terça-feira, 27 de setembro de 2011

AMADA ESPOSA

Por: Roberto Kerber 

Tempos atrás encontrei por mero acaso, em plena Rua da Praia, dois colegas de aula do científico, também eles se encontravam depois de muitos anos, 32 para ser mais exato, era o ano de 2006. Ao me aproximar da dupla, a primeira coisa que me perguntaram é se eu havia casado, pois naquele momento comentavam as gargalhadas exatamente sobre casamentos. E que um já estava na terceira mulher e o outro na quarta. Respondi que sim e a pergunta seguinte foi, com quantas...? Sem entender bem, pois fui pego de surpresa, respondi: – Ora, com uma? E seguiu-se o diálogo com certo ar de espanto: – Tá, mas há quanto tempo...? Com alegria respondi que este ano vamos celebrar em dezembro, 25 anos de casados e 32 de namoro. Ao que eles responderam quase em uníssono e se entreolhando como que incrédulos: – Com a mesma mulher...?

Aquilo me marcou de tal forma que volta e meia me vem à lembrança e fico me perguntando se deveria, ou não, trocar de mulher...

Conheço e convivo com muitos casais que se separaram e vivem uma segunda união muito felizes e não quero aqui julgar ninguém e muito menos desmerecer as possibilidades de uma segunda chance. Mas o fato é que, eu mesmo, nem se quer imagino esta possiblidade.

Após construir e partilhar por longos anos uma vida em conjunto e diga-se, não é fácil mesmo. E nessa tentativa, quantas vezes a minha esposa já fez as malas e se separou de mim em seu coração. Quem me conhece mais intimamente sabe que ela teria bons motivos. Confesso que eu também já o fiz, e pelos mesmos motivos que ela. Simplesmente porque não sou fácil...

O bom desses momentos de separação e diria até necessários é por que logo depois vem a reconciliação, mas não é assim tão fácil, como um toque de mágica. E o bom disso está em recomeçar a cada vez, desde a paquera, o namoro firme e por fim, a renovação dos votos do matrimônio.

Pois é de livre e espontânea vontade que o fizemos, prometendo amor e fidelidade um a outro por toda a vida e recebendo com amor os dois filhos que Deus nos confiou. Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença por todos os dias de nossa vida. E aqui está em resumo o que procuramos viver. Construindo, respeitadas a liberdade e a individualidade de cada um, um terceiro ente, uma terceira pessoa. Uma só carne e um só espírito, de modo que na unidade seremos sempre, não dois simplesmente, mas um, e não somente por nossas próprias forças humanas, mas com a mais pura Graça de Deus.

Hoje posso afirmar com toda a segurança, que é graças a essas separações e reconciliações que vamos amadurecendo, crescendo e construindo uma unidade fortalecida na fé, na diversidade da vida, conciliando alegrias e tristezas e vislumbrando com esperança em nossas consciências espiritual e religiosa, porque não, também a vida eterna.

O nosso Natal é vivido diariamente, pois a cada dia busca-se o nascer de Jesus Cristo em nossos corações para que assim possamos viver o amor com que Cristo ama aos seus. E esse é exatamente o grande desafio nosso de cada dia. Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.

É por isso, que só tenho a gradecer a Deus e a minha esposa pela paciência e o amor que nos propiciam a celebração neste dia 17 de dezembro de 2010 de 36 anos de namoro e 29 anos de casados.

Com a mesma e única mulher.

Angélica para uns, Neneca para outros, Mãe para os nossos filhos, Sogra para a nossa nora, Tia para amigos dos filhos e sobrinhos, e amada e pacienciosa Esposa para mim. Um verdadeiro presente de Deus. Que mais, um esposo pode esperar?

Perdoem-me, mas queria partilhar este momento de reflexão e felicidade e agradecer a todos quantos fazem parte de nossas vidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails