quinta-feira, 29 de setembro de 2011

FORÇA E ESPERANÇA ÀS FAMÍLIAS

Na luta contra a dependência química, a ajuda da família é fundamental. O sucesso do tratamento também depende da força e participação dos familiares. Geralmente não estamos preparados psicologicamente; negamos, ocultamos os fatos ou simplesmente não sabemos o que fazer. Se nós pensarmos que a família é o ambiente que todo dependente químico vive, então ela é muito importante para levar a pessoa para se tratar, para a manutenção desse tratamento e para a prevenção de recaída. É claro que a família não é a principal responsável, mas ela é uma grande colaboradora.

A dependência química é uma doença contagiosa, pois afeta a família também. E quando os familiares conseguem se recuperarem, o dependente também consegue, pois ele recebe apoio.

Infelizmente a rotatividade nos membros dos grupos de apoio é grande: muitos desistem pois querem uma solução rápida. Explicamos que a dependência é uma doença que pode ser estabilizada, mas não tem cura.

Acredito que a desinformação é dos nossos maiores problemas: O dependente químico ainda é taxado de bandido e viciado. Ele geralmente foge da família, pois num primeiro momento ela tende a esconder o fato. Nos grupos de apoio recebemos conselhos, informações e palestras.

Normalmente as reuniões são divididas em duas partes: na primeira, os membros estudam a literatura do grupo e na segunda, acontecem os depoimentos. O anonimato dos membros faz parte das normas dos grupos, na tentativa de resguardar as pessoas. Nas reuniões, os membros aprendem a compartilhar os problemas, a substituir o desespero pela esperança e a viver um dia de cada vez.

Um dos benefícios que recebo ao frequentar as reuniões é: que faço coisas diferentemente do que fazia antigamente. Num esforço de fazer as coisas certas, muitas vezes complicava mais a situação já difícil, tentando forçar o que achava ser o melhor pensava que estava ajudando.

Como não sou capaz de pensar como um dependente, meu primeiro instinto é reagir às suas escolhas e atitudes com raiva, medo e frustração. Isso coloca meu foco na outra pessoa e em seus problemas, não nos meus próprios. Apredemos que não sou aquele com todas as forças e respostas. Aprendemos não que podemos controlar qualquer situação e tirar as pessoas de qualquer problema que estejam enfrentando.

Muitas vezes nos sentimos muito diferentes, como se essas coisas só acontecessem em nossas casas. E na verdade percebemos que existem também outras famílias com esses problemas, que conseguem ter posturas diferentes das nossas e que têm um retorno positivo, isso dá mais motivação para mudança, dá mais confiança e esperança no processo.

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