sábado, 20 de agosto de 2011

SUPERANDO A DOR DE UMA TRAIÇÃO

O matrimônio está embasado em três grandes princípios: fidelidade, indissolubilidade e fecundidade. O adultério é falta grave; “Cristo condena o adultério mesmo de simples desejo (cf. Mt 5,27-28). O sexto mandamento e o Novo Testamento proscrevem absolutamente o adultério (cf. Mt 5,32; 19,6; Mc 10,11-12; 1Cor 6,9-10). 

A Igreja explica bem todo o perigo do adultério; ele fragiliza a aliança matrimonial e põe em risco a estabilidade do lar e a felicidade dos filhos. Por essa razão, o cristão deve lutar com todas as forças contra esse mal. Não se pode brincar com esse perigo porque se pode nele perecer. 

Infelizmente, hoje, há muitas forças tenebrosas que empurram as pessoas para o adultério. Uma sexualidade cada vez mais acintosa e provocante, especialmente pela internet, televisão, filmes, revistas, entre outros. Por outro lado, os problemas conjugais, as inseguranças e carências dos cônjuges, criam circunstâncias perigosas que, muitas vezes, empurram alguns para a falta do adultério. 

No entanto, o adultério não deve ser automaticamente um motivo de separação do casal. Não. Sempre é possível uma mudança de vida, o arrependimento, o pedido de perdão ao cônjuge ferido e a retomada da fidelidade. Especialmente o Sacramento da Confissão pode apagar toda a culpa e lavar os corações da mancha do pecado. O casal cristão deve analisar – com paciência e coragem – esta recuperação e reconciliação pelo bem deles mesmos e pelo bem dos filhos. 

A Igreja deixa claro que prefere o perdão para o adúltero; evidentemente se este reconhecer a culpa e estiver arrependido. O cônjuge cristão deve lutar com todas as forças humanas e sobrenaturais da fé para superar essa difícil situação. Precisará unir-se profundamente a Deus e contar com a graça dos Sacramentos, especialmente o da Eucaristia e da oração. Para Deus tudo é possível; e muitas vezes, um casal se une ainda com mais amor e maturidade após uma situação de adultério. De forma que este não deve ser a decretação do fim do casamento. 

Nesse caso, o cônjuge cristão precisa lutar com tranqüilidade e fé, sem deixar que o desespero e o desânimo tomem conta da situação. Nessa hora é preciso rezar muito, dar tempo ao tempo, esperar com paciência e permanecer fiel a Deus e aos filhos. E também pedir a ajuda de pessoas maduras que possam fazer uma mediação entre os dois. De forma alguma a parte traída deverá partir para um novo relacionamento; pois isso complica ainda mais a situação e pode impedir a saudável reconciliação do casal. Muitas vezes, um casal se reconcilia depois até de anos de separação. O tempo passa, os sofrimentos, às vezes, se abatem sobre as pessoas e muitas coisas mudam. Deus age quando rezamos. 

Sobretudo, o cônjuge cristão ferido pelo adultério deve saber que está em paz com Deus e com sua consciência, enquanto o outro está no pecado e não pode viver em paz. Portanto, deve permanecer em sua missão de esposa (o) fiel, servindo aos filhos com muita atenção e carinho para superar as dores da ausência do companheiro (a). 

Essa é uma ocasião também para se refletir profundamente nas possíveis causas que puderam ter provocado a situação de adultério. Por que o amor do casal arrefeceu? Por que o outro caiu no adultério? Faltou a atenção recíproca, faltou o carinho conjugal, faltou harmonia sexual? Enfim, as causas devem ser analisadas objetivamente para serem removidas, de forma a se possibilitar a reconciliação. 

Evidentemente todo casal deve se precaver para que um dos cônjuges não seja levado ao adultério. A prevenção sempre é a melhor terapia. Para isso é preciso que o casal alimente a vida espiritual, a vida de oração e sacramental; pois está provado que esses casais normalmente vivem a fidelidade conjugal. Por outro lado, o carinho, a atenção constante com o outro e tudo o que alimenta o amor conjugal, deve ser cultivado dia a dia. É muito difícil hoje um casal se manter verdadeiramente fiel um ao outro se faltar para eles a vida espiritual, o cultivo do amor recíproco e um diálogo sempre aberto sobre todos os problemas. 

O casal com dificuldades conjugais precisa procurar logo a ajuda de um orientador (a) maduro (a) e capaz de auxiliá-los. Tudo isso é possível e fundamental para o bem da família e do casal. 

A felicidade da sociedade depende das famílias e dos casais; por isso, todo esforço é necessário para lutar contra o adultério.

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