sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A FELICIDADE É A SOMA DAS PEQUENAS FELICIDADES


“A FELICIDADE É A SOMA DAS PEQUENAS FELICIDADES”.
Li essa frase uma vez e nunca me esqueci dela. Muita pessoas pensam que a felicidade com letras maiúsculas, de que tanto se fala, não existia. Mas não sabem o que colocar no lugar dela: afinal, sonhamos com a grande felicidade desde que nos entendemos por gente e, de repente, imaginar que ela não existe que é uma espécie de Papai Noel que aguardamos de janeiro a dezembro, deixa um vazio grande dentro da gente.

Quando li a frase, entendi que a felicidade, ao contrário do que pregam os pessimistas, existe sim. Só que, ao contrário do que pintam os otimistas, ela não vem no superlativo. A grande felicidade dos finais dos contos de fadas e dos filmes de Hollywood só é possível nos contos de fada e nos filmes de Hollywood. Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Uma pequena alegria aqui, outra ali, uma surpresa que nos faz ganhar o dia (e não necessariamente o mês), um encontro que ilumina um final de tarde ou uma tarde que ilumina a vida. São momentos, pedaços, fatias.

Depois que entendemos isso, tudo fica mais fácil - e mais possível. Não podemos esperar pelos dias perfeitos que a grande felicidade promete trazer. Aprendemos que devemos usar o “quando” com mais moderação: quando eu tiver o melhor emprego do mundo, quando eu encontrar o amor perfeito, quando eu emagrecer, quando eu tiver um filho, quando meus filhos crescerem, quando eu me aposentar, quando eu terminar meu mestrado, quando, quando, quando… enquanto a gente vai empilhando os “quando”, esperando aquele acontecimento ou aquele momento mágico que vai nos proporcionar a felicidade com letras maiúsculas, a felicidade homeopática passa e a gente não nota. Os momentos que poderiam ser especiais, ou especialíssimos, passam batidos porque estamos esperando a mega sena acumulada, a felicidade acumulada, a explosão hollywoodiana de alegria.

Precisamos sim, ao máximo não ficar distraídos. Precisamos, a cada minuto, prestar atenção, olhar, ouvir - ficar atenta a todos os sinais de felicidade: que seja a alegria modesta de tomar a primeira xícara de café da manhã, o prazer discreto de ler um livro que não é uma obra-prima mas nos faz sonhar, a sensação agradável de reencontrar nossa primeira professora, a possibilidade de brincar por meia hora com uma sobrinha que mora longe e que a gente ama, a leveza de pôr a cabeça no travesseiro e pensar que estou com saúde, que minha mãe está viva e que o dia seguinte vai nascer cheio de incógnitas e de promessas. Mais um dia pra gente ter a chance de ser, varias vezes, minimamente feliz.

Não sei se você concorda. Não sei se a soma das pequenas felicidades é uma operação matemática muito modesta pros nossos tempos. Talvez me falte ambição. Ou talvez eu tenha a maior ambição de todas, que é ser feliz… sem ser exatamente Feliz. Faz sentido?

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