domingo, 19 de agosto de 2012

SÃO SEBASTIÃO MÁRTIR

É uma grande honra para nós termos nesta Paróquia uma relíquia de São Sebastião. São Sebastião, que viveu no final do século II para o século III, e que morreu sob o imperador Diocleciano, um grande sanguinário. São Sebastião se tornara cristão e se convertera à religião católica, diante do poderio do Império Romano. Como nós sabemos era um grande Oficial do Imperador, um dos mais queridos. E Diocleciano tinha planos para Sebastião devido à sua admiração por ele, por se tratar de um exemplar oficial. Todavia, Sebastião tinha recebido o batismo cristão; e os cristãos eram encarcerados, perseguidos, aniquilados, assassinados, torturados... E Sebastião levantou-se em favor dos cristãos, pois que sendo também cristão, foi descoberto como tal e não renunciando, nem abjurando a sua fé, foi condenado à morte. 


A tropa que ele mesmo chefiava, por ordem do Imperador, na floresta, disparou contra ele flechas e o abandonou ali para que sangrasse até morrer. Parecia morto, mas Sebastião não morrera. Uma mulher – Santa Irene – o encontra, leva-o para casa e cuida das suas feridas. Recuperado, poderia ter fugido, poderia ter ido embora, pois já era dado como morto. Mas, não: diante das barbaridades que Diocleciano fazia com os cristãos, numa grande festa pública se apresentou diante do Imperador para protestar. O Imperador mandou que ele fosse executado no circo e com flagelos de chumbo, pauladas, espancamento até a sua morte. E morre Sebastião, derramando o seu sangue justamente pelos cristãos e pela Igreja nascente, de forma que sua fama se espalhou imediatamente, sendo jogado o seu corpo em uma vala para evitar veneração por parte dos cristãos, mas novamente santas mulheres – entre elas, Santa Luciana – recolheram seu corpo e o enterraram nas chamadas catacumbas de Roma. Lá até hoje se encontra a belíssima Basílica de São Sebastião, onde ele está sepultado. 

Suas relíquias não são muitas, são pouquíssimas no mundo inteiro. Mas nós temos aqui esta relíquia de São Sebastião, aqui em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Uma parte de seu braço, um pedaço pequeno de seu braço, que contém sua massa óssea. 

As relíquias de santos, sobretudo dos mártires, muitas vezes costumam assinar suas venerações através de milagres portentosos e de prodígios. Mais ou menos pelo século V houve uma grande peste em Roma, uma grande epidemia. Então, por ordem do Papa, fizeram uma procissão com as relíquias de São Sebastião, e, milagrosamente Roma foi salva daquela terrível epidemia, vindo a saúde e a calmaria na cidade romana. A partir daí, muitos o invocavam – e ainda hoje o invocam – contra a peste, contra a guerra, contra a fome, contra as epidemias. Conhecido e venerado no mundo inteiro, não existe diocese, que não se tenha pelo menos uma Igreja dedicada a São Sebastião. 

E aqui ele está hoje através de suas relíquias. E Deus costuma oferecer graças imensas e milagres quando veneramos as relíquias dos santos. Foi assim com Santo Agostinho: quantas graças, quantos milagres alcançados pela veneração das relíquias que existiam na Igreja onde Santo Agostinho era Bispo... E noutras regiões, através das relíquias de outros santos, sobretudo os mártires, que para Deus são a melhor parte, por que derramaram o próprio sangue, mas não renunciaram a sua fé. Não se submeteram a cultura dos pagãos! São Sebastião não se submeteu ao modo de viver do Império Romano, nem tampouco com os deuses inexistentes. Muito pelo contrário: morreu por reafirmar a sua fé no Deus único, no Deus verdadeiro. 

Dizem as Sagradas Escrituras: “Os justos brilharão como o sol; quem são estes com estas vestes brilhantes? Estes são aqueles que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro”. 

Os mártires nos dão exemplo de determinação e de luta em prol do reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo. E, muitas vezes, parece que Cristo está banido da sociedade pelas leis, pelo Estado. De alguma forma ou de outra, parece que a vitória do mal impera na nossa sociedade. Mas (esta vitória) é só aparência, é só aparência... Há pouco tempo escutamos e vimos a decisão iníqua, injusta, do Supremo Tribunal do Brasil, quando aprovava o assassinato de crianças nascituras. Pareciam deuses julgando em suas causas próprias... Ah! Os anos passarão, as décadas virão e nós iremos ver o resultado destas pessoas que se levantaram contra Deus, contra Sua Lei e contra o Seu poder. 

Bem lembrava o Cardeal Eugênio Salles: “A onde estão os inimigos da Igreja no passado? Todos mortos! Mortos e esquecidos. A onde estão os mártires que sofreram por causa deles? Reconhecidos, e ainda vivem, ainda são exemplo para nós!” Exemplos de fé, exemplos de determinação, exemplo de força; embora fracos, fortaleceram-se em Cristo. E, fortalecendo-se nos exemplos dos mártires, muitos e muitos não renunciaram à sua fé. Não titubearam! Não se adequaram a cultura de sua época de forma nenhuma! Mas testemunharam Cristo crucificado, e lutaram, até onde puderam, pelo reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo. Os verdadeiros católicos não se adequam ao mundo, mas dão a vida para transformar o mundo. Os verdadeiros católicos defendem a sua fé, até o martírio se for necessário, como lembrava o Papa São Pio X: “São poucos, mas aí está a verdadeira Igreja Católica”.

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