domingo, 25 de setembro de 2011

SEU DEPENDENTE QUÍMICO ESTA VOLTANDO

Meu filho está numa comunidade terapêutica e vai voltar para casa. Qual a atitude, devo tomar, quando ele chegar?

Como o seu filho está internado, eu imagino que você tenha sido chamada algumas vezes para conversar com a equipe da Comunidade Terapêutica para receber orientações sobre o residente, bem como sobre como ajudá-lo a lidar com a doença futuramente. Esta etapa é essencial no processo de recuperação e tratamento de qualquer indivíduo portador de dependência química.

Eu também imagino que você foi aconselhada a inserir-se em alguma forma de tratamento psicossocial, objetivando fortalecer o acolhimento adequado, estabelecer limites precisos e reduzir a co-dependência.

Os familiares dos dependentes químicos devem estar inseridos em um grupo de apoio tipo Amor Exigente, visto que, eles também adoecem. Isso é consenso na literatura especializada e deve ser adequadamente desempenhado.

Procedimentos para o familiar lidar com o dependente químico:

  1. Você não é responsável pela dependência do seu familiar. Você não a causou, você não pode controlá-la e você não pode curá-la sozinho; 
  2. Apesar de você não ser o responsável pela dependência do seu familiar, você é responsável pelo seu próprio comportamento. Você tem a escolha de ajudar o seu familiar a evitar o consumo de substâncias, através do adequado estabelecimento de limites, acolhimento, orientações e tratamento; 
  3. A dependência do seu familiar não é um sinal de fraqueza da sua família. Infelizmente, isso pode ocorrer em qualquer família, como quaisquer outras doenças; 
  4. Não ameace, acuse, moralize os erros passados do seu familiar dependente. Isso apenas tornará você o foco da raiva e frustrações do seu familiar dependente; além disso, não ajudará o mesmo a modificar o seu comportamento; 
  5. No entanto, não mascare, desculpe ou proteja o dependente das conseqüências naturais do seu comportamento. Fazendo isso, você se torna “cúmplice” na perpetuação dos comportamentos irresponsáveis ou inadequados do adicto; 
  6. Não tente encontrar fatos no passado do dependente, como traumas infantis, estresse no trabalho, problemas conjugais, para justificar o problema com as drogas. Isso somente promoverá a chancela ao indivíduo dependente para a manutenção do uso das substâncias; 
  7. Não faça “jogos de culpa” para o indivíduo dependente. Por exemplo, dizer que “se você realmente gostasse de mim, você pararia de usar drogas” realmente não funciona. Culpa não funciona; 
  8. Não use ameaças como forma de manipulação. Você pode e DEVE estabelecer limites, mas primeiro pense cuidadosamente e, então, esteja preparado para ir adiante. Se você não sabe o que dizer, é melhor não dizer nada; 
  9. Não permita que o individuo dependente “explore” você financeiramente ou de qualquer outro modo. Respeite-se;
  10. Não ignore formas de manipulação realizadas pelo adicto. Não estabeleça conluio com o indivíduo dependente para manter segredos sobre o consumo de drogas. Isso apenas aumentará a evasão de responsabilidade por parte do adicto; 
  11. Não se esqueça de procurar e manter o seu próprio tratamento. A co-dependência pode ser, às vezes, devastadora; 
  12. Não tente proteger o indivíduo dependente de problemas comuns da família; 
  13. Não promova uma “guerra”, se sinais de recaída estiverem presentes. Também não mantenha silêncio sobre eles. Apenas traga-os à vista calmamente e diretamente, sem acusações; 
  14. Não espere que o indivíduo dependente em recuperação seja “legal” o tempo todo. Às vezes, ele pode ficar irritado, triste, ou de mau humor, sem que isso esteja relacionado ao uso de drogas; 
  15. Além do problema relacionado ao uso de drogas pelo familiar dependente, você tem outros problemas para solucionar. Não os deixe de lado; 
  16. Não se iluda pensando que o individuo dependente está “curado” e nunca mais usará substâncias. A Síndrome de Dependência é uma doença crônica que requer tratamento crônico; 
  17. Não deixe de focar-se em si mesmo. Utilize o seu sistema de apoio, terapeutas, outros familiares e amigos para possibilitar a sua recuperação enquanto co-dependente.

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