quinta-feira, 16 de agosto de 2012

5º PASSO - DOSE PASSOS

5º Passo: Admitimos perante a Deus, perante a nós mesmos e perante a outro ser humano a natureza exata de nossas falhas. 

Imagine uma casa que ficou fechada por vários anos. Um lençol de poeira cobre tudo. Sobejam sinais de decadência: teias de aranha em cordões, como decoração de festa. Odores abafados e mofados de bolor. Bugigangas irreconhecíveis no consolo da lareira empoeirado. Quadros esquecidos e desbotados em paredes manchadas. Sentimentos lúgubres que pairam como fantasmas de anos passados. Mal podemos esperar para abrir todas as portas e todas as janelas, ventilar os cantos escuros e empoeirados. Vemos a luz do dia espantar os demônios da escuridão e da sombra. 

Nossas vidas são como casas fechadas. Todos os nossos segredos infames, comportamentos embaraçosos e esperanças pedidas estão escondidos. O ar de nossa vida é mofado por que temos medo de abrir portas e janelas aos outros com medo de sermos descobertos, rejeitados ou humilhados. O 5º Passo é nossa saída. Quando admitimos a natureza exata de nossas falhas a Deus, a nós mesmos e a outro ser humano, abrimos as portas e janelas de nossas vidas. Mostramos nosso verdadeiro eu. 

Pomos em prática o 5º Passo sendo sinceros e honestos com nós mesmos, com Deus e partilhando nosso inventário moral com alguém que confiamos, alguém que nos compreenda, que nos incentive e não nos condene. 

Admitimos perante Deus e a outro ser humano a natureza exata de nossas falhas. Será que eu em recuperação estou sabendo dizer: desculpe-me eu errei. Será que eu em recuperação estou dizendo: eu prejudiquei a alguém, você me desculpe eu te prejudiquei. Ou eu continuo ainda com o nariz empinado para não olhar para os meus pés todos sujos ainda por onde eu ando. Por que velhos caminhos levam a velhos lugares, velhas ideias levam a velhos comportamentos. Se eu ainda continuo tendo comportamentos de ativa, eu continuo andando pelos mesmos lugares. 

Isso também serve para o familiar. Se eu estou tendo o comportamento dele como usuário ativo, eu não estou me olhando no espelho, não estou conseguindo me enxergar, não estou conseguindo me ver em recuperação. Por que fica muito difícil para o familiar também, não só para o dependente, aí muito mais para o familiar, é o familiar acreditar que está tendo sucesso na vida. Em função dos anos que passou/viveu com o seu dependente ativo, hoje o familiar não acredita que está vivendo um momento de tranquilidade, o familiar duvida. 

Isso o que é? É falta de humildade em reconhecer aquilo que de bom está acontecendo na própria vida. Falta de humildade em reconhecer junto aos outros, o que de negativo eu também já fiz, e se eu não tenho humildade suficiente para isso eu não posso conseguir identificar as mudanças que eu tive na minha vida. Como é que eu posso identificar a mudança se eu não tenho contato comigo? 

Então esse muitas vezes é o papel que faz o familiar. É muito mais fácil enxergar o outro, os defeitos do outro do que de si próprio. E daí o familiar se torna agressivo, antipático, inadequado, e quando vai encostar a cabeça no travesseiro ele diz: puxa vida... ... ..., outra vez eu briguei. É lógico! O familiar não está se olhando. 

A mesma coisa acontece com o dependente. O dependente muitas vezes com a intenção de agradar a alguém faz um inventário que é uma verdadeira historinha. Vai contar historinha para outro e esse outro ainda concorda: “parabéns seu inventário está muito bom”. 

Só que a verdade sobre a vida dele não foi relatada. A mesma coisa acontece com o familiar. Se alguém entra na casa de um familiar e tira um toca-fitas..., ele roubou. Mas como foi o meu filho, não... Ele pegou para trocar com droga. Que diferença faz? Eu fiquei sem o aparelho da mesma forma. É um roubo / furto que houve. Mas o familiar consegue enxergar isso? 

A mesma coisa acontece com dependente que não quer entrar em recuperação: é não reconhecer que prejudicou as pessoas, e de que forma prejudicou estas pessoas. É necessário que façamos um balanço de nossas vidas e tenhamos suficiente humildade em reconhecer as pessoas que prejudicamos. Isso inicialmente, em primeiro momento é difícil, por isso precisamos de assertividade.

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