária é aquilo que a igreja católica, a algum tempo atrás chama de exame de consciência. O décimo primeiro passo é o contato consciente com Deus, é você se reavaliar como uma pessoa que pode errar..., que tem o direito de errar, mas tem por obrigação de assumir responsabilidade pelas consequências dos seus erros, que é uma coisa que muitas vezes a gente não assume. 

E o décimo segundo passo, o último passo que é levar a mensagem a aquele que ainda sofre. Muitas vezes eu vejo pessoas dentro de um caramujo que só saem para darem alfinetadas ou ir à reunião e dizer: eu já fiz a minha parte e fim de papo. E só. Não dá uma palavra que possa transmitir uma mensagem a aquele que está sofrendo. Só que ele se esquece que no momento de sofrimento dele alguém o ajudou..., alguém colocou a mão no seu ombro e disse boa noite..., força..., estamos juntos... Só isso já foi o bastante para que ele fosse ajudado. 

Uma outra coisa que eu não posso deixar de falar, é o trabalho dos comitês de serviços dos grupos anônimos, no dia em que muitos chegaram nesses grupos tinha alguém sentado atrás de uma mesa coordenando, alguém já tinha ido ao seu distrito / área / regional prestar contas do trabalho, alguém tinha ido já num hospital / instituição fazer algum tipo de trabalho, de ter ido a uma emissora rádio ou jornal. 

É necessário que eu assuma algum compromisso com o grupo, porque se não um dia esse grupo fecha, por não ter quem se sente atrás de uma mesa para coordenar uma reunião. 

Aí entra uma palavra mágica que muitas vezes foge do nosso coração, chama-se gratidão. É eles não fizeram nada mais que a obrigação. Na hora do sufoco eles tinham a obrigação, passou o sufoco não existe gratidão? Como é fica isso? Manipular pessoas como se manipula objetos e depois se descarta..., se joga fora? Que tipo de vida essa pessoa pode ter? Que tipo / estilo de vida essa pessoa está tendo. 

Nós buscamos a nossa recuperação dentro de um processo de ajuda mútua, os grupos simbolizam uma terapia de espelho, se eu não passei por isso alguém já passou, mas aquilo que alguém esta falando vai servir para alguém. 

Existem modelos de tratamentos que hoje estão espalhados no Brasil. No encontro de NA de dezembro de 1999 no Rio de Janeiro, mostrou-se o índice de sucesso em torno de 15% daqueles que chegam à sala e ficam por mais de dois anos. Nas salas de AA o índice é de 20%. E o que temos notado é que os métodos de tratamento que usam os 12 passos tem tido um sucesso maior. O índice de recuperação é bem maior do que aquelas metodologias que não adotam os 12 passos na recuperação do dependente e do familiar.

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